Trouble. escrita por FantasyJuli


Capítulo 18
Capítulo 17.




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Cameron..

—que cara é essa? –perguntei ao perceber o olhar de inquietação que me olhava.

—nada. –respondeu voltando o olhar para a janela.

—bom, se tem uma coisa que aprendi na vida é quando uma mulher diz “nada”, não é nada.

—ah é, deve ter aprendido com as suas milhões de garotas espalhadas pelo país inteiro ou melhor, no continente.

—na verdade, foi com a minha mãe, mas se o seu ciúme acha melhor assim... –tentei controlar o riso que nascia em meus lábios.

—hum.

—nossa! Parece que temos alguém morrendo de ciúmes por aqui. –tirei uma das mãos do volante e apertei suas bochechas que começavam a corar.

—eu não estou com ciúmes! –indagou com um biquinho formado pela minha mão, extremamente fofa daquele jeito.

—que coisa fofa, você está corando!

—me solta, Cam. –ela tirou a minha mão do seu rosto e se recompôs. –você errou a entrada para a minha casa.

—você não vai voltar para casa agora.

—como assim? –pelo seu tom não pude perceber se estava chateada ou algo do tipo, mas continuei.

—isso mesmo, nós vamos almoçar juntos. –sorri para amenizar a situação.

—Cam, são quatro horas da tarde e eu nem estou vestida para isso!

—isso importa? Não, isso não importa, agora fica calada que você está falando muito. –ela bufou chateada e não pude deixar de rir ao observá-la.

—só acho desnecessário, eu podia comer em casa e poupar o seu dinheiro e...

—já pode parar, eu a convidei e eu vou pagar! Só acho que você precisa se divertir um pouco, sem problemas dessa vez. Eu juro

—tudo bem. –ela relaxou na cadeira e prendeu os cabelos castanhos, (ou será que são loiros?) em um coque um tanto quando sexy. –posso pelo menos perguntar para onde estamos indo?

—não.

...

Asthrid.

Chegamos ao tal restaurante onde o Cam resolveu me levar para “almoçar” às quatro da tarde. Ele estava mais sorridente que o normal, nada de sorrisos maliciosos ou indecentes que sempre me faziam derreter, mas um tipo de sorriso descontraído que com certeza era milhões de vezes mais poderosos que qualquer outro.

O restaurante era incrível, todas as paredes possuíam pinturas fantásticas como ondas e dragões enormes, os lustres pareciam ser origamis de papel e as cadeiras eram velhos latões de lixo decorados e acolchoados. As pessoas que freqüentavam o local eram tipo o Cam, tatuados e estilosos, acabei me sentindo confortável mesmo usando jeans e camisa.

Nos sentamos em uma mesa num canto iluminado por um pássaro de papel, o garçom chegou imediatamente e nos cumprimentou, o Cam fez os pedidos sem antes me perguntar.

—sabe, Cam. –disse assim que o garçom se retirou com os nossos pedidos anotados. –de vez em quando eu gosto de pedir a minha comida.

—você confia em mim? –perguntou erguendo uma das sobrancelhas fazendo seus olhos brilharem ainda mais sob a luz não tão precisa.

—eu tenho que ser sincera? –ele me lançou um olhar matador e começou a explicar.

—bom, eu pedi frango ao curry, poory, chapati e chacuti de galinha. Comida indiana, espero que goste.

—comida indiana? Que exótico. –acabei gostando da idéia, de vez em quando a minha mãe pedia asinhas de frango ao curry e eu realmente amava.

—eu sou exótico, deve ser por isso que estava com tanto ciúmes de mim mais cedo.

—eu já disse que não estava com ciúmes, Cameron! –eu estava sim, mas não cabe a ele saber de nada sobre isso.

—agora você me chamou pelo nome completo! –ele exibiu uma cara ofendida que logo depois foi substituída por um sorriso cheio de indecência. –será que vou ter que ensiná-la a ser mais educada.

Sua indagação acabou me fazendo ter pensamentos tão indecentes quando o seu sorriso, de alguma forma ele fazia as partes mais intimas de mim parecem sempre mais acesas que o necessário.

—eu sou educada. –falei tentando parecer mais normal do que eu realmente estava.

—que bom, agora eu terei que saber se sabe ser obediente também. –eu estava pronta para dizer alguma coisa, superar a minha timidez e dizer tão provocante quanto ele. Mas o garçom chegou com os nossos pedidos e estragou o meu plano, por um lado eu meio que agradeci.

—aqui estar o pedido de vocês, algo para beber?

—uma garrafa do seu melhor vinho. –eu sempre quis dizer essa frase...

—vinho?

—sim, se tiver que ser um jantar&almoço que seja um jantar&almoço de verdade e com direito a tudo.

—tudo bem, quem sou eu para negar qualquer coisa.

—exato. –aquilo soou como um flerte descarado, mais da minha parte que da dele.

A comida era maravilhosa e junto com o vinho sensacional que ele havia pedido tudo estava maravilhoso. Nós rimos e a nossa conversa fluía como sempre, como se nos conhecêssemos ha anos e ainda sim tivéssemos muito o que conversar e nunca nos enjoássemos de falar.

—está ouvindo essa música? –ele interrompeu a minha fala sobre algo inútil.

—claro, Beatles. –já tinha percebido que uma playlist inacabável dos Beatles tinha começado a tocar, mas preferi ficar na minha e curtir a musica no meu silencio.

—eu acho que nós deveríamos dançar. –concluiu.

—dançar? Mas como se dança Beatles?

—vem cá, seixa que eu te ensino. –ele se levantou a se curvou na minha frente pegando a minha mão e me levantando. –bom, eu coloca as mãos na sua cintura e você prende os dedos atrás da minha cabeça.

Ele colocou suas mãos na minha cintura e a eletricidade que sentia ao seu toque veio a tona, enrosquei meu dedos atrás da sua cabeça roçando na linda bagunça que era o seu cabelo. Ele me olhava diretamente nos olhos, as esmeraldas em seu rosto eram as jóias mais lindas do mundo, podiam iluminar tudo que quisessem, uma covinha surgiu na sua bochecha enquanto o seu sorriso aumentava.

Ficamos em silencio naquela posição, apenas nos mexendo levemente ao som de hey jude, era aquele tipo de momento que você nunca quer que acabe que fique congelado e que eu ficasse em seus braços para sempre naquela forma. Mas aquilo não seria para sempre, por mais que eu quisesse.

—Cam...-comecei mas fui interrompida.

—shhh, não estrague o momento. –ele estava certo, em vez de falar algo, deite a cabeça em seu ombro e observei outros casais se levantarem e se juntarem a nós.

Mas por mais que eu quisesse evitar, o nosso momento de despedida chegará e com isso... Eu ficarei arrasada.


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