Imaginary Love escrita por Woodsday


Capítulo 9
Capítulo 08.


Notas iniciais do capítulo

Gente, Keila, sua linda! Obrigada pela maravilhosíssima recomendação, você me deixou super feliz! Obrigada por estar sempre me incentivando com Olicity's.
Ps: Estou colocando nas notas finais uma possível nova história, me digam o que acham dela. Please.



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Felicity.


– Jerry, você pode cancelar meus compromissos de hoje? Eu tenho algo mais importante e urgente. - Eu lancei um breve olhar para Oliver, ele brincava com um garotinho que talvez tivesse seis ou sete anos.

Eu sorri abobada com a visão.

Srta. Smoak?– Jerry me chamou pelo que provavelmente não foi à primeira vez e eu balancei a cabeça. Oliver tinha o dom de confundir minhas ideias.

– Obrigada, Jerry. – Eu encerrei a ligação rapidamente e observei Oliver caminhar em minha direção, abri um sorriso para ele e ele esticou a mão para mim, cortês, eu evitei soltar um suspiro bobo.

Eu estava ficando muito ridícula.

– Temos o dia todo para nós! – Eu praticamente cantarolei, pegando a mão de Oliver e entrelaçando nossos braços.

Era infinitamente bom estar assim com ele, caminhando sem parecer louca e podendo conversar com ele sem parecer absurda.

– E o que faremos? – Perguntou ele com um sorriso. Eu o admirei por um instante, dando-me uma surra mental por isso. Por fim, desviei meus olhos dos de Oliver e indiquei para a estação de metro de Starling. Ela tinha sido reativada a pouco tempo e não era tão cheia assim, as pessoas ainda não confiavam muito nos velhos trilhos subterrâneos da cidade.

– Vamos ao aquário. – Respondi a ele ainda mais animada. O aquário de Starling City era lindo, nada como Nova Iorque, ou Los Angeles, mas ainda assim era lindo. – Você vai adorar, Oliver. O de Los Angeles era muito maior, claro. Mas o de Starling é incrível, cheio de peixinhos lindos e pequenininhos, é mágico! – Eu tagarelei vergonhosamente e corei ao constatar que Oliver me observava com um sorriso contido. – Estou falando demais de novo, não é? – Fiz uma careta constrangida.

– Na verdade... Eu gosto de ouvir sua voz. – Oliver tocou a ponta do meu nariz suavemente. Então ele me puxou ainda mais para seu peito, abraçando-me apertado. E eu respirei fundo, trazendo para dentro de mim o seu perfume reconfortante. O que eu faria comigo mesma? Eu sentia vontade de me bater, literalmente. Eu tinha um namorado, não podia me sentir tão confortável e tão ansiosa perto de um amor de infância. Ainda mais ele sendo Oliver, as coisas não haviam mudado entre nós. De repente, toda a minha animação se foi, como em um passe de mágica. A constatação óbvia de Oliver iria embora outra vez e eu iria me tornar só mais uma casca. Torci os lábios para o rumo dos meus pensamentos. Sentir seus braços ao meu redor, fazia com que meu coração disparasse e logo em seguida se aquiete, enchendo-se de um bom sentimento.

Era uma tolice pensar que eu superara Oliver. Ele não era exatamente superável em minha vida.

– Felicity? – Oliver chamou minha atenção, parando no meio do caminho para ficar de frente para mim, nós ainda estávamos no parque e eu notei que me desliguei de suas palavras e Oliver notara a mudança.

Ele sempre sabia. Eu não entendia como, mas ninguém me decifrava e conhecia como ele.

– O houve, coisinha? – Inquiriu com as sobrancelhas arqueadas.

Titubeei, sem saber ao certo que resposta dar ele. O que eu diria, afinal? Algo poético como “eu ainda sinto aquela velha chama” ou algo direto como “ei, acho que eu ainda te amo”, optei no entanto, por uma terceira alternativa.

– Não é nada, Oliver. Só acho que fiquei cansada de repente. – Eu fiz minha melhor expressão de desanimo, o que, considerando meus sentimentos, não exigiu muito esforço.

Oliver assentiu, sem se deixar enganar, mas sem questionar-me. O que eu agradeci mentalmente. – O que acha que irmos pra casa? – Perguntou pousando as mãos em meus ombros de um modo gentil. – Podemos ver um filme se quiser e então, você aproveita a sua folga.

Eu observei o sorriso preocupado de Oliver com uma pontinha de culpa. Eu estava tão, tão, ferrada. Puxa, e ele estava tão preocupado comigo! Por fim, eu assenti e guiei a nós dois até meu carro. Inesperadamente, quando chegamos lá, Sara não estava em casa, minutos depois notei seu recado na geladeira.

Oi Fel, estarei na casa do Tommy. Aproveite para ficar com Oliver.

Mas lembre-se: Não faça nada que eu não faria!

Não se reprima amiga!

Com amor, S.

Eu amassei o papel rapidamente, chocada com a ousadia de Sara. O que ela queria dizer com "aproveite para ficar com Oliver"? Será que ela não sabia que o cara não sentia atração por mulheres? E nem por homem? E nem por nada? E pior, “não se reprima”, talvez ela devesse deixar um recado desses para Oliver.

– Coisinha? – Oliver se apoiou displicentemente no batente na porta, encarando-me com as sobrancelhas franzidas. – Tudo bem?

– Tudo! – Eu respondi rápido demais, escondendo o bilhete em minhas mãos. Seria no mínimo constrangedor se Oliver o visse. – Eu só estava sabe, indo comer alguma coisa, mas acho que vou tomar um banho antes pra tirar toda essa sujeita, é que nós ficamos zanzando por ai abraçados... E não você esteja fendendo! – Completei rapidamente, antes que ofendesse Oliver – Na verdade, você cheira bem até demais, quase me atordoa... E eu estou fazendo de novo não é? Porque eu sempre falo demais quanto estou nervosa? Não que você me deixe nervosa... Deus! Eu preciso de um tratamento.

Oliver sorriu, achando graça de alguma coisa e eu revirei meus olhos. Ele sempre fazia isso. O que era muito mais constrangedor, na realidade. Eu corei, resolvendo ficar em silêncio, finalmente.

– Oliver! – Eu grunhi quando notei que ele segurava o riso.

– Ah, Felicity. – Ele inclinou a cabeça para o lado, avaliando-me. E então se aproximou, o bastante para que eu mais uma vez sentisse seu perfume. Suspirei, querendo quem sabe, um buraco de avestruz para me enfiar. – Você sabe que eu acho isso uma graça.

Eu fiz uma fusquinha e Oliver riu mais uma vez. – É constrangedor.

– É encantador. – Rebateu. – Faz de você quem você é. E eu amo quem você é.

As palavras surtiram um efeito maior do que realmente deveriam e eu pisquei, encarando-o em choque. Claro, não era a primeira vez que ele dizia que me amava, mas bem, desde que ele voltara, era sim a primeira vez.

Eu só não compreendia o significado das palavras e tinha medo de tentar. Oliver era um anjo, eu não deveria fantasiar com esse tipo de coisa. Eu devia ter um pouco de juízo.

No momento em que baixei meus olhos, repreendendo-me, ouvi Oliver soltar a respiração suavemente, então eu pigarreei, para espantar o momento constrangedor que se instalara.

– Porque não toma um banho? Eu cozinho algo para você e então, você escolhe um filme que te relaxe.

– Você cozinha? – Perguntei quase chocada.

Oliver pareceu genuinamente ofendido. – Coisinha, não subestime minhas capacidades. – Ele sorriu mais uma vez, apertando a ponta do meu nariz. – Não sou nenhum expert na cozinha, mas sei de tudo que você gosta... – Oliver vacilou minimamente. – Isso se seus gostos ainda não mudaram.

– Não mudaram. – Assegurei rapidamente e Oliver assentiu. Escorreguei para fora da cozinha, lançando um olhar desconfiado para meu celular que até agora, não apontara nenhuma mensagem ou ligação de Ray. Apesar de pela primeira vez, achar seu comportamento suspeito, resolvi dar a ele o beneficio da dúvida.

Quando sai do banho, encontrei Oliver terminando de arrumar a mesa. Ele havia preparado minha comida favorita: lasanha.

– Olie, você quer me fazer ficar enorme? – Choraminguei sendo atraída pelo delicioso cheiro que saia do forno.

Oliver riu e eu nunca o achei mais bonito. Esse homem, todo charmoso cozinhando em minha cozinha, era uma perdição. Ele usava meu avental cor de rosa e a cor nunca ficara tão bem em alguém. Imediatamente me amaldiçoei pelo pensamento, condenando-me a fogueira para ver se tomava vergonha. Você tem um namorado, Felicity. E está cobiçando um anjo. Eu ia para o inferno, isso era um fato. Minha nossa!

Quando Oliver tirou a enorme bandeja de dentro do forno, minha boca aguou para experimentar, eu parecia quase uma criança no parque de diversões. Logo que ele colocou o pedaço em meu prato, eu ataquei, saboreando cada partesinha. Era simplesmente divino. Indiquei a Oliver meu banheiro, para que ele tomasse um banho também, eu já tinha separado para ele uma das trocas de Tommy e esperava que em breve, Oliver concordasse em ir comigo fazer compras.

Ele realmente estava precisando.

Enquanto comia, fiquei admirando a beleza da minha toalha de renda, pensando incessantemente em Oliver e Ray e então Ray e Oliver. Eu sentia que a qualquer momento minha cabeça entraria em parafusos. Não era possível. Será que isso era considerado sorte ou azar? Quero dizer, eu tinha um namorado bonito e um melhor amigo mais bonito ainda. Os dois eram incríveis e gentis e atordoantes.

E bem, supondo que eu amasse os dois...

Isso era bem ruim. Certamente, era um azar dos grandes.

– Coisinha? – Ouvi a voz de Oliver e mais uma vez direcionei meu olhar para a entrada da cozinha.

Uh, péssima escolha.

– Droga, droga, droga. – Choraminguei baixinho. – Porque eu? – Oliver estava sem camisa, o peito nu exibia uma tatuagem que eu nunca reparara e havia ainda, algumas gotinhas de água escorrendo por seu corpo, por um segundo, um pensamento perverso e insano se passou pela minha mente, mas eu logo o bani. Eu não podia, realmente não podia. Era demais para minha sanidade. Oliver estava descalço e a calça de moletom parecia se adequar perfeitamente a sua cintura, salientando as coxas musculosas.

Minha nossa.

Que homem divido. Literalmente.

Eu engoli em seco, observando-o ainda embasbacada. Quando Oliver se aproximou, o bastante para que eu sentisse o cheiro de sabonete e limão, eu quase caí para trás, completamente enfeitiçada por seu perfume envolvente.

– Felicity. – Oliver voltou a me chamar em voz baixa. O tom não era sugestivo, ou sensual, nem nada do tipo. No entanto, devido a algum impulso idiota do meu cérebro – que eu deveria perguntar a Barry detalhadamente – ao invés de respondê-lo como uma pessoa normal e sã, tudo que eu fiz foi começar a gaguejar coisas incoerentes e incompreensíveis. – Felicity! – Ele me segurou, colocando a mão sob meus lábios para que eu ficasse finalmente em silêncio. – Respira. – Recomendou com a voz suave e eu fiz o que ele havia dito, por fim, conseguindo controlar minha aparente recente gagueira.

Minhas bochechas pareciam queimar, eu estava absurdamente envergonhada.

– Ok. Desculpe, eu me desconcentrei sabe com você todo peladão aí... – Fechei os olhos. – Não pelado, quero dizer, sem camisa, eu só... – Fiquei em silêncio outra vez e Oliver riu. – Pode colocar uma camisa, por favor?

– Sim senhora. – Oliver sorriu convencido e eu revirei meus olhos, caminhando até a sala, onde joguei todas as almofadas no chão e me sentei ali, esperando por Oliver. Uma vaga lembrança se passou por mim, quando eu tinha quinze anos e fazíamos a mesma coisa. Minha mãe passava a maior parte do tempo trabalhando e a companhia de Oliver me era essencial naquela época.

Agora, com ele sentando-se ali e me puxando para os seus braços, exatamente como há anos atrás, eu sabia perfeitamente de que, Oliver sempre seria essencial em minha vida. Não importa o tempo.


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Notas finais do capítulo

"Felicity Smoak é uma degenerada do exercito americano, sendo conhecida como a pior general já existente em sua história, Felicity simplesmente jogou tudo para o alto, abandonando seu país. Agora, no entanto, novamente ela é confrontada para uma missão. Capturar o poderoso e temido Al Sah-him, um homem frio e perigoso que lidera uma organização chamada Liga dos Assassinos. Para captura-lo, no entanto, Felicity precisaria se transformar em outra mulher... Outra pessoa."

"- Pare de dar voltas Waller, o que você quer que eu faça? Realmente faça.
Amanda Waller sorriu, finalmente chegando ao ponto que queria.
— O que eu quero, general Smoak. – Ela caminhou em volta de Felicity, parando em frente a sua maleta e arrancando de lá uma nova pasta, esticando-a em direção a Felicity. – É que você descubra o que puder e então mate Al Sah-him.
Felicity continuou encarando-a com a expressão impenetrável.
— E o que eu ganho com isso?
Waller sorriu, erguendo o queixo e encarando a mulher. – Liberdade."