Imaginary Love escrita por Woodsday


Capítulo 8
Capítulo 07.


Notas iniciais do capítulo

Ei garotas lindas! Pronta pra dose diária de açúcar? Haha.



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Oliver.


Eu estava sendo sincero quando dissera a Felicity que estar longe dela era como não existir, em minha cabeça, as memórias dos anos passados pareciam quase confusas, inexistentes. Um mistério para mim. Quando tentei entrar em contato com os anciões em busca de mais informações, a única ordem que deram-me foi que voltasse para Felicity, que tudo seguiria o designo divino e que eu deveria manter-me como sempre fora, guardião de Felicity pelo tempo que me for solicitado por ela.

Felicity estava tão confusa com a situação quanto eu, no entanto, ao vê-la tão crescida e tão adulta, eu levara um choque. Não me parecia que eu perdera tanto tempo de sua vida, vendo-a agora, sorrir para mim como se eu nunca tivesse partido fazia com que eu me sentisse quase humano, se é que isso poderia ser possível.

Ainda era estranho para mim que as pessoas pudessem me ver e certamente, era para a coisinha também, já que frequentemente, ela lançava olhares desconfiados em minha direção, olhares que faziam com que eu me divertisse ao constatar que ela ainda era a mesma.

Sara também ainda era a mesma e eu quase sorri com isso, ao vê-la agora, não havia muita diferença para a garota de dezessete anos que conheci. Fiquei feliz por Felicity e ela terem mantido a amizade, eu não podia pensar em alguém mais de confiança para acompanhar a coisinha em sua vida.

Fiquei surpreso, no entanto, quando após a saída de Felicity Sara rompeu pelo apartamento como um furacão, ela me avaliou com a expressão dura que poderia talvez, ser considerada um pouco assustadora.

– Olha só, você é o tal Oliver, certo? – Ela cruzou os braços, parando em minha frente, no meio da cozinha. – O tal melhor amigo da Felicity.

– Achei que não acreditasse nela. – Franzi minhas sobrancelhas, perguntando-me de Sara teria mentido a respeito disso.

Ela deu de ombros, sem vacilar a expressão. – Eu não havia me lembrado, mas agora lembrei e só quero avisar de que se você magoar a minha amiga, não me importa se você é um anjo ou um santo... – Sara respirou fundo, encarando-me mortal. – Eu vou matar você.

– Certo. – Eu sorri, quase comovido pela demonstração de carinho em direção a Felicity.

– Porque você está... sorrindo?

– Fico feliz que Felicity tenha você, Sara.

Sara pareceu sem graça e então, sorriu em minha direção. – Fico feliz que ela tenha você também, Oliver. Não a magoe, ok? – Então me indicou a saída e eu franzi as sobrancelhas. – Vou te deixar em frente a Palmer, para você tirar Felicity para almoçar. – Encarei Sara ainda em dúvida e ela suspirou. – Eu só quero que ela seja feliz, está bem? E... Fazia algum tempo que eu não via Felicity iluminar-se como hoje de manhã.

– Sara...

– Seja lá o que você faz com ela, Oliver, deixa Felicity feliz.

Eu concordei com um aceno de cabeça e deixei Sara me guiar em direção ao seu carro. Era estranho alguém de fora observar tão bem a interação entre Felicity e eu. Eu jamais pensara que passaria tanto tempo longe dela, no entanto, era como se eu estivesse dormindo e só acordara quando a vira e ouvira sua voz. Felicity me transformava, não havia forma melhor de descrever. Eu não me importava em ser invisível para as outras pessoas, o que me importava realmente era única e exclusivamente Felicity. Que ela me visse.

Quando cheguei ao prédio onde Felicity trabalhava, observei a quantidade de executivos e um sorriso orgulhoso nasceu em meus lábios quando uma mulher morena me acompanhou até o andar da presidência. Eu sempre soube que ela seria incrível e fiquei quase radiante com a perspectiva de que tinha razão.

– Então, como é o seu nome? – Uma mulher morena sorriu para mim e eu ignorei o gesto com gentileza. Me parecia engraçada a forma como ela corava a cada palavra que eu dizia. Me peguei, mentalmente, comparando-a com Felicity.

Não, não era nem remotamente perto.

Não havia a graciosidade ou os cachos loiros, ou até mesmo o sorriso gigantesco e as palavras embaralhadas.

– Oliver. – Respondi e ela rapidamente caminhou até uma das portas de vidro, onde vi Felicity erguer os olhos e logo em seguida foca-los em mim. Sem conseguir conter, sorri para a loira e ela abriu outro sorriso gigantesco em minha direção.

E foi como se ainda estivéssemos no passado, Felicity pulou em minha direção, abraçando-me forte e eu a apertei contra mim.

– Ei! - Murmurei para ela com diversão, Felicity se afastou, as bochechas corando graciosamente e então direcionou o olhar para a mulher morena, fazendo um sinal de mãos, observei curioso, Felicity bufar e resmungar alguma coisa sobre a garota.

– Puxa Oliver! – Ela suspirou, voltando a se sentar em sua mesa e eu me sentei em sua frente, arqueando a sobrancelha em sua direção. – Você podia chamar menos atenção, certo? Quero dizer, vai me dar um grande trabalho espantar todas essas mulheres de perto de você.

– O que?! – Eu ri, observando-a morder a caneta nervosamente.

– Qual é! Você sabe, você só está, sabe... visível há um dia e Sara já estava te elogiando e agora Helena quer um encontro com você... – Felicity apoiou os cotovelos na mesa, encarando-me autoritária. – Saiba que não quero você de papo com elas, Oliver.

– Não quer? – Repeti, achando alguma graça em seu ciúmes. Não é como se de fato, eu pudesse me sentir minimamente atraído por alguma dessas mulheres.

– Absolutamente não. – Concordou prontamente, balançando a caneta. Lembrando-me de ordens parecidas que eu recebia de uma Felicity muito menor. Ela também dizia que eu era seu melhor amigo e de mais ninguém. – Você é meu. – Felicity continuou, alheia as minhas lembranças e eu sorri, incentivando-a com uma pontinha de satisfação. Então ela arregalou os olhos e as bochechas ganharam um tom róseo. – Quero dizer, não meu do tipo... Meu namorado ou algo assim, meu só do tipo... Tipo... – Eu me aproximei com um sorriso. – Tipo, você me deixando sem saber o que dizer e eu vou meio que calar a minha boca agora... – Felicity fechou os olhos com força e travou os lábios. Uma mania que sempre achei adorável, sem dúvidas. – Você me faz parecer meio idiota, Oliver. – Ela sussurrou, abrindo-os novamente.

Me peguei fascinado observando os olhos azuis de Felicity, desci meus olhos por seu rosto, observando as sardas quase inexistentes em sua bochecha e então eu sorri.

– Acho isso muito adorável. – Verbalizei meus pensamentos e Felicity abaixou os olhos, balançando a cabeça minimamente.

– Você sempre diz isso. – Comentou em um tom baixo.

– Porque é verdade.

Felicity corou ainda mais e eu sorri ainda mais, divertindo-me com seu constrangimento, ela me lançou uma olhar furioso e pigarreou, levantando-se da mesa com fluidez. Não me lembrava dela usar saltos tão altos, mas eu tinha que admitir que combinavam com ela. Meus olhos vagaram pela enorme sala e enfim, meus olhos pararam no porta-retrato em cima da mesa.

Era Felicity e um homem.

Talvez uns dois anos mais nova, o rosto não mudara muito, mas os cabelos estavam maiores e sem os amáveis cachos. O homem ao seu lado era alto e os cabelos eram escuros, ele segurava a cintura de Felicity e os dois sorriam. Ela usava um vestido de pregas, florido e cor de rosa. Franzi as sobrancelhas.

– Achei que não gostasse de rosa. – Comentei suavemente, indicando o porta retrato e encarando Felicity. Ela pareceu surpresa e rapidamente retirou da boca a caneta que estava mordendo, logo ela pareceu notar sobre o que eu falava e sorriu imediatamente.

– Sara me obrigou, era o aniversário dela. – Deu de ombros.

– É o seu namorado? – Afastei os olhos do porta retrato e a observei. Felicity parecia incomodada. – Você parece feliz.

– Eu estava... – Ela franziu as sobrancelhas. – Eu... Eu estou. Ray é... bem, ele é bom para mim. – Finalizou finalmente, afastando a cadeira do computador e puxando o casaco da cadeira. – O que acha de sairmos para um almoço? Eu podia te mostrar um pouco de Starling! – Ela sorriu animada e eu concordei, estranhando a mudança brusca de comportamento. Evitei, no entanto, comentar a respeito. Felicity não parecia confortável em falar do namorado comigo e eu não queria de forma alguma pressioná-la.

Era bom estar de volta, e principalmente, era bom tê-la de volta. Felicity me contou sobre seus anos de faculdade, sobre as coisas pelas quais passara e eu sorri em maioria delas, em todas as aventuras, fiquei feliz por ela ter os amigos ao seu lado. Perguntei sobre Donna e Felicity contou que a mãe finalmente se deixara levar pelo amor e que agora passava a maior parte do tempo viajando com seu novo marido. Um homem bom e gentil, dissera ela. Contou-me sobre a aquisição do apartamento e da sua formatura, conversamos sobre muitas coisas e parecia que ainda havia muito a dizer. Não tocamos no assunto da minha partida e nem em seu motivo, mas eu sentia que Felicity estava a cada segundo mais inclinada a isso. Eu não queria magoá-la de qualquer forma, mas esperava poder explicar meus motivos durante aquele tempo. Diferente de agora, antes Felicity era só uma garota, com muita coisa para viver e conhecer, parte de mim ficou feliz por ela entender isso, a outra, entretanto, ficou abalada pelo preço necessário para isso.

Por fim, acabamos juntos saindo para o almoço, quando Felicity se deu conta de que eu não comia, optou por um cachorro quente e uma volta no parte de central de Starling.

– Sabe... – Comentou ela com a boca cheia. – Você não sabe o que está perdendo. O Big Belly faz o melhor lanche de todos. – Ela apontou para o próprio lanche. Uma mistura repugnante de hambúrguer, catchup, mostarda e outras coisas estranhas para mim.

– Você sabia que isso faz mal para a saúde, certo? – Perguntei com um sorriso e Felicity me lançou o pior dos olhares. Então passou o braço pelo meu e caminhamos juntos em meio às árvores.

– O pior é o peso que isso me trará, Olie. – Felicity pareceu desolada e eu lancei a ela um olhar indignado.

– Felicity. Nunca vi alguém comer tanto quanto você e ainda manter a forma. Isso não vai te engordar, confie em mim.

Ela abriu um sorriso gigantesco e então apoiou a cabeça em meu ombro, nossas mãos estavam entrelaçadas e o calor de Felicity parecia transpassar através de mim. Era natural estar com ela.

– Olie. – Murmurou outra vez e ouvir meu apelido de seus lábios me trouxe uma sensação diferente, algo quente e familiar e ao mesmo tempo tão inusitado. Eu parei, observando-a. Felicity estava perto o bastante para que eu pudesse mais uma vez observar todos os mínimos detalhes de seu rosto. Ela sorriu minimamente, observando nossas mãos juntas e lentamente, caminhei minha mão livre para seu rosto, acariciando com leveza sua pele macia. – Eu... Bem... – Ela balançou a cabeça constrangida. – Olie, eu só quero dizer que bem...

– Felicity. – Eu disse seu nome lentamente, arqueando a sobrancelha, incentivando-a a deixar sair o que quer que ela quisesse dizer.

– Oliver, é que eu...

– Felicity! – A voz masculina chamou nossa atenção e Felicity suspirou, afastando-se de mim repentinamente. Suas bochechas coraram e nós nos viramos para encontrar o dono da voz.

Era o homem da foto. – Oi! – Ele se aproximou depositando um beijo nos lábios dela e Felicity sorriu minimamente.

– Ray, este é o Oliver. – Ela indicou a mim, pegando minha mão confiante. – Ele é o meu melhor amigo de infância.

– É um prazer, Oliver. Sou Ray Palmer, mas você pode me chamar só de Ray, não faz mal algum, afinal. – Eu arqueei a sobrancelha pela forma rápida como ele falava. Carregava um sorriso no rosto e parecia quase com um adolescente divertindo-se.

– É um prazer, Ray. – Comentei finalmente, quando Felicity me lançou um olhar ameaçador.

– Bem. – Ray sorriu em nossa direção, aproximando-se de Felicity e beijando-a mais uma vez. – Eu só vim avisá-la de que estarei partindo em uma viagem daqui bem... – Ele olhou o relógio rapidamente. – Quinze minutos! Minha nossa. Eu te amo, querida. Te ligo mais tarde! – E então se afastou correndo pelo mesmo caminho que viera e entrando no carro preto a esquina do parte.

Felicity continuou parada, encarando em choque por onde Ray partira e eu cruzei os braços, observando-a com diversão.

– Ele disse que foi viajar?

– Sim.

– Hoje?

– Acho que agora. – Comentei.

Felicity suspirou, erguendo os óculos da ponta do nariz.

– Mas... E o anel? – Perguntou quase para si mesma e eu mais uma vez revirei meus olhos.

– Olha, não gostei muito dele. – Continuei e Felicity me lançou um olhar afiado, arqueando a sobrancelha. – É verdade, não fui com a cara dele, Fel!

– Oliver! – Ela me deu um soquinho no braço e eu ri. – Não tenho mais treze anos e você não pode fazer com ele, o que fez com Barry!

– Ah, Barry Allen! Agora sei por que ele me pareceu tão familiar. – Murmurei puxando-a pelos ombros e a abraçando. – Espere... – Felicity parou, encarando-me em expectativa e eu segurei o riso, fitando-a o mais sério que eu pude. – Vocês três são parentes?

– Ah, Oliver! – Felicity grunhiu dando-me um empurrão e eu ri, puxando-a comigo. – Você estava lá!

– Bem, eu posso ter deixado passar alguma coisa. – Comentei com um sorriso e ela sorriu ainda mais, dando-me outro soquinho. Por fim, eu beijei seu rosto e Felicity se derreteu, corando adoravelmente.

Era verdade, eu não gostava tanto assim de Ray Palmer, mas não por ser Ray. Eu provavelmente, não gostaria nenhum cara que se aproximasse de Felicity.

Afinal, ela é a minha Felicity.


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Notas finais do capítulo

E ai, gente?