Imaginary Love escrita por Woodsday


Capítulo 21
Capítulo 20


Notas iniciais do capítulo

OI GAROTAS! DEPOIS DE MUITO TEMPO, AQUI ESTOU! Sei que decepcionei vocês com a demora, me perdoem. A criatividade me deixou e eu tive que praticar os 5 estágios como a Felicity fez. kosaksaosak. mas aqui estou eu. E esse é o último capítulo da fic, meu coração até doi de emoção, mas chegamos. Mais tarde irei postar um epilogo e então, fim! Espero que vocês apreciem e saibam que eu fico imensamente feliz de ter chegado até aqui. Bom, leiam o capítulo e me digam suas opiniões. Beijos!



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Eu me espreguicei, sentindo meus músculos protestarem devido ao tempo em que ficara deitada, no entanto, nem mesmo isso conseguiu conter o sorriso que surgiu em meus lábios. Os flashs da noite passada me faziam querer aumentá-lo ainda mais a ponto de rasgar as bochechas. Eu tateei a cama em busca do corpo grande e musculoso de Oliver, mas meus dedos se depararam com os lençóis frios.

Eu prendi a respiração por alguns segundos, abrindo os olhos e dando de cara com o colchão vazio, como era o esperado.

– Oliver? - Arrisquei chamar em tom alto, um alarme soando em minha cabeça. Tentei me lembrar de quantas vezes nos últimos meses eu acordara sozinha.

Nenhuma, nenhuma vez.

Tudo bem, Felicity. Disse a mim mesma, puxando o lençol para cima do meu corpo e enrolando-me no tecido suave. Oliver deve estar preparando o café, certo? Certo. Não havia motivo para pânico, eu não tinha quinze anos e não podia esperar que ele fosse embora a qualquer momento. Soltei a respiração e me enrolei no roupão felpudo, desta vez.

Atravessei o quarto em passos apressados, ainda que meu cérebro me ordenasse sensatez, foi com decepção que notei que Oliver não estava em canto algum do nosso minúsculo apartamento. A dúvida me preencheu por completo e vacilante eu caminhei até a bancada que dividia a sala da cozinha, notando pela primeira vez a flor que ganhara de Oliver há muitos anos atrás, na minha formatura. Era uma dessas flores raras e cheias de genes misturados que Oliver nunca me contou como conseguira. Encarei as pétalas brancas mescladas de vinho e suspirei, sentindo meu coração se apertar, não havia forma alguma desta flor estar aqui sem magia, ela havia morrido como qualquer outra for quando retirada da terra.

Encarei a sala ao meu redor, ainda havia algumas coisas espalhadas da festa e em um último resquício de esperança, peguei o telefone discando o número da academia. Diggle quem atendeu logo no primeiro toque.

– Felicity? Tudo bem? – Ele pareceu preocupado e eu deixei meu corpo cair sob o colchão.

– Diggle, Oliver... Ele está na academia?

Ouvi uma exclamação de “oh” de Diggle e minhas mãos apertaram o tecido do roupão com aflição. – Felicity, Oliver pediu demissão ontem.

– O que?

– Enquanto conversávamos, ele me pediu para te contar algo.

– Do que está falando, John?

Ouvi seu suspiro do outro lado da linha.

– Podemos conversar pessoalmente, Felicity? – Sua voz soou ponderada do outro lado da linha e eu resmunguei algo como um horário e um local, mas minha mente parecia entorpecida. Oliver havia partido? Porque ele faria isso? Porque me abandonaria depois da noite que tivemos? Algo em minha mente me alertou que ele não faria isso, mas que de alguma forma, havia feito. Ele realmente havia feito, pensei com pesar, encarando ao redor do apartamento com tristeza, agora ele parecia grande demais, espaçoso demais e vazio demais. Antes que eu pudesse controlar, estava fungando e chorando encolhida como uma bola em cima do sofá. Eu não queria ter o tipo de pensamento idiota do tipo “o que eu vou fazer agora?”, mas era quase inevitável, o que eu poderia fazer sem meu anjo? Oliver havia se tornado maior parte da minha vida, o trabalho, era só uma parcela insignificante do meu dia-a-dia, Sara estava mais focada em Tommy do que em mim, assim como eu estava em Oliver. Abracei a almofada contra meu corpo, sentindo meu coração se apertar dolorosamente, o ar parecia não querer entrar em meus pulmões e metaforicamente falando, eu estava quase morrendo. Um desespero nada característico de um romance normal. Nada como a primeira vez que ele partira, definitivamente não, a dor de mandar Oliver embora não era nada como a dor de perdê-lo. De não me despedir e de saber que não poderei mais toca-lo ou olhar seus olhos ou ouvir sua voz, eu solucei, deitando-me contra o colchão e tentando controlar minha própria histeria.

Eu era uma mulher adulta, afinal. Eu iria me controlar.

Bem, não surtiu muito efeito, conforme as horas iam passando, meus olhos ardiam cada vez mais devido ao choro e meu nariz já estava mais do que vermelho e inchado. Eu provavelmente estava muito ruim. Encarei o pote de sorvete no meio das minhas pernas com uma tristeza quase infinita, vagamente, lembro-me de um programa de televisão que vi com mamãe certa vez, sobre abandonos. Ela tinha acabado de terminar com o sexto marido e então, estava em uma dessas situações depressivas, o primeiro estágio, dizia Grace Hawards bem vestida em seu terninho de risca fina, era a negação. Bem, eu já passara por essa, as quinze chamadas para o celular de Oliver que se encontrava sempre na caixa postal já haviam me dito que o celular provavelmente não estava funcionando, ou talvez não estivesse nesse plano. O segundo estágio, segundo Grace, era a raiva, bem, eu não sabia se Oliver tinha uma mãe para que eu xingasse, mas bem que me irritou durante umas quatro horas, claro que depois eu voltei a chorar e me acabar com o sorvete, depois eu tentei barganhar, olhando para cima e para os lados como uma louca e pedindo, por favor, para que Oliver voltasse ou me desse um sinal.

Bem, nenhuma das duas coisas aconteceu.

E então, eu estava aqui, completamente derrotada e conformada. Eu havia perdido, mais uma vez o amor da minha vida. Eu nunca, jamais amaria alguém como eu o amei e meu coração, agora quebrado, jamais se concertaria novamente. Eu não era tola de achar que morreria sozinha, sabia por experiência própria que sempre haviam outros amanhãs e outros alguém's que um dia se tornariam amores. Mas como Oliver?

Não.

Oliver havia sido meu amor eterno, meu grande milagre incrível e cheio de incertezas, mas cheio de maravilhas. Eu o amara da forma mais pura e bonita que alguém um dia já amou outro ser humano e tudo que eu podia fazer, era me sentir bastante feliz por o ter conhecido e ter conhecido esse tipo de amor. Um tipo de amor, que a maioria das pessoas não conhece em uma vida inteira.

Eu havia tipo um amor incrível e verdadeiro e podia me considerar sortuda por tal dádiva.

As semanas seguintes passaram muito rápidas, eu voltara a focar meu mundo no trabalho e a flor que Oliver deixara sob a bancada, estava sempre repousada no pequeno vaso ao lado da minha cama, seu perfume, por incrível que pareça, continuava forte e suas pétalas continuavam viçosas. Ela continuava firme e viva, assim como eu e assim como meu amor por Oliver. A semana seguinte a festa foi a pior, Sara até mesmo voltara – contra a minha vontade – para nosso apartamento, alegando um medo absurdo que eu tentasse suicídio, precisei lembrar a ela que eu não estava sofrendo a esse ponto, apesar da vontade de chorar sempre que me deparava com uma lembrança ou pensamento relacionado a Oliver.

A dor era definitivamente sufocante.

Por isso eu me focara em mil outras coisas, evitando pensar. Alguns projetos sociais da empresa, muitos trabalhos e muito empenho. Tanto, que eu até mesmo me esquecera do encontro com Diggle, este que ocorria agora. Eu tamborilei meus dedos na própria perna com impaciência, o parque estava bastante lotado, era final de semana e havia muitas famílias e muitos casais se divertindo, era quase deprimente de se olhar.

Suspirei, resolvendo sentar-me em um banquinho, mas assim que me viro dou de cara com Diggle e Sara em seu colo.

– John! – Eu abro um sorriso mais sincero que posso, abraçando-o por cima do corpinho rechonchudo de Sara. – Olá, Sarinha! – Ela se agita no colo de Diggle e eu não posso deixar de sorrir ainda mais abertamente.

– Desculpe a demora, problemas com Sara. – Ele indicou a bebe com um sorriso bobo de pai.

– Está tudo bem? – Diggle assentiu, fazendo um gesto de mãos, logo sua atenção focou-se em mim e eu não precisava de palavras para entender o questionamento. – Estou bem, John.

– Felicity...

– John... O que eu posso fazer além de me recuperar? – Meus ombros caíram em derrota. – Eu perdi o homem que amava e nem mesmo há um tumulo para que eu possa visitar ou uma falsa presença que possa insistir em sentir. Não há nada John, ele se foi e nada que eu faça poderá trazê-lo de volta, não vai mudar. Eu passei semanas sufocando todo esse sentimento e desespero e agora eu...

– Não consegue mais. – Completou John, pousando a mão em meu ombro de forma carinhosa.

– Não. – Sussurrei com a voz quase presa.

– Ele não teve escolha, Felicity.

– Imagino que não. – Minha voz soou amargurada. – Não existe uma coisa chamada livre-arbítrio?

– É difícil para os anjos. – Eu o encarei imediatamente, meu queixo caindo em choque. Diggle sabia? Eu abri os lábios, pronta para questioná-lo, mas logo ele me cortou. – Eu era como Oliver.

– Você era um anjo? – Minha sobrancelha se arqueou em choque e a essa altura, já havíamos parado. Diggle caminhou até uma banquinho, deixando Sara sob sua perna, balançando ritmadamente a bebê.

– Sim, eu era. Cerca de oitenta anos atrás, assim como Oliver, eu conheci uma humana e me apaixonei por ela, perdidamente... Foi um amor, na época, arrebatador. Mas não o bastante para me fazer abdicar da graça, entenda, Felicity, nenhum amor parece ser grande o bastante para se abdicar do céu.

– Mas você está aqui. – Afirmei tentando me manter sã e neutra diante das revelações.

– Estou. Eu desci novamente em uma missão, minha missão era proteger a irmã da minha esposa. – Diggle sorriu. – mas quando por ordem divina, ela foi recolhida aos céus, Lyla quase não suportou a dor de perdê-la, eu fiquei por Lyla e quando me dei conta, tudo que eu queria neste mundo era ela, nada mais. Desejei ser humano e buscar pela graça como qualquer outro humano.

– Sendo bom.

– Sim. Sendo o melhor ser humano que eu pudesse, junto de Lyla, então eu fiquei. Não é escolha fácil, é dolorosa e maioria dos anjos não tem força o bastante para tal coisa.

– Então, o amor de Oliver por mim não era o suficiente? – Eu me sentei ao seu lado, sentindo-me pequenininha diante das revelações.

– Duvido muito que não. – John tocou minha mão com gentileza. – Creio que ele só não sabia disso. É difícil, Felicity, mas Oliver te amava, um amor como eu nunca vi.

– Não foi o bastante para fazê-lo renunciar. – Suspirei.

– Quando chega a hora de partir, a maioria de nós não sabe que chegou até acontecer, tenha fé, Fel. – Ele sorriu confiante. – Provavelmente foi confuso para ele, vocês dois são uma coisa inédita na vida de Oliver que sempre foi um anjo muito intocável e impessoal, você o tocou Felicity, você o mudou e o fez humano ainda com sua graça, então, tenha fé em Oliver. Quando ele notar o quanto a ama, ele voltará para você.

– Obrigada Diggle. – Eu sorri, abraçando-o com sinceridade. – Essa conversa me fez entender alguma coisa.

– Tenha fé. – Ele disse mais uma vez e nos despedimos rapidamente. Eu suspirei, olhando ao redor do parte. Será mesmo que um dia Oliver voltaria? Eu gostaria de acreditar nisso, mas por algum motivo, sentia que o havia perdido para sempre. Resignada, voltei para casa, onde encontrei Sara, Tommy e mamãe fazendo algum tipo de almoço especial de “distraia a Felicity”.

– Olá pessoal! – Os saudei tentando parecer animada o bastante.

– Querida! – mamãe abriu os braços, jogando-os ao redor do meu corpo, ainda de salto Donna era um dois palmos mais baixa que eu. – Como você está? – Os olhos de gavião sondaram minha expressão e ela sorriu carinhosa, passando os dedos suavemente por minha bochecha. – Há sempre um amanhã, querida.

– Eu sei, mamãe. – Suspirei, sorrindo fracamente. – Vou ficar bem.

– Você vai. – Ela afirmou, colocando as mãos ao redor do meu rosto. – É uma Smoak, e as Smoak sempre ficam bem.

Eu afirmei com a cabeça e nos separamos, caminhando até onde estavam Sara e Tommy, era desconcertando e irritante vê-los evitar se tocarem perto de mim, com medo de que eu me sentisse excluída, ofendida ou resolvesse pular a janela, e ainda assim, eu não podia deixar de me sentir aquecida pela preocupação dos meus amigos. Então, deixando de lado a irritação, abracei cada um dele colocando o máximo de amor havia dentro de mim. Eu não podia ser tão grata por ter amigos tão leais.

As próximas semanas também passaram incrivelmente rápidas e agora já faziam quase seis meses desde a partida de Oliver, eu não superara, longe disso, o buraco parecia estar sempre lá, mas eu já conseguia ser eu mesma outra vez.

– Felicity, preciso muito que você vá. – Eu encarei Thea Queen com a cara mais triste que eu consegui fazer. Era muito ruim Thea ficar me arrastando para todos os lados dessa forma. Thea era a filha de Robert Queen, um empresário com quem a Palmer estava trabalhando em uma parceria importante, ela era uma garota magricela e baixinha, os cabelos eram repicados e os lábios finos agora me encaravam comprimidos em contrariedade – Não! – bradou sinalizando com um gesto de mãos para dar ênfase em sua afirmação. – Você não vai fazer essa cara e furar outro encontro.

– Thea, eu não quero outro encontro! – Dei as costas para ela e ouvi seus saltos se agitarem conforme passeávamos pelos corredores da Palmer. Quis matar Ray imediatamente por me colocar a frente dessa negociação, eu quase podia sentir minhas mãos em volta de seu pescoço, estrangulando-o.

– Felicity! – Ela me acompanhou com dificuldade, devido a nossa diferença de altura eu tinha pernas maiores e consequentemente, mais rápidas. – Já fazem quanto tempo? Seis meses? Oito?

– Cinco semanas e três dias. – Corrigi automaticamente e logo travei, querendo dar um tapa em mim mesma.

– Você precisa superar, Felicity. – Ela cruzou os braços, os saltos batendo freneticamente contra o piso. – E qual a melhor forma de superar um pé na bunda?

– Não foi um pé na bunda. – Resmunguei.

– É claro que foi. – Ela revirou os olhos. – A melhor forma é transar com caras mais gostosos!

– Thea! – Exclamei chocada, logo voltando a andar mas assim que me virei, meus pés travam outra vez, a pasta lentamente escorrendo das minhas mãos. A minha frente, ao lado de Moira Queen, estava ninguém mais e ninguém menos do que Oliver. Minha garganta secou e eu abri os lábios procurando pronunciar algo, mas eu estava travada, em choque. Oliver usava um terno caríssimo, sapatos sociais, um relógio de pulso que nunca o vi usando, os cabelos estavam mais curtos e ele parecia mais sensual do que nunca naquela roupa. Os ombros fortes estavam retesados em uma postura séria e antes que eu pudesse controlar meus impulsos, eu já estava jogando-me em seus braços. – Oh minha nossa! Oliver! – Me agarrei ao seu corpo, sentindo seus braços ao meu redor, me afastei depois de alguns minutos, encarando sua expressão confusa. – Você está aqui, de verdade, você... – Eu apalpei seu peito. – É real.

– Senhorita Smoak! – Moira Queen chamou minha atenção, parecendo bastante irritada e eu lancei um olhar a Oliver, ignorando-a quase por completo.

– Quem é você? – Ele perguntou, parecendo verdadeiramente atordoado.

– Eu... Oliver... Você não se lembra de mim?

Ele olhou para a mãe e então para Thea e finalmente para mim outra vez? – Eu a conheci antes da ilha?

– Ilha? Oliver... – Dei um passo vacilante para trás, quase cambaleando. Meu coração bombeando em meu peito com uma velocidade assustadora. – Eu sinto muito. – Murmurei sentindo as minhas bochechas esquentarem diante do olhar inquisidor da Sra. Queen e de Thea. – Sinto muito mesmo, Oliver. Eu... Com licença. – Murmurei dando as costas para eles e correndo o máximo que meus saltos permitiam.

Ele estava aqui e não se lembra, como isso é possível? Diggle se lembra e Oliver não? Eu parei, sentindo meus pés protestarem, abracei a mim mesma sentindo o vento gelado do inverno me arrepiar. A cidade estava quase vazia e eu olhei para os lados em busca de onde deixara meu carro ou qualquer lanchonete aberta onde poderia me refugiar. Eu simplesmente não podia encará-lo e não vê-lo realmente.

– Felicity! Espera! Felicity! – Eu me virei, surpresa, vendo Oliver passar pela porta giratória da Palmer e então parar em minha frente.

– Sr. Queen... – Eu comecei mas fui interrompida pelos lábios de Oliver contra os meus. Seus braços me rodearam puxando-me para ele e eu me derreti em seu abraço, era como estar em casa, um velho lugar reconfortante que eu já conhecia. Meu coração parecia saltar do meu peito, a cada segundo parecia ir ainda mais rápido.

– Eu me lembro. – Ele sorriu, os olhos azuis fitando-me com intensidade. – Eu me lembro.


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Notas finais do capítulo

E ENTÃAAAAO???