Imaginary Love escrita por Woodsday


Capítulo 11
Capítulo 10.


Notas iniciais do capítulo

Não consegui agradecer à Isa pela linda recomendação. Obrigada, Isa! Eu adorei.



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Felicity.


Suspirei, ajeitando-me sobre o travesseiro quentinho... Dei dois tapinhas na espuma, dando-me conta só então que não era espuma. Espalmei minhas mãos pela pele macia de Oliver, sentindo os músculos abaixo dos meus dedos, tudo muito inconscientemente, claro. Ou assim eu o deixaria pensar quando eu acordasse e morresse de vergonha.

– Felicity. – O ouvi sussurrar, chamando minha atenção, no entanto, o sono deixava minha mente embaralhada e eu murmurei um “shhi” para Oliver, enquanto subia minhas mãos na direção que notei ser seu pescoço. Eu me agarrei ainda mais ele, prendendo-o entre as minhas pernas. – Felicity. – Ele chamou outra vez.

– Só mais cinco minutinhos. – Resmunguei apoiando a cabeça em seu ombro. Oliver era tão quente! E tão macio. Hum, eu praticamente gemi enrolando-me nele. Parte do meu cérebro me alertou que isso era muito vergonhoso e que Oliver provavelmente estava doido para se afastar do meu ninho de ratos chamado de cabelo e que provavelmente ele estava muito cansado de ter passado a noite ao meu lado, mas essa parte – a sã -, era ignorada com habilidade pela outra parte. A parte que sentia o cheiro de Oliver invadir minhas narinas e me deixar ainda mais lenta e a parte que sentia seu corpo quente abaixo do meu, ah, e eu não podia esquecer da mão dele abaixo da minha coluna, mantendo-me próxima.

Felicity sã ignorada com sucesso.

– Felicity, seu namorado está aqui. – Ouvi a voz distante de Oliver e por um momento, tudo parou. Ok, hora de acordar a Felicity sã. Ray está aqui? Como? Quando? Onde e porque? – Felicity?

Eu me levantei rapidamente, sem precisar de um terceiro... ou sexto, chamado. Mas, eu não havia notado que estava na beirada da cama e bem, meu traseiro agradeceu a queda. Eu resmunguei um “ai”, finalmente abrindo meus olhos e passei a mão pelo minha coxa, onde estava especialmente dolorido.

– Tudo bem? – Oliver me encarou preocupado, ele se aproximou, puxando-me para cima e com o impulso, meu corpo se chocou contra o seu.

Eu arfei, surpresa e engoli em seco, sentindo mais uma vez seu perfume me atordoar.

– Você cheira bem. – Eu suspirei, inclinando a cabeça com um sorriso besta nos lábios.

– É mesmo? – Oliver riu e o som me despertou, imediatamente eu corei até a raiz dos cabelos, querendo me bater pelas minhas palavras. – Porque não vai tomar um banho e eu vou conversar com Ray.

– Ok. – Murmurei lentamente e girei o corpo, caminhando até meu banheiro.

Tudo bem, talvez eu estivesse um pouquinho lenta. Só talvez. Encarei a mim mesma pelo espelho do banheiro, decidindo-me sobre a noite passada. Meus olhos estavam um pouco inchados, porque eu, inevitavelmente chorara durante alguns minutos. Mas, fora isso, tudo ainda estava normal.

Exceto pelo cheiro de Oliver impregnado em minha pele.

Balancei a cabeça, afastando da mente os péssimos pensamentos e me encaminhando para o chuveiro.

Hora de acordar, Felicity!

Assim que cheguei até a minha sala, encontrei Ray falando ao celular. Ele gesticulava e falava em um tom baixo e rápido, parecendo estranhamente irritado. Eu nunca o vira tão irritado, na verdade. Oliver estava de braços cruzados, apoiado em minha bancada, parecendo ainda mais irritado.

– O que houve? - Perguntei aproximando-me de Oliver.

Ele encarava Ray com seu pior olhar matador de anjo. Uh e isso era péssimo.

– Acho que vocês precisam ter uma conversa. - Oliver praticamente rugiu as palavras, lançando outro olhar irritado para Ray. - À propósito, eu disse que não gostava dele. - Resmungou e então, se aproximou ainda mais, pousando as mãos em meu rosto e depositando um beijo em minha testa. - Estarei lá dentro, caso precise.

Eu observei, com cara de boba, Oliver me dar as costas e seguir em direção ao meu quarto, meu coração repentinamente acelerado. Me virei para Ray, observando-o nervosamente passar os dedos pelos fios arrumados.

– O que houve, Ray? – Perguntei mais uma vez, cruzando os braços contra o peito, um ato ridículo de auto-preservação. Fazia tempo que eu não me sentia de fato, insegura. Ray nunca deixara isso acontecer.

Mas o que quer que houvesse irritado Oliver a ponto dele claramente demonstrar isso em suas ações... Não podia ser bom. As possibilidades passavam pela minha mente de formas infinitas. Será que Ray tinha uma amante? Ele queria terminar o namoro? Iria me demitir ou acabar com a minha vida de alguma forma dramática?

– Felicity... – Ele caminhou até mim, parando em minha frente. As mãos foram diretamente para meu rosto, segurando-o. Notei que estavam geladas e parte de mim constatou que nem isso fez com que a costumeira corrente de energia corresse por meu corpo – como acontecia com Olie. – Eu preciso contar algo a você. Antes de qualquer coisa... – Ray suspirou e eu franzi as sobrancelhas, apreensiva. – Eu sinto muito ter mentido.

– Ray, o que foi?

– Há alguns anos, eu tive um envolvimento com uma mulher. – Ele suspirou, os olhos afastando-se dos meus e vagando por algo além de mim. – Eu a amava e íamos nos casar. Mas... Houve um desentendimento e nós nos separamos. Foi há muito tempo, muito antes de te conhecer.

– Ray...

– Felicity... Jean está aqui. – Ele balançou a cabeça, atordoado. – Eu soube há alguns dias e não sabia a forma certa de contar a você. Ela e eu... Nós temos um filho juntos.

Eu abri a boca chocada.

– É... O que?! Um filho? Você sabe disso há dias e só me conta agora? – Eu me desvencilhei de seus braços bruscamente. – Ray! Como você esconde algo assim?!

Ray balançou a cabeça, observando-me com pesar.

– Eu só... Estive tão ocupado tentando entender que não consegui dividir isso com você, Felicity. Desculpe-me. – Ele suspirou, caminhando até o sofá, jogando-se sobre ele como se o corpo pesasse demais. – Eu não queria que isso se tornasse um peso para você.

– Não ia. – Eu entreabri os lábios, chocada com sua constatação. – Estamos juntos há três anos, Ray. Éramos amigos antes disso, como pode pensar que eu simplesmente... – Balancei a cabeça, e então, a ideia me ocorreu. – Você a ama? É isso? Está confuso?

Ray voltou seus olhos para mim e eu soube. Ele realmente estava confuso.

– O anel... Não vai me dar, não é? – Murmurei e de repente, senti o chão sumir abaixo dos meus pés. Meu Deus! Isso era realmente uma coisa grande. Me apoiei sobre a bancada, encarando. – Você ainda a ama. – Constatei o óbvio.

– Sim, Felicity. – Respondeu depois de alguns minutos e eu caminhei até o sofá, sentando-me ao seu lado. – Ver Jean foi diferente, eu me senti diferente... – Eu o encarei, o brilho no olhar de Ray confirmava isso. E era chocante constatar que eu jamais percebera como vinha estando diferente nos últimos dias. Chocante porque bem, eu estava tão envolvida com Oliver que não me dera conta de que meu namorado estava absurdamente estranho e chocante principalmente, porque, apesar de estar assustada, surpresa, e levemente magoada, dentro de mim mais que tudo, eu estava aliviada.

Estar obviamente apaixonada por Oliver, constatar em dois dias uma coisa que neguei por anos foi simplesmente... Assustador. Eu não queria trair Ray, trair sua confiança. Não queria perdê-lo.

Eu não sabia como me sentir a respeito do fato de que nunca o tive realmente. Só podia discernir, em meio a confusão de sensações, o alívio.

Eu não era a única.

– Eu entendo. – Respondi finalmente, pegando uma de suas mãos nas minhas.

Ray me lançou um olhar surpreso.

– Não que eu não queira tipo, te bater ou algo do tipo, isso é uma coisa que a gente diz imediatamente e não depois de dias... Eu só... Eu entendo, Ray. Não estou com tanta raiva de você assim, acho que vai passar.

Ray sorriu e então, ficou me olhando por tanto tempo que senti minhas bochechas corarem com a inspeção.

– Eu ia te contar no jantar. – Ele sussurrou baixinho. – Mas você parecia tão alheia, tão preocupada... Então eu mudei de ideia. E aí, Jean telefonou porque Benjamim estava doente e ela precisava de ajuda. Eu não consegui pensar em nada... Só nele.

– E o anel? – Voltei a perguntar, sem deixar de sentir uma pontada de mágoa. Eu me sentia quase iludida, na verdade. Eu pensara que ia ser pedida em casamento... Mas, eu queria realmente aquele pedido? – Eu o vi, em seu casaco, uma semana antes.

– Estava com Jean.

– Você deu aquele anel para ela? – Minha sobrancelha se arqueou em choque. – Era um belo anel. – Comentei quase ofendida e Ray riu.

– Era da minha avó e você a odiava.

– É verdade. – Concordei finalmente. Eu odiava mesmo a avó de Ray, ela era tão chata e arrogante.

– Felicity, me perdoe.

Eu encarei os olhos de Ray, observando-o com atenção, os olhos escuros encaravam-me arrependidos e chateados. Mas ainda estava lá, o brilho que eu notara nos últimos dias. Ray realmente a amava. Eu não queria fazer um drama do tipo “você realmente me amou?” Ray e eu sabíamos que nossa relação se baseava principalmente, no companheirismo. Ele fora meu bálsamo durante a partida de Oliver e agora, eu notara que fora o dele após a partida de Jean.

– Você vai ser um pai incrível, Ray. – Eu sorri confiante, apertando seus dedos contra os meus e Ray sorriu, finalmente, puxando-me para um abraço. – Obrigada, Ray. – Eu o apertei o máximo que pude, tentando demonstrar o sentimento dentro de mim.

Não havia mágoa, de forma alguma.

Ray sempre seria meu amigo, mas havia outra pessoa, alguém mais importante, que sempre seria meu verdadeiro amor.

– Ele é um cara incrível. – Comentou Ray em meu ouvido, como se lesse meus pensamentos. – Eu deveria me sentir ofendido, acho. Mas, fico feliz por você, Felicity. E não se deixe enganar. Ele a ama.

Eu me afastei, encarando-o surpresa. – Porque acha isso?

– Bem, ele te olha da mesma forma que você o olha. – Eu corei, por ser tão evidente assim. – Isso só pode significar amor. – Ray depositou um beijo em minha bochecha, dando-me as costas.

Eu me sentei no sofá, chocada com os últimos acontecimentos. Mas, tudo que me vinha à mente era a frase de Ray.

Oliver me ama?


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Notas finais do capítulo

Hey gente. O que acham do segredo do Ray? Eu não queria ele como vilão sabe? E precisava tirar ele da jogada pra desenvolver o relacionamento Olicity, então pensei "porque não?". Acho legal o Ray ter uma família e tudo o mais e vocês ainda verão ele pela história. E ao Diggle também. Felicity e Oliver os terão como conselheiros, e acreditem, eles vão precisar. ksaoskosaksa. Espero que tenham curtido!