Eu não quis jantar naquela noite, estava chateada por Ellie ter pensado que eu ficaria com raiva dela por ter dormido com meu irmão. Como eu não comia apenas por mim, Ellie apareceu na porta.

– Oi...

A olhei e desviei logo o olhar.

– Fê. – Ela disse manhosa.

Se aproximou com um prato de comida na mão. Sentou na cama e me deu. Não resisti, era macarrão. E eu amava o macarrão dela!

– Desculpa por não te contar sobre nós dois.

– Acha que eu estou raiva por isso? – Perguntei indignada.

– Então... É pelo o que? Por eu ter escondido de você?

Revirei os olhos.

– Por você ter achado que eu seria idiota o suficiente pra ficar com raiva de você por ter dormido com o Du! – Exclamei.

– Não ficou? – Ela perguntou esperançosa.

– Claro que não, idiota. – Disse pondo uma garfada na boca.

– Que bom. – Ela disse aliviada – Desculpa... Por ter pensado isso e por não ter contado desde o começo.

– Quando começou? – Perguntei comendo – Eu escutei vocês na casa de campo.

Ela engoliu em seco.

– Bem... – Deu risadinhas – Foi... Mais ou menos... Na época que você descobriu que estava grávida. – Ela disse pausadamente.

Arregalei os olhos, tentando não dizer nada para não engasgar.

– Como é que é? – Perguntei.

– É né... – Ela deu um sorriso sem jeito – Bem,... Depois que acordamos abraçados naquela vez, as coisas ficaram um pouco estranhas, mas fingíamos que estava normal. Só que mudou um pouco quando você contou a Micael sobre o bebê. Vocês ficaram tanto tempo conversando no quarto que eu fiquei preocupada. Du pôs o braço em volta do meu ombro, pra me acalmar. Aí... Eu me encostei nele. Acho que foi o clima, sei lá, mas nos olhamos e acabou rolando um beijo.

Apertei os olhos em sua direção, rindo.

– E... Quando foi exatamente que vocês começaram a dormir juntos?

– Um tempo depois que Micael veio morar aqui. – Ela deu uma risada sem jeito – Vocês voltaram né, aí eu fui contar pra ele animada. Mesmo com as brigas frequentes de vocês. – Ela riu – Só que quando ele abriu a porta do quarto, me beijou do nada e me puxou pra dentro.

– Aquele pervertido. – Fiz cara de tédio – Mas... Como foi? Sabe. Você era virgem.

– Eu sei. E isso foi o mais engraçado. – Ela riu – Ele não sabia. E quando contei naquela hora ele pareceu ter ficado feliz por ser meu primeiro.

Sorri.

– Tá. – Disse eufórica já voltando ao normal – Chega do romance. Como foi?

– Ah, você sabe.

– Não, não sei. – Ri – Eu faço com Micael, por favor. Quero detalhes. Aquele imbecil te tratou bem?

– Tratou. – Ela abriu um largo sorriso – Detalhes né? Bem...

Ellie disse que quando contou a ele, meu irmão sorriu admirado. Não esperava que ela fosse virgem com aquela idade, se bem que nunca a viu com ninguém. Como o safado que era, ele tinha uma caixa de camisinhas no criado-mudo.

Ele beijava o pescoço dela, deixando-a sem ar. Levantou seu vestido e o tirou. Ellie disse que ele gostou do conjunto de sutiã e calcinha dela, eu tive que rir com isso! Ele a fez se sentar e deitar enquanto se beijavam. Tirou a roupa e se deitou com ela. Eles se cobriram rindo, não acreditavam que estavam fazendo aquilo.

Ela pediu pra ele ir devagar, ele riu. Tirou o sutiã e calcinha dela calmamente. Começou a beijá-la e a descer os beijos pelo corpo dela. Quando chegou no lugar que queria, ela perdeu o ar apertando o travesseiro. Ele subiu logo depois e voltou a beijá-la na boca, pegando a camisinha em cima do criado-mudo. Ela o deteve, dizendo que queria senti-lo. Ele apoiou lentamente o braço de volta na cama e abriu um leve sorriso, beijando-a. Apertos leves na cintura dela, gemidos baixos no ouvido dele, apertos na coxa dela, apertos nas costas dele, suspiros longos. E por fim, estavam deitados, ofegantes. Pelo menos até ela subir em cima dele, querendo mais.

– Você não usou camisinha, sua idiota?! – Perguntei espantada – Olha no que deu isso aqui? – Pus as mãos na barriga rindo.

– Foi só no começo, depois ele colocou.

– Hum. – Resmunguei – Não doeu não? Sabe, você quis mais. Que estranho. – Ri.

– Não muito. Acho que foi por isso que ele começou de baixo. – Ela ria.

Era muito estranho falar da vida sexual da minha melhor amiga e do meu irmão. Mas eu estava animada, nunca tínhamos conversado disso com as duas sabendo qual era a sensação!

– Bom pra você. – Sorri sem graça.

– Doeu muito com você?

– Foi uma merda. – Disse com cara de tédio – Mas aquele imbecil não sabia fazer nada direito mesmo. Não me admira que com sexo fosse diferente. Mas... – Sorri – Às vezes eu queria que tivesse sido com Micael. Ele é muito melhor. – Suspirei – Com certeza teria sido incrível.

Ela riu.

– Ai, que estranho! – Exclamei rindo.

Rimos juntas. Depois que conversamos, voltei a me socializar em casa. Disse a Du que se ele a magoasse eu ia cortar o pinto dele enquanto dormia. Ele engoliu em seco, mas balançou a cabaça, assentindo.

...

Estava lendo um livro de nomes de bebês na cama. Micael me pediu pra tirar minha “licença de maternidade” logo, ele estava preocupado de eu ir trabalhar com o barrigão. Não conseguia nem me abaixar direito! Às vezes eu conseguia convencê-lo, mas ele disse que quando eu passasse dos seis meses, pararia até depois do parto. Palhaçada, desde quando ele acha que pode me mandar?

Enfim, Micael chegou e me viu lendo.

– Pensei que já tinha escolhido o nome.

– E eu já escolhi. – Disse.

– Então está lendo isso pra que?

– Só vendo outros nomes. Mas já decidi.

– Hum. – Ele deitou do meu lado – Que tal Max?

– Não é nome de cachorro? – Quis rir.

– Não se a gente não quiser. – Ele sorriu – É Allana?

– Não.

– Elizabeth.

– Não. – Ri.

– Lavínia?

– Não! – Exclamei rindo – Não vou contar, mas acho que você vai gostar.

– Deixa eu ter certeza, então. – Ele disse, começando a beijar meu braço.

– Pára. – Cantarolei – Continua com os nomes.

– Por quê?

– Porque se for pra você ficar me xavecando, é pra ter um objetivo em comum.

– “Xavecando”? – Ele riu – Não vou fazer isso mais. Não com o bebê aí dentro. Mas...

Ele me deitou ficando em cima de mim, apoiando os braços da cama.

– Pára de reclamar. – Ele começou a beijar meu pescoço – Eu que estou ficando maluco.

Eu ri, bufando.

– Quero que nasça logo!

– E eu que você volte ao seu corpo logo! – Ele disse rindo.

Exclamei, abrindo a boca indignada, rindo. Dei tapas de leve nele. Micael só ria!

Ah, meu bebê, por favor, nasça logo. Seu peso está ficando maior!