O babaca do amigo do meu irmão 2ª temporada escrita por Lailla


Capítulo 7
Cão e gato


Notas iniciais do capítulo

Só pra avisar logo, esqueci de dizer que na casa deles tem uma lavanderia >.< Só pra na hora que lerem não ficarem meio perdidos hihi



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Eu estava com 5 meses. Micael e eu voltamos a brigar por qualquer coisa. Começou mais cedo do que eu esperava. Minha barriga estava maior e as dores nas costas começaram. Fora que Micael não queria mais transar comigo! Du o perturbou tanto falando que ele estava cutucando o bebê, que Micael disse que não iria fazer mais. Pelo menos até depois que o bebê nascesse. Fala sério! Dores nas costas, meu corpo inchado, meus seios maiores e pesados de leite estavam começando a me irritar. Eu sabia que iria mudar, só que... Que merda! Eu parecia um balão! E Micael não ajudava muito prolongando nossas brigas com os seus argumentos certinhos!

A briga idiota da vez era onde ficaria o berço do bebê. Ele deu a ideia de desmontar o meu quarto escuro e montar o quarto do bebê. Quase o xinguei!

– Ele tem que ficar com a gente. – Eu disse.

– Por que não pode desmontar o quarto?

– É o meu trabalho! Tá maluco?

– Mas o quarto é na frente do nosso. – Ele disse – Por que não monta de novo na lavanderia?

– Porque é a lavanderia! – Cruzei os braços – Quando eu tenho um quarto escuro descente você quer que eu o mude pra lavanderia?!

– Então tá bom, deixa o bebê sem quarto! A gente coloca ele no fundo corredor. Que tal?! Não, não! No canto da cozinha! Entre o fogão e a geladeira. Vai ser perfeito pra um bebê!

– Não vai desmontar meu quarto! – Insisti, falando lentamente pra ver se ele entendia.

– Por que você não consegue ceder uma coisa?! – Ele disse fazendo o número um com a mão.

O encarei. Ele ia falar mais alguma coisa, mas eu pus a mão na barriga mudando a expressão. Me aproximei daquele imbecil – que raiva dele naquele momento! – e peguei sua mão pondo-a na minha barriga. Ele franziu a testa.

– Ele...? – Ele tentava formular uma frase, admirado.

Ela está chutando. – Abri um sorriso.

Micael sorriu.

– Que maneiro... – Ele deixou o ar escapar.

Eu ri com sua expressão. Ele passava a mão pela minha barriga sentindo os pequenos chutes. O bebê era bem agitado. Eu ri.

– Sabe o que ele está tentando dizer? – Ele disse.

– O que? – Sorri.

– Pra você calar a boca.

Fiz cara de tédio. Dei um tapa de leve nele.

– Idiota.

Micael me fez sentar na cama, se sentando ao meu lado ainda com a mão na minha barriga. Eu o olhava, ele sorria. Sorri. Acho que aquilo funcionaria mesmo. Só o bebê pra nos fazer parar de brigar. Mas quem sabe? Eu o amo mesmo né.

...

Esperamos eu chegar aos cinco meses de gestação para ter certeza absoluta do que seria: menino ou menina. Nós dois estávamos na sala de espera para a ultrassonografia. Eu fazia carinho com os dedos na minha barriga. Micael me fitou querendo rir, me vendo fazer aquilo.

– Quer deixar a aposta mais interessante? – Ele perguntou.

– Como? – Perguntei desconfiada.

– Que tal a gente só saber o que é na hora que nascer?

Eu ri, seria interessante mesmo.

– Está com medo de perder? – Dei um meio sorriso, confiante.

– É ruim hein! – Ele sorriu vitorioso – Só acho que seria bem interessante.

– Hum. – Fiz um bico pra não rir – Também acho. Mas...

– O que?

– E as roupas? O bebê já tem que ter roupas quando nascer.

– Hum. – Ele pensava – Que tal...

Eu esperava.

– Deixar isso com Du e Ellie.

– Tá doido né. – Fiz cara de tédio.

Ele riu.

– Du é meio retardado. Que nem você. – Ele tombou a cabeça levantando as sobrancelhas. Continuei com minha cara de tédio – Mas Ellie equilibra. Ela é mulher, não vai deixar ele fazer merda.

– Hum. – Pensava franzindo a testa.

– E se eles fizerem isso juntos, vai dar pra saber se estão juntos mesmo.

Abri um leve sorriso.

– Certo. – Levantei a mão. Ele a apertou.

Dois meses desde o natal e não conseguimos descobrir nada! Mas eu tinha certeza que rolava algo entre aqueles dois! Queria que ela me contasse logo. Comecei a achar que ela pensava que eu ia dar um ataque. Fala sério!

A recepcionista disse que poderíamos entrar. O médico passou aquele gel na minha barriga e começou. Fazia cócegas. Começamos a ouvir as batidas do coração do bebê e sorrimos.

– Ele é bem forte. – O médico sorriu – É saudável.

Sorri.

– Bem... – Ele olhava para a tela – Querem saber o sexo? – Ele nos olhou.

– Não! – Dissemos em coro.

O médico ficou surpreso. Tenho quase certeza que ele quis rir.

– Certo...

Ele desenhou e digitou algo na tela. Pôs a foto e um papel na pasta. Disse que o sexo estava escrito no papel caso mudássemos de ideia. Olhei para Micael apertando os olhos. Nossa aposta ainda estava de pé. Nenhum dos dois saberia até o bebê nascer!

Ao sairmos do consultório fomos embora e o médico falava com a recepcionista.

– Eles são um casal bonito. – Ela disse.

O médico riu.

– Bem exóticos.

...

Fomos para casa de carro. Quando chegamos, Du e Ellie estavam na sala. Esperavam por nós.

– Então? – Ellie perguntou ansiosa.

– Ele é forte e saudável. – Sorri.

– Ele? É ele? – Du perguntou já comemorando.

– Não! – Eu disse rindo – Nós vamos esperar até ele nascer.

– Que?! – Ele exclamou indignado – Como assim? E as coisas pro bebê?!

– É pra isso que vocês estão aqui. – Micael deu um meio sorriso.

Os dois se entreolharam.

– Vocês vão comprar as roupas pro bebê. Tudo que tem a ver com cores, entendeu? – Eu disse – Nós dois conversamos e vamos comprar os móveis.

– Tá. – Ellie disse animada – A gente vai saber? Como? Como?

Dei a ela a pasta do bebê. Os dois abriram e procuraram onde estava escrito o sexo. Ellie exclamou eufórica, olhando para Du. Ele perdeu o ar. Olhei para Micael, segurando seu braço, quase desistia da nossa aposta. A reação dos dois não me ajudou a me manter firme.

– Não. – Micael cantarolou.

Fiz uma expressão frustrada e encostei a testa no ombro dele. Queria tanto saber! Eles fecharam a pasta, ainda rindo, e deram a Micael. Ele tratou de escondê-la de mim, além de fazer Ellie prometer que todas as roupinhas que eles comprassem, ela esconderia em seu armário. Era o único que tinha chave!

Micael deu aos dois seu cartão de crédito, pedindo pra ter muito cuidado com ele. Quase chorava enquanto dava o cartão a Du. A dupla dinâmica disse na hora que iria comprar passagens para o Havaí. Micael fez cara de tédio e eu ri.

...

Como o dilema do quarto do bebê ainda não estava resolvido, resolvemos abrir um pequeno espaço no meu quarto para pôr o berço e o trocador de fralda pelo menos. Era num canto arejado, perto da janela e da minha cama. O bebê ficaria bem perto de nós, o que me deixou mais aliviada.

Eu observava Micael arrastar a estante pra mais perto da parede, perto do banheiro. Ela era alta, mas de uma largura média.

– Eu juro... – Ele gemia enquanto arrastava – Vou tirar aquele quarto escuro de lá.

– Run. – Resmunguei – Duvido.

Ele parou de repente.

– Duvida?

– Não. – Arregalei os olhos. O conhecia muito bem.

Ele bufou.

– Por que mesmo você não me deixou tirar os livros dessa merda?

– Porque eu não vou lembrar onde estavam. – Disse, comendo manteiga de amendoim com biscoito na cama.

Uma vez, de madrugada, acordei Micael pedindo pra ele comprar manteiga de amendoim. Eu precisava muito! Desejava aquilo mais que tudo! Ele bufou e voltou a dormir, estava tudo fechado. Não consegui dormir direito. De amanhã bem cedo, o acordei de novo e ele saiu irritado. Rodou de carro todos os lugares que poderiam ter o que eu queria. Quando finalmente chegou em casa e me deu o pote, eu disse que queria biscoito recheado. Ele quase tacou aquilo na minha cabeça. Mas sua segunda saída não foi em vão. Eu comia a manteiga de amendoim com o biscoito recheado. Porém... Não era recheado com a manteiga de amendoim, eu fazia uma mistura muito estranha com tudo aquilo. Colocava o biscoito dentro do pote e depois comia. É tanta coisa estranha que a gente come quando está com desejo...

– Você leu todos eles? – Ele apontava pra estante. Era lotada de livros.

– Aham. – Afirmei com a boca cheia.

Ele me olhou e fez cara de tédio.

– Por isso que tá gorda.

– Eu não estou gorda! – Exclamei – Estou fofinha. – Dei de ombros.

– Com essa cara de bolacha?

Joguei um biscoito nele. Ele o pegou no ar e comeu, rindo. Eu sabia que ele estava me sacaneando. Eu não estava gorda, só um pouco inchada. Culpa do filho ou filha dele!

– Tá... Me ajuda. – Ele disse tirando um livro da estante.

– Não tira. – Pedi.

– Vai me ajudar? – Ele ignorou.

– Não. – Fiz cara de tédio.

– Então comi isso aí e me deixa trabalhar.

Micael tirou todos os meus livros e os colocou em cima da cama. Arrastou a estante com mais facilidade e pôs os livros de volta, sem se importar se estavam nos lugares certos. Só pra me irritar, só pode!

Dei um sorriso, continuando a comer. Aquele palhaço irritante...

...

Alguns dias depois, e Ellie fazendo o que Micael pediu, nós dois estávamos na loja de bebê. Víamos os berços e eu os nomes bordados em toalhinhas.

– “Marina”? – Micael perguntou lendo a toalha que eu segurava.

– Sempre gostei desse nome. – Sorri.

– Vai ser esse?

– Não. – Pus a toalha no lugar.

– Então qual?

– Surpresa. – Sorri me virando pra ele.

Ele riu.

– Eu estava pensando em Matheus ou Marcelo.

– Hum, não. – Fiz careta.

– Heitor?

– Não. Isso aqui não é filme de Troia. – Ri.

– Ah, não tem nada a ver. – Ele disse querendo rir – Xavier, então. – Ele brincou.

– X-men agora? – Ri.

Ele caiu na gargalhada.

– Tá... A gente nunca vai concordar mesmo.

– Concordo. – Ri.

Ele pôs o braço ao redor no meu pescoço e me beijou. Como não sabíamos o que era ainda, compramos um berço branco e deixaríamos o resto com Ellie e Du. O berço chegaria em algumas semanas. Micael me fez um mimo no caminho e fomos para casa. Falávamos de nomes para o bebê enquanto eu comia minhas rosquinhas. Depois ele reclamava que eu ia ficar gorda!

Nós ríamos por não concordarmos em nada e em vinte minutos, que pra mim passou voando, chegamos em casa. Joguei a embalagem fora e ele foi para o quarto. Quando passei pelo quarto de Du, ouvi algo. Parei na hora e recuei alguns passos. Arregalei os olhos já rindo e fui chamar Micael. Era uma merda não poder correr!

Ele foi rápido para a porta de Du e se agachou, encostando a orelha na porta. Não tinha como eu me abaixar, então apenas encostei a orelha na porta. Eles gemiam sem parar, nós tentávamos não rir.

– Porra, ele demora pra caralho. – Micael sussurrou.

– Cala a boca. – Sussurrei – Você também demora. E eu agradeço.

Ele deu um leve tapa em minha perna. Eu ri. Acho que foram mais de meia hora os dois gemendo. Ellie, sua vaca sortuda, eu que queria estar fazendo trancada no quarto naquela hora! Quase dei um tapa na cabeça de Micael de raiva. Quando finalmente acabou, ele me pediu um grampo. Fui no quarto buscar e dei a ele.

– Você sabe mesmo abrir isso? – Sussurrei.

– Com quem que você acha que Du aprendeu a fazer isso? – Ele torceu a expressão. Começou a mexer na fechadura.

– Safado. – Sussurrei, rindo.

Ele abriu a porta mais rápido que Du, na vez que nos pegaram na cama, quer dizer, no chão. Arregalei os olhos e pus as mãos na boca. No fundo, bem no fundo, pensei que não fosse Ellie. Mas era ela mesma!

Os dois estavam pelados debaixo do cobertor, e naquele momento, sentados com a expressão de espanto. Foram pegos no flagra! Micael começou a rir, levantando. Os dois não sabiam o que dizer.

– Hum... Fê... – Ellie tentava dizer algo – Nós... aham...

Abaixei a mãos, surpresa. Não acredito que ela estava fazendo aquilo.

– Você acha... Que eu vou brigar com você? – Levantei as sobrancelhas, mais que surpresa.

– É que...

Bufei chateada e saí andando. Bati a porta do quarto. Micael olhou pra eles, confuso e depois na direção que eu fui.

– Felícia. – Ele me chamou indo para o quarto.

Como ela pôde pensar que eu ficaria com raiva dela?! Poxa, era eu! Pra mim, ela conseguir o que tanto queria era uma vitória, algo bom né? Ela pensou que eu ia ficar com raiva dela por dormir com meu irmão?! Não sou nenhuma adolescente idiota pra pensar isso! Somos adultos, por mais estranho que isso seja!


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Notas finais do capítulo

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