Paixões gregas - Destinos Cruzados (Degustação) escrita por moni


Capítulo 7
Capitulo 7


Notas iniciais do capítulo

Oi gente! Mais um capitulo espero que gostem.



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Pov – Heitor

─Heitor, como vão as coisas? – Leon me pergunta assim que atende o telefone.

─Bem. As coisas estão indo bem. – Respondo de pé olhando a noite pela vidraça do meu apartamento, a droga do meu apartamento que antes eu amava e agora acho grande, frio e sem graça.

─Tem certeza? Quando vocês vêm?

─Ainda não falei com elas, meu plano é chegar aí no próximo fim de semana, Lizzie tem apresentação de ballet na quinta, depois na sexta é seu último dia de aula, então mandei preparar o jato para o sábado bem cedo.

─Certo, vou avisar Lissa para organizar tudo e avisar os outros, quero todos aqui para recebe-las. As duas, não é?

─Lizzie nem iria sem a Liv e eu... eu quero que ela vá.

─Heitor não era melhor me dizer logo o que está acontecendo? – Ele está certo, preciso falar sobre ela e não pode ser com os outros dois. Nick vai me mandar não misturar as coisas, Ulisses vai fazer piada, e Lissa não é muito boa ideia, ela vai adorar e querer que me case ou odiar e me mandar ficar longe.

─Leon, a Lissa, ela é linda, chama atenção onde passa, como se sente quando está com ela e todo mundo fica olhando?

─Eu? Bom acho que fico orgulhoso, é minha esposa, então os outros só podem mesmo olhar.

─Não sente raiva? Não quer leva-la para casa? Não tem medo que um desses olhares cruze com o dela e ela goste?

─Isso é sobre Lizzie ou sobre Liv. Estou meio confuso.

─Sobre Liv.

─Se sente assim? Andou saindo com ela, o que está acontecendo?

Saio da janela, me sento numa poltrona, adorava me sentar aqui a meia luz e ler um pouco antes de dormir e agora parece coisa de gente velha e solitária. Queria uns brinquedos pelo caminho, o riso de Lizzie, o perfume de Liv.

─Heitor! – Leon me desperta.

─Não esqueci o beijo, tentei evitar, mas a gente se vê todo dia, ela é especial comigo, com a minha relação com Lizzie. Pensei que era por isso apenas, que estava confundindo as coisas, até hoje, passamos o dia juntos e passeamos, ela chama atenção, é sensual, elegante, tem uma beleza discreta e meio misteriosa. Não sei, um ar família, os caras...

─Teve ciúme? Isso tudo é para dizer que teve ciúme dela?

─Nunca senti isso na vida, nunca liguei a mínima se olhavam ou não para uma mulher me acompanhando, acho que nunca nem pensei nisso, mas com ela. E quando chegamos, bom eu me dei conta que estava fugindo como um idiota e nos beijamos e decidimos deixar acontecer.

─Isso é bom, não acha?

─Eu propus algo mais reservado.

─Ela aceitou?

─Sim, ela tem medo de confundir a Lizzie.

─Que bom então, acho que agora é ver no que dá.

─Só que... Odeio me despedir delas, odeio que fico aqui sozinho e elas lá. Quando soube que era a Lissa?

─Quando coloquei meus olhos nela. No segundo que a vi.

─No segundo que coloquei os olhos nela eu estava com raiva, mas agora...

─Heitor, aqui vão ficar perto um do outro o tempo todo e vai poder ter certeza do que sente e do que ela sente.

─Liv sabe o que quer, me enfrenta, adoro como é corajosa, não me deixa fazer as coisas do meu jeito.

─Que bom. Admiração é bom.

─Ando querendo agrada-la, elas vêm almoçar aqui e queria que ficassem para sempre.

─Para sempre? Isso vai matar o Nick e o Ulisses.

─Pode dizer para o Ulisses não ficar jogando charme para ela quando chegarmos?

─Posso, mas aí é que ele vai jogar.

─Tem razão.

─Acho que essa sua insegurança melhora quando se entenderem de vez, se acontecer é claro.

─Acha que quero isso? Me entender com ela?

─Me diz você. É isso que quer?

─Não sei, só liguei para pedir que fique de olho em mim, se fizer uma loucura me interna, eu não sou assim, sou o cara centrado, o sensato como dizem e não estou me sentindo nada assim.

─Tudo bem, eu faço isso. – Leon ri de mim, na minha cara, escuto sua gargalhada.

─Só para te divertir um pouco mais eu andei de mãos dadas dentro de casa com ela hoje, e precisa entender que a casa toda dela deve ser menor que sua cozinha. Quer dizer, tive medo de pedir para fazer uma trança nos cabelos dela.

─Não sei se ajuda Heitor, mas eu sou mais feliz hoje do que era antes de Lissa, essa coisa de os Stefanos não se casam... Isso é bobagem.

─Quem falou de casamento? Ficou louco? Peço para ficar de olho em mim e me propõe casamento?

─Heitor eu já sou casado, não propus casamento.

─Eu chego aí no sábado. Tchau.

Eu desligo, esses Stefanos só servem para me confundir. Vou para a cama, para que um homem sozinho precisa de um apartamento tão grande? Devia morar no sofá do escritório.

Adoro quando o dia amanhece, ando pela casa verificando se está tudo em ordem, quero recebe-las numa casa limpa, a casa delas é sempre organizada e perfumada.

Perfumada porque a mulher é um demônio e me impregna com aquele cheiro dela, tudo naquele lugar tem perfume de Liv. Conto os minutos até ser hora de encontra-las, dirijo feliz para busca-las, toco a campainha e quando ela abre a porta tenho mais certeza que é isso que quero.

─Oi. – Ela sorri.

─Senhor Heitor! – Lizzie corre para mim e a ergo no colo, o abraço apertado compensa o senhor Heitor que nunca vira papai.

─Princesa! – Eu a beijo, ela sorria com o rostinho iluminado.

─A gente está pronta! – Lizzie me diz, eu a coloco no chão.

─E lindas, as duas. – Meus olhos encontram os de Liv mais uma vez e quero beija-la. – Acho que devia levar umas bonecas. Por que não vai busca-las?

─Legal! Posso mamãe? A boneca nova e os jogos e depois a gente joga os três.

─Claro solzinho.

Assim que Lizzie corre para o quarto eu puxo Liv para meus braços, aspiro seu perfume quando ela passa os braços por meus ombros e então eu a beijo, não faz doze horas que a beijei e já sentia falta.

Adoro seu sabor, o modo como o beijo funciona entre nós dois. Depois nos afastamos e ela olha em direção ao quarto.

─Isso... Ela vai perceber Heitor.

─Acho que sim! – Digo despreocupado. Liv abre a boca para dizer qualquer coisa, mas Lizzie retorna carregando bonecas e caixas, toda atrapalhada me fazendo rir.

─Que pesado! – Ela diz e não era preciso.

─Eu vou buscar uma mochila para colocar tudo isso. – Liv nos deixa sozinhos, vejo sobre o sofá fotos espalhadas. Me aproximo.

─Eu e a mamãe estamos fazendo umas coisas com essas fotos. – Lizzie me avisa.

─Quem é essa? – Pergunto mostrando uma foto de um casal. A moça parece Liv.

─Esse é o pai da minha mãe Liv e essa é a mãe dela, no dia do noivado deles, minha mãe me mostrou hoje.

Olho direto para a mão da moça e vejo o anel, uma ideia passa por minha cabeça, sorrio.

─Princesa pode ver se Liv precisa de ajuda? – Ela corre para o quarto e escondo a foto comigo, vou encontrar esse anel. Ela vai ter a joia de família de volta, mas até lá não precisa saber.

Abro a porta do meu apartamento interessado em saber o que acham, essa é a casa de Lizzie, um dia, não importa o que aconteça, ela ainda vai morar aqui.

Mostro os cômodos, meu quarto, os quartos de hospedes, um deles será de Lizzie, mas não digo a ela, vou mandar um decorador cuidar para que fique com a cara dela. Depois eu conto.

─Sua cama é bem grande em! – Lizzie me diz quando voltamos para sala. ─Eu vou ficar brincando lá com as minhas bonecas, posso?

─Sim. Onde quiser princesinha. – Ela sorri, arrasta a mochila para o quarto. ─Vai querer um ajudante de cozinha?

─Estou contando com isso. – Liv me diz e seguro sua mão, trago para meus lábios e beijo.

─Vem.

Vamos para cozinha, ela olha em volta, se vira me procurando e dá de cara comigo, eu a envolvo. Não a beijei o bastante, afasto seus cabelos, beijo seus lábios, um longo beijo.

─Daqui a pouco ela invade a cozinha, vem me ajudar, não sei onde encontrar nada.

─Nem eu. – Aviso e Liv me sorri. – É como eu disse, comida congelada todas as noites.

─Era assim, agora não é mais, não sou a maior cozinheira do mundo, mas...

─Adorei todos os jantares. – Ela abre armários, separa talheres, panelas, fico em volta dela, pico tomates, lavo louça, roubo beijos, e nada de Lizzie ajudando. – Aquela garotinha não disse que queria ajudar?

─Ela está encantada com o apartamento, deve estar conversando com as bonecas.

Liv montava o prato para levar ao forno, paro atrás dela, afasto seus cabelos com o queixo e beijo seu pescoço, sinto seu corpo reagir quando sorrindo ela se afasta.

─Heitor! – Eu passo meu braço por sua cintura, ela se volta para mim. Como se para isso? Não consigo ficar longe dela. Beijo Liv, ela se entrega, o celular toca e nos separamos, olho no balcão, é Lissa.

─Minha cunhada, se importa?

─Claro que não, quem sabe assim consigo terminar isso? – Beijo seus lábios de modo rápido antes de atender o telefone, não me dou ao trabalho de deixar a cozinha, em grego Liv não pode nos entender.

─Alô.

─Oi! – Sua voz ressoa do outro lado. – Não Luka, sozinho não pode, pede para o papai. – Sorrio, os dois sempre envolvidos com as crianças e um dia quero me sentir realmente assim. – Desculpe. Elas estão aí?

─Sim, estamos cozinhando. Quer dizer Liv está. – Olho para Liv, ela ligava o forno distraída. – Leon contou o que falamos ontem?

─Sim, estou tão ansiosa. Filma a apresentação de ballet e manda para a gente.

─Boa ideia, vou fazer isso.

─Está feliz? Você e Lizzie se entenderam, como pai e filha?

─Estou feliz, mas podia estar mais se não fosse o senhor Heitor.

─Com o tempo ela aprende.

─Não Lissa, ela me vê do mesmo modo que os gêmeos me veem, como um tio legal, e será sempre assim, eu não dou um último olhar em Lizzie antes de ir para cama, não a vejo acordar agarrada com seu coelhinho, não sei o que gosta no café da manhã. Não a deixo na escola antes do trabalho, é só isso, um tio legal, eu as queria aqui, nem que fosse por uns dias. Só para ela me ver como o pai.

─Tem incluído Olívia em tudo, já notou?

─Liv é a garota mais especial que já conheci e não estou conseguindo ficar longe dela.

─Finalmente um novo Stefanos apaixonado, aproveita isso e vem logo, quero ver como você é apaixonado.

─Tchau Lissa, dá um beijo nos garotos por mim. – Quando desligo Liv me olhava, tinha um sorriso suave no rosto, caminha para mim, me abraça e me beija, ela faz isso, é a primeira vez que parte dela e não de mim e me faz sentir especial.

─Vinte minutos e está pronto. – Ela me avisa com os olhos fixos em mim, parece mais feliz do que estava a cinco minutos e isso é estranho.

─E o que a gente faz com esse tempo? – Pergunto mergulhado em seus cabelos, com ela em meus braços.

─Já está pronto? – Lizzie surge na cozinha e nos separamos, é tarde, ela nos viu, mas não parece se importar, é como se fosse natural para ela.

─Quase, está no forno. – Liv diz corada.

─Então me chama quando ficar pronto, deixei o Aquiles lá com as meninas.

Lizzie corre de volta para o quarto, troco um olhar com Liv, ela está tensa. Isso é mesmo confuso para todos nós, menos Lizzie.

─ Não fica assim. – Trago ela de volta, Lizzie já viu mesmo, o bom é que Liv nunca foge, ela se encosta em mim.

─Ela nem te chama de pai ainda, eu chamo você assim o tempo todo para ver se ela ao menos me imita, mas não, sempre senhor Heitor e sei que isso é difícil para você, aí ela entra e nos vê assim? Ela nunca me viu nos braços de um homem, e parece que tudo bem.

─Nunca namorou ninguém desde que cuida de Lizzie? – Pergunto interessado. Ela se afasta para me olhar.

─Ninguém desde sempre. – Ela conta se encostando no balcão ao meu lado. – Minha mãe morreu quando eu tinha cinco anos, fiquei com meu pai, ele se casou com a mãe da Patrícia quando eu tinha sete, morreu quando eu tinha dezesseis, até aí eu só estudava. Depois não deu certo ficar morando com elas e fui morar sozinha, mas era muito novinha e morria de medo de tudo.

─Eu sei como é isso, por muito tempo eu e meus irmãos vivemos sozinhos, ainda crianças.

─Depois veio a Lizzie, eu só pensava em cuidar dela, além disso, tem tantas histórias, nunca iria arriscar a segurança da minha filha com um desconhecido.

─Não consigo imaginar você com dezoito anos sozinha com um bebê.

─Chorava junto com ela, Patrícia não desmamou a menina, só fez uma mala e partiu, ela não pegava a mamadeira e chorava de fome, eu chorava junto, balançava ela, levava ao pediatra quase todo dia. – Seus olhos marejam com a recordação e me dou conta de como tudo foi mais difícil do que pensei. – Acordava a senhora Adele no meio da noite com ela berrando pelos corredores do prédio. Eles foram ótimos comigo. Achava que um dia alguém ia se cansar e me denunciar e então me tirariam Lizzie, mas sempre me ajudaram. Um dia ela se acostumou com a mamadeira e tudo mudou, ficou forte, linda e a cada dia mais feliz.

É ela, é Olívia ou mais ninguém, a certeza me vem como um soco na boca do estômago, eu a amo e acho absurdo que tenha acontecido assim, de uma vez, fico um momento sem fala, perdido em seu olhar. Encantado.

─Fica aqui uns dias comigo, vem comigo levar Lizzie para conhecer minha família em Kirus. Me deixa ver como é cuidar da minha filha no meio da noite?

─Ficar aqui? No seu apartamento?

─Uma semana. Depois vamos para Kirus, conhecem a família, a Grécia, convivo com ela, duas semanas na ilha, uma aqui, é isso que peço Liv, três semanas, depois... Eu não sei... Me deixa tentar, me ajuda a ser pai.

─Heitor isso é muito rápido, ficar aqui, longe da escola, do senhor Flinn...

─Ele é importante para você, não é?

─Eu não tenho ninguém além dele, eu sei que parece estranho, mas é o mais perto que tenho de família.

─Você não vai ficar sem ele, nem sozinha, não vai embora hoje, vamos almoçar, buscar uma mala e ficamos aqui, levo Lizzie na escola, no ballet, quero ser o pai dela, não sabia que ela existia, não escolhi isso, só estou tentando lidar com o que nós temos.

Ficamos de pé, um olhando para o outro, ela toca meu rosto, é como um carinho, isso é diferente do amor de irmãos, do carinho de Lizzie, me sinto conectado, parece que posso dividir coisas com ela.

─Se não funcionar...

─Você volta e Lizzie vai com você. – Não consigo mais separa-las, nem que eu quisesse poderia, Lizzie nunca me aceitaria se machucasse Liv.

─Tenho sua palavra?

─Por mais que me doa, sim, tem minha palavra. – Ela afirma, não com palavras só com um movimento de cabeça e um sorriso assustado, não posso culpa-la é mesmo assustador. – Posso contar a Lizzie? Fazer o convite?

─Pode. – Eu a abraço, quero acalma-la, ela suspira em meus braços, se entrega aos meus cuidados. – Mas não vai mimar Lizzie, não vai mudar sua rotina. – Ela se afasta ganha aquele tom autoritário e batalhador. – Lizzie é uma criança, não uma boneca, ela tem horários, obrigações, e goste ou não eu sei o que é melhor para minha filha. Por que está rindo de mim?

Ela nota meu tom divertido, não é como se zombasse dela, mas mexer com Lizzie tira toda sua doçura e é reconfortante saber que minha filha tem esse tigre para protege-la.

─É tão mandona e intransigente. Tudo é do seu jeito.

─E acha engraçado?

─Sim, eu me rendo rápido, não sei se reparou, faço sempre do seu jeito e ainda acha um jeito de brigar comigo e me apontar o dedo, gosto de como briga pelo que quer. Meu rosto ainda arde.

─Mentiroso. – Ela acaba rindo.

─Tenho as marcas, não vê porque passei maquiagem!

─Que absurdo!

─Tenho medo de você, é violenta! – Ela me empurra, eu a puxo de volta, beijo seu pescoço, depois seus lábios.

─O forno! – Ela corre e desliga, abre e suspira aliviada. – Foi por pouco. Agora eu coloco a mesa e chama Lizzie.

─Sim senhora.

Fico enrolando para contar a Lizzie, almoçamos, jogamos, no meio da tarde quando deixávamos ela ganhar mais uma partida do jogo de tabuleiro decido que é hora de contar a ela que vamos ficar mais tempo juntos.

─Lizzie, o que acha de morar um tempinho aqui na casa do papai? – Eu pergunto e seus olhos marejam, ela fica de pé, corre para o colo de Liv, se esconde em seus braços.

─O que foi meu solzinho? – Liv pergunta sem compreender tanto quanto eu.

─Não pode me deixar, quero morar com você mamãe, não me ama mais? Vai me entregar para ele?

─Lizzie, o papai convidou nós duas para ficar, são apenas uns dias aqui e uns dias na Grecia, com ele e a família, para conhecer seus tios e primos.

─Com você, sempre com você?

Liv não responde, abraça Lizzie, beija seus cabelos. Aquilo me machuca mais que qualquer coisa, perdi muito tempo, ela nunca vai me amar como ama Liv.

─O Aquiles vem também?

─Sempre. – Lizzie seca as lágrimas. – Quer ficar aqui na casa do papai uns dias? Eu e você?

─Eu gosto daqui.

─Então que acha de dar um abraço no papai e dizer que ficamos? – Lizzie sorri para Liv, deixa seus braços e vem para os meus.

─Nós vamos ficar senhor Heitor, eu, a minha mãe e o Aquiles, acho que a gente tem que ir buscar umas roupas, e como eu vou para a escola?

─Vou levar você todos os dias. E nas férias vamos para Grécia, tenho muitas coisas para te mostrar.

─Vem, vamos buscar minhas coisas.

Ela me puxa para ficar de pé. O resto do dia é agitado, as duas fazem malas, recolhem coisas, se despedem de vizinhos, carrego coisas de um lado para outro e quando finalmente Lizzie adormece no quarto de hospedes é tarde.

─Ela dormiu assim que deitou. – Digo me juntando a Liv na sala. – Preocupada?

─Um pouco. O senhor Flinn está indo passar duas semanas com o filho dele no interior, no fim é bom estar aqui, sempre que ele viaja eu fico preocupada. Eu pareço forte e corajosa, mas não sou, quando se trata de Lizzie, de qualquer perigo para ela eu fico fraca.

─Estou aqui, Lizzie tem a mim, nada nem ninguém vai ferir minha filha.

─Desculpe por aquele tapa Heitor.

─Ah eu mereci, meus irmãos acharam até que foi pouco.

─Contou a eles? Sua família deve me odiar.

─Pelo contrário, eles aprovaram, Ulisses te considera uma heroína, não dê muita trela para ele quando o conhecer, ele joga charme, mas não é sério, então você ignora ele. Não se preocupe em parecer mau educada.

─Não precisa se preocupar com isso. – Trago Liv para meus braços, afasto seus cabelos do rosto, beijo seus lábios, suas mãos mergulham em meus cabelos quando aprofundo o beijo, meu coração acelera, nunca me senti tão envolvido por uma mulher.

─Liv! – Meus olhos se perdem nos dela, minhas mãos ficam livres e percorrem seu corpo, ela me toca também, vamos perdendo o controle juntos, meu corpo quer tomar o controle e quero permitir isso. – Posso te deixar correr para Lizzie, ou posso te roubar para minha cama como é o que quero, mas é você que decide.

─Eu quero ficar com você. – Ela diz em meus braços, os olhos presos aos meus.

─É o que quero. – Eu a ergo em meus braços, carrego Liv para minha cama como quis desde sempre, seu perfume me enlouquecendo, inebriando, as roupas vão sumindo, Liv não tem medo, se entrega. – É tão linda.

Admiro sua beleza, meus dedos percorrem sua pele macia, ela suspira, me puxa de volta para ela e me beija, é sensual, sou cuidadoso, e a urgência vai embora quando estamos na cama, gosto de olhar para ela, de acender seu corpo com caricias e beijos, de olhar para ela, apreciar sua entrega, sua curiosidade, ela faz o mesmo comigo, me procura, toca, estranhamente é como se sempre tivéssemos dividido aquela intimidade, nunca tive um momento como esse e quando finalmente nos entregamos ela está tranquila, suave, linda e feliz, sem medo, sem dor.

Eu não quero mais perder Liv, me sinto pertencer a ela, como se mais ninguém existisse, nunca mais outra mulher pode me dar prazer, Liv me prendeu.

Quando o prazer chega eu ainda a quero em meus braços, ainda quero sua pele de encontro a minha, silenciosos ficamos nos olhando, tocando, ela é carinhosa e acabo de descobrir que gosto disso.

─Talvez eu deva ir ficar com a Lizzie. – Beijo seus lábios, isso não é uma noite de sexo e quero acordar com Liv em meus braços.

─Nem pensar, Lizzie está bem, dormindo tranquila aqui do lado, quero acordar com você.

─Tem certeza?

─Daqui a pouco tenho que acordar para levar minha filha na escola, melhor me abraçar e dormir.

─Você é um pouco mandão também.

─O que adianta se não me obedece? Não está me abraçando.

─Mandão e carente. – Ela sorri, me beija, depois eu a envolvo em meus braços e posso ficar com ela assim para sempre.


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Notas finais do capítulo

Beijossssssssssssssss
O encontro com o resto da familia acontece no próximo. Não quis correr com a história.
Comentem!