The Surviving escrita por Vingadora


Capítulo 4
The book of the family.


Notas iniciais do capítulo

Olá caçadores, caçadoras, lobos e lobas :)
Postei atrasada? Sim.
Mas, infelizmente, isso ocorrerá com frequência, já que fui pega desprevenida com um probleminha danado que está acabando comigo. Exaustão. Isso mesmo. Estou tão exausta que nem sei se vou conseguir sobreviver a esse bimestre na escola. Minha agenda está confusa, eu estou atrasada em alguns trabalhos e, ao invés de ler a porcaria do livro (sim, porcaria mesmo) que minha professora mandou - nota: é pra amanhã -, eu resolvi espairecer um pouquinho e terminar esse capítulo para postá-lo hoje.
Eu aguardo vocês e seus comentários cheios de brilho que me deixam feliz.



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Acabei desistindo de entrar na escola e esperei até que o sinal tocasse e todos os alunos tomassem seus lugares na sala de aula, que levou belos trinta e dois minutos para acontecer ─ não que eu tenha ficado feito pata observando o relógio digital do painel do carro, claro.

Apoiei a alça de minha bolsa no ombro, endireitei a pasta no braço e caminhei pela entrada principal até alcançar as portas. A primeira coisa não-profissional que me veio em mente foi a irresponsabilidade de não ter procurado saber a quem reportar assim que chegasse. Então acabei optando por parar o primeiro funcionário que encontrei pelo corredor e pedir informações. Ele havia acabado de encaixar uma aluna nova em uma sala ─ que aparentemente era a mesma de Stiles e Scott ─ e me acompanhou até a sala do diretor.

Antes que Connor ─ o inspetor que me acompanhava ─ batesse na porta, resolvi dar uma ajeitada no tecido franzido de minha saia e passar a mão sobre minha pasta mais uma vez como se um poder sensitivo me despertasse e lembrasse que falta algum documento.

─ Pode entrar srta. Froideurs. ─ Connor despertou-me de meu leve desvaneio e eu segui caminho até a cadeira que me aguardava de frente a um senhor muito bem vestido e animado.

Quando eu pensei que eu receberia a permissão para me sentar, ele simplesmente levantou-se e caminhou até mim com os braços abertos.

─ Bem-vinda a família Beacon Hills High School. ─ seu timbre de voz era igualmente animado e seu abraço bem apertado.

Não sabia exatamente como me sentir, já que vinha de uma escola de metodologia tradicional e a antiga diretora era totalmente contra aquele tipo de contato.

Percebendo que fiquei um pouco desnorteada, ele se afastou em alguns passos, mas não deixou de transparecer aquele sorriso ansioso e animado.

─ Quando o xerife disse que sua sobrinha vinha para a cidade, fiquei muito contente. Mas quando ele disse que uma antiga secretária de escola internacional viria para cá... fiquei encantado, preciso dizer. Ainda mais porque você vem trabalhar conosco. ─ logo de imediato uma das falas da antiga diretora brotou em minha mente: "trabalhar para nós" e acabei finalmente percebendo a diferença de comportamento e a adaptação que teria de passar para me encaixar naquela equipe ─ Nós aqui da B.H. somos como uma família. ─ corrigindo: não é uma equipe, é uma família ─ Tenho certeza que irá se adaptar muito bem.

Passei o resto do dia ouvindo pessoas querendo vender seu peixe e praticamente me oferecer um troféu só por ter desistido de uma vaga como a que tinha no Brasil e vir para Beacon Hills. No fim das contas, acabei conhecendo alguns alunos, como uma aluna exemplo chamada Lydia Martins e seu namorado capitão de Lacrosse Jackson Wittemore ─ nome que, por acaso, seria motivo de piada no Brasil ─. Encontrei Scott no almoço e não demorei a esbarrar em Stiles que me seguiu por alguns corredores só para me perguntar sobre a noite anterior. Evitei a maioria das perguntas e mudava de assunto com frequência perguntando sobre a escola.

Diferente do que eu esperava, não pude ocupar o cargo de secretária que já era ocupado por uma senhora de quase 60 anos, acabei concordando com um cargo fixo de inspetora. Era um emprego simples, exigia mais atenção e o salário era quase a metade do que estava acostumada a receber no Brasil, mas estava disposta a fazer o sacrifício e me adequar a situação. Afinal eu era uma Froideurs. Não desistia fácil.

»❖«

Não estava preparada psicologicamente para a ideia que viria a seguir, mas precisava tentar. Encarei o objeto com um pouco de temor, afinal, havia anos desde a última vez que fora forçada a abri-lo. Precisei puxar o ar do fundo de meus pulmões antes de abrir o livro e revirar as páginas que continham as mais remotas histórias e características de lobisomens.

Havia chegado em casa pouco mais que três horas com a calorosa recepção de um lar vazio, já que meu tio estava no trabalho e Stiles saiu com Scott para estudarem. Então, resolvi organizar minhas roupas no closet e desempacotar as coisas que resolvera trazer comigo ─ que não eram muitas, afinal, deixei boa parte dos meus pertences pessoais para trás a pedido da pericia.

Um de meus grandes defeitos sempre fora a vontade de mudar móveis de lugar e, apesar de ainda não me sentir em casa, senti a necessidade absurda de mudar a escrivaninha de lugar, assim como a cama. No fim das contas, estava tudo do jeito que eu queria. Menos um pequeno baú que trouxera comigo que não sabia onde guardar.

Foi naquele momento que uma sensação de curiosidade tomou conta de mim e senti a obrigação de abrir o baú e buscar pelo objeto tão bem guardado. O livro sobre licantropos da minha família.

Sentei-me em frente a uma janela e, depois de um temeroso momento, finalmente o abri e folheei algumas páginas até encontrar o desenho de um mapa feito à mão por meus avós anos atrás. Lá estavam a localização de algumas alcateias fixas e cidades que possuíam seres daquela raça. E, por incrível que pareça, os Estados Unidos era o que mais possuía pontos vermelhos, indicando presença de licantropos.

Folheando mais algumas páginas, deparei-me com informações curiosas. Aqueles relatos descritos por meu avô, indicavam a importância da tonalidade dos olhos de lobisomens. Ignorando totalmente as outras cores, foquei-me principalmente na tonalidade vermelha, que indicava liderança. Os alfas. Pouco se falava sobre aquela colocação. Apenas continha características de um alfa e as formas de se tornar um.

Havia variadas possibilidades, mas entre elas a mais medonha era que um beta ou ômega assassinar um alfa, imediatamente, o transformaria em líder.

Folheando mais algumas páginas, acabei deixando escapar um cartão azul escuro. Peguei-o do chão e tive um pouco de dificuldades para ler a letra emaranhada que ali estava.

"Ligue-me sempre que precisar.
C. Argent"

Franzi o cenho em confusão total e procurei em minha memória qualquer momento em que meu pai tenha falado sobre algum Argent. Como não encontrei, desconsiderei o cartão jogando-o dentro do livro e guardando o objeto sagrado de volta no baú. Aquela era uma das poucas relíquias que eu consegui retirar da perícia e guardar comigo. Pertencia a uma coleção de livros sobre bestas que, juntos, formavam o Bestiário dos Froideurs. E, como a tradição pedia, era passado de pai-caçador supremo para filho-caçador sucessor. Acabei tomando para mim a responsabilidade de filha-caçadora sucessora de meu pai, George.

Escondi o baú dentro do closet, no meio dos calçados, para não levantar suspeitas, apesar de não acreditar que Stilinski pai ou Stikinski filho fossem invadir meu quarto.

Um pouco mais tarde, ambos homens da casa chegaram e se surpreenderam quando me pegaram na cozinha preparando o jantar. Havia decidido fazer aquilo como que em forma de agradecimento por terem me recebido. Preparei uma lasanha com massa caseira, molho branco, molho de tomate com manjericão e peito de peru.

No fim das contas, os dois quase que abriram o zíper da calça para conseguirem comer mais e aproveitar da lasanha, o que me deixou muito contente. O jantar fluiu muito bem, conversamos sobre nosso dia e eles ficaram com os ouvidos atentos só para me ouvir falar sobre meu primeiro dia de trabalho.

─ Onde foi que você esteve em todos esses anos da minha vida? ─ Stiles brincou enquanto terminava de saborear seu quarto pedaço.

─ Tecnicamente, eu estive no Brasil. ─ sorri desdenhosa para ele, recebendo como resposta um revirar de olhos.

─ Muito obrigada por este incrível jantar, Savannah. Você cozinha muito, muito bem. ─ meu tio não sorria com os lábios, já que tornou a encher a boca, mas seus olhos possuíam um brilho sem igual.

Quando eles finalmente acabaram de comer ─ que só foi acontecer quando a travessa de lasanha estava completamente vazia ─ fui enxotada da cozinha, pois tio Stilinski insistiu com a ideia de que ele e o filho dariam conta da louça suja. O que me fez desistir de protestar foi a carranca que Stiles fez, mas disfarçou quando me pegou o encarando com um sorriso de aprovação. Eles estavam se esforçando muito para me sentir em casa.

Acabei tomando um rápido banho e vestindo meu pijama depressa só para ir me deitar e me preparar para o dia seguinte. Antes que eu conseguisse dormir, tio Stilinski surgiu na porta para me desejar uma boa-noite, assim como Stiles.

No meio da noite, despertei com uma insônia terrível e me forcei a levantar para beber um copo de leite quente na expectativa de que o sono voltasse.

Foi só colocar os pés na cozinha que avistei a fera.

Ela estava sobre um corpo desfalecido e mordendo o que restava de um braço. Quando notou minha presença, deixou de lado seu brinquedinho e voltou-se para mim. Forcei-me a ficar forte e não demonstrar medo que simplesmente fazia as batidas de meu coração ecoar por todo o corpo, entretanto não foi o suficiente para que ele em seus instintos apurados notasse meu temor e caminhasse me minha direção em passos lentos.

─ Finalmente. A última Froideurs. É aqui que essa linhagem adormece para sempre. ─ e voou em minha direção.


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Notas finais do capítulo

AAAH! Eu to adorando escrever essa fanfic, mas eu preciso realmente ler a porcaria do livro (risos).
Vejo vocês quando der e, quem saber, nos comentários? (sorriso colgate)

obs: "Lydia MARTINS" foi proposital hahaha



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