The Surviving escrita por Vingadora


Capítulo 3
The eyes.


Notas iniciais do capítulo

Olá xuxus :3
Levei um bom tempo para escrever esse capítulo, não vou negar.
Mas espero que esteja a altura da demora que foi (não sei se contei aqui, mas estou atolada de coisas na escola, nos cursos, na vida... então estou sem tempo para escrever e seguir a agenda - sorry)
Sinceramente, estou me encantando pelo que a Savannah está se tornando em minha cabecinha de autora louca, da mesma forma que me apaixonei por Ellizabeth (pra quem não conhece, é minha OC de A Million Faces e as sequências).
Desculpe, de verdade, pela demora...
Esperando que me perdoem, já deixo um: Boa leitura.



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No momento em que a enorme fera colocou os olhos em nós, eu puxei Scott comigo e, juntos, começamos a correr floresta adentro. Eu desesperada, já imaginando as formas que poderia encontrar a forma, enquanto Scott McCall, amigo asmático de Stiles, me seguia gritando em plenos pulmões asmáticos, reclamando de falta de ar e tentando entender de onde é que os cervos vieram ─ no fundo, eu orava para que ele não tivesse visto os olhos vermelhos cintilantes do nosso caçador.

─ Ande logo Scott! ─ berrei para trás, tentando forçar meus pés cansados a correrem mais rápido.

Mentalmente estava amaldiçoando Stiles um zilhão de vezes, porque minutos antes seu pai havia o descoberto na floresta e o levou para longe sem identificar nossos corpos escondidos na relva.

─ O que está acontecendo? ─ ele gritou de volta, ainda em desespero.

Foi então que ele tropeçou em algo e ficou passos para trás. Forcei meus pés a voltarem e alcançarem novamente o amigo de Stiles.

─ Mas o que... ─ as palavras fugiram dos lábios dele enquanto voltamos de imediato para o causador do tombo do garoto.

Metade de um corpo feminino ─ a que o xerife Stilinski ainda buscava ─ estava ali, caído ao chão com partes escuras fugindo do tronco e sua feição demonstrando um terrível horror.

─ Levanta! Levanta! ─ puxei o garoto até conseguir fazê-lo ficar de pé.

Foi então que tive de somar dois mais dois e compreender o que acontecera ali. Era possivelmente uma briga entre um alfa e uma possível beta ─ ou quem sabe ômega. E o alfa ainda estava por aí, caçando a mim e ao Scott.

─ Escuta... nós precisamos sair daqui. O quanto antes, se não... ─ fui interrompida quando um uivar não muito distante de nós cortou o vento e seguiu em nossa direção ─ Puta que pariu... ─ xinguei em português, deixando Scott ainda mais atordoado.

─ Isso foi um... lobo? ─ ele sussurrou surpreso.

Um vulto negro surgiu detrás de uma árvore e pulou com tudo em nossa direção. A única coisa que me veio em mente foi empurrar Scott para frente, já que em minha cabeça eu era o alvo. Porém fui pega de surpresa, quando a fera mudou sua rota ainda no ar e atacou McCall.

─ Scott! ─ berrei, chamando a atenção da fera para mim e livrando o garoto de uma morte terrível ─ Deixe ele em paz!

A besta ergueu seu corpo e pulou em minha direção, deixando meu corpo cair de costas para a grama molhada pelo orvalho. Fechei meus olhos e orei mentalmente por uma salvação. Tomando forças, abri-os novamente e encarei os olhos cor de rubi que me lançavam flashes de desejo incontroláveis. Tentei não prender-me naquele olhar, mas acabei contemplando a beleza rústica que ele emitia. Antes que pudesse me recuperar do ataque, a fera ergueu-se em duas patas e lançou-me um último olhar assustador e partiu em direção a neblina.

─ Ele... era... ─ Scott ergueu-se do chão, pressionando a cintura e me encarando atordoado. Ergui-me do chão logo em seguida e fiquei surpresa por encontrar um corte na coxa que se quer ardia.

─ Corre, Scott! Corre! ─ então, finalmente, começamos a correr em disparada pela mata.

Quando finalmente nos deparamos com a estrada, quase que Scott foi atropelado, já que ele invadiu a pista e um carro que estava em alta velocidade, por pouco, não consegue desviar de seu corpo.

Puxei seu corpo de volta, para a calçada e, finalmente minha coxa começou a doer, indicando que minha taxa de adrenalina estava diminuindo.

─ O que faremos agora? ─ ele perguntou olhando para os lados, em busca de uma resposta.

─ Voltamos para casa, limpamos nossos ferimentos e não contamos a ninguém o que vimos aqui. ─ expliquei da forma mais breve e específica que consegui enquanto pressionava minha coxa que ardia loucamente.

─ Nem para o Stiles?

─ Muito menos para o Stiles.

»❖«

Quando meu celular despertou, indicando que já era hora de acordar, eu me amaldiçoei eternamente por ter decidido na noite anterior que iria com Stiles para aquela floresta. Onde é que eu estava com a cabeça? O que eu planejava com isso?

Tudo bem que, no fim das contas, nada de ruim aconteceu ─ tirando o machucado de Scott e o arranhão que levei na coxa, claro ─, mas de qualquer forma não teve utilidade alguma ali. A não ser que o destino queria um cenário de mestre para Scott perder sua bombinha de asma e meu primeiro encontro de verdade com um lobisomem.

Durante a volta para casa de táxi, Scott fez uma série de perguntas sobre como iríamos lidar com aquela história e me implorou permissão para compartilhar a noite com o melhor amigo ─ coisa que acabei cedendo, já que não queria envolver os meninos em mais mentiras.

Quando cheguei em casa, o xerife estava me aguardando e fiz todo que um teatro para disfarçar a verdade oculta. Contei a ele que decidi caminhar pela cidade e nem percebi o momento em que Stiles saiu de casa, e que nem havia falado com ele direito.

─ Bom dia. ─ saldei tanto o tio Stilinski quanto seu filho que já estavam tomando café arrumados para o dia.

─ E aí. ─ Stiles piscou para mim ─ Vai fazer muito sucesso com essa roupa lá na escola.

Revirei os olhos e não deixei escapar o suspiro de desânimo que tanto queria. Acordara indisposta naquela manhã. Depois de usar o único banheiro da casa na tentativa falia de tomar um bom banho e roubar o kit de primeiros socorros para dar pontos e enfaixar minha coxa, acabei entrando em guerra com minhas poucas roupas e tentando decidir o que usar para um primeiro dia de trabalho em uma cidade californiana.

Acabei optando por uma camisa sem mangas verde água rendada, uma saia branca que ia baixo o suficiente para esconder meu corte e curta o suficiente para não parecer uma saia de vovó, um paletó cropped rosa chá, meu par de brincos com pedras de cristal em tom de água, uma pulseira azul com crucifixo, meu scarpin azul água e um colar com pingente de coração. Eu estava forçando tanto o azul em minha vida que até aderi a uma capa daquele tom para meu celular.

Olhando-me no espelho, forcei uma série de sorrisos enquanto prendia meu cabelo em coque com a presilha que um dia fora de minha mãe. Quando estava finalmente arrumada, uma pontada de orgulho flutuou pelo ar e quebrou bem em cima de minha única bolsa de trabalho. Uma preta, já gasta pelo tempo, larga e totalmente fora do padrão de roupa que havia definido para o dia. Uma lista de xingamentos surgiu em mente, mas eu deixei-as em pensamentos enquanto pegava aquela bolsa, enfiava a alça no braço e saia do quarto em direção a cozinha.

─ Tome seu café. Eu vou terminar de organizar algumas coisas no escritório e já vou te esperar na viatura. ─ meu tio sorriu simpático e saiu para o corredor.

─ Legal. Primeiro dia de trabalho e já vai acompanhada da policia. ─ Stiles ironizou enquanto me sentava na mesa a sua frente.

Roubei um dos biscoitos dele e tomei um dedo de suco de laranja.

─ Na verdade ele vai me dar uma carona até a loja de alugueis de carro. Não posso ficar dependendo de viaturas para o resto da minha vida. ─ expliquei de forma simples.

─ Que mulherzinha independente. ─ Stiles zombou e voltou-se para seu café sem comentar mais nada.

Acabei pegando uma intimidade muito rápida com ele, coisa que eu não esperava. Stiles era simpático, gentil e muito bem humorado. Fora que sua cara de "por favor, me ame" ajudou muito para me afeiçoar ao menino.

Escovei os dentes às pressas e segui até a garagem onde a viatura já me aguardava ligada.

Durante o caminho até a loja de carros, ele deixou escapar algumas reclamações sobre o filho, mas não comentou nada sobre a saída dele na noite anterior. O que me tranquilizou, já que ficara na esperança de que tudo se resolvesse logo e pudesse seguir com meu caminho.

Ele insistiu para ficar comigo e escolher um bom carro, mas eu fiz questão de que fosse trabalhar e deixasse a escolha por minha conta. No fim das negociações com o vendedor, acabei optando por alugar um Civic preto. Levei mais tempo do que imaginava para preencher a papelada toda e explicar ao homem o motivo da minha nacionalidade estar registrada como americana se eu contara que nasci no Brasil, mas valeu a pena.

Para vir a Beacon Hills, conseguir um emprego e me afastar da antiga vida no Brasil, fui forçada a entrar na justiça com uma petição de mudança de nacionalidade ─ o que, sem a ajuda do tio Stilinski levaria anos, acabou levando pouco mais que dois dias e meio ─. A polícia achou tudo isso muito suspeito, mas meu tio acabou os convencendo que era uma boa decisão a ser tomada, ele disse aos homens que se eu continuasse a viver aquela vida de sofrimento e investigações, acabaria enlouquecendo.

O que era totalmente verdade, pois eu passei uns bons dias após a morte da minha família, enfurnada em delegacias, salas de pericia, tribunais, jornais, escritórios de detetives particulares... tudo isso para descobrir quem foi o assassino da minha família. Então, dias depois, acabei esbarrando com um livro familiar e todas as lembranças de uma adolescência conturbada vieram a tona. Os estudos sobrenaturais da minha família.

Quando estacionei o carro na vaga própria aos funcionários, uma série de olhares curiosos pousaram em mim. Precisei respirar fundo algumas vezes, conferir meus sorrisos forçados no retrovisor do carro, assim como a pasta de minha documentação do antigo trabalho que já estava revirada dentro da bolsa. Eu não podia surtar. Não agora. Lidei com adolescentes a vida inteira. Sou uma profissional competente. Não posso fraquejar agora. Eu sou a adulta. Eu sou a adulta!


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Notas finais do capítulo

Link da roupa de trabalho da Savannah: http://www.polyvore.com/1%C2%BA_dia_de_trabalho/set?id=165400800

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Tenho uma observação a fazer: Levem em consideração a ficção total no caso "nacionalidade", já que nem com a ajuda da guarda nacional, da Dilma, da rainha da Inglaterra, ela conseguiria mudar a nacionalidade assim tão facilmente (risos).

Comentem :D Como a Merac diz: é de graça.



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