The Surviving escrita por Vingadora


Capítulo 5
The Stranger


Notas iniciais do capítulo

Antes de mais nada quero pedir desculpas pela demora, mas tenho uma boa explicação.
Não sei se vocês leram um comentário meio sobre, mas preciso dizer que estou doente. Meio que muito doente.
A pressão que estou passando por causa dos estudos acabou me deixando desleixada com minha saúde e peguei uma bactéria infeliz que está me causando sérios problemas.
Só consegui escrever esse capítulo graças a minha recente melhora, mas não posso prometer mais do que capítulos lá uma vez ou outra (não até melhorar).
Vou parar de digitar por aqui, porque minhas mãos estão cansadas (não por causa de escrever, e sim por conta da minha doença).
Espero que compreendam.



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Minha cabeça não para de voltar no sonho que tivera. Os olhos do lobisomen me perseguiam por onde quer que eu fosse. Estava em todos os lugares. Nos desenhos da cortina da cozinha, no lustre da sala de TV, nos faróis dos carros à noite, no mural de avisos da secretaria e até mesmo nas árvores a minha volta enquanto eu corria pela cidade.

Apesar de fazer de conta que estava tudo bem, Stiles e meu tio perceberam que havia algo de errado e começaram a me rondar e perguntar a todo momento se estava tudo bem.

Ao longo dos dias acabei criando uma rotina confortável e passei a ter contato mais frequente com a reserva Beacon Hills do que realmente deveria. Passava a manhã no trabalho, almoçava acompanhada por meu tio, voltava ao trabalho, depois ia para casa trocar de roupas e correr pela floresta, voltar para casa, ler sobre lobisomens e repetir tudo novamente.

─ Senhorita Froideurs! ─ alguém me gritou pelo corredor, fazendo-me parar de colar os avisos da semana para prestar atenção na gritaria.

Era o diretor com seu sorriso debochado de sempre.

Nos primeiros dias imaginei que toda aquela boa educação do homem era simplesmente porque eu possuía um bom currículo, mas depois que o peguei admirando minhas pernas percebi que era outra coisa.

─ Assim que acabar aí, dê um pulinho na minha sala. ─ muitos pensariam que aquele era um convite inocente, mas era a quinta vez que eu recebia o pedido e assentia brevemente com a cabeça antes de voltar ao meu trabalho.

Ser inspetora da BHHS seria uma tarefa fácil se não tivesse um diretor tarado na minha cola.

Demorei mais tempo do que realmente era necessário para colar os avisos e caminhei em passos lentos, deixando o som do meu salto alto ecoar por todo o corredor vazio. Meus dedos brincavam com uma ponta de linha solta que resolveu dar as graças de meu vestido negro e meus olhos passeavam pelo espaço em busca de algo que me motivasse a deixar de lado meu encontro com o diretor para fazer algo realmente produtivo.

Foi então que dois jogadores do time de Lacrosse passaram por mim comentando sobre uma possível briga que haveria no treino caso o capitão continuasse a desbancar outros jogadores.

Perfeito! Comemorei mentalmente. Poderia usar a possível briga como desculpa para o diretor e ainda conseguiria evitar uma catástrofe esportiva.

Segui os garotos até chegar ao local do treino ─ que já havia começado e acabei percebendo que a briga aconteceria se o capitão, no caso Jackson Wittemore, discutisse com os meninos sobre o atraso.

Apesar de ficar um pouco decepcionada com minha ideia fracassada, resolvi ficar para observar um pouco o time.

Stiles fazia parte do grupo de garotos que ficaram no banco. O que na perspectiva dele era vergonhoso, na minha não era grande surpresa. Ali, a única coisa que me surpreendeu foi ver Scott McCall, amigo de Stiles, comemorando o extraordinário gol que havia acabado de marcar.

Ele havia driblado dois jogadores, sobrevoado mais dois e marcado um gol com precisão absurda.

O técnico o gritou e disse algumas palavras que deixaram o menino perturbado, mas logo em seguida gritou:

─ Você vai jogar!

O que levou a torcida e todos os jogadores ─ incluindo, com certeza, Stiles ─ a comemorarem e correrem em direção a Scott.

Deixei escapar um leve sorriso de satisfação, afinal Stiles e Scott não pararam de falar sobre a oportunidade de fazer parte do time principal um minuto se quer.

Antes que pudesse me afastar do campo, pude observar um estranho observando a distância o treino. Eu até deixaria passar, se ele não me parecesse realmente suspeito. Apesar da distância, consegui observar bem seu porte físico e a roupa negra que usava, assim como o cabelo escuro e a pele bronzeada.

Dei alguns passos em direção ao estranho, mas uma manada de adolescentes surgiu do nada e começaram a caminhar em direção a saída atrapalhando minha visão. Quando eles dispersaram era tarde demais. O estranho já havia desaparecido.

»❖«

Havia acabado de cair algumas gotas d'água quando entrei no carro em direção a minha casa.

Eram quase oito horas e a reserva fechava quando o sol se punha por completo e a escuridão alcançasse o espaço. Eu corri durante três horas seguidas e estava completamente exausta, mas já podia notar as mudanças físicas. Apesar do que meu tio e Stiles pensavam, eu não ia para a floresta somente para correr. Eu treinava minha velocidade, força e agilidade, usando de galhos, pedras e qualquer bem natural que pudesse colaborar para meu fortalecimento físico. Era assim que os caçadores treinavam no Brasil. Era assim que eu deveria, desde nova, ter treinado.

Meu pai nunca voltou a falar comigo desde que eu abdicara dos treinamentos e correra para a capitão do Rio de Janeiro em busca de uma das melhores faculdades do Brasil. Foi lá que me escondi da família. Me escondi do legado. E quando me formei, não voltei para casa. Simplesmente continuei a fugir até que uma reunião familiar de urgência foi marcada. Por isso estava voltando para casa. Apesar de não admitir, esse tipo de reunião me preocupava. Sempre que eram marcadas, significava que haviam lobisomens ou outras criaturas vagando e causando mortes pelo país. E era obrigação da família estar a parte de cada movimento sobrenatural, incluindo até mesmo os desgarrados ─ familiares que abdicavam o legado e seguiam caminhos diferentes.

─ Stiles. Cheguei! ─ gritei já da sala enquanto retirava minhas botas e as deixava no hall de entrada.

Como não recebi nenhuma resposta, concluí que ele estava no quarto. Muito provavelmente conversando com Scott ou fazendo qualquer outra coisa que garotos da idade dele fazem.

Ao invés de ir direto para meu quarto, deixei minha mochila na entrada dele e segui direto para o banheiro em busca de um banho relaxante.

Dentro do banho, ainda com a água morna caindo em meu corpo, ouvi o som forte de uma porta batendo, seguido por outra porta.

Ou Stiles e o pai brigaram, ou Scott e Stiles brigaram. Muito provavelmente era a primeira opção.

Deixei a água cair somente mais alguns minutos, não querendo abusar do tempo muito mais, e logo saí do banho já me enrolando em uma toalha limpa.

Peguei minha roupa suja e saí do banheiro rumo ao meu quarto.

A porta já estava aberta, o que era estranho, afinal eu sempre a mantinha fechada.

─ Stiles. ─ concluí de imediato quando vi que a impressora que ele me emprestara não estava mais ali.

Coloquei a roupa suja sob a cama e fui até meu closet minúsculo pegar um conjunto de moletom confortável para vestir.

Um ronco de motor soou ao lado de fora, seguido de um acelerar desesperado. Era o Jeep de Stiles.

Liguei a luz do closet e paralisei-me por completo com a cena a minha frente.

Minhas roupas estavam organizadas, assim como minhas caixas com objetos e minhas gavetas de peças íntimas. A única coisa fora de ordem ali eram meus calçados. Havia um buraco entre meu único sapatênis e minha bota de couro. O baú com o livro da minha família não estava ali.

Deixei escapar um arfar desesperado enquanto jogava peças de roupas pelos ares em busca de meu baú. Saí do closet e procurei por ele em todos os lugares viáveis até constatar que não estava ali.

Foi então que uma ideia terrível passou de relance em minha mente.

─ Stiles! ─ gritei eufórica enquanto pulava para fora de meu quarto, agora em pânico e adentrava no quarto do garoto.

Estava uma tremenda zona. Tudo bem que era normal para um adolescente daquela idade, mas estava além do considerado normal.

Pilhas e mais pilhas de folhas impressas descansavam desordenadas pelo chão, mesa, cama... Peguei uma delas só para receber um outro empurrão de realidade. Era um texto sobre o comportamento de lobisomens no ápice da lua cheia. Joguei a folha pelo ar só para recolher mais algumas do chão. Todas sobre lobisomens. Algumas falavam sobre armas contra eles, outras sobre como se dava a reprodução... Mas todas rumavam um mesmo caminho: licantropia.

Olhei em volta do quarto e avistei imediatamente meu baú aberto e vazio.

─ Stiles! ─ gritei mais uma vez, agora irada.

O que será que aconteceu para Stiles Stilinski, de repente, buscar medidas protetivas em relação a licantropos? Perguntava a mim mesma enquanto corria pela casa em busca do garoto.

Olhei por uma fresta da janela em direção a entrada da casa e resolvi concluir a pior das coisas: Ele não estava em casa.

Teria ele ido atrás do Alfa? Será que Scott e ele acabaram fazendo algumas pesquisas sobre o ataque da reserva uma semana atrás? Eu precisava ir atrás dele e descobrir.

Vesti qualquer que fosse a peça de roupa que encontrei ─ acabou sendo um vestido curto demais para ser considerado apropriado para trabalho e um par de tênis ─, entrei no meu carro acompanhada de meu celular que já discava o número de Stiles e acelerei o máximo que pude o carro imaginando que conseguiria alcançar o carro do garoto.

Todas as minhas treze tentativas de chamada foram recusadas e eu acabei concluindo que ele realmente havia pegado meu livro. Só não conseguia entender o porquê.

Acelerei o carro pela rua, sem me importar nem um pouco com o fato de estar a cima da velocidade e viver sobre o mesmo teto de um xerife. No meio dessa correria toda acabei finalmente avistando o Jeep.

Estava estacionado em frente a uma casa luxuosa rodeada de muitos outros carros. Era uma festa da escola.

A princípio não achei equivocado a minha saída desesperada do carro até, claro, um dos alunos me reconhecerem e vários garotos começarem a passear o olhar sob meu corpo.

─ Eu mato você, Stiles. ─ grunhi enquanto passava por um grupo de adolescentes e atravessava a rua rumo a festa.

Estava tão irada que se quer percebi que havia algo a minha frente e acabei esbarrando em algo duro e negro.

Tive de levantar o olhar alguns centímetros só para me deparar com um par de olhos azuis me analisando milimetricamente.

─ Não achei que a festa fosse para funcionários da escola. ─ seu tom de voz era baixo, grave e ecoou por todo meu ser até me deixar tonta.

─ Hã... ─ minha mente deu voltas quando inalei um cheiro forte de terra molhada e jasmim ao mesmo tempo.

─ Oi. ─ um sorriso debochado cresceu em seus lábios me fazendo voltar a órbita e perceber que estava encarando o homem a minha frente com a boca entreaberta e olhos arregalados.

─ Oi. ─ franzi o cenho e me afastei instintivamente do estranho. O que deu em mim, agora?

─ Você veio para a festa? ─ ele ergueu uma das sobrancelhas enquanto me analisava de cima a baixo mais uma vez.

─ Hã... Na verdade estou atrás do meu... primo. ─ finalmente voltei a mim e comecei a olhar em volta em busca daquela criatura miserável.

─ Stiles? Amigo do Scott? ─ ele adivinhou, me fazendo ficar ainda mais surpresa ─ Ele chegou aqui não tem muito tempo... Acho que- ─ foi interrompido quando alguém esbarrou nele e o empurrou para o lado.

Scott.

E em seguida: Stiles. Que agarrei pelo braço, forçando-o a desviar sua atenção em minha direção.

─ Onde. Está. O meu. Livro? ─ grunhi para o garoto que, de repente, perdeu todo o sangue de sua face.

─ Oi... Sav... ─ ele sorriu fraco ─ Falo com você depois. ─ e em uma jogada de mestre, ele escapa de meu puxão e segue o amigo, gritando seu nome ─ Scott, espera!

Não demorou muito para uma garota aparecer igualmente preocupada com McCall.

─ Você deve ser Alisson, não é? ─ o dono dos olhos azuis intensos indagou para a menina que o encarou um pouco surpresa ─ Eu sou Derek. Amigo de Scott. Vem, te dou uma carona.

Então, de repente, todos haviam partido e eu fiquei a mercê de minha ira, voltando ao meu carro para seguir o garoto impetuoso e ladrão.

No inicio foi simples seguir Stiles, mas acabei me surpreendendo quando observei seu carro ganhar uma velocidade surpreendente e desaparecer de vista.

─ Droga. ─ gritei para o nada quando constatei que o perdi ─ Stiles. Eu vou matar você.

Não conhecia muito bem Beacon Hills, então acabei me pegando perdida na cidade. Resolvi dar meia volta e refazer meu caminho até a casa dos Stilinski.

O que parecia inteligente, acabei sendo pega de surpresa mais uma vez quando percebi que não sabia muito bem por onde eu havia passado e em que rua havia entrado. A opção mais eminente foi ativar o GPS do carro e ser guiada por aquela voz eletrônica irritante até nossa casa.

A única coisa que foi capaz de me acalmar, foi o fato de que o livro bem ou mal, estava seguro e quando Stiles voltasse ─ ele teria que voltar uma hora ─ eu iria aniquilar qualquer possibilidade de amizade com aquele ladrãozinho encrenqueiro de uma figa. Ah se ia.


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Notas finais do capítulo

Se houver algum erro de ortografia, peço (mais uma vez) desculpas, mas estou meio que impossibilitada de rever o texto agora.
Beijos e até breve (assim espero)



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