Hurricane escrita por Moriah


Capítulo 3
3. The Fool


Notas iniciais do capítulo

Música do capitulo:
The Fool — Ryn Weaver



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/617639/chapter/3

America conta mentalmente para tentar se acalmar, enquanto Maxon pensava no que poderia fazer com o filho de 19 anos que não fosse contra a lei.

— Ei, tio! Eu quero ligar para a minha mãe! — um garoto com os dentes da frente enormes falou com uma voz, na opinião de Maxon, irritante batendo no vidro da cabine em que Maxon estava.

Maxon ignorou o garoto e nos 5 minutos seguintes o garotinho de 11 anos ficou batendo repetitivamente no vidro.

— Para de bater no vidro pirralho! — Maxon grita irritado.

— Mas o tio nem ‘tá usando o telefone! — o menino grita chutando o vidro.

— Eu estou pensando em varias maneiras de matar meu filho, e se você não parar de me perturbar, vai ser o próximo! — ele grita mais alto do que antes ficando vermelho de raiva.

O garoto parou de chutar na hora, então America, que assistiu a cena dentro da outra cabine, saiu da que estava e virou-se para o garoto:

— Pode usar aquela ali — diz gentilmente. — Já desocupei.

— ‘Brigada tia. — o menino falou e America apenas sorri em resposta.

— Crianças do inferno! Mini diabinhos! Seguidores do capeta! — Maxon sai murmurando/gritando da cabine.

— Pelo o que eu ouvi, você também tem as suas... — America fala pensativamente, sem perceber que Maxon ouviu.

— São bem mais educados que esse ai. — Maxon se refere ao garoto da cabine.

— Não foi o que pareceu, ouvindo sua “calma” conversa, deduzi que a sua “criança” transou com sua babá... Estou certa? Quantos anos ela tem? — America pergunta irônica no inicio e surpresa pela astucia do final, afinal ela estava falando com um estranho sobre o filho dele ter feito sexo com a babá.

— 19. — Maxon responde e America arregala os olhos. — Mas a babá não era dele, era dos mais novos. — ele justifica.

— Contrate uma velhinha, não acho que ele tentaria algo. — America opina. — A não ser que ele goste de... “Uva passa?”

— Onde eu vou arranjar uma babá? — Maxon fala mais para si próprio.

— Onde você arranjou a outra, só que procure uma com uns... 40 anos a mais do que a antiga? — America responde como se fosse óbvio.

— Acontece que eu não contratei a ultima babá, assim como nunca contratei nenhuma das outras antigas, eu tenho quem faça isso por mim. — Maxon sem perceber, fez o que sempre fazia, se mostrar para os outros.

— Vá à luta, “ó grande poderoso”. — America realmente odeia quem, assim como Maxon acabou de fazer, se acha melhor que os outros. — Só em Louisville devem existir umas 50 babás, você tem que procurar ao invés de ficar chorando, gritando e descontando sua raiva em criancinhas inocentes.

— Como eu sei que a babá não é... Sei lá, uma psicopata, o estranho do parque ou um mafioso?

— A menos que você leia o futuro ou mentes, você não vai saber. Só tem que... Confiar no seu instinto de pai. Procure alguém que você ache que seus filhos vão gostar. Alguém que saiba se dar, quando não tem mais nem para si. Que saiba rir quando todos estiverem chorando. Que mantém a calma quando... Ninguém mais tem paciência. Que estará ali, independente do dia, da hora e da circunstância. Alguém que consiga sonhar sem fechar os olhos. E que invente historias para levantar a auto-estima deles. Que consiga esperar sem se desesperar. Que de algum jeito vá suprir as necessidades deles. Que vá ajudá-los a deixarem a própria luz brilhar, sendo que a dela há muito tempo já se apagou. Que vá ensiná-los que eles são luz nas trevas e sal do mundo. Que não existe sorte, existe Deus. Que vá enxugar as lágrimas deles, e segurar as próprias para que eles não vejam. Que consiga sorrir, quando só lhe resta chorar.

— O quê...? — Maxon não sabia o que falar, era meio óbvio que ela estava falando dela mesma ou algo relacionada a ela, porque seus olhos se encheram de água. — Para ser assim, só se for a mãe deles.

— Esqueça tudo o que eu falei! — America fala se recompondo. — Só siga seu instinto.

Meu instinto é uma merda! Maxon pensou em gritar, mas achou que não era a hora.

— Você está bem? — Maxon pergunta e logo queria dar um tiro na própria cabeça, era óbvio que aquela mulher não estava bem!

Ao ouvir aquelas três palavras, ela achou que ia desabar e que as barreiras que havia construindo em volta de si iriam cair e Maxon percebeu.

Nesse momento o garotinho da cabine sai correndo em direção a America e a abraça, no início America ficou surpresa, mas logo retribuiu o abraço.

— Obrigada, eu precisava muito falar com minha mãe, tia. — o garoto fala quando solta America e a mesma sorri, se recompondo, o garoto olha para Maxon e mostra a língua para o mesmo, antes de sair correndo.

No momento em que America se recompôs como se nada houvesse acontecido e abraçou o garoto na mesma intensidade, como se estivesse realmente feliz em ajudá-lo — e talvez ela estivesse — o que ela havia falando antes se repetiu e ecoou na cabeça de Maxon, principalmente a parte “Que vá enxugar as lágrimas deles, e segurar as próprias para que eles não vejam. Que consiga sorrir, quando só lhe resta chorar.

— Como é seu nome? — ele pergunta para ela.

— America Singer e o seu? — America pergunta confusa, mas ainda assim responde, sendo educada.

— Não sabe quem sou? — Maxon passou de um ar de surpreso para um sorriso arrogante.

— Não sou daqui. — America dá de ombros — Então quem és, tão importante?

— Sou Maxon Schreave. — Maxon diz orgulhoso e aponta para o prédio que poderia ser visto em qualquer lugar da cidade — Presidente daquela empresa.

America ficou surpresa, mas não demonstrou.

— Porque queria saber meu nome? — America pergunta curiosa, pondo a mão nos bolsos do casacão.

— O que você acha de ser minha babá? — Maxon pergunta.

— Você não está grandinho para ter uma? — America pergunta fazendo uma careta.

— Você entendeu, quer ser babá dos meus filhos? — Maxon torna a pergunta.

— Não. São seus filhos. E “querer” é uma palavra muito forte, nenhuma babá “quer” ser babá, é o que sobra. — America dá de ombros e se vira para atravessar a rua.

— Por que não? — Maxon parecia desesperado, na verdade ele estava.

— Eu não me formei em Jornalismo e Arquitetura, para ser babá, não mesmo! — America responde.

— Você é formada? — Maxon pareceu surpreso.

— Não, não! — America começa irônica. — Aquele carro — aponta para o carro, que era dela, estacionado do outro lado da rua — eu roubei. — ela aponta para as próprias roupas. — Essas roupas? Eu dopei uma modelo que estava aqui em turismo e deixei ela nua em algum banheiro público por ai... E claro, eu moro em baixo da ponte.

— Se eu não soubesse que você está tirando uma com a minha cara, eu até acreditaria, você tem cara de quem faria isso... — Maxon fala e então se cala alarmado. — Eu não quis dizer isso.

— Mas disse, acabou de perder a futura babá que nunca teria. — America fala fria e se prepara para ir atravessar até o próprio carro.

— Eu pago o dobro. — Maxon grita chamando a atenção de um ciclista que passava por ali. — O dobro que você ganharia nos dois empregos, como jornalista e arquiteta. Me traga a quantia que cada um deles ganha, e eu vou dar o dobro dos dois.

— Você sabe que eu posso inventar um preço e falar que é o que eles ganham, não sabe?

— Eu não me importo, você parece de confiança, e eu preciso acabar logo com isso, e... – Maxon olha para o relógio do seu pulso. — Eu estou atrasado.

Ele tira do paletó um cartãozinho e entrega para ela.

Que original! America pensa.

— Aqui está meu nome, que você já sabe e o endereço da empresa. É só você ir lá e dizer que gostaria de falar comigo e nós resolvemos isso. Vá a qualquer hora.

— E se você estiver em reunião?

— Você espera.

— Há-há! — America fala irônica. — O desesperado aqui é você, querido.

— Ok, eu cancelo a reunião.

America ia responder algo, mas Maxon já estava dobrando a esquina em direção ao próprio carro.

America dá de ombros pondo o cartãozinho no bolso.

— Como dizia minha mãe, um plano B nunca é demais e sempre faz falta. — America atravessa a rua e entra no carro, partindo para o centro da cidade, para procurar um emprego.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Desculpem os erros, e me digam o que acham :3

Twitter: https://twitter.com/Fubies

Ask: https://ask.fm/Fubies

Spirit: https://spiritfanfics.com/perfil/mr-bean