Hurricane escrita por Moriah


Capítulo 2
2. What If This Storm Ends?


Notas iniciais do capítulo

Esse capítulo ficou um pouco grande demais, me perdoem se não gostam.
Esse é o capitulo de quando eles se conhecem.
Ouçam:
What If This Storm Ends — Snow Patrol.



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— Está atrasado. — Clarkson fala quando seu filho entra na sua sala. — Uma hora e meia.

— Eu sei. — responde Maxon secamente.

Na verdade Maxon não sabia, mas sabia mentir e fingir muito bem. No mínimo uma das crianças devia ter mexido no horário do seu telefone, fazendo assim, despertar mais tarde.

— Não, não sabia. — Clarkson analisa o filho. — As crianças de novo?

— Quem poderia ser? — responde ironicamente, Maxon. — Pode me falar logo o que quer comigo? Estou com uma papelada enorme me esperando na minha sala, pai.

— Vou direto ao ponto, suas secretárias não são bonecas para que você as use toda vez que levar um chute ou pé na bunda, Maxon. O número de secretárias que eu tive que demitir por causa das suas noites enche uma cidade de pequeno porte inteira! Vamos ter grandes problemas com a mídia, já é a quinta apenas esse mês.

— Eu não tenho culpa se você só traz mulheres gostosas que dão em cima de mim para trabalhar aqui. — responde o filho olhando pela janela.

— Você sabe que é. Nem você consegue achar uma desculpa para tudo isso. — Clarkson solta uma risada. — Esperava uma desculpa mais convincente, por favor. Já faz dois meses que ela te deixou, será que você pode, por toda a sua família e pela empresa, seguir em frente?

— Eu estou tentando! — Maxon quase grita.

— Com outras mulheres? Estou casado há 29 anos com a sua mãe. Você não substitui uma mulher com outra. — Clarkson responde friamente.

— Você não devia estar reclamando, eu não sou esse filho horrível! — Maxon explode. — Homens da minha idade saem para beber, batem o carro, vão preso, pagam várias e várias rodadas em algum bar de esquina para os amigos, isso sim seria um problema para a imagem da nossa empresa, mesmo sendo de bebida, mas eu saio com mulheres e volto totalmente sóbrio para a minha casa. Você fala como se eu estuprasse as merdinhas de secretárias que você arranja, como se eu bebesse além da conta e batesse um dos meus carros todo dia, e que chegasse em casa e espancasse meus filhos, só que eu não faço isso, será que algum dia você vai me agradecer pelo o que eu faço e parar de só me julgar? O que você quer que eu faça? Como eu substituo uma mulher então “Hó grande guro do amor”?!

Clarkson ficou um tempo olhando para o filho que andava de um lado para o outro com raiva.

— O mundo não para Maxon. Quer que eu te agradeça por tudo que você deixou de fazer de errado? Eu agradeço. Mas não jogue a culpa da sua dor de cotovelo em mim. O mundo não vai parar só porque você está com problemas, as pessoas e coisas não vão mudar por você. E uma coisa boa que você faz, não anula as coisas ruins que você já fez. Antes de tentar achar outra garota, tem que esquecer ela.

— Como eu vou esquecer sem outra garota? — Maxon estava irritado, confuso e mal-humorado.

Clarkson pensou em falar algo, começou a pensar em milhares de coisas que poderia dizer e explicar. Já havia perdido a conta de todas às vezes em que viu o filho naquela sala, andando de uma lado para o outro, nervoso por causa de uma mulher. Sim, isso acontecia frequentemente. Por fim, Clarkson solta uma risada sem humor abafada pelas mãos que se encontravam em punho sobre sua boca.

— Vá para casa. — Clarkson fala e então começa a mexer nas coisas que fazia antes de Maxon entrar na sala. — Tire o dia, se quiser mais eu dou, de férias.

— Eu não posso deixar a empresa.

— Eu sei, mas tudo vai ficar sobre controle.

— O que vou fazer? — pergunta o filho incrédulo.

— Não sei. — o pai diz. — Ficar um dia de férias não é ruim Maxon, sua vida está nessa empresa, leve esse dia como um intervalo longe de si mesmo. Vá interagir com seus filhos e não com as prostitutas. É apenas um dia, as pessoas geralmente ganham no mínimo um mês.

Maxon sai bufando da sala e para na frente da secretária oficial daquele andar.

— Bom dia, Sr. Schreave, o que deseja? — Clara pergunta formalmente, percebendo que Maxon não estava de bom humor.

— Quero que tranque meu escritório e arranje uma secretária urgente para mim.

— Gostosa? — Clara pergunta anotando em uma nota no computador.

— Feia, pedido do meu pai. — Maxon bufa e revira os olhos. — E envie para minha casa aqueles documentos importantes, diga para quem me ligar que eu estou ocupado com problemas familiares e logo após me ligue e diga que tal pessoa ligou, se alguém falar que é de extrema urgência, me ligue e se eu permitir passe o meu número residêncial.

— Anotado, mais alguma coisa Senhor? — Clara pergunta.

— A chave do meu carro, sabe onde eu botei? — pergunta ele.

— Qual delas? — Clara pergunta rindo.

— Quantas chaves eu já deixei aqui? — Maxon franze o cenho.

— Tem a do hatch Chevrolet Onix, Lamborghini Aventador e a do Renegade.

— Me dê a do Chevrolet e peça para levarem os outros para a minha casa, até a noite.

— Certo. — ela joga a chave para o chefe que a pega no ar.

— Obrigado, Clara.

Maxon entra no elevador e fica girando as chaves nos dedos. Clara trabalhava ali desde que ele entrou, ela ainda fazia estágio e ao longo dos anos foi crescendo dentro da empresa até virar a secretária chefe. Clarkson agradece aos céus por Clara ser lésbica, ou já teria caído nas lábias de Maxon e ele teria que demiti-la.

— Bom dia Senhor Schreave. — fala Jairo, o porteiro da empresa.

Maxon apenas faz um comprimento com a cabeça antes de derrapar e sair do estacionamento.

***

— Eu estou bem mãe. É sério! Acredita em mim... — o telefone fica mudo. — Mãe? Mãe? Mãe?!

America retira o celular da orelha e percebe que a bateria havia acabado.

— Droga de telefone. — murmura brava.

Termina de arrumar sua bolsa e tranca a porta do apartamento. America havia acordado cedo e preparado todo o apartamento, arrumado as roupas no closet e se livrou das caixas de papelão que habitavam o chão, tomou banho e pôs uma roupa simples, estava decidida, iria arranjar um emprego. Esse era o plano, mas a bateria do telefone acabou no meio da ligação e America sabia que a mãe ficaria preocupada, então antes de tudo, iria procurar um orelhão e aproveitar para conhecer as ruas da cidade. Havia chegado ontem a tarde de viajem e foi direto dormir, ainda estava procurando alguém para dividir o grande apartamento, uma ou duas pessoas para ajudar com o aluguel.

Entra no elevador e chega no subsolo, onde era o estacionamento, cada morador tinha direito a duas vagas, tinha que pagar por uma terceira.

— Olá America. — fala o filho do dono do prédio, que trabalhava meio período cuidando do elevador, que aparentemente gostava de America, desde que ela chegou, ontem.

— Bom dia, Junior. — America revira os olhos em desgosto.

— Vai fazer o quê? — ele pergunta invasivo.

“Nada que te interesse idiota, cuida da sua vida!”

— Vou lá pra esquina, sabe? Hoje é segunda, acredite ou não, temos muitos clientes na semana, e eles pagam a mais! — America fala ironicamente, mas pela cara que Junior faz, ele devia ter acreditado.

— Na...? — ele estava pasmo.

— No cabaré, você sabe, aquele ali na esquina, sabia que eles mandam algumas pessoas para Amsterdã? Estou pensando seriamente em ir, esse ramo dá mais dinheiro por lá.

Falando isso America vai em direção ao carro e antes de entrar dá uma piscadela para o garoto, que ainda parecia em choque. Sai calmamente do estacionamento e fica passeando pela cidade, aquele dia estava frio, nevava um pouco, mas não muito, o que fazia o trânsito estar, como sempre, cheio. Ela aperta mais o sobretudo em volta do corpo quando saí do carro, estacionado do lado oposto aos telefones públicos do parque de Louisville. Sua calça jeans era justa o que não a permitia ir correndo para uma daquelas cabines quentinhas, onde em uma um garoto falava ao telefone e no outro uma senhora procurava algo na bolsa.

— Ótimo. — murmurou percebendo que teria que fazer fila para entrar em um deles. Ela para na fila e então alguém a cutuca.

— Você passou na minha frente. — Maxon fala, levemente irritado, a primeira coisa que America percebeu foram seus cabelos loiros que brilhavam muito, quando o homem parava no sol, e logo me seguida seus grandes olhos azuis.

— Não tinha ninguém aqui. — America se defende.

— Tinha. Tem. Eu. — Maxon havia esquecido o celular na empresa e precisa ligar para que Clara pedisse para alguém levá-lo para ele.

— Não, eu. — America fala decidida então se vira para frente e espera que o garotinho sair.

— Isso é injusto, sabia? Eu estou há um tempo aqui fora nesse frio, e não foi para uma mulher vir do nada e roubar meu lugar na fila!

— Eu não fiquei andando por essa cidade desconhecida, sozinha, para ficar discutindo com você, dá licença!

— Vai naquela ali! — Maxon aponta para a outra cabine.

— Digo o mesmo. — America responde seriamente.

— Aquela velha vai morar ali dentro. — Maxon chuta um pouco de neve que se acumulou no chão enquanto murmurava. — Droga de cabeça!

— Tenha mais respeito, é senhora! — America fala com divertimento.

O garotinho que estava dentro da cabine começa a se despedir e America dá mais um passo a frente esperando a hora de poder entrar.

A senhora que estava na outra cabine começa a abrir a porta para sair e Maxon rapidamente para na frente da cabine esperando para entrar e solta um sorriso triunfante para America, mas ele se desmancha quando a velinha começa a procurar algo no chão da cabine, ficando lá mais um tempo. America começa a rir e quando o garoto sai da cabine ela entra na mesma, e antes de começar a ligação pisca para Maxon.

— Olá mamãe! — America começa e logo e interrompida — Não, eu não fui roubada, meu telefone... Acabou a bateria... Sim, a bateria! Eu sei, mas eu ouvi... Música... Música viagem inteira! — Dona Magda não parava de interromper America, o que estava irritando a filha — O apartamento é incrível e bem... Grande. Não, ainda não, mas logo eu acho... A vizinha me chamou de O QUÊ? Mãe, bate nela por mim... Claro que não... Ainda não... Eu vou achar alguém... Não vou morrer de fome... Eu sei que tenho... Que achar um emprego... Eu vou dar meu jeito... Sim... Mãe...

Maxon não era muito de se importar com o que os outros conversavam, mas por algum motivo começou a prestar atenção na ruiva. Ele soltava pequenos risos ao ver o quanto a ruiva era interrompida, logo a senhora sai da cabine e ele entra. Ambos os telefones das cabines eram na parede que ficava para o parque e as portas ficavam viradas para a rua.

— Oi, passe para Clara... Como assim ocupada?... Minha jovem você... Você sabe com quem está falando?... Droga, sou o Maxon Schreave, agora passa logo para a secretária!... Clara?... Sim, eu esqueci... Mande alguém levar... E os meus carros?... ARRANHÃO?... Eu vou matar esse manobrista!... Como você quer que eu me acalme, ele arranhou o meu bebê!... Obrigado de verdade, Clara... Sim... Tá...

Maxon e America viram um para o outro enquanto falam no telefone, eles se analisam, não deixam passar sequer um detalhe, por quê? Nenhum deles sabia ao certo.

— Senhor Maxon, mais uma coisa... Sua mãe está aqui, e quer falar com você.

— Pode passar. — Maxon fala com o cenho franzido ainda olhando para America. — Oi mãe... Uma nova babá?... A outra o quê?... Eu vou matar Ahren!... Onde Eadlyn estava nesse meio tempo?... Há, então Kenna raptou minha filha e deixou ele no comando?... Eu preciso matar alguém! — Maxon começa a bater no vidro da cabine. — Como você quer que eu ache assim de repente? Eu não cago babás mãe! — Amberly começa a repreender o filho pelo linguajar indecente — Pede para Clara... Como assim você quer que eu ache?... Eu não levo jeito para isso!... Como eu vou saber se estou botando uma mafiosa para cuidar dos meus filhos ou não?... Qual o problema de outra pessoa cuidar disso?... Eu sei que são meus filhos!... Mãe!...

— Mãe se acalma! — America quase grita. — eu vou arranjar um emprego... Como assim?... Mãe eu não vou morrer de fome... Eu dou um jeito... Não me venha com essa... Eu sei me virar... Eu me virei até agora!... Eu vou sair agora e ir procurar emprego... Eu prometo... Sim, ligo... Não se preocupa mãe!

Ambos ficam em silêncio por um segundo.

— EU VOU ARRANJAR UMA BABÁ! — Maxon grita e bate o telefone no gancho.

— EU VOU ARRANJAR UM EMPREGO! — America grita e bate o telefone no gancho.


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Notas finais do capítulo

Desculpem pelo capítulo gigante :v
Comentem o que acham :3
Passem nas minhas outras fics :3

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