Loving can hurt sometimes escrita por Luna Lovegood


Capítulo 13
The only light I'll see


Notas iniciais do capítulo

Como não agradecer a minha parceira Lucy G Salvatore (Que escreve Once Upon a Time) pela recomendação linda! Muito Obrigada pelas suas palavras flor!

Muita gente ficou chateada com o Barry no capitulo anterior, mas tentem ver pelo lado dele ele não conhece o Oliver, tudo o que ele viu foi um suspeito viável, que mentiu para a Fel e pode tentar machuca-la. Prometo que logo o Barry vai cair na real.

Pra quem não sabe, comecei outra fic (momento da propaganda) “Burning It Down”, mas tem só o primeiro capitulo e as postagens serão só uma vez por semana, porque a prioridade por enquanto é loving.

Obrigada pelos comentários, amo quando vocês comentam!

No mais é isso, espero que gostem! Nos vemos nas notas finais! bjs!



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When I needed a place

To hang my heart
You were there to wear it from the start
And with every breath of me
You'll be the only light I see

Even when it's dark before the dawn
I will feel your grace and carry on
And with every breath of me
You'll be the only light I see

The only light I'll see..
(Every Breath - Boyce Avenue)

Felicity Smoak

Eu vestia um vestido azul royal com o comprimento abaixo dos joelhos e prendi meus cabelos em um coque rígido. Peguei o colar de diamantes que Ray Palmer havia me dado e o coloquei ao redor do meu pescoço, sem dúvidas era lindo, embora eu não conseguisse afastar a sensação de que aquilo mais parecia uma coleira enfeitada. De todo modo eu o devolveria logo após esse jantar. Odiava essas coisas muito chamativas e também não queria passar a ideia de que podíamos ser mais do que éramos: apenas colegas de trabalho. Me olhei no espelho de corpo inteiro que haviam em meu quarto, eu parecia profissional, embora o colar desse um ar mais sofisticado ao visual e o leve decote do vestido pudesse ser um pouco demais para a ocasião. Cogitei trocá-lo, mas a campainha já estava tocando e eu não tinha mais tempo.

Abri a porta e me deparei com Ray em seu terno preto perfeitamente alinhando, gravata azul, cabelos recém-cortados e barba bem feita. Ele cheirava a colônia cara. Tudo nele gritava sucesso e dinheiro. Ray havia insistido que deveríamos chegar juntos ao restaurante, embora eu tenha dito que não me incomodava em ir no meu próprio carro. Mas aquele jantar de negócios era com um investidor muito importante e ele acabou me convencendo a aceitar a carona.

Os olhos de Ray varreram meu corpo com certa cobiça, e repousaram exatamente sobre o decote. Me arrependi imediatamente por não ter trocado o vestido. Ele esticou uma das mãos e tocou o colar em meu pescoço, a sensação daqueles dedos frios na minha pele me deixaram instantaneamente arrepiada. Mas não de um jeito bom.

— O colar ficou muito bem em você. — Ele falou me fitando com aqueles olhos escuros impossíveis de se ler. Desviei o olhar do dele e me afastei do seu toque.

— Melhor irmos ou chegaremos atrasados. — eu disse, mudando o foco do assunto.

Chegamos ao restaurante e nos sentamos à mesa enquanto aguardávamos. Meia hora se passou e nada do investidor chegar. Então Ray recebeu uma ligação informando que ele não poderia comparecer. Ele insistiu para que jantássemos já que estávamos ali, e por mais incrível que pareça e acabamos tendo uma noite agradável. Era fácil conversar com Ray, ele era inteligente e charmoso, mas nada daquilo parecia ter efeito sobre mim. Para ser honesta eu o achava um pouco narcisista. Eu disse um pouco? Tente extremamente narcisista.

Ray insistiu em me acompanhar até porta do meu apartamento. Eu fiquei nervosa. Será que ele pensou que eu o convidaria para estender a noite?

Chegando à porta eu o agradeci educadamente e aproveitei a oportunidade para devolver o colar. Ray ficou chocado com o meu ato, disse que era um presente para “enaltecer a minha beleza”. Ainda assim eu o devolvi, dizendo que era um presente muito caro e não poderia aceitar... e blá blá blá... No fim ele acabou cedendo, embora tenha ficado claramente contrariado.

Eu abri a porta entrando no apartamento e me virei para me despedir. Imagine a minha surpresa ao perceber que Ray havia entrado logo atrás de mim. Sem sequer ser convidado.

— Eu ainda tenho sentimentos por você, Felicity. — ele declarou, assim do nada.

Aquilo me pegou totalmente desprevenida, Ray e eu tivemos um rápido namoro na faculdade, e se eu me lembrava bem, foi ele quem terminou comigo naquela época, dizendo que havia muitas coisas planejadas para o seu futuro e que eu não me encaixava nele. Eu achei um idiota na época, mas a verdade é que eu não me importei, eu não estava apaixonada e de certa forma foi melhor assim.

— Você não pode estar falando sério! Nós namoramos na faculdade, e não foi nada demais. – Eu respondi. Ray fazia o tipo ideal para qualquer mulher normal, era bonito, rico, inteligente... Mas eu nunca seria capaz de amá-lo. Meu coração não aceitava mais esse sentimento.

Ou pelo menos não aceitava senti-lo por outra pessoa.

Eu não vi Ray se aproximando, e quando dei por mim os seus lábios já estavam nos meus. Seus braços rodearam a minha cintura e me prenderam junto a ele com uma força excessiva. Ok. Isso já esta indo longe demais, pensei. Coloquei as minhas mãos sobre o peito dele tentando afastá-lo, mas acho que Ray entendeu isso como um incentivo, porque logo em seguida ele tentou aprofundar o beijo.

— Ray. Eu não posso fazer isso... — eu disse descolando nossos lábios e tentando me afastar ao máximo dos braços dele.

— É por causa do Oliver Queen? — disse me olhando com uma expressão dura no rosto. — Eu não acredito! Depois de tudo o que você sofreu? Como é possível você ainda amar aquele idiota? – Me espantei com o tom da voz dele que soou carregada de ódio.

Fiquei calada. Não gostava de ouvir o nome de Oliver, não gostava de pensar nele. Ray estava certo. Eu não seguia em frente por causa dele, porque o amor que eu sentia estava enraizado em cada parte de mim. Mas isso não lhe dava o direito de se intrometer na minha vida particular.

— Minha vida particular, Ray, não lhe diz respeito! Nós somos apenas colegas de trabalho, e no que depender de mim nunca seremos nada além. — eu disse na defensiva e ele pareceu perceber que havia ultrapassado um limite.

— Felicity... Eu... — ele tentou dizer mais suave dessa vez, fazendo uma cara de arrependido. Mas eu já estava o empurrando para a fora da minha casa, e fechando a porta na cara dele.

***

Acordei com as mãos de Oliver em mim, me sacudindo delicadamente.

— Felicity, você está bem? Você estava falando enquanto dormia. Era um sonho? — me perguntou com olhos me analisando, ele parecia um pouco infeliz.

— Foi uma lembrança. — eu disse cautelosamente, me sentando na cama e organizando meus pensamentos. Oliver pareceu ainda mais infeliz ao escutar a minha resposta.

— Uma lembrança com Ray Palmer. — Não foi uma pergunta, ele apenas afirmou num tom amargo estreitando os olhos para mim e trincando os dentes. Ele estava claramente chateado com isso. Merda, será que eu falei o nome do Ray enquanto dormia?

Pela expressão de Oliver eu diria que sim.

— Oliver. — chamei — Não é como se eu pudesse controlar isso. — respondi de mansinho, tentando acalmá-lo. Mas o estrago já tinha sido feito.

— Então... Sobre o quê foi a lembrança? — ele questionou rispidamente.

— Tem certeza que quer saber? — eu perguntei, e imediatamente me arrependi. Pela forma que seus olhos queimavam e sua respiração estava entrecortada, eu percebi que ele estava cogitando erroneamente que tipo de lembrança tinha sido aquela.

— Definitivamente eu quero que me conte. — sua voz era uma mescla de  raiva e ciúmes.

Suspirei e contei toda a lembrança para ele, e Oliver escutou pacientemente parecendo relaxar ao perceber que não era o tipo de recordação que ele estava imaginando, embora tenha ficado furioso ao saber que Ray havia me beijado a força.

— Isso significa que você e o Ray nunca tiveram nada. — ele constatou claramente aliviado. — Ele mentiu.

Concordei assentindo com a cabeça.

— Mas ele sabia da sua amnésia e tentou se aproveitar disso para enfiar mentiras na sua cabeça — ele falou com raiva. — Fez você acreditar que tinham um relacionamento. Eu vou matar aquele desgraçado! – Disse se levando da cama.

— Porque todo mundo resolveu se aproveitar da minha amnésia para mentir para mim? — soltei, e me arrependi imediatamente ao ver o olhar de culpa em Oliver.

— Felicity...

— Eu sinto muito eu não quis dizer isso desse jeito. — tentei consertar.

— Mas você está certa. Eu nunca me desculparei o suficiente por isso. — disse suspirando logo em seguida, e voltando até mim, pousando uma das mãos ao redor do meu rosto — Eu realmente sinto muito por ter feito isso. Eu nunca deveria ter mentido para você, mas você não faz ideia de como eu me senti vivo ao ter você de volta em minha vida. Eu simplesmente não consegui deixá-la ir uma segunda vez. Eu sinto muito por ter sido egoísta, e mentido para você. — seus olhos azuis fitaram os meus com sinceridade e ele se aproximou pousando um beijo na minha testa.

Eu sabia que ele sentia muito por ter mentido para mim, mas eu realmente já tinha deixado isso no passado. E não queria vê-lo se torturando por isso. O importante era que estávamos juntos apesar de todas as mentiras e armações.

— Vamos apenas esquecer isso, Ok? Ficou no passado. — eu falei segurando a mão dele. — E temos problemas maiores para lidar.

— Você tem razão. — Oliver falou, embora seus pensamentos ainda estivessem longe.

— Eu sempre tenho! — falei com um biquinho, e fazendo Oliver dar um sorriso tímido. — Eu só não consigo entender o porquê Ray fez tudo isso, fingir esse namoro, te denunciar para a Polícia. Não faz sentido! Foi tudo por um pouco de ego ferido? 

Oliver ficou calado por um tempo, parecia estar pensando em minhas palavras.

— Você acha que o Ray pode ter sabotado o carro? — ele me perguntou diretamente.

Se eu achava? Honestamente eu não fazia a menor ideia. Talvez ele estivesse realmente apaixonado e quando o recusei ele pensou: Se eu não posso tê-la ninguém mais terá! Era possível, mas isso era muito enredo de novela mexicana em minha opinião.

Eu ia falar isso para o Oliver, mas nossa conversa foi interrompida por alguém que batia à porta.

— Deve ser a camareira. — Oliver disse se levantando para atender.

Não era a camareira.

Na verdade não poderia ser uma pessoa mais diferente, era a minha sogra! Moira Queen em toda a sua glória, sofisticação, anéis de brilhantes e cabelo devidamente escovado. Como alguém consegue ficar assim às sete horas da manhã de um domingo? Eu sequer tinha penteado os meus cabelos.

— Mãe o que você faz aqui? — Oliver perguntou com evidente surpresa.

— Eu tive que descobrir por terceiros toda essa confusão filho! Você deveria ter me contado. Uma tentativa de assassinato! Deus! Isso é algo muito sério. — minha sogra exclamou, já entrando no quarto com toda a liberdade e impondo a sua presença.

— Felicity querida. — disse assim que me viu, sua voz soando carinhosa e maternal, ela veio em minha direção me abraçando calorosamente. Aquilo foi estranho. — Você deve estar tão preocupada. Eu vim aqui apenas para dizer que vocês têm a minha ajuda e o meu apoio para o que precisarem. É  só dizerem.

Apenas assenti com a cabeça. Moira Queen sendo gentil, isso era muito para absorver!

— Mãe, eu sinto muito, eram muitas coisas eu deveria ter te avisado, mas tudo aconteceu muito rápido. — Oliver explicou.

— Não tem problema, eu te entendo filho. Você estava apenas cuidado da sua família — disse docemente. — E você pode tirar o tempo que precisar para isso, não se preocupe com nada eu irei assumir a presidência da Q.C. momentaneamente até que toda essa situação se resolva.

— Obrigado, mãe. — agradeceu.

— De nada, filho. Agora eu preciso ir, tenho alguns assuntos da empresa para resolver aqui em Central City. Foi bom te ver novamente Felicity. — disse se despedindo com um sorriso.

Não comentei o quão estranho eu achei aquela visita de Moira. Afinal aquela era a mãe do meu marido, não seria inteligente ficar reclamando da anormal simpatia dela. Eu deveria apenas aproveitar que estávamos em bons termos.

Arrumamos nossas malas e fechamos a conta no hotel. Nós saímos de Central City logo após o almoço. A viagem foi tranquila embora eu tenha feito Oliver parar umas duas vezes para comprar bobagens, eu sentia uma fome absurda que eu associei ao nervosismo e ansiedade que toda a situação causava. Se eu não parasse de comer eu ia virar uma orca.

Chegamos em casa às quatro horas da tarde. E eu fiquei aliviada por estar naquele lugar. Engraçado como aquele apartamento repleto de aço inoxidável parecia cada vez mais com um lar para mim. Eu só percebi isso depois de ficar um tempo longe. Não me leve a mal, eu ainda odeio os tons neutros, o sofá de couro e aquela cozinha horrorosa, mas eu meio que senti saudades dali.

Eu estava tão cansada que imediatamente cai na cama e peguei no sono. Dormi como uma pedra, sem sonhos, pesadelos ou lembranças. Quando eu acordei já eram oito horas da noite, e fui procurar Oliver que estava na cozinha.

— A bela adormecida finalmente acordou! Pensei que teria que te acordar com um beijo amor verdadeiro! — Oliver brincou, beijando suavemente meus lábios.

— Eu posso voltar para cama se você quiser. — provoquei.

— Se você voltar eu não posso garantir que não sairemos de lá. — ele piscou para mim, dando aquele sorriso charmoso que me fez corar. — eu tenho algumas ideias. — Amo ver as suas bochechas vermelhas. — comentou deixando um beijo sobre ela.

— É por isso que você me provoca tanto.

— Dessa vez foi você que começou.

Ele estava certo.

Suspirei me apoiando na bancada da cozinha onde Oliver cortava alguns legumes com perfeição. Oliver não costumava cozinhas quando nos casamos, eu tentei ensiná-lo algumas vezes, mas era um tormento, porque ele sempre ficava me distraindo. Três anos depois, aqui estava ele, fazendo tudo com perfeição.

O que mais eu perdi?

Não gostei daquela sensação.

Será que eu perderia mais coisas? E se Oliver fosse preso? O que seria da vida que acabamos de recomeçar?

— Será que podemos fazer algo normal hoje? Um filme e pipoca, talvez? — pedi, estava ansiosa para fingir que minha vida não era um livro policial e sim um daqueles romances fofos.

Ele me olhou curioso, parando de cortar os legumes.

— Claro, amor, faremos o que você quiser. — Oliver concordou e eu o agradeci ficando na ponta dos pés e deixando um beijo sobre a bochecha dele.

Fui tomar uma chuveirada e fiquei ali por um tempo sentindo a água quente bater no meu corpo o relaxando. Pensando na vida. Pensando em Oliver. Em tudo o que nós tínhamos juntos. Meus devaneios foram interrompidos por alguém abrindo a porta do banheiro, mas ainda não abri meus olhos.

— Você disse algo normal... — Oliver falou entrando no box, olhei na direção dele e o vi completamente nu. Não pude deixar de sorrir com aquela visão. — Então eu pensei...

Ele não terminou de falar porque imediatamente meu corpo se grudou no dele e nossas bocas se uniram num beijo quente, apaixonado e molhado. 

***

Depois do nosso “banho”, nós nos sentamos em frente à TV para assistirmos um filme. Honestamente não faço ideia de qual era, porque passamos a maior parte dele apenas nos acariciando e beijando.

Foi bom. Fingir um pouco que o resto do mundo não existia e apenas focarmos em nosso relacionamento. Fazer coisas bobas como assistir um filme e comer pipoca, implicar um com o outro, ou fazer uma guerra de travesseiros. Depois de tudo o que passamos, nossa vida precisava de momentos assim, leves e normais.

Acordei no outro dia me sentindo péssima, minha cabeça doía e meu estômago revirava. Definitivamente não tinha sido uma boa ideia colocar calda de chocolate na pipoca! Me levantei da cama num pulo e corri imediatamente para o banheiro e fechei a porta. A náusea era terrível.

Fiquei ali sentada no chão frio um pouco, com o rosto colado na parede esperando o mal estar terrível passar. Nunca mais, eu iria misturar comida doce com salgada. A partir de hoje eu prometo só comida saudável... A quem eu queria enganar? Eu já estava louca para comer um chocolate!

— Amor? — Oliver me chamou batendo na porta. — Está tudo bem aí? — ele perguntou preocupado.

— Sim, já estou saído. — falei me levantando do chão e  escovando os meus dentes.

Quando eu saí Oliver me olhava com uma cara séria.  

— Amor, você não acha que deveria fazer um... — ele começou a dizer, mas foi interrompido pela campainha que tocava incessantemente.

Estava cedo para uma visita, ainda eram nem sete horas da manhã, eu só esperava que não fosse minha sogra novamente, por mais simpática que ela estivesse sendo, havia uma cota para o quanto de Moira Queen eu aguentava na minha vida. Segui Oliver até a sala para ver quem estava nos importunando à essa hora.

— Sara? O que faz aqui tão cedo? — Oliver perguntou assim que abriu a porta.

— Encontraram a Laurel. — foi tudo o que ela disse e aquilo soou como se fosse uma grande merda.


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Notas finais do capítulo

Laurel is back!