Loving can hurt sometimes escrita por Luna Lovegood


Capítulo 14
Never gonna let you take my world from me


Notas iniciais do capítulo

Olá leitores aqui estou eu de volta, um pouco atrasada, mas com uma desculpa muito boa.... Ok a desculpa não é boa, eu apenas demorei porque queria que esse capítulo ficasse muito bom, afinal teremos o retorno de um personagem (Laurel) e uma participação muito especial (não vou dizer quem para não estragar a surpresa)!

Para compensar meu atraso o capitulo ficou um pouco maior que o habitual. 
Muito obrigado pelos comentários lindos do capitulo anterior, é uma das coisas que mais me incentiva a continuar a escrever. É por causa de vocês que eu fico escrevendo no celular, dentro do ônibus, no horário de trabalho ou durante a madrugada! Muito obrigada pelo carinho!

Espero muito que vocês gostem.



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All these lives that you've been taking,

Deep inside, my heart is breaking.
Broken homes from separation.
Don't you know it's violation?
It's so wrong, but you'll see.
Never gonna let you take my world from me.
The world outside these walls may know you're breathing,
But you ain't comin' in.
You ain't comin' in.
(All These Lives- daughtry)

 

Felicity Smoak

— Encontraram a Laurel.

A forma como a Sara falou “Encontraram a Laurel” e não “Eu encontrei a Laurel” me fez gelar, aquilo não parecia nada bom. A voz dela estava um pouco grossa e arrastada, o rosto aparentava cansaço e dava para ver algumas olheiras ali, como se ela não tivesse dormido muito essa noite.

— Entre, Sara. — Oliver disse enquanto dava passagem para Sara entrar e a acompanhou até a sala de estar, fazendo-a se sentar no sofá — Agora, explique exatamente o quê aconteceu. — pediu gentilmente.

— Eu recebi uma ligação desesperada dos meus pais às duas da manhã me informando que a Laurel havia sido presa. Parece que ela estava viajando e assim que o avião dela pousou no aeroporto de Starling City a polícia já estava lá, esperando por ela com o mandado de prisão em mãos. — ela explicou atropelando as palavras. E logo depois se jogou no sofá, a expressão cansada ainda no rosto.

— Ela foi presa? Eu pensei que tudo o que a polícia tivesse contra ela fosse circunstancial... — eu falei, ainda não acreditando que aquilo estava acontecendo. — Sem contar que o suspeito número um deles era o Oliver!

— Aparentemente eles tinham uma testemunha que a reconheceu. Acho que foi um de seus vizinhos, ele disse que a viu na garagem do prédio no dia do seu acidente mexendo no seu carro. A polícia não divulgou antes para preservar a investigação. —  Sara esclareceu, levando uma das mãos às têmporas e massageando.

Então tinha sido a Laurel, a polícia não a teria prendido se não tivessem certeza disso. Eu esperava me sentir aliviada, afinal minha quase assassina estava atrás das grades, mas eu não me sentia... Era tudo muito estranho e absurdo. Me sentei deixando meu corpo se afundar no sofá.

— Você está bem, Felicity? — Sara me perguntou — Parece um pouco pálida. — disse e seus olhos me analisaram.

— Eu estou bem. — menti, meu estômago ainda revirava um pouco, mas eu não ia reclamar disso justo agora que tínhamos outras coisas para lidar.

Oliver que estava sentado ao meu lado me puxou gentilmente para junto de seu corpo e eu apenas deixei a minha cabeça se apoiar no ombro dele, enquanto sentia o carinho leve de suas mãos na minha, seus dedos brincando com os meus como se quisessem me distrair.

— Tem mais uma coisa. — Sara disse meio incerta se levantando e vindo em minha direção, se sentando na mesinha de centro à minha frente. Ela tomou uma respiração funda antes de começar  a falar — Eu não vim aqui apenas para avisar sobre a prisão da Laurel, eu vim para te pedir algo, Felicity. — sua voz era cautelosa e ela olhou de um modo vacilante para Oliver, como se temesse a reação dele.

Mas seja lá o que o fosse devia ser algo realmente sério, porque eu nunca havia visto Sara com aquela expressão antes.

— Meus pais, estão pirando com tudo isso. E apesar de tudo o que a Laurel fez ela ainda é minha irmã, e família é importante. Ela tem passou por alguns problemas no passado, eu não sabia até meus pais explicarem tudo, mas ela não esteve bem consigo mesma por um tempo. Eu não estou pedindo que você a perdoe nem nada disso até porque eu mesma ainda não sou capaz de fazer isso... Mas eu a vi e... — Sara pausou, respirou fundo e me olhou nos olhos segurando as minhas mãos nas suas. — Felicity eu preciso que você converse com a Laurel. — pediu.

— Isso definitivamente não vai acontecer! — Oliver gritou antes que eu pudesse sequer entender o que Sara estava me pedindo. — Felicity não vai chegar a menos de um quilômetro de distância dela, não me interessa se ela está presa, eu vou fazer um pedido de ordem de restrição. Eu não a quero perto de nós.

— Oliver! — o reprendi, eu o entendia, mas odiava quando ele tomava decisões por mim.

— Você está louca se acha que eu vou permitir você na mesma sala que a Laurel! Felicity ela nos separou e ainda tentou te matar... — ele falava e andava de um lado para o outro da sala, completamente alterado.

Oliver tinha um ponto a favor dele. Mas sinceramente? Eu estava curiosa com essa conversa. Haviam lacunas no meu passado que apenas Laurel poderia preencher, e principalmente eu queria entender o porquê de tanto ódio contra mim. Não podia ser apenas por causa de Oliver.

— Eu vou conversar com ela, Sara. — concordei, e Oliver me lançou um olhar exasperado.

— Não! Eu não posso perder você de novo. — Oliver esbravejou, voltando-se para mim — Eu não consigo passar por isso de novo, ainda mais agora que eu acho que você pode estar...

— Oliver, seja racional eu vou estar em uma sala com vários outros policiais. O que ela poderia fazer? — expliquei calmamente o interrompendo, Oliver balançou a cabeça como se recusasse a aceitar aquilo, peguei seu rosto entre minhas mãos e o forcei a olhar para mim. — Confie em mim, amor. — pedi, e ele suspirou profundamente.

— Tudo bem. — concordou  vencido, os lábios apertados em uma linha mostrando que ele não estava satisfeito com aquilo — Mas só porque eu sei o quão teimosa você é, e que iria fazer isso com ou sem a minha aprovação. Mas que fique claro eu vou ficar o tempo todo com você! Se Laurel sequer tocar em você nós sairemos imediatamente de lá.

— Certo. — confirmei, sabendo que não conseguira nada melhor do que isso. — Quando podemos ir?

***

Nós três seguimos juntos direto para a delegacia, Oliver ainda parecia contrariado o caminho inteiro, enquanto Sara me colocou a parte de todos os detalhes que ela teve acesso. Aparentemente Laurel já havia sido interrogada e ela negara qualquer envolvimento no meu acidente, tendo apenas confessado que nós conversamos naquele mesmo dia no meu escritório.

Quando chegamos à delegacia Oliver parecia que ia surtar a qualquer momento, ele estava andando ao meu lado e segurava a minha mão possessivamente, e seus olhos examinavam todo o local a procura de uma ameaça eminente. Ele parecia disposto a se jogar na frente de uma bala a qualquer momento ou a quebrar o pescoço de qualquer um que se aproximasse muito de mim. Seria fofo se não fosse vergonhoso.

— Oliver, dá para se comportar como alguém normal? Não é como se a Laurel fosse me ver e tentar me matar na frente de dúzias de policiais. — Eu disse a ele.

Ele ia me responder, mas se distraiu com uma cabeleira loira que passou por nós.

— Mãe? O que você faz aqui. — Oliver a chamou fazendo-a parar.

— Querido, eu vim assim que fiquei sabendo sobre a Laurel. É uma notícia horrível, eu só queria estar aqui e oferecer meu apoio à vocês dois e a família Lance também. — ouvi-a dizer. — É tão triste para os pais dela, ela era uma moça boa, uma pena que seguiu por esse caminho.

Só eu percebi que ela estava saindo e não chegando? E como a Moira ficou sabendo disso antes de nós? Eu pensei que só a família tinha sido avisada.

— Obrigado, mãe. — Oliver respondeu dando-lhe um beijo terno na bochecha. Ele estava alheio a qualquer uma daquelas coisas que rondavam em meus pensamentos. Como ele conseguia ignorar isso?

Me afastei juntamente com Sara e deixei os dois conversarem, não estava afim de socializar com a rainha má hoje. E além do mais aquele perfume importado e caro dela me deixava enjoada.

— Espere aqui um momento enquanto e falo com os meus pais, eu irei verificar como fazer para você ver a Laurel. — Sara falou e saiu indo encontrar o senhor e a senhora Lance, Nyssa também estava lá. Eles estavam todos sentados num canto da delegacia e pareciam realmente deprimidos. Eu sabia que aquela situação devia ser difícil para a família dela, e apesar de Sara e Laurel não conversarem mais, ela deveria ficar do lado dos pais.

Desvie meu corpo para o outro lado não querendo ficar encarando aquela cena íntima foi então que eu bati com tudo em alguém, fazendo-o derrubar um monte de folhas ao chão, me abaixei imediatamente para ajudá-lo a recolher enquanto murmurava um milhão de desculpas.

— Felicity? O que faz aqui? — ouvi aquela voz conhecida dizer.

Levantei a minha cabeça ao mesmo tempo que ele e nossas testas se chocaram e nós dois gememos um “ai”. Aquilo ia deixar um galo! Barry Allen e eu devíamos ser parentes distantes, só isso para justificar o quanto éramos desastrosamente parecidos.

Eu comecei a sorrir para ele, mas então me lembrei que Barry havia acusado Oliver de tentar me matar e emburrei a cara.

— Aqui estão as suas folhas. — disse me levantando e esticando os papeis para ele que ainda estava sentado no chão. Tentei soar o mais distante possível, deixando claro que eu ainda estava irritada com ele.

— Onde está o seu hum... marido? — Ele inqueriu.

— Isso por acaso é um interrogatório? Devo chamar meu advogado? —perguntei não disfarçando o meu desagrado.

— Estou vendo o que esta acontecendo aqui. E eu acho que devo as minhas sinceras desculpas, eu só estava fazendo o meu trabalho e sinto muito se peguei pesado com você. — Ele se desculpou com toda a sinceridade.

— Só isso? — devolvi, eu já não estava com tanta raiva dele assim, mas não queria assumir.

— O que você esperava? Eu me ajoelhando e gritando que eu estava errado de ter suspeitado do seu marido. Ok, eu faço isso... Mas provavelmente eu não irei gritar aqui é o meu local de trabalho e eu acabaria perdendo todo o respeito que meus colegas não me dão...

Sorri involuntariamente, Barry já estava se ajoelhando no melhor estilo cavalheiro. As pessoas ao redor começaram a me olhar, acho que ele ainda não havia percebido o que aquilo parecia.

— Algum problema detetive Allen? — um Oliver extremamente mal humorado se aproximou perguntando.

Vi a cor no semblante de Barry desaparecer e o sorriso dele se tornar apenas uma linha fina no rosto lívido. Ele imediatamente se levantou do chão e pegou as folhas que eu ainda segurava, murmurou um “eu preciso ir” correndo logo em seguida. Eu ri ainda mais ao vê-lo trombar com a minha sogra na pressa dele em sair de perto de Oliver.

Oliver ainda me olhava irritado, mas eu não conseguia parar de sorrir com a situação. Barry Allen seria um bom amigo um dia, mas eu duvidava que depois disso Oliver iria deixá-lo a chegar a no mínimo cem metros de distância de mim.

— Eu perdi alguma coisa? — Sara perguntou assim que retornou, ao observar a expressão de ódio no rosto de Oliver.

— Não. — falei dando de ombros e Oliver bufou ainda parecendo aborrecido.

— Ok, então eu vou apenas ignorar o clima estranho. — disse com seus olhos desviando de Oliver para mim e continuou. — Eu conversei com os detetives de Central City, que estão cuidado do caso Joe West e Eddie Thawne e eles te acompanharão até a sala onde a Laurel está.

Assenti com a cabeça, e Sara nos levou até os detetives, não foram necessárias apresentações já que nós nos conhecíamos de Central City. Fomos encaminhados até uma sala no final de um corredor, do lado de fora um policial fazia a guarda.

Suspirei, agora era a hora da verdade.

— Você não precisa ficar nervosa, haverá dois policiais com você lá dentro. Você estará segura. — o senhor Joe West assegurou.

Assenti, eu não estava preocupada com a minha segurança, eu estava preocupada com as respostas que eu tanto buscava.

— Eu vou entrar com ela. — Oliver anunciou.

— Nós não aconselhamos... — Eddie começou a dizer.

— Eu não me importo com o que aconselham, eu vou entrar do mesmo jeito! — ele falou firmemente. E eu vi Joe e Eddie trocarem um olhar, antes de assentirem.

A porta foi aberta, e o que eu vi lá me assustou. Eu tinha uma imagem gravada na minha mente de uma Laurel Lance, bonita, confiante e cínica. Alguém que nunca descia do salto. Mas aquela Laurel estava completamente diferente do que eu me lembrava. Sentei-me na cadeira do outro lado da mesa ficando de frente para ela, enquanto Oliver ficou ao meu lado de pé em uma postura protetora.

— Você queria falar comigo Laurel? — perguntei, e me assustei ainda mais com a aparência dela assim que ela ergueu o rosto na minha direção. Os olhos dela estavam vermelhos de tanto chorar.

— Felicity. — ela falou e um brilho surgiu nos olhos dela, ela parecia esperançosa. — Eu fico muito feliz que você tenha vindo. — ela pausou dando-me um sorriso que eu não retribui e então continuou. — Eu fiquei sabendo hoje pela Sara sobre a sua amnésia, e sobre o seu acidente. Felicity você precisa acreditar eu não tenho nada haver com isso! Eu sei que temos as nossas diferenças pelo que eu fiz no passado, mas você precisa acreditar em mim. Eu mudei, eu me arrependo profundamente de ter separado vocês dois. Eu não estava nas minhas melhores condições quando eu fiz aquilo.

Ela parecia sincera, mas eu não estava disposta a confiar assim tão fácil. O que ela fez no passado, não era algo que eu poderia simplesmente passar uma borracha e apagar.

— O que você foi falar comigo quando esteve na Palmer Tech? — eu perguntei, e Laurel pareceu murchar um pouco ao perceber que eu havia ignorado o pequeno discurso sobre a inocência dela.

— Eu fui até você, para pedir o seu perdão Eu te contei toda a armação que eu planejei... — ela pausou e deu um longo suspiro antes de continuar.  — Sozinha. Você ficou brava comigo, é claro, nós discutimos,  mas eventualmente você iria me perdoar pelo que fiz.

Claro que iria! Pensei ironicamente.

— Porque você foi até lá para me contar a verdade? Porque você se arrependeu? — eu perguntei, e ela deu um meio sorriso. Merda, eu estava começando a acreditar nela.

— Eu conheci alguém, ou melhor reencontrei. —ela sorriu, seus olhos opacos ganharam um pouco de brilho — E essa pessoa me ama do jeito que eu sou e eu amo ele de uma forma que eu nunca pensei que fosse possível amar alguém. Eu percebi o quanto eu havia sido mesquinha com vocês dois, eu havia destruído a vida de duas pessoas simplesmente porque estava com inveja da felicidade de delas. — ela confessou olhando diretamente para mim.

Eu não queria admitir, mas a forma como ela falou aquilo, cheia de sentimentos de pesar me deixou arrepiada. Eu acreditei nela, eu acreditei que ela realmente havia se arrependido.

— Então, Laurel, se não foi você que sabotou o carro da Felicity, então me explique como reconheceram você como a pessoa que estava na garagem do prédio dela. Mexendo no carro dela. — a voz de Oliver soou repleta de ironia, eu podia estar acreditando nela, mas Oliver definitivamente não estava.

— Isso foi um grande erro. Eu nem sei onde você mora. — Laurel garantiu.

— Isso aqui é que está sendo um grande erro! Melhor irmos, Felicity. — Oliver esbravejou, finalizando o assunto, ele parecia com pressa em sair daqui.

Eu já estava me levantando quando senti uma unha me arranhar, as mãos de Laurel se apertaram sobre o meu braço e seus olhos desesperados cravaram em mim.

— Felicity, por favor, você precisa se lembrar. Tudo fará sentido quando você se lembrar. —  implorou com desespero na voz.

— Tire as mãos dela! — ouvi Oliver dizer ao mesmo tempo em que puxava meu braço das garras de Laurel e me levava para a saída.

***

Aquela tinha sido uma conversa estranha. Eu me sentia estranha depois daquilo. Eu ainda odiava Laurel pelo que ela havia nos feito, por toda a dor que eu e Oliver sentimos nesses três anos em que ficamos afastados. Mas eu sentia muita pena dela, ver ela assim tão indefesa e tão diferente da Laurel que eu conheci mexeu comigo de um jeito inesperado.

Eu deveria estar muito fora de mim para me compadecer dela.

— Você está bem? — Oliver me perguntou assim que deixamos a sala, sua mão massageando suavemente o local do meu braço em que Laurel havia agarrado. Eu teria respondido, mas fui impedida por um homem que vinha em nossa direção exalando raiva. Era o Tommy Merlyn o melhor amigo do Oliver que havia se mudado para a Alemanha logo depois do nosso casamento. O que ele estava fazendo aqui? E porque nos olhava com uma chama de ódio nos olhos? Eram as perguntas que eu me fazia.

Oliver percebeu a minha demora em respondê-lo e virou-se notando a direção do meu olhar. Seu semblante imediatamente se surpreendeu, e um sorriso começou a brotar ali até Tommy começar a falar e tudo desabar.

— O que você fez para ela? — ele gritou segurando Oliver pela camisa.

— Tommy? — Oliver exclamou, dava para ver a surpresa no rosto dele. — Do que você está falando?

— Eu vim ver a minha noiva! Ai eu descubro que ela está presa graças à você! A sua família não se cansa de machucá-la? — Ele cuspiu as palavras e os policiais notaram a agitação e começaram a vir em nossa direção.

— Tommy, você está fora de si. Você precisa se acalmar amigo! Ninguém aqui fez nada à Laurel. Muito pelo contrário, ela é a única que tem tentado destruir a minha família, ela fez isso uma vez e tentou outra. — Oliver explicou suavemente à ele enquanto eu ainda absorvia a ideia de que Tommy Merlyn era o amor de quem Laurel falava.

— Eu não acredito em você. — ele se negou— Laurel mudou desde que eu a reencontrei, desde que eu juntei os pedaços dela e a fiz inteira novamente. Eu não vou deixar vocês destruí-la outra vez! — ele falou soltando a camisa de Oliver e olhando para ele ameaçadoramente.

— Tommy... — Oliver começou a dizer visivelmente preocupado, mas foi interrompido pelo detetive Joe West.

— Senhor Merlyn? Você pode falar com ela agora.

E Tommy desapareceu dentro da sala em que estivemos minutos atrás.

***

Voltamos para casa logo depois do incidente com Tommy, eu estava mentalmente esgotada. A conversa com Laurel ainda girava em minha cabeça. Eu precisava me distrair antes que isso me consumisse ainda mais, então eu optei por uma das duas coisas que era capaz de me distrair: comida. Oliver era uma delas, mas naquele momento comer era uma urgência maior. Ante a confusão daquele dia, e meu estômago que havia se comportado mal durante a maior parte dele, eu sequer havia percebido que não havia comido nada durante a manhã toda. Por isso tomei um banho rápido e fui direto para a cozinha, eu estava com vontade de comer algo mais caseiro, por isso decidi preparar uma bela lasanha naquela cozinha intimidadora toda de inox. Oliver se juntou a mim como meu ajudante, ou melhor dizendo como uma bela distração já que ele estava sem camisa.

Eu não demorei nada para fazê-la e logo a colocamos no forno. Agora era esperar. Droga, tinha me esquecido dessa parte, tivemos que enganar o estômago com algumas frutas enquanto a lasanha assava.

Eu me apoiei na bancada fria de inox e decidi que já estava na hora de conversarmos sobre a manhã que tivemos.

— Eu não consigo parar de pensar o quanto isso é triste, o Tommy parece realmente apaixonado pela Laurel. É tudo meio inacreditável. Ele nunca te falou nada? —eu perguntei à Oliver.

— Nós meio que perdemos o contato depois que ele se mudou. — analisei aquela resposta. Será que eles haviam brigado?

— Por quê? Vocês eram melhores amigos, Oliver. Houve alguma briga ou algo assim? — perguntei.

— Não. Tommy havia perdido os pais e eu havia perdido você, não estávamos em nosso melhor momento. Ele fugiu para a Alemanha e eu fugi para o trabalho. Acho que não éramos muito de dividir sentimentos. — falou um pouco entristecido, e puxei ele para mais perto de mim e deixando um beijo simples nos lábios dele.

—Eu sinto muito. — fui sincera.

— Eu também. —  ele devolveu com um suspiro.

— Sabe... Apesar de tudo eu não acredito que a Laurel tenha feito isso, sabotar meu carro parece exagerado demais. — eu soltei. — Ela estava feliz com o Tommy, não tinha motivos para querer me matar.

— Você não pode estar falando sério! Felicity? Você realmente acredita nela? — Oliver questionou me olhando com incredulidade.

— Por quê você não acredita?

— Laurel sabe da sua amnésia! Ela claramente está tentando te manipular. — respondeu sério.

— Eu não acredito nisso. Você não viu o desespero no olhar dela... Ela parecia mais uma criança assustada do que uma assassina Oliver! — argumentei.

— Não seja tão ingênua. Ela estava atuando, você sabe que ela é boa nisso. — respondeu secamente.

Fiquei irritada com as palavras dele. Ele, Sara e Ray haviam de modos diferentes mentido para mim quando souberam da minha amnésia, era idiotice acreditar que justo a Laurel faria diferente, mas ainda assim eu acreditava. Porque eu não vi nela o olhar de ódio que eu esperava. O que vi nela me deu pena.

— Mas agora que tudo isso acabou nós podemos seguir em frente com as nossas vidas. — começou sua mão deslizando distraidamente sobre a pele do meu braço — Eu estava pensado, talvez devêssemos nos mudar para uma casa, algo com um jardim bem grande, um quintal ainda maior para as crianças brincarem... — Oliver falou tentando aliviar o clima tenso que se instalou entre nós após a nossa pequena desavença.

Foi inevitável sorrir com aquela ideia.

— Eu sei o quanto você odeia esse apartamento. — ele continuou a falar se aproximando mais de mim, e me prendendo contra a bancada, seus braços firmes ao redor de mim.

— Eu não odeio. Na verdade eu aprendi a gostar daqui... — Oliver estreitou os olhos na minha direção como se não acreditasse em minhas palavras — Talvez eu odeie algumas coisas, tipo essa cozinha com aço inoxidável. Mas é perto do seu trabalho, amor, e do meu também, assumindo que você vai me recontratar como a sua garota do T.I. Acho que deveríamos mantê-lo talvez trocar essas bancadas horríveis...

— Mas o aço inoxidável tem suas vantagens. — Ele deu um sorriso travesso,  suas mãos se colocaram em minhas coxas e Oliver me impulsionou me colocando sentada na bancada fria de inox e se instalando entre as minhas pernas. — Ela é resistente.

Eu estava usando um vestido e não pude deixar de estremecer ao contato da minha pele com o aço gelado, mas quando as mãos de Oliver começaram a alisar as minhas coxas. Minha nossa! Aquilo foi como fogo se alastrando pelo meu corpo, cada toque dele me levava ao paraíso. Sua boca capturou a minha devagar, brincando com ela, com a minha vontade de ter mais até que assumi um pouco do controle, colocando minhas mãos em seu pescoço e puxando-o mais para mim, beijando com toda a  paixão que eu sentia por ele. Nossas bocas se perderam no gosto uma da outra, nossas mãos queriam tocar, sentir e provocar.

Quando dei por mim, meu vestido a essa altura já estava todo levantado e as mãos de Oliver brincavam com a renda da minha calcinha. Sua boca deslizou até o meu pescoço onde ele alterava beijo e pequenas mordidas que me deixavam louca. Eu já estava ofegante e enrosquei minhas pernas ao redor do corpo dele querendo senti-lo contra mim.

— Você tem razão devemos mantê-la, mas quando tivermos filhos podemos trocar por...

Oliver parou instantaneamente de beijar meu pescoço assim que ouviu me dizer aquilo, seus olhos azuis encontraram os meus e um sorriso genuíno se instalou no rosto dele. Eu sabia o quanto ele queria uma família e filhos, esses sempre foram os nossos planos quando nos casamos, nós iríamos esperar dois anos e então começaríamos nossa família. E só de pensar nisso eu senti meus olhos arderem, e lágrimas  quentes escorreram por causa desse pensamento feliz.

— Felicity, acho que eu deveria te falar algo... — Oliver começou, mas parou ao perceber que eu chorava. — O que foi, amor, algo está errado?

— Não. — neguei levando as mãos aos meus olhos e secando aquelas lágrimas sem sentido. — Está tudo certo, sou eu que estou sendo uma tola sensível. Deve ser a TPM que me deixa assim.

— Oh! — Oliver exclamou e arqueou as sobrancelhas em sinal de desentendimento. Seu semblante parecendo um pouco desapontado quando assimilava as minhas palavras.

— O que você queria me falar? — perguntei.

— Nada, eu só acho que você vai ser uma mãe incrível um dia. — meu coração se aqueceu me fazendo sorrir com aquela frase, não vendo a hora de começar a minha família com Oliver.

— Então acho que deveríamos começar a praticar! — falei, o puxando contra mim querendo continuar de onde paramos. Seus lábios se contraíram num sorriso e Oliver voltou a me beijar feliz. Estava tudo muito bom até eu sentir um cheiro de queimado tomar conta do lugar

— Oh, merda! Me esqueci da lasanha!

 


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Notas finais do capítulo

E então gostaram? Comentem pleeeeeeeease!

Agora um pequeno aviso. Quinta-feira dia 18/06 a fanfic vai fazer aniversário de um mês =D Como passou rápido né?! Então nesse dia não vai ter capitulo novo de Loving :'( . Mas, estou pensando em escrever uma one sobre o primeiro encontro deles e mostrar como esse romance lindo começou. Então o que acham da ideia?