Abra Cadáver escrita por Lúpulo Lupin


Capítulo 2
Capítulo 1




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Adryan McLaren gosta de jogar suas férias fora, em Hogwarts. As férias de Natal, em que todos estão em suas casas, com suas respectivas famílias, celebrando e se divertindo.

O garoto, no entanto, tem outros planos. Pouco liga pra hipocrisia de fim de ano, em que todos fingem se amar.

Adryan quer que o mundo se acabe, desde que ria um pouco com isso. E toda semana de Natal é a mesma coisa, o garoto é figura frequente no Três Vassouras.

Desde os 13 anos frequenta o Pub. Cervejas Amanteigadas, Uísque de fogo, Folha de Mascar, e uma boa dose de arrogância e sorte nos jogos de carta do bar local, fizeram sua fama. O garoto possui uma reputação em Hogsmeade. Todos sabem seu nome, seus drinks favoritos, e suas mulheres.

Sim, suas mulheres.

McLaren é uma espécie de entidade do vilarejo bruxo. Uma entidade que muitas querem conhecer. Seu sorriso de deboche, pouca idade e vadiagem são um charme. Um charme bem aproveitado, apesar de sua feiúra. Não há menina em Hogwarts que deseje seus beijos, mas Adryan já conseguiu companhia suficiente em Hogsmeade. E isso lhe serve bem. Até gosta que seja assim. Uma noite quente em Hogsmeade recompensa mais que uma tarde casta com alguma moralista da Grifinória.

Falando nele, eis o nosso herói desidratado saindo do café da manhã de Hogwarts após uma noite de pileque.

Tudo que mais queria era tranquilidade e sossego. Cabeça inchada, e enjôo, procurou um lugar em sua sala comunal, perto da lareira. Se largou em uma poltrona, e começou a colocar fumo em seu cachimbo, quando uma voz feminina interrompeu:

– Ressaca, querido?

– Inteligente, você. Tá tão na cara assim?

Joana deu uma risada de canto de boca. A menina estava deitada na poltrona do outro lado da sala comunal. Teatralmente fechou o livro que lia.

– Sim, está, seu merdão.

Adryan suspirou em resposta.

A menina se levantou da poltrona e foi até Adryan.

– Aquela cantoria escrota, às duas da manha, puta que pariu vocês, hein? Era pra porra da escola inteira ter acordado. Sério, não sei como o patrulha cabacento do Dumbledore não veio até aqui embaixo.

Joana era lindamente feia.

Dentes separados, cabelos negros muito cheios, e uma quantidade significativa de pelos nos braços. Cada poro de seu corpo exalava hormônio, calor e safadeza. Quando ela ria, meio mundo ficava de pau duro, embora a outra metade brochasse. Não dá pra explicar o porque, mas acontece. Seus seios duros marcam a camiseta. De maneira irresistível.

– Primeiro lugar: foda-se o Dumby. Segundo lugar: foda-se suas broncas escrotas.

Joana riu. Se jogou junto, e sentou numa cadeira próxima ao amigo.

– Adoro você, seu fodido. Na próxima que você beber sem mim e não me chamar, vou ficar magoada.

– Estávamos falando putaria, por isso não te chamamos – respondeu o garoto já conseguindo alguma brasa no cachimbo.

Na verdade nem estavam.

– Mas eu adoro ouvir a putaria de vocês. Em geral são histórias super legais de como vocês são azarados. Quase poético.

Adryan riu. Adorava isso. Hogwarts nas férias. Só os esquecidos na escola. Apenas aqueles que não tem onde ir, ou que não querem ir pra lugar nenhum. Afinal, todos esses esses alunos estavam onde realmente queriam estar.

Em casa.

Sua casa, Hogwarts.

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Sala comunal da Sonserina, dois dias após o natal, às dezenove horas. Adryan e Ed estão em frente a lareira, enquanto esperam Joana se arrumar.

– Baita fumo bom esse Ed. Conseguiu aonde? – perguntou Adryan após dar uma grande tragada em seu cachimbo.

– Consegui com uns caras da Lufa Lufa. Aqueles gordinhos sabem das coisas. Comem bem, bebem bem, e fumam bem. Quer dizer, os que fazem isso né? A maioria é meio bunda mole, mas eles estão com uma plantação legal aqui na escola. Nem sei onde é, mas eles me arrumam o tabaco.

– Em troca de quê? – retrucou Adryan, enquanto soltava a fumaça.

– Como assim?

– Ora, eles não pediram nada em troca?

Adryan não ouviu a resposta. Seus olhos se pousaram do outro lado da sala comunal.

Um garoto os espiava. Cabelos bem negros, pele muito branca. Um rosto adulto para um menino. Talvez Ed estivesse falando o que deu em troca para o tabaco saboroso cultivado pelos garotos da Lufa-Lufa, mas Adryan não ouviu.

– Chega mais, moleque – falou em tom mais alto.

O menino veio.

– Qual seu nome, e porque tá encarando a gente? – ameaçou.

– Desculpe. Não queria incomodar. – Sorriu constrangido o menino.

– Mas incomodou. Diga quem é você – ordenou.

– Sou Tom.

– Tom? Só isso? Minha bola esquerda poderia se chamar Tom. Fala daonde você é, e porque cargas d´agua você estava nos encarando.

– Riddle. Tom Riddle – afirmou o menino, aparentemente mais seguro.

– Riddle? Não conheço essa familia – refletiu Adryan – Parece nome trouxa – comentou, e as orelhas do garoto enrubesceram.

– Conhece esse nome, Ed?

– Não – respondeu LaMer taciturno, enquanto encarava o garoto novo.

– Em que ano você está, Tom?

– No segundo ano, tenho doze anos – falou o garoto, que agora mostrava total segurança, e até certo carisma.

Adryan sorriu.

– Nunca vi teus córneos por aqui. Mas ok, eu também não gosto de ser visto por aqui. Me responde uma coisa, moleque, por que nos espiava com tanto interesse? – perguntou e soltou uma bela baforada de fumaça azul.

– Gosto de vocês. Digo, você, o Ed, e a Joana. Parecem divertidos. Parecem saber muito da escola.

– Ah, isso é verdade! – Sorriu Adryan enquanto amaciava o fumo no tambor.

– Então, não sei, acho vocês legais – elogiou o pequeno Tom.

Adryan refletiu um pouco, e então disse.

– Seu dia de sorte Tom. Você vai sair com a gente hoje.

Nesse momento Joana apareceu na sala comunal.

– Então, qual vai ser? Tô louca por uma cerveja. Meus estudos para os N.IE.M.S estão me matando.

Olhou para Tom.

– Quem é esse fedelho?

– Sou Tom – respondeu o menino, com um leve sorriso.

– Não falei com você, fedelho. Mas obrigada pela informação. Então, vamos?


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