Abra Cadáver escrita por Lúpulo Lupin


Capítulo 1
Prólogo




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Se revirou na cama pesado. Sentou e esfregou os olhos. Um súbito mal estar o fez virar a cabeça de lado e vomitar. O dormitório estava escuro, e ele estava sozinho. Normal para um dia de dezembro, em que a maioria dos alunos da escola estavam em casa para as férias de Natal.

Ainda tonto, pegou a varinha no criado-mudo, fez um leve aceno e limpou a sujeira no chão. “Bosta...” pensou. Saiu da cama e se dirigiu ao banheiro. Vomitou outra vez, e se sentiu menos enjoado, mas com a cabeça explodindo. Foi até a pia.

O reflexo do espelho, no sombrio banheiro masculino da Sonserina refletia Adryan McLaren, um rapaz de 16 anos. Magro, loiro e feio. E irlandês.

Ser irlandês era seu maior orgulho. E isso quer dizer alguma coisa quando se trata de McLaren. O rapaz tinha orgulho de muitas coisas sobre si, desde a mais beligerante imbecilidade até ao fato mais pomposo.

Em outras palavras, Adryan se orgulhava de pertencer a uma das mais tradicionais famílias bruxas da Irlanda. Tradicional e pobre, verdade. Mas a família se orgulhava de não ter nenhum aborto. Recentemente, ficaram mal falados por fazerem negócios com os trouxas, usando de magia para diverti-los, já que adoram seus “truques magníficos” comos os próprios trouxas chamam as magias. Em sua defesa, os McLarens alegam que “no final das contas, estamos sendo bruxos e sendo reconhecidos por isso, certo?”

Além da tradicional família bruxa, Adryan também se orgulhava de motivos menos nobres, tais como ser o aluno de Hogwarts que mais vira uísques de fogo em uma noite, por exemplo.

Aliás, por essa razão, nosso protagonista está agora agonizando no banheiro.

Noite passada, Adryan, na flor de seus 16 anos, e sexto ano na escola de magia e bruxaria, derrubou juntamente com Ed LaMer, uma garrafa de uísque de fogo, perto da entrada das masmorras, que levam a sala comunal da Sonserina. Vale frisar que Ed é o melhor amigo de Adryan, e tem apenas 14 anos, está no seu quarto ano de Hogwarts, e topa tudo que Adryan lhe propõe, desde formar mesas de aposta em jogos de carta com alunos da Lufa Lufa, até passar uma noite inteira enchendo a cara. Os dois não são bem o tipo de companhia ideal para ninguém.

Assim, ainda de ressaca, McLaren começa mais um dia. Podre por dentro, infeliz por fora. Cada arroto rascante, uma lembrança de uma gargalhada da noite anterior. Cada peido azedo, uma lembrança do porque de encher a cara sempre que pode.

Ao chegar no salão principal para o café da manhã, fez um prato enorme de bacon e ovos mexidos, para desintoxicar, e depois, para dar uma bela e deslizante cagada regada de uísque. Enquanto comia, olhou para a mesa dos professores e pensou “olha só esse bando de fracassados sem família para passar as férias, que fodidos. Assim até eu poderia dar aula aqui”.

Deu um arroto, o primeiro de muitos daquelas férias.


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