Corações Perdidos escrita por Syrah


Capítulo 40
40. Aparentemente, temos um plano




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DEFINITIVAMENTE, O MUNDO sobrenatural é bizarro.

Parece uma declaração óbvia, é claro. Mas, acredite, quando você é um Grace e vive pelo menos metade da sua vida sendo um caçador, vendo as coisas que vi, estudando os casos mais esquisitos possíveis e investigando aparições para lá de estranhas, "bizarro" se torna um termo um tanto raro. E por quê? Eu respondo: nada mais te admira. Cheguei em um ponto onde a possibilidade de acordar com um unicórnio me dando bom dia não é mais tão remota e nem de longe impossível (é claro que acho mais provável que a criatura em questão me acorde querendo comer minhas entranhas, mas isso não vem ao caso).

Então eu acho que posso dizer, com larga margem de convicção, que não há muita coisa nesse vasto universo que me surpreenda. Não vi de tudo, naturalmente, mas pesquisei sobre quase tudo. Vampiros, lobisomens, bruxas, wendigos, sereias (quem diria que conseguiriam estragar o conto da Ariel de uma forma tão grotesca?) e até os malditos anjos, pelo amor de Deus; todas essas criaturas estão severamente incrustadas em um nível tão familiar na minha história que são, para mim, a mesma coisa que a Chapeuzinho Vermelho seria para uma criança qualquer. Por isso, digo e repito que: quando algo chega ao nível de bizarro ou derivados para a minha pessoa é porque é, sem espaço para metáforas, realmente estranho.

Essa era a classificação exata para o que Sara acabara de nos contar. Me contar. "Extremamente preocupante e doentio" também seria uma ótima categoria, mas é extensa demais, então esse termo resumia bem as coisas.

Definitivamente, bizarro.

— Ressurreição? — Dean repetiu a palavra em voz alta, e aquilo ecoou com um certo pesar no cômodo.

Sara assentiu, embora não tenha feito muito mais que isso. Ela parecia relutante em falar sobre aquilo, como se contasse uma lenda amaldiçoada ou coisa do tipo. Eu esperava que a garota se lembrasse do motivo que a estava fazendo revelar aquelas coisas, e torcia para que isso fosse mais forte em seu interior que qualquer outra superstição grotesca que pudesse incomodá-la.

Um. Dois. Três. Dez segundos se passaram antes que alguém quebrasse o silêncio. E sim, eu estava contando. O que mais eu poderia fazer?

— Cara... você só pode estar de brincadeira. Quando foi que chegamos a esse nível?

Era a voz de Dean novamente, obviamente em choque. Eu me fazia a mesma pergunta, embora internamente. Ainda não era capaz de dizer qualquer coisa em voz alta. 

Também não sei, Dean, pensei.

Sara, de algum lugar de seu conflito interno, pareceu recobrar a consciência. A garota piscou algumas vezes, como se para confirmar que a cena à sua frente não fosse um sonho. Ela então balançou a cabeça e disse:

— É um processo rápido, embora não muito simples, mas tenho certeza de que vocês o conhecem bem — seu corpo se ergueu do sofá onde estava enquanto seus olhos percorriam todos os presentes ali naquela sala que, de repente, parecia minúscula. — Demônios da encruzilhada são o X da questão, sem dúvida, e todo o processo restante não é muito mais que papelada a ser preenchida, no sentido metafórico da palavra.

— Barganha. — Ouvi a voz de Sam carregada de desprezo e quase me encolhi, mesmo sabendo que ambos compartilhávamos do mesmo sentimento. — É essa a papelada, certo? Uma vítima.

Sara assentiu, concordando. Ela não pareceu se intimidar com o tom do Winchester caçula e continuou sua explicação; apenas mais uma entre outras dezenas que ela dera hoje, embora esta em especial parecesse essencialmente brutal e difícil de ouvir.

— Meu clã costumava procurar esses demônios e trazer de volta entes queridos de vítimas deles como moeda de troca — disse a garota, quase como se lecionasse uma aula de história. Eu franzi o rosto, ciente de que seu tom banal não era intencional, embora fosse difícil manter isso em mente enquanto ela falava. — Não é um modo dos mais comuns, logicamente, mas é o mais eficiente em termos de chantagem. Nada funciona melhor contra alguém do que uma figura estimada; um familiar, um amigo, ou até um amor. Especialmente se essa gente já se foi. 

— Isso é monstruoso — disse Dean, parecendo enojado.   

— De fato, eu sei disso — admitiu Sara. — Mas também é eficaz, isso não se pode negar. Vocês não imaginam o que as pessoas fariam pra ter de volta alguém com quem se importavam. O amor cega as pessoas de uma forma irracional.

Esse último comentário em especial me fez arfar baixinho, fazendo-me lembrar de Alice e Theo, e a forma cruel com a qual o amor os levou direto à morte. Pisquei algumas vezes, tentando afastar aquele sentimento e buscando me concentrar no presente.

Nesse momento, os irmãos se entreolharam, e notei um poço de significado ali. Sim, Sara, eles também imaginavam sim a intensidade das coisas que você dizia, mais do que você poderia pensar. Os Winchester sabiam bem do peso que tinha a história que a garota nos contava, e eu não havia precisado de mais que algumas semanas em sua companhia para sentir o mesmo.

Ainda assim, eu queria dizer algo, queria opinar. Tinha vontade de gritar "Ei, qual é, vocês eram loucos ou o quê?!", mas meu corpo não reagia aos meus comandos, quase como se algo tivesse tomado o controle. Eu me sentia uma espectadora em minha própria pele, incapaz de ir contra as atrocidades que Sara contava. Ela estava bem ali, falando friamente sobre rituais de morte absurdos que seu próprio clã realizava, e mesmo assim eu não conseguia fazer nada para impedir, estava estática.

Porque eu precisava fazer algo, certo? Não era possível que uma organização como aquela faria algo tão vil durante anos e não seria punida por isso. Eles tinham de pagar. Eu não ligava para os motivos ou os atores, acertaria as contas com todos os envolvidos independente do quanto demorasse. Sim, eu faria isso.

Mas algo em meu interior sussurrava que eu estava equivocada. Essa revolta, a voz dizia em um leve tom de sarcasmo, é apenas porque isso envolve alguém que você amaEssa atrocidade envolve aqueles com os quais você se importa. Alguns cuja presença neste plano não é nem um pouco natural, e você sabe disso.

Mas quem seria? Qual delas? Minha mãe? Minha irmã? Parei para refletir um pouco. Alice foi — mesmo que brevemente — parte dos Remanescentes; tecnicamente, isso faria dela a primeira ou última opção? Estremeci só de pensar.

— Emma? — Eu só percebi que falavam comigo quando senti os dedos ásperos sobre meu ombro. — Emma — ele chamou outra vez, um pouco mais suavemente agora.

— Dean? Quê? Oi. — Minha voz veio de algum lugar, abafada, suprimida, chocada e pelo menos mais uns dez adjetivos relacionados.

Por que de repente o ar parecia tão rarefeito?

— Ei, está tudo bem? — ele perguntou, me encarando com um olhar que eu julgava que fosse preocupação, embora fosse difícil ter certeza no caso de Dean. Poderia ser apenas revolta espelhada. — Você parece... pálida. Quer uma água?

Água? Eu pisquei rapidamente umas três vezes. Dean estava me oferecendo ajuda espontaneamente? Forcei meus lábios a se moverem novamente.

— Tudo... ótimo. Desculpe — resmunguei. — Sara? Continue.

E então, como num passe de mágica, a pressão em meu ombro relaxou e Sara voltou a falar. Dean se afastou, e a atmosfera aos poucos voltou a ser respirável e eu forcei meu cérebro a se desligar daquela bizarrice que tinham sido os últimos trinta segundos.

— Eu presumo que vocês tenham dúvidas a respeito disso — Sara disse. Seus olhos estavam sérios e seu tom era severo; ela não parecia de forma alguma uma criança agora. — Não sei de tudo, isso foi banido logo depois que meu pai assumiu o posto de líder, e as coisas que ouvi não passam de boatos cochichados aqui e ali, e não sei exatamente se são todos verdade, mas...

— Estamos falando de um grupo de sobrenaturais que ressuscitam pessoas para usá-las de chantagem — murmurou Sam, parecendo irritado. — Ainda tem dúvida sobre algum rumor ruim partindo deles?

Sara apenas encolheu os ombros, como se pedisse desculpas, mas não acrescentou mais nada.

— E a parte do sacrifício? — eu perguntei de repente, porque até então aquilo não tinha me ocorrido.

Ela piscou, surpresa.

— O que tem isso?

— Os demônios da encruzilhada sempre pedem um. Uma alma em troca de outra. Como eles... Como os Remanescentes resolviam essa parte?

Era essa a "papelada" a qual ambos tinham se referido anteriormente, a segunda parte do ritual. Sara deu de ombros, franzindo o rosto, como se ponderasse algo, e eu estremeci só de pensar na resposta.

— Era bem simples, na verdade. — Respondeu, então me lançou um olhar culpado, como se dissesse "sinto muito, não tem uma maneira melhor de dizer isso". — Apesar de serem discretos... na medida do possível — ela suspirou — Os Remanescentes têm seguidores no mundo todo. Um pouco como os Illuminati, como Dean fez questão de ressaltar. Alguns são obcecados pelo clã e sua história, outros são só gente sozinha à procura de ajuda — ela respondeu, parecendo enojada. — Essas eram as chaves mais fáceis para os sacrifícios.

Eu quase engasguei com meu próprio ar.

— Espera aí — falei lentamente. — Você tá querendo dizer que essas pessoas... que elas... entregavam as próprias almas ao seu clã? De bandeja? — eu não conseguia acreditar no que estava dizendo, mas Sara fez um aceno em minha direção, afirmando tudo. — Mas isso é horrível, cacete! — exclamei, chocada. — Essas pessoas sabiam onde estavam se metendo? Quero dizer, elas iam morrer!

Sara deu de ombros, parecendo constrangida.

— Sendo sincera, acho que elas meio que não ligavam. Demônios da encruzilhada costumam ser bem... generosos com o tempo, sabem? — suspirou. — A maioria das pessoas conseguia vinte ou trinta anos de contrato antes que suas almas fossem levadas. Os mais azarados — almas mais valiosas pra esses demônios — conseguiam dez anos, no mínimo. Enfim, acho que eles não viam problema nisso, desde que o clã lhes desse o que buscavam. Proteção permanente, na maioria das vezes, ou apenas ajuda.

— Isso é horrível — eu repeti, mortificada. Parecia a única frase em meu cérebro que ainda não tinha sido engolida pelo limbo neural.

Sara concordou.

— Sim, é. Por isso meu pai, quando assumiu o comando, baniu o ritual. Qualquer um que fosse pego praticando esse tipo de coisa era expulso, sem espaço para contestamentos.

Dean assentiu.

— E você acha que esse é exatamente o X da nossa atual questão?

A garota assentiu.

— Podem ter feito isso com o Adam. Acho que trouxeram alguém que ele se importa muito, por isso está sendo forçado a isso — ela me encarou com uma expressão suplicante. — Quero dizer, essa é a única forma de ele ter topado um contrato com meu clã, mesmo depois de tudo.

Balancei a cabeça, horrorizada.

— Alice — sussurrei.

Sara concordou.

— Foi o que pensei. Pode ser que a trouxeram de volta e estão usando isso pra chantagear seu pai, mas também podem ter feito o mesmo com Elena. Quem sabe do que aqueles caras são capazes? — ela fez um gesto de desdém com as mãos, irritada. — Lucian assassinou o próprio líder, não duvido de muito mais.

Bobby se aprumou um pouco, colocando a mão sob o queixo e fazendo uma expressão pensativa.

— Não pode ser a Alice — disse ele.

Suspirei.

— Também não quero acreditar nisso, Bobby, mas...

— Não, ele tem razão, não tem como ser a sua irmã — Dean me interrompeu de repente.

Eu o encarei, um tanto confusa.

— Não? — eu e Sara perguntamos ao mesmo tempo.

— Não — disse o loiro. — Se o que nos contou é verdade, e Theo transformou Alice, isso significa que ela foi pro Purgatório. — Ele se aproximou de Sam com um olhar enigmático. Purgatório? — Os demônios não tem controle sobre as almas de lá.

Eu encarei os irmãos, confusa.

— Espera aí, Purgatório? Como nas histórias bíblicas? — perguntei.

— Não exatamente — foi Sam quem falou. — Lá é mais como um local só pra monstros. Todas as almas sobrenaturais acabam no Purgatório. Sem exceção.

Apesar da surpresa diante da informação, notei Sara estremecer ao meu lado, e não pude culpá-la. A declaração de Sam aparentemente a incluía, e eu sei que eu também não ficaria feliz em saber que teria de dividir a pós vida com todos os seres sobrenaturais que já existiram.

Pensar sobre isso me fez mais uma vez lembrar de Alice e Theo. Será que os dois estavam juntos nesse lugar?

— Se eles trouxeram Elena de volta, significa que ela está presa — Bobby voltou a falar, bem mais sério dessa vez. — Lá, na sede. Com eles.

— Também significa que está sendo guardada a sete chaves — disse Dean, refletindo. — Mas isso não explica o porquê de terem posto alguém junto com Adam na investigação. Se eles têm um familiar dele em mãos, não precisam se preocupar com uma possível desistência, certo?

Ele ainda estava ao meu lado, e apesar de se manter concentrado em Sara, vez ou outra eu sentia seu olhar me analisando, talvez tentando descobrir o que se passava em minha cabeça.

— Talvez só queiram ter certeza de que ele está fazendo tudo certo, sem trapaças. Afinal, ele poderia estar bolando um plano para resgatar a refém ao invés de capturar Sara — sugeriu Sam.

Eu concordei com um aceno rápido.

— Ele pode estar fazendo isso agora mesmo, e eles nunca perceberiam — eu disse convictamente. — E enquanto isso a busca por Sara seria só uma fachada.

Olhei ao redor no cômodo, constatando que todos estavam refletindo minhas palavras com cuidado. Sara foi a primeira a se pronunciar:

— Sem ofensa, mas prefiro não pagar pra ver — disse ela, fazendo uma careta. — Não duvido da sua teoria, mas eu seria uma idiota se a pegasse como absoluta verdade.

Apesar da situação, dei um sorriso. Era uma garota inteligente, de fato, e isso começava a me conquistar.

— Tem razão, foi só uma teoria. — Reforcei. — A informação que tomamos como vertente é a de que meu pai está te perseguindo para entregá-la a seu clã. Partindo disso, precisamos nos organizar e elaborar o próximo movimento.

Todos assentiram.

— Que, aparentemente, você já tem em mente — disse Dean, desconfiado, me encarando.

Ele não estava errado, é claro. Desde o momento em que a possibilidade de Alice ou mamãe estarem com aquele clã, eu já tinha um plano.

— Vamos realizar uma pequena invasão — eu disse, como se fosse simples. — Resgatar minha família se tornou prioridade.

— O quê?! — os irmãos disseram juntos.

Pelo canto do olho, vi Sara estremecer outra vez, claramente insatisfeita com a ideia.

— Emma, ficou louca? — Dean se aproximou, os olhos esbugalhados. — Você acabou de nos contar sobre uma espécie dinastia secreta altamente inteligente e agora sugere que a gente invada a casa dos caras?

Eu o encarei com uma sobrancelha erguida e uma cara lavada.

— É. Basicamente isso, sim.

O loiro arregalou ainda mais os olhos, como se essas palavras assinassem meu atestado de insanidade. Sam se aproximou de nós cautelosamente. Sara se encolheu um pouco. De repente, parecia que todos ali me achavam louca. E honestamente? Eu não os culpava.

— Emma... — começou Sara, do outro lado da sala, mas não parecia saber como prosseguir. Acho que ela já sabia o suficiente sobre mim àquela altura para saber que, quando eu tomava uma decisão, estava feito.

— Nós nem temos certeza se isso é verdade. Até onde sabemos, é só mais uma teoria — argumentou Sam, que estava tão avesso à minha ideia quanto os outros.

Eu fechei a cara, provavelmente adquirindo uma expressão insolente. Eu não daria o braço a torcer, nem mesmo se as chances matemáticas estivessem escritas na minha cara. E eu quase podia sentir a tinta.

— Esperem, ela pode estar certa. — Uma voz salva-vidas emergiu na conversa.

Ergui os olhos para a única pessoa que ainda não tinha se pronunciado a respeito daquilo, e também a única que ainda não me encarava com receio de eu ter enlouquecido de vez. Senti quando os outros três pares de olhos do recinto se viravam na mesma direção que os meus.

— Bobby. — Sara gemeu com contrariedade, como se aquela fosse sua declaração final de frustração.

E ela estava certa. Se Bobby concordava comigo, significava agora que as chances de a minha ideia ser levada adiante por todos eram ainda mais altas. Precisei de muita força de vontade para reprimir o sorriso que se desenhou em meu rosto.

— Vejam bem: se Elena está presa a mando de Lucian — começou Bobby, calmamente, explicando seu ponto de vista —, e se Adam só está atrás da garota aqui por isso, significa que, uma vez que libertarmos a vítima, não há mais uma moeda de troca.

— E com isso, Adam finalmente me deixaria em paz — completou Sara, franzindo o cenho, como se pensasse melhor. Mas seu rosto logo amuou: — Mas invadir a sede dos Remanescentes é tão ruim quanto agir contra o chefe da família Grace. Acho que até pior. Já expliquei a vocês, eles não são uma organização qualquer — seus olhos faiscavam enquanto contava, as juntas dos dedos estavam da cor de giz branco de tanto que ela as pressionava. — Um século e meio é mais que suficiente pra se aprender alguns truques. 

— Não acho que temos uma escolha — murmurei.

Os irmãos me deram uma encarada séria, Dean se pronunciou:

— Você tem certeza disso? Porque podemos ir pelo caminho mais fácil, sabe? Achar Adam e negociar.

Balancei a cabeça, afirmando.

— O caminho mais fácil levará dias, talvez até semanas, ou meses — repliquei, contrariada. — Eu já estou cansada de esperar. Quero respostas, e quero o quanto antes.

Estávamos diante de um dilema delicado. Tínhamos Sara, totalmente contrária a situação, claramente insatisfeita com a ideia de voltarmos à sede de seu clã. Tínhamos Bobby e eu, no mesmo time, apoiando a ideia de resgatar minha mãe. E, por ultimo, tínhamos os irmãos, ponderando a ideia e refletindo os prós e contras. Restava saber se ficariam contra mim ou a favor.

— Essa é uma parada bem complexa — falou Dean, parecendo pensativo. — Por um lado, temos a opção de perseguir um cara que é profissional em perseguir pessoas e além disso é um caçador de primeira — ele olhou para Sara, suspirando. — Por outro, temos a opção de invadir a base de uma organização de seres sobrenaturais conscientes e treinados. — Seu olhar se desviou para mim, sério. — Resumidamente, eu diria que estamos ferrados de qualquer jeito.

Sam curvou os lábios um pouco, parecendo um tanto insatisfeito com a situação.

— Emma, você tem um plano melhor que simplesmente entrar pela porta da frente atirando? — ele me encarou com uma sobrancelha erguida.

— Não vamos fazer isso — revirei os olhos. — Eu... vou pensar melhor nessa parte.

Sara bufou, derrotada.

— Nós vamos mesmo fazer isso?

Eu lhe dei um olhar indignado, então abrandei para um pequeno sorriso.

— Confiei em você, Sara — falei, sem ironias. — Espero que possa retribuir isso agora. Vamos te ajudar, dei minha palavra.

Ela não parecia totalmente convencida, mas acabou assentindo.

— Então, temos um plano, certo? — perguntou, incerta. — Ou quase isso.

Eu podia ver os olhares apreensivos no rosto de cada um enquanto concordavam silenciosamente.

Respirei fundo, já pensando no próximo passo.

— Sim, temos um plano — respondi.


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Notas finais do capítulo

No próximo capítulo: Um plano está feito, e nosso esquadrão se encontra enfim pronto para dar hora à ação! Sara e Emma fazem outro acordo, e aparentemente nossas garotas agora serão... hum... companheiras de quarto? Haha, só vendo pra crer. Enquanto isso, o clima entre Dean e nossa querida caçadora parece um tanto quente demais para os gostos gerais, mas aposto que vocês adoram, não é? Então é só aguardar.



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