Corações Perdidos escrita por Syrah


Capítulo 23
23. Que lugar é esse?


Notas iniciais do capítulo

Olá, hunters ♥

Sim, eu sei que demorei (de novo), e vocês provavelmente estão querendo me matar ou pior no momento. Acontece que uma coisa meio peculiar aconteceu: não estou sabendo dividir meu tempo. E isso, meus caros, está me ferrando em diversas formas. Mas já estou resolvendo esse fato, então tudo o que peço é que perdoem as demoras. Eu atraso mas chego :D

Antes de tudo, queria só ressaltar que os dois primeiros parágrafos desse capítulo foram uma referência à música da Taylor Swift "I Knew You Were Trouble" (algum swiftie por aqui?).

Ainda não respondi os comentários, mas como não posto já faz um tempo, resolvi que não tinha problema. Estarei respondendo os reviews agora mesmo ^^

Boa leitura a todos! ♥



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ÁS VEZES, QUANDO tudo parece terminar, certos fragmentos permanecem em flashes, sabe? É como um tornado de memórias, tudo volta, inclusive ele.

Acho que parte de mim sabia no segundo em que eu o vi que isso iria acontecer. Não é realmente algo que ele disse, ou qualquer coisa que tenha feito. Foi a sensação que veio junto com ele. E é coisa de louco, eu não sei se voltarei a me sentir assim novamente. Talvez eu não deva. Apenas pensei... como pode o Diabo te puxar em direção a alguém que se pareça tanto com um anjo quando sorri para você? Talvez ele soubesse disso quando me viu. Acho que perdi o equilíbrio.

Acho que perdi a mim mesma. E pode ser que dessa vez eu não seja capaz de me recuperar.

— Emma? Está se sentindo bem, querida?

Pisco algumas vezes em uma tentativa parcialmente falha de voltar à realidade. Minha atenção oscila entre os chamados de mamãe e o bater de talheres que ecoa pelo cômodo. Tenho a vaga impressão de assentir em concordância à pergunta feita, embora não tenha certeza de minhas ações no momento, já que tudo parece um borrão.

— O que os Grace estão aprontando em uma cozinha em plena tarde ensolarada de fim de semana? — alguém perguntou. Ele. Sei disso porque a voz é inconfundível, além de trazer clareza aos meus pensamentos.

Eu me lembro de tudo.

— Não estamos cozinhando, se é o que está pensando — ouvi Alice rebater com ironia. — Pessoas normais não fazem isso, ou fazem?

Meu pai desapareceu. Alice e mamãe... droga, este lugar não é real.

— Muito engraçado, Licie. Agora me ajude com esses potes.

Mas por que só percebo isso agora? Por que... por que só na presença dele?

Sinto mãos frias rodearem meus braços e dou um pequeno sobressalto antes de notar que é apenas Justin me abraçando. Fecho os olhos e respiro fundo, permitindo ao meu corpo alguns segundos de alívio antes de me afundar em tensão novamente.

— Você está bem? — o moreno perguntou em voz baixa, seus dedos estavam em meu cabelo, mas seu toque parecia distante. — Parece meio pálida.

Preciso sair daqui, pensei. Preciso arranjar uma forma de voltar para Sam e Dean. Sam e Dean!

Ocorreu-me finalmente que depois de todo o tempo em que estive aqui, os garotos não tiveram notícias minhas, sequer sabem meu estado. Nem mesmo eu sabia. Não havia sido teleportada ou algo do tipo, como pensara inicialmente, porque esse tipo de coisa não envolvia alucinação com mortos. Não, para estar vendo coisas desse tipo, eu precisava, no mínimo, estar em outro lugar. Seria loucura pensar em outra dimensão? Realidade alternativa, quem sabe? Talvez sim, mas, no meu ramo de trabalho, as pessoas ficariam surpresas com a frequência em que coisas loucas assim se tornam reais. E mesmo que eu estivesse em um desses lugares, a questão principal permanecia: como escapar? Não havia resposta.

A não ser que eu pudesse descobrir o que havia me levado até ali, pensei. Então tudo se tornaria mais fácil.

Qual é, homem grande e azul coberto de tatuagens, não devem existir muitos monstros com esse perfil por aí. Qual seria a dificuldade?

— Estou bem — me lembrei de responder a Justin, ele assentiu.

— Caramba, olhe a hora! — a mulher que há poucos minutos eu acreditei ser minha mãe exclamou. — Adam, temos que ir, ou vamos nos atrasar.

— Aonde vão? — "Alice" perguntou.

Mamãe, ou o que quer que fosse aquilo, sorriu gentilmente e se enroscou no braço do esposo.

— Temos uma reserva naquele restaurante italiano do centro hoje — respondeu singelamente. — É novo, e pensei que eu e seu pai poderíamos experimentá-lo, ver como é. O jantar está no forno se quiserem, basta esquentar.

Alice assentiu com um dar de ombros, ao que "mamãe" sorriu e se retirou da cozinha, acompanhada de "papai". Eu não sabia do que chama-los a esse ponto, tudo estava bastante confuso e embaralhado. Minha única certeza no momento era a de que nada ali era real, e que eu precisava escapar daquele lugar o quanto antes.

Eu não percebi que havia alguém me chamando, até que recebi um leve solavanco de Justin e recobrei os sentidos.

— Oi — respondi aereamente, sabia que fora Alice quem chamara pelo modo ligeiramente irritado com o qual ela me olhava. — Desculpe. Você dizia...?

A morena revirou os olhos, mas repetiu:

— Estava dizendo que minha remessa de livros pra esse trimestre chegou esta manhã, e preciso organiza-los nas estantes do meu quarto e tudo o mais — explicou. — Mas aquelas coisas são muito pesadas, e pensei que poderia ter alguma ajuda.

Ela olhou para mim e Justin com uma expectativa quase patética. Reprimi a vontade de revirar os olhos. Agora que sabia que esse lugar não passava de uma prisão imaginária e bizarra, as coisas haviam deixado de ser tão interessantes.

— Eu adoraria, mas... — tentei pensar em algo convincente para dizer. — Tenho que... editar um trabalho. Da faculdade — completei rapidamente. — E isso pode me levar um tempão, sinto muito.

Era um chute no escuro, eu sabia. Ninguém havia mencionado algo sobre a minha "eu" desse mundo — ou o que quer que fosse — frequentar a faculdade ou algo parecido. Mas era um palpite que valia a pena testar.

Felizmente, dessa vez eu acertara em cheio. Alice deu de ombros, desapontada, e se virou para Justin.

— OK, mas você não vai escapar desta tarefa, Blake — sentenciou.

Justin franziu o cenho, confuso. Então negou com um aceno.

— Tenho que passar algum tempo com a minha garota, Grace — retrucou. Algo no modo como ele dissera "minha garota" me causara arrepios.

Alice se virou para mim com um olhar suplicante, e vi ali uma chance perfeita de ficar sozinha tempo o suficiente para descobrir o que diabos estava acontecendo. Virei-me para Justin e sorri. Um sorriso falso, porém, ele não precisava saber disso.

— Teremos tempo o suficiente mais tarde, eu prometo. Ajude ela ou será infernizado por isso o resto da sua vida, acredite.

Ele claramente não ficou feliz com minha oposição, mas cedeu e resolveu ajuda-la. Uma vez que os dois se encaminharam para o quarto de Alice, fui para o meu, disposta a encontrar a chave para esse mistério no lugar mais próximo disponível: google.

É claro que eu já não contava que esse lugar ainda pudesse me abalar, e isso, admito, foi um erro e tanto. Por mais que as memórias em minha mente agora fossem claras, por mais que eu tivesse plena consciência de que tudo aquilo não passava de uma distorção bizarra da realidade causada por o que quer que aquela coisa no porão da loja fosse, esse lugar ainda era, de certa forma, um eco do que minha vida poderia sido, se tudo não houvesse dado tragicamente errado. E querendo ou não, isso mexia comigo em mais formas do que eu gostaria de admitir.

"Meu quarto" aqui era praticamente idêntico ao original — os mesmos móveis e objetos, até mesmo a forma como eram organizados; tudo em seu devido lugar. A única diferença eram as fotos sobre a cômoda, que não deveriam estar ali. Fotos da minha "família" que nunca haviam sido tiradas, como uma de mamãe ao lado de Alice na faculdade. Aquilo me despertou um sentimento estranho, algo como melancolia misturada ao ressentimento por saber que nada disso se tornaria real algum dia. Era o que eu precisava para retomar o foco. Rapidamente me dirigi para o único notebook presente no quarto, em cima da mesinha de canto, e tratei de abrir a aba de pesquisas rapidamente.

Por onde começar?, pensei. Pesquisei sobre distorção de realidade e sua relação com as lendas e mitos ao redor do mundo, nada. Tentei também prisões alucinógenas, mas nenhuma das criaturas nas imagens se parecia com a que eu vira no porão da loja. Não importava o quanto eu pesquisasse e revirasse a internet à procura de informações, simplesmente não havia nada sequer meramente parecido com meu adorado monstrinho azul envolto em tatuagens.

— Mas que droga! — bufei impaciente e afundei o rosto nas mãos.

Eu não sabia exatamente pelo que procurava, mas esperava que as informações me fizessem perceber quando tivesse encontrado. Infelizmente, não havia informações.

— Grande jogada, Grace — murmurei para mim mesma, a voz abafada.

— Seus pais saíram e sua irmã não para de tagarelar no telefone com algum cara da universidade — Justin entrou no quarto de repente segurando duas garrafas de cerveja e foi direto para a cama, jogando-se nela. — Acho que temos a tarde toda só pra n... — ele parou ao ver minha postura, levantou-se e caminhou até ficar atrás de mim.

Seus olhos examinaram a aba de pesquisa aberta, na qual se lia Lendas Urbanas, os maiores mitos da atualidade agora diante de você em uma das páginas que eu tinha aberto.

— Bizarro, mas até que parece interessante — ele comentou indiferente após ler um artigo sobre deuses pagãos. — O que está procurando?

— Uma maneira de fugir desse lugar — respondi. Estava tão frustrada que só reparei nos significados de minhas palavras quando já as havia dito.

Justin apoiou uma mão em meu ombro, o que me fez virar para encara-lo. O moreno me entregou uma das cervejas, a qual aceitei com um sorriso cansado.

— Existem vários modos de fugir daqui — ele deu ênfase no fugir de um modo irônico. — Você não precisa procurar por monstros pra isso. Existe cinema, sabe?

Precisei rir depois dessa. Dei um gole na cerveja, que desceu rápida e queimando pela minha garganta, uma sensação boa, embora superficial.

— Você não acreditaria em mim se eu contasse — falei levianamente.

— Você subestima demais a minha capacidade de crer no impossível.

Virei-me para observa-lo. Justin voltara a se deitar e me encarava com um sorriso no rosto, enquanto os braços se ajeitavam confortavelmente sob a cabeça.

Pensei por um segundo. Eu precisava contar aquilo para alguém, precisava mesmo, ainda que para uma pessoa que não acreditaria. Então, qual o problema? O máximo que Justin poderia fazer caso duvidasse — e eu tinha uma porcentagem considerável de certeza de que ele iria — seria ignorar. Se essa versão dele fosse mesmo parecida com a original, então sabia que eu não iria desistir daquela ideia tão cedo.

— Tudo bem — suspirei assentindo, mais para eu mesma que para Justin.

O moreno acenou, me encarando com expectativa.

— Então...

Respirei fundo, tentando me acalmar enquanto procurava o melhor jeito de iniciar aquela conversa.

— Tudo o que vou falar agora vai parecer extrema loucura — resolvi que sutileza não era o que eu mais precisava naquele momento. — Tipo, tudo mesmo. E acredite quando eu digo que é tão confuso pra mim quanto será pra você.

Encarei Justin, que permanecia na mesma posição, os olhos azuis intensamente focados em mim, o que por algum motivo me intimidava.

E então eu contei a ele. Tudo. Bem, pelo menos o máximo que se consegue contar sobre vinte e seis anos da sua vida em dez minutos. Justin ouviu tudo silenciosamente, o cenho franzido dava a impressão de que ele estava concentrado, embora fosse difícil especificar se sua atenção era em mim ou em minhas palavras.

Quando terminei meu relato, tudo o que ele fez foi manter o voto de silêncio. Não disse nada, nem retrucou, apenas permaneceu impassível. A quietude durou tanto tempo que comecei a ficar apreensiva, diria até que voltara a repensar se tinha feito a coisa certa. Eu dissera a verdade, certo? Havia sido honesta, certo? Então por que me sentia tão estranha?

Bem, certamente não havia como me sentir normal naquele momento. Não ali.

— Diga alguma coisa, por favor — pedi, porque não aguentava mais aquele silêncio desconfortável.

Justin ergueu a cabeça, nossos olhares se encontraram. É impossível explicar o que eu senti naquele momento.

— Então você está dizendo que nasceu em uma família de caçadores e vem fazendo isso a vida toda? — ele finalmente falou. — Caçando... monstros?

Não havia dúvida aparente em sua voz, apenas... curiosidade, o que era estranho.

— Não a vida toda — expliquei. — Desde os sete anos.

— Que foi quando um demônio matou sua mãe diante dos seus olhos? — assenti. — Isso é... bastante informação.

— Eu sei.

Ele suspirou, parecendo avaliar a situação. Era estranho porque parecia que Justin estava tentando acreditar em mim. É o que ele usualmente faz, mas naquele momento, diante de tudo o que eu havia dito, parecia uma tarefa improvável de se concluir.

— Se isso tudo for verdade — ele por fim disse —, como explica o fato de que estávamos com Elena há alguns poucos minutos? E quanto a Alice, quem você diz ter morrido há anos, como explica ela estar na sala conversando com amigos nesse exato instante?

Suspirei. Aquela era a parte difícil.

— Esse é o problema, Jus — respondi. — Eu não acho que nada disso seja real.

Agora eu parecia tê-lo deixado surpreso.

— Como?

— Hoje, eu e esses caras que mencionei pra você, os Winchester, nós estávamos atrás de uma criatura — comecei a contar. Se ele não pirara com todas as loucuras que eu dissera até ali, não o faria mais. — Achávamos que era um vampiro passivo, é um tipo raro originado na América Latina, conhecido por preferir se alimentar de sangue gelado e manter suas vítimas presas enquanto o retira — lembrei dos relatórios de Jody, das pesquisas de Sam e dos livros que Dean e Bobby me mostraram. Quanto mais eu falava, mais nítidas eram as imagens em minha cabeça. — Bem, não era a porcaria de um vampiro passivo, mas sim uma coisa azul e com olhos brilhantes, a qual eu tenho certeza de que é o motivo de eu estar aqui. E é por isso que estou tentando saber o que era aquilo, pra que eu possa sair desse lugar e voltar à realidade.

Justin permaneceu pensativo pelos segundos seguintes. Por mais que eu tentasse, não conseguia imaginar suas teorias. Todos neste mundo eram tão previsíveis e diferentes do que eu estava acostumada, até mesmo meus pais, mas Justin era diferente. Por algum motivo, sua personalidade fora a única que não se diferenciara da original. Quer dizer, esse Justin não era um vampiro com tendências psicopatas e assassino, mas a essência era a mesma, e talvez por isso eu não fosse capaz de saber o que ele pensava.

— Então, o que você planeja fazer agora? — ele perguntou, parecendo ligeiramente desnorteado. — A pesquisa não deu certo.

Dei de ombros.

— Vou continuar procurando, até encontrar algo — respondi. — Se existe uma porta de entrada, então há uma de saída, nem que seja a de emergência. Eu vou encontrar essa porta.

Mas o moreno já não me ouvia mais. Balançava a cabeça e murmurava para si algo que não fui capaz de escutar, e então eu soube que a fase duvidosa havia chegado. Tentei argumentar:

— Olha, sei que parece loucura, mas...

Ele me interrompe tão rápido que mal tenho tempo para reagir.

— Loucura?! — o moreno me encara como se tudo o que eu houvesse dito até ali não fizesse o menor sentido, o que era basicamente verdade. — Emma, eu não liguei para aquela sua pesquisa porque achei que você fosse desistir disso quando visse o quão doida essa coisa toda é — ele suspirou, falava tudo muito rapidamente, sem pausas. — Mas você não parece ter mudado nem um pouco de opinião, e isso está me preocupando.

Afundei o rosto nas mãos, como se aquele simples gesto fosse capaz de me absolver de toda aquela situação. Sim, eu sabia que ele não acreditaria em nada, que me acharia louca ou pior, mas, ainda assim...

— Justin — chamei seu nome, torcendo para que toda a súplica e poder de persuasão que me restavam transparecessem em minha voz. — Acredite quando eu digo que não entendo esse lugar mais do que você entende o que acabei de dizer — encarei-o, nossos olhares pareciam conectados, inquebráveis. — E talvez você esteja certo, e eu esteja mesmo louca. Mas quais são as chances? — ele travou o maxilar, e eu sabia que havia o deixado em um beco complicado.

Ou pelo menos era o que eu pensava, até ele fazer algo inesperado: Justin se virou, me ignorando totalmente, e caminhou até o guarda-roupa. O moreno permaneceu em silêncio, até que me cansei e resolvi dizer algo:

— Eu sei que é muita coisa pra...

Mas ele me interrompeu, erguendo a mão para que me calasse, e assim o fiz, curiosa com sua reação.

— Antes que continue, quero te mostrar uma coisa — foi tudo o que disse.

Justin abriu o móvel e vasculhou o seu interior com precisão, parecendo saber exatamente o que procurava. Suas mãos enfim encontraram algo, puxando de lá um envelope amarelo. Ele o entregou a mim, que o encarei sem reação.

— O que é isso?

— Apenas leia — pediu. — E não assuste com as palavras, é só um pequeno choque de realidade, já que parece ser o que você busca no momento.

Fiquei intrigada com aquilo. Várias perguntas rondaram minha mente naquele instante, tais como: que papel era aquele e o que estava fazendo no meio das minhas coisas? Por que Justin me entregara aquilo? E como aquela coisa seria para mim um choque de realidade?

Só havia um modo de descobrir. Abri o envelope, que continha apenas algumas fotos e uma folha branca, repleta de informações, todas elas assinadas em nome de algum D. D. Hariul. Comecei a ler algumas delas em voz alta.

— Hospital Municipal de Los Angeles? — ergui uma sobrancelha para Justin, que apenas balançou a cabeça, me incentivando a continuar lendo. A folha continha várias informações, mas o que mais me surpreendeu foi o fato de que aquelas informações pertenciam a mim. O cabeçalho tinha meu nome completo e informava a data e unidade onde eu havia dado entrada. A data era de alguns anos atrás e coincidia exatamente com...

Franzi o cenho. Uma informação estranha no fim da folha me chamou a atenção. Olhei para Justin, ele permanecia no mesmo lugar, me encarando. A informação vinha acompanhada de uma nota. Abaixo disto, havia duas assinaturas, a primeira era de um doutor chamado C. Wright Collins. A segunda era a do responsável, em que se lia Elena Grace.

— "A paciente foi diagnosticada por nosso neurologista após o período de recuperação com um caso pouco raro de estado mental patológico. As causas disto podem ou não ser decorrentes do acidente, ainda que os estudos tenham apontado que a probabilidade está entre 42% e 79%, declinando para a confirmação. A psicose foi relatada como crônica não frequente, necessitando assim de tratamento constante".

Não foi preciso muito para que eu juntasse os fatos, estava tudo bem ali, diante de mim. Mas nem mesmo isso foi capaz de amenizar o choque. As informações indicavam a doença mental de alguém que sofrera um grave acidente.

Esse alguém era eu.


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Notas finais do capítulo

Heeey! E aí, gostaram? :)

Essa parte da história em si foi a mais complicada de escrever até agora. Eu me doei bastante nesse capítulo, e fiz de tudo para que ficasse o melhor possível, então espero que tenham gostado. Algum comentário a acrescentar?

No próximo capítulo: Com a nova revelação, Emma se vê mais uma vez à mercê de um dilema. O que seria real, e quais seriam as mentiras? Nossa caçadora terá de se esforçar para encontrar uma saída, enquanto lida com todos os obstáculos que lhe são impostos.

Vejo vocês em breve queridos, até mais! ♥

P.s: E essa realidade que a Emma tá, ainda parece perfeita demais pra ser obra de um Djinn como muitos citaram? Haha!



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