Corações Perdidos escrita por Syrah


Capítulo 22
22. Estou em um bom dia


Notas iniciais do capítulo

Olá amores! ♥

Como prometido, capítulo novinho em folha pra vocês ^^. Quem aí tá preparado?

Dessa vez não teremos a participação da dupla Winchester, como eu sei que muitos gostariam. Mas fiquem tranquilos, a ausência dos dois não vai ser longa. Aparições especiais aguardam vocês por aqui, algum palpite? :3

Dedico esse capítulo a todos vocês, queridjos, mas em especial ao meu leitor amorzinho Jean ♥ porque tem participação de alguém que ele gosta muito dessa vez (aproveita, Jê! u.u).

Boa leitura, hunters! o/



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DURANTE VÁRIOS SEGUNDOS, apenas permaneci parada, completamente atônita à cena que se estendia para mim. Como aquilo podia estar acontecendo?

Alice caminhava até mim, a expressão alegre e sorridente. Seu cabelo castanho e longo se encontrava trançado lateralmente, repousando sobre seu ombro. Vestia uma blusa branca de linho e mangas curtas, acompanhada de calças jeans claras. Era uma visão surreal, na mais simples das hipóteses.

— Caramba, eu estou te procurando há horas, onde estava? — ela me perguntou. O cenho estava franzido, embora o sorriso permanecesse.

Era a sua voz, sua aparência, seu jeito. Droga, tinha até mesmo o seu cheiro — o mesmo perfume de canela que ela insistia em usar sempre, mesmo quando eu lhe dissera que não suportava mais andar com alguém que sempre cheirasse a tempero. Era a minha irmã que estava parada ali, bem na minha frente, mas aquilo não podia ser verdade, eu sabia que não.

Porque Alice estava morta, e eu já havia superado esse fato, não poderia passar por aquilo outra vez. Não era justo.

Eu não conseguia falar, sequer me mover. Era como se uma força invisível me controlasse, impedindo minha reação. A única coisa que eu podia fazer era observar, completamente chocada.

— Ei, o gato comeu a sua língua? — minha irmã ergueu uma sobrancelha.

Não é sua irmã, meu subconsciente alertou, sua irmã já se foi, isso não é real.

Mas se não era real, então como tudo aquilo se explicava?

— Kitty, tudo bem? — a morena perguntou, o semblante se franzindo em preocupação.

Kitty, meu subconsciente repetiu o apelido involuntariamente, fazendo-o mais algumas vezes. Kitty, Kitty, Kitty!

Aquilo era como uma piada interna nossa. Eu e Alice sempre fomos viciadas em doces e eu, particularmente, adorava chocolates, principalmente Kit Kat. Não importava aonde íamos, sempre conservava uma barrinha comigo, até mesmo nas caçadas. Foi aí que o apelido começou. Alice me chamava de Kit Kat, porque para ela era engraçado, e eu não me importava. Com o tempo o nome foi abreviado para “Kitty” e pegou. Ela sempre me chamou assim, até... bem, até aquela noite.

— Terra chamando Emma! — a voz de Alice me surpreendeu outra vez, interrompendo meus pensamentos. — Ei, tem alguém aí?

Balancei a cabeça, procurando foco. Se concentre, Grace, mas que droga!

— Alice? — enfim encontrei minha voz. Ela soou seca, hesitante. — O que você... como isso é possível?

Tudo bem, talvez eu ainda estivesse em estado de choque e aquelas não tivessem sido as palavras mais sábias, mas a morena não pareceu notar. Alice deu de ombros, e o sorriso estava lá novamente.

— Peguei o carro da mamãe, já que o meu foi para o concerto semana passada — respondeu com um muxoxo de tristeza. — A Sra. Elena vai ficar uma fera, mas, eu dou um jeito.

Franzi o cenho, confusão dominou meu rosto.

— Mamãe? — senti um aperto sufocante no peito, percebi que minhas mãos suavam. — E-ela... Ela está aqui?

— Graças a Deus não, eu estaria morta se estivesse — Alice riu. — Ela está em casa, ajudando o papai com aquela coisa do quintal.

— Coisa?

Ela suspirou.

— É. Aquela casa na árvore medonha que queríamos ter — explicou. — Dá pra acreditar que nossos pais querem mesmo investir naquele negócio? Estou te dizendo, não tem futuro, não mesmo.

Minha cabeça girava, a sensação de rodopio voltou mais uma vez e tive a impressão de que iria explodir — e não era no sentido legal da coisa.

— Não... — murmurei.

— Quantos anos eles acham que temos? Seis? — Alice continuou, parecia indignada.

Balancei a cabeça.

— Alice, não... — resmunguei em negação, desta vez um pouco mais alto para que ela me ouvisse. — Você não deveria estar aqui.

Minha irmã sorriu.

— Ei, fica calma, Kitty! Sei que mamãe não gosta que eu pegue o carro — Deus sabe o quanto eu sou um desastre no volante —, mas eu já disse que vou cuidar disso, OK? Ela vai entender. Afinal, eu estava atrás de você!

Contorci o rosto em uma careta, sem entender o que ela dizia.

— Atrás de mim?

Alice bufou impaciente. Ela odiava quando alguém era lento demais para sua linha de raciocínio, coisa que eu estava sendo naquele momento.

— É, acho que essa é uma das frases sinônimas de “estive procurando por minha irmã a manhã toda e só a encontrei agora”. Sabe que horas são?

— Umas duas e meia da tarde?

Ela sorriu.

— É, quase isso, mas, tecnicamente é hora de irmos pra casa.

Pensei por um instante no que faria em seguida. Seja lá o que quer que fosse aquela coisa azul que me tirou da loja, não teve a gentileza de teleportar minhas armas comigo. E eu não daria cem por cento de certeza de que era mesmo a minha irmã que estava na minha frente, a não ser que o avatar que me nocauteou possa trazer gente dos mortos — coisa que eu duvido.

Então eu fiz o que mais me pareceu sensato naquela hora, ou seja, resolvi listar todos os problemas no qual eu me encontrava naquele momento e suas possíveis soluções (porque isso é o tipo de coisa que você faz quando não entende absolutamente nada ao seu redor). Minha lista mental ficou mais ou menos assim:

Aquela coisa na maldita loja obviamente não era um vampiro passivo, então eu teria de encontrar um modo de descobrir o que realmente era.

A teoria mais lógica no momento seria a de que eu fora nocauteada e levada àquela praça, o que nos leva à:

Por que fora trazida para lá? E mais importante: como explicar minha irmã morta de pé na minha frente, como se os últimos anos de repente houvessem evaporado?

Ela não era um demônio, disso eu sabia. Há poucos segundos havia pronunciado o nome de Deus, coisa da qual os desgraçados de olhos pretos não eram exatamente fãs. Não era um espírito, definitivamente. Então, o que era?

Concluí que seria melhor e mais rápido ver até onde isso daria, tomando o devido cuidado com meus movimentos. Eu esperaria até o momento mais propício para descobrir de vez o que estava acontecendo ali.

— Então vamos — encarei Alice (ou o que devia ser ela, pelo menos). — Você pode dirigir.

A morena abriu um sorriso convencido.

— Como se eu fosse deixar o contrário.

A viagem até em casa foi curta, embora nada silenciosa. Alice não ficou quieta nem por um segundo, sempre falando de assuntos variados e de coisas aleatórias que lhe viessem à mente. Isso me lembrou de um fato interessante — minha irmã não costumava ser assim, não mesmo. Alice sempre fora de guardar seus pensamentos para si mesma — falar de menos, pensar mais, esse era praticamente seu lema, e posso dizer que eu odiava isso. Então, se lá o que fosse que estava sentado ao meu lado, era uma versão distorcida do que um dia eu chamei de irmã.

— Você está calada — Alice comentou em algum momento, me fazendo interromper meus devaneios e lhe dar alguma atenção. — Digo, mais que o normal.

— Estava apenas admirando a paisagem — menti.

Ela sorriu.

— É, Los Angeles fica linda nessa época do ano — disse.

Em resposta, esbocei um pequeno sorriso. A partir daí a viagem foi feita em silêncio.

***

— Ei, Kitty, você já pode ir entrando enquanto eu estaciono — Alice disse enquanto nos aproximávamos de casa. Até onde eu podia ver a casa também possuía a mesma aparência da nossa, exceto, talvez, por parecer mais nova. — Nossos pais devem estar na cozinha, aposto que já acabaram com a bendita casa na árvore por hoje. Encontro vocês lá em alguns minutinhos.

Assenti brevemente, saindo do carro e ajeitando o cabelo em um gesto um tanto paranoico. Observei nossa fachada por alguns segundos antes de tomar coragem para entrar. Retirei a chave de casa do bolso do casaco e encaixei-a na fechadura, respirando fundo e girando-a. Não pude evitar um suspiro de alívio ao ouvir o clique que indicava a fechadura se destrancando, então abri a porta e entrei.

Um sentimento estranho se apoderava de mim à medida que ia adentrando cada vez mais no lugar. A frase de Alice se repetia incansavelmente em minha cabeça, como um eco irritante e desagradável. “Nossos pais devem estar na cozinha, encontro vocês lá em alguns minutinhos”, ela dissera. Nossos pais.

Eu ainda não acreditava em nada do que via naquele lugar, especialmente dadas as circunstâncias, mas a ideia de que meus pais — ainda que em uma versão aparentemente distorcida — estavam ali, em algum cômodo, vivos e bem... era surreal.

— Estava me perguntando se você pretendia voltar para casa hoje — uma voz familiar se fez presente em algum lugar à minha esquerda, me fazendo automaticamente virar e observar seu dono. — Isso considerando que se lembre de que tem uma casa, ainda que quase não fique nela.

Não sei que explicar bem como me senti naquela hora — se surpresa demais para reagir ou feliz demais para falar. Foi como um colírio para os olhos e um calmante para a alma. Depois de meses à procura, após inúmeras jogadas falhas e pistas frustradas, ali estava ele, bem na minha frente. Naquele momento foi como se nada mais importasse, não fizesse diferença. Meu pai estava vivo e comigo, e aquilo era tudo o que eu precisava.

Permaneci estática por mais alguns segundos, sem saber exatamente o que fazer ou como agir. Então, de alguma forma, no momento seguinte eu estava exatamente à sua frente, o abraçando tão forte que temia sufoca-lo.

— Hum, oi pra você também, M — papai me cumprimentou, a voz meio estrangulada por conta do meu aperto.

Permaneci assim por alguns segundos, apenas aproveitando aquele momento ao máximo, temendo que um piscar de olhos pudesse desmanchar aquela realidade, fazê-la desaparecer completamente. Aquele instante foi onde eu percebi o quanto sentia falta dele, o quão desesperada eu estava por encontra-lo — por encontrar meu pai —, mesmo com todos os últimos acontecimentos.

— Devo me sentir lisonjeado por tanto sentimentalismo? — ele riu, as mãos se encontravam em meu cabelo, acariciando-o devagar. Então seu toque enrijeceu de repente, e senti-o hesitar. — Devo me preocupar?

Afastei o rosto alguns centímetros para que pudesse encara-lo. Abri um sorriso — que pareceu o primeiro em tempos —, ao mesmo tempo em que papai relaxou visivelmente seu semblante, assentindo uma vez, como se soubesse que pensamentos rondavam minha mente naquele momento, logo depois se soltando de mim e abrindo um sorriso.

— Venha — pediu. — Lena está preparando uma surpresa na cozinha.

Assenti mecanicamente, seguindo-o. Quase que automaticamente, senti meus músculos se retraírem, como em um mecanismo próprio de defesa. Eu percebia a mim mesma hesitar enquanto caminhava arrastadamente em direção ao cômodo. Não sei se estou preparada para isso, pensei. Se alguma vez estive.

Eu a ouvi antes de vê-la. O barulho da louça na cozinha que indicava sua presença, o cheiro deliciosamente familiar de mousse de morango, acompanhado de um suave cantarolar, quase imperceptível em meio aos demais sons.

Um clique se fez presente em minha mente, seguido de outro, e outro. O som se suavizou, até se assemelhar a um estalar de dedos. Um pensamento novo me atingiu, acompanhado de vários outros que aos poucos tomavam minha cabeça por completo. Por que estou tão nervosa? Por que me sinto tão ansiosa indo ver minha própria mãe? E por que tudo isso parece tão errado? Por que...?

Mãos se encaixaram ao redor de meus ombros, me distraindo de minha confusão mental por segundos preciosos. Ergui a cabeça, encontrando o olhar de meu pai sobre mim, o mesmo olhar que ele tinha quando se questionava a respeito de algo. Ele provavelmente imaginava naquele instante o que estaria acontecendo comigo, o porquê de eu estar tão estranha naquele dia. A verdade era que, naquele momento, nem eu mesma sabia a resposta. Noite ruim, talvez? Provavelmente. De qualquer forma, não era algo importante.

O aperto se fez presente mais uma vez, e notei que desta vez meu pai me encarava de maneira encorajadora, como se dissesse “Então, esta é sua deixa, já pode entrar em cena”. Foi o que eu fiz.

Ela se virou quase que instantaneamente, como se houvesse sentido minha presença no momento em que entrei. Cerrei os punhos, parando onde estava, mas isso não a impediu em nada. Mamãe largou os utensílios que tinha em mãos sobre o balcão e avançou em minha direção. Seus braços me rodearam em um abraço apertado, me fazendo arregalar os olhos momentaneamente e soltar o ar que só então reparei estar segurando.

— Boa tarde, querida — ela sussurrou. Seus braços se moveram na intenção de se afastar, mas puxei-a de volta e abracei-a mais forte, o que lhe causou certa surpresa. Nem sabia por que tinha feito aquilo, fora um gesto totalmente instintivo, quase como se...

Parei, notando o que estava fazendo. Quase como temesse perdê-la, era o que eu estava pensando. Mas por que pensaria em algo assim?

Afastei-me rapidamente, o que deve tê-la deixado ainda mais confusa. Relaxei as mãos e abri um sorriso amarelado.

— Está tudo bem, Emma? — mamãe arqueou uma sobrancelha inquisitiva para mim.

Engoli em seco.

— Eu...

— Ela está assim desde quando a encontrei, provavelmente tem a ver com as amigas loucas dela, algo relacionado a garotos — Alice surgiu na porta da cozinha, me fazendo só então recordar sua existência. — São sempre garotos.

Balancei a cabeça e ri discretamente. Era como se a presença dela me acalmasse.

— Tenho 26 anos, sou uma mulher — corrigi-a com um ar convencido. — Não ligo para garotos.

Alice abriu um sorriso malicioso.

— Você sempre será a garotinha da casa, Kitty — seus olhos se desviaram para nossos pais, cujos ergueram as mãos em sinal claro de anistia. A discussão estava ganha para a filha mais velha.

Mamãe voltou sua atenção aos utensílios que deixara jogados sobre o balcão, então se virou para as demais pessoas presentes no cômodo.

— Que bom que chegaram, estava mesmo precisando de ajuda. O pai de vocês é um desastre quando se trata de cozinha.

Papai franziu o cenho e balançou a cabeça, fingindo estar ofendido. A esposa sorriu, então virou-se para Alice.

— E você — ela semicerrou os olhos, como quem avalia alguém. — Ainda vamos discutir o fato de a senhorita ter pegado o meu carro escondida.

Alice deu de ombros e me lançou uma piscadela discreta, seguida de um sorriso. Abafei o riso com a manga da blusa e tratei de me dirigir ao “trabalho”.

— Então... acho que essa é a minha deixa, não vejo como posso ajudar-lhes mais por aqui, senhoritas — papai suspirou dramaticamente, como se aquele fosse um sacrifício enorme que ele estivesse fazendo. — Se precisarem de mim, estarei onde sou mais útil, ou seja, na garagem.

E dizendo isso saiu, deixando as três mulheres sozinhas no cômodo. Não tardamos em iniciar outro assunto, que acabou se tornando outro, e outro. A conversa fluía naturalmente, e eu me sentia estranhamente feliz demais estando ali. Era como se a simples presença de Alice e mamãe de repente curasse todos os meus problemas. Eu não queria sair de perto delas em momento algum.

Ainda assim, o estranho clique permanecia em minha cabeça, martelando em meus ouvidos incessantemente. Era mais como uma sensação — o sentimento de que eu estava esquecendo algo importante, mas o que seria? Por mais que tentasse, não conseguia me lembrar de nada. Com o passar dos minutos, aceitei o fato de que o tal clique era uma simples dor de cabeça e que logo passaria, por tanto tratei de ignora-lo.

Eu, Alice e mamãe continuamos conversando e trabalhando na cozinha por vários minutos, talvez horas —  eu não saberia dizer exatamente —, até que um soar de campainha se fez presente, chamando nossa atenção.

— Eu atendo — Alice sorriu e deixou o cômodo, seguindo para a porta de entrada enquanto cantarolava alguma canção desafinadamente.

Dei de ombros e me virei para mamãe, que me encarava. Algo em sua expressão me fez rir, sem graça.

— O que foi?

Ela sorriu de canto, um brilho no olhar.

— Então... desde quando você adquiriu essa pose animada? — perguntou. Encarei-a, confusa, o que a fez reformular sua frase e se explicar: — Não me leve a mal, querida, eu adorei essa sua nova versão. É só que nunca me ocorreu que você fosse gostar de me ajudar, sabe, aqui na cozinha. A caseira da família sempre foi Alice.

Ri mais uma vez, balançando a cabeça. Entretanto, o modo como ela se referira à Alice me deixara desconcertada. Em minha percepção, minha irmã sempre fora o oposto de caseira.

— Estou em um bom dia.

— Fico feliz por você — mamãe sorriu.

Assenti, embora minha mente ainda refletisse sobre suas palavras. Algo em sua frase aguçara o incômodo em minha enxaqueca consideravelmente.

Não me leve a mal, querida, eu adorei essa sua nova versão. É só que nunca me ocorreu que você fosse gostar de me ajudar, sabe, aqui na cozinha.

Nova versão. Essas duas palavras começaram a martelar em minha mente insistentemente, como em um eco irritante e doloroso. Tive um rápido flash de memória, no qual recordei de mim mesma entrando na casa mais cedo, imaginando algo sobre encontrar versões distorcidas dos meus pais. Por que eu pensaria em uma coisa dessas?

Não pude refletir muito mais o assunto, porque uma voz familiar me puxou para fora de meus devaneios. Os pensamentos sumiram rapidamente.

— Emma! — a voz de Alice chamou minha atenção, vindo de algum lugar próximo à cozinha. Ela entrou no cômodo segundos depois, a cara emburrada por algum motivo. — Pode pedir ao seu namorado idiota para, por favor, deixar de ser tão insuportável?

Contorci o rosto em uma careta de confusão.

— Namorad...?

— Não atormente a sua irmã com mentiras, Licie. — Uma nova voz se fez presente no ambiente. — Todos nós sabemos quem aqui sabe ser a mais irritante.

Alice bufou como uma criança e revirou os olhos, então passou por mim e foi ajudar nossa mãe, que no momento se mantinha distraída, besuntando uma travessa com algum recheio cor de rosa. Eu, por outro lado, mantive minha atenção irrevogavelmente focada em nosso novo visitante.

Foi como o mais breve dos choques de realidade. O clique em minha cabeça voltou instantaneamente, mais forte que nunca. O cenário parecia ter congelado no tempo. Um flash dançou em minha mente, uma lembrança; um cômodo de madeira, uma porta com entalhes rústicos se abrindo e, enfim, ele.

Aquilo sumiu de minhas memórias tão rápido quanto viera, mas era tarde demais, seu efeito já se infiltrara em mim. Eu estava estática. Um frio cortante, seguido de uma estranha excitação percorreu minha espinha quando, em passos leves, ele se aproximou de mim e me cumprimentou com as tão conhecidas duas palavras:

— Olá, amor.


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Notas finais do capítulo

E aí, gostaram? Quem é essa pessoinha que acabou de aparecer? *música de mistério*

Espero que tenham curtido o capítulo amores. Não sei quando o próximo sai, porque não está totalmente pronto e ando tendo uns problemas em casa, por isso fica difícil tirar um tempo pras fanfics, mas farei o possível pra que não demore muito.

No mais, vejo vocês na próxima, até mais! :3



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