Monarquia escrita por Thaís Romes


Capítulo 33
Xadrez


Notas iniciais do capítulo

Oi gente!

Nossa, o que eu começo a dizer aqui?
Bom, faz muito tempo que não posto nada, mais ainda que não atualizo essa fanfic. Recentemente a Cinn me obrigou a sair do meu bloqueio com uma ideia maravilhosa de reunir algumas autoras em um projeto de natal, bom, eu postei uma one. Ainda muito incerta do que deveria fazer, confusa e enferrujada pelos anos em que não me atrevia a escrever mais do que poesias. Mas parece que foi o que precisava para voltar oficialmente e pela primeira vez em anos me sinto eu mesma.
Monarquia é especial para mim, foi escrita como minha forma de sobrepor o luto e se tornou grande demais. Bom, espero que entendam e se ainda quiserem saber como essa história termina, estarei disposta a contar.



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                OLIVER

            De todas as formas em que imaginei o fim, nenhuma delas se comparava ao que acontecia ao meu redor. Me informaram que Gotham havia resistido, apesar de estar feliz pelo Rei Bruce e Selina estarem vivos, nada em minha mente me fazia entender como eles sobreviveram. Entendo que meus homens são bons e conheço a fama dos soldados de Gotham, mas algo parecia fora de contexto, por que seriam tão persistentes em invadir o castelo sem um alvo em vista. Por mais seguros que Bruce e Clark estivessem as investidas não me faziam crer que alguém os quisesse realmente mortos.

            -Oliver. -me viro em direção a voz de John Diggle que me olhava cheio de pesar, atrás dele Felicity era seguida por sua antiga equipe de inteligência, parecia se conter para não se aproximar de mim no meio do meu escritório com meu escasso conselho de guerra e o primeiro ministro observando.

            -Quantos homens perdemos? -era minha primeira preocupação, John parece estremecer por um instante antes de voltar a sua postura profissional de um soldado treinado.

            -Duas mortes e trinta e cinco soldados feridos. -baixa os olhos, não é um número alto, mas significa que duas famílias perderam seus entes queridos nesse dia. -Mas acredite, temos que nos preocupar com mais.

            Felicity passa por ele, finalmente cedendo a seu impulso inicial, me movo em sua direção como um imã, simplesmente uma resposta natural a sua proximidade. Ela não me toca, só então percebo o celular em sua mão e vejo seus olhos marejados, contendo com muito esforço as lágrimas de revolta que queriam descer.

            -Era uma distração. -diz em um sussurro. -Queriam que pegássemos Malcom, queriam que mandássemos reforços para Gotham e precisavam de nossos olhos longe de Metrópoles. -ela tem o semblante endurecido, mas sei que estava fazendo uso de seu novo treinamento em não demonstrar suas reais emoções. -Assassinaram os Reis de Metrópoles.

            Todos pareciam se conter ao ouvir a notícia.  Não querendo admitir o que estava realmente acontecendo, nossas defesas foram testadas e falhamos. Meu pai, o rei estava em uma cama hospitalar agora como prova, Clark que precisou deixar seu lar para preservar a própria vida e da esposa se quer teve a oportunidade de dizer adeus. E por todo esse tempo fomos apenas peões no meio de um jogo muito maior.

            -O que faremos? -escuto um sussurro baixo de Sara Lance ao lado da irmã. -Com Luthor no poder não vamos passar dessa noite. -verbaliza o que pensávamos, foco nos olhos de Felicity, tentando me manter são.

            -Podemos nos falar por um instante? -pergunta com os olhos presos aos meus, balanço a cabeça concordando e a sigo para fora do escritório.

 Felicity caminhava com o semblante impassível, olhando em volta como se não confiasse em mais ninguém e a esse ponto estava fazendo o mesmo. Empurramos ao mesmo tempo dois quadros em um corredor deserto e entramos para os tuneis que nos levariam a um abrigo. Essa entrada em especifica poderia nos tirar do castelo sem ser percebido, apenas a família real e nossos guardas pessoais tinham conhecimento de sua existência.

—Por que estamos aqui? -questiono por fim, ao perceber que ela não parava de andar, mesmo estando em um local seguro. -Felicity. -a contenho tocando em leve seu braço.

—John quer que eu te convença a sair do castelo. -sussurra e quando seus olhos param nos meus vejo o desespero contido passando por eles.

—Não vou fugir. -não era uma opção e ela sabia tão bem quanto eu.

—Não sei se agora é o momento para se deixar levar por sua teimosia, Oliver. -passa a mão por seus cabelos demonstrando exaustão.

—Hey. -chamo tocando seu rosto de leve, seus olhos se fecham automaticamente e a puxo para um abraço quase desesperado. -Está parecendo declamar um discurso ensaiado. -beijo o alto de sua cabeça e a sinto relaxar um pouco em meus braços.

—Não deveria me conhecer tão bem. -murmura sem se afastar.

—Qual o seu conselho, Smoak? -me afasto a contragosto para ver seus olhos.

—Nos use.

—O que? -questiono confuso.

—Eles conhecem suas estratégias, conhecem as do Bruce e até mesmo as do Kent. -começa a explicar mostrando alguns artigos soltos em seu telefone, que relatavam ataques em nossas províncias e aliados. -Mas agiam nas sombras, vocês eram peões sendo trocados de posição conforme suas vontades, os deixando livres para extorquir e manipular a nação bem abaixo de seus olhos.

Algo nela me lembra Alfred. Sua indignação com a injustiça, a determinação em fazer o que era certo e uma coragem sobre humana de lutar pelos outros. Percebo que a amo por isso, mas em contrapartida sua nobreza me faz conter a vontade de tirá-la do palácio imediatamente. Felicity Smoak não foi coroada ainda, mas agia como uma princesa herdeira como se tivesse nascido para o posto. Independente de suas aversões as nossas regras e protocolos, ela ama o povo de Starling e daria sua vida por eles.

—O que quer fazer? -fecho meus olhos, separando com esforço meu sentimento.

—Eles passaram a se mostrar quando vocês começaram a recusar seguir o jogo. -fala como se fosse o obvio e começo a entender seu raciocínio. -Rei Robert te deu a chance de estar cercado de pessoas que confia, e nesse momento o esquema perdeu força. Wayne tem tomado todas as decisões confiando em um grupo seleto e Clark... -ela respira fundo. -Pelo que Selina me contou, o plano do casamento forçado acabou saindo pela culatra. Diana é fiel ao marido e apesar de amar Themyssera, não acredita ou apoia o governo.  

—Por que sinto como se você estivesse muito mais informada do que eu, minha princesa? -não posso evitar um pequeno sorriso orgulhoso que se forma em meu rosto e se espelha no dela.

—Vocês três escolheram se casar com mulheres muito inteligentes. -responde inclinando graciosamente a cabeça e vejo traços de seu treinamento real mais uma vez. -Podemos escolher louças e verificar as cores que podem ou não ser ofensivas em um jantar de governo. -faz uma careta involuntária. -Mas a verdade é que tem a maior hacker talvez de todas as províncias, como sua esposa devota. -diz sem falsa modéstia, beijando minha mão que estava em sua face. -Bruce se casou com uma ativista ambiental, que conhece Gotham e seus problemas melhor do que ninguém. Selina é capaz de apontar todos os pontos fracos de sua província e mostrar onde deveriam reforçar a proteção ou prevenir ataques surpresas. E acredito que se lembre de Diana. -ela ergue uma sobrancelha e solta um riso musical ao me ver estremecer de leve com a lembrança da princesa. -Provavelmente suas estratégias de guerra são as melhores que possuímos no momento.

—Em outras palavras está nos dizendo que nossos costumes sexistas vão nos levar a uma derrota iminente. -traduzo retirando todo o charme e persuasão que ela havia usado para enfeitar sua crítica.

—Posso voltar para minha suíte e esperar que passe pela porta de acesso entre nossos quartos no fim do dia. -sorri com doçura. -Vou despir suas roupas e te abraçar para que se sinta seguro enquanto você está carregando o mundo nas costas, faço isso sem nem mesmo me ofender se for a sua vontade. -fica na ponta dos pés para depositar um beijo no canto dos meus lábios. -Ou posso estar ao seu lado e lutar. -mais uma vez a determinação de Alfred estampa sua face, não posso evitar em sorrir admirado.

—Podemos só ter mais essa noite. -meus olhos queimam sobre ela e a vejo concordar discretamente com um aceno. -Então me diz o que quer, farei qualquer coisa que prolongue meus dias a seu lado. -por algum motivo aquilo soava como uma ameaça.

Nove anos atrás...

 

Descia as escadas da academia, massageando meu braço direito após meu treino com Alfred. Apesar de me sentir energizado, a forma como meu guarda parece estar mais preocupado e protetor nos últimos dias me faze permanecer em um estado de alerta constante. Vejo minha irmã encolhida no fim das escadas, e Felicity corria em sua direção com Ronnie alguns passos atrás, ela me vê imediatamente e acena em direção a Thea que parecia estar chorando.

—Speed. -sussurro seu apelido me sentando a seu lado, Felicity agacha apoiando as mãos em meus joelhos enquanto Ronnie faz o mesmo em frente Thea que levanta os olhos avermelhados tentando parar de chorar. -O que aconteceu?

—Lyla não será mais minha guarda.  -sua voz sai entre soluços.

Me lembro do casamento da agente Michaels com o sucessor de Alfred. Thea não gosta de muita coisa que somos obrigados a fazer, a verdade é que não posso me lembrar de uma coisa se quer que ela goste dentre a todos os costumes que seguimos. Mas desde que Lyla começou a ser responsável por sua segurança percebo que pela primeira vez Thea havia encontrado uma mulher em quem se espelhar, Lyla era tudo o que ela desejava ser, plebeia, forte, independente e respeitada como uma igual dentre os soldados mais experientes do palácio.

—Ai está você!

Uma bela mulher jovem de cabelos escuros usando farda da nossa guarda pessoal surge, ela para com as mãos nos joelhos recuperando o fôlego por um momento. Ronnie se levanta e Felicity faz o mesmo estendendo sua mão para me levar com ela. Nos afastamos e Lyla toma o nosso lugar, se sentando ao lado de Thea que tenta secar imediatamente as lágrimas.

—Acho que fiz cooper por todo o castelo enquanto te procurava, Alteza. -sua voz era divertida, mas Thea parece envergonhada por ser pega. -Por que não me conta como se sente? -Lyla acaricia as costas de Thea enquanto fala calmante com minha irmã.

—Por que precisa se casar? -Thea a encara emburrada, o que a faz abrir um pequeno sorriso em resposta. -Vai querer obedecer a alguém que só pensa poder decidir sua vida por ser homem? -a indignação em sua voz é palpável.

—Thea, a força de uma mulher não vem de abdicar do amor. -diz baixinho, e nós observávamos a inteiração das duas fascinados. -Minha força, a nossa força... -ela olha para Felicity também, a incluindo no conselho. -é saber que podemos fazer tudo. -dá de ombros segurando a mão de minha irmã que estava prestes a secar apressadamente as lágrimas teimosas que não paravam de escorrer. -Podemos chorar ou sorrir, ter uma grande carreira, filhos e uma casa. Por que nossa força existe independente da forma que querem nos fazer acreditar que precisamos agir para que ela seja reconhecida.

Agora...

 

 

BRUCE

Olho para meu próprio reflexo no grande espelho a minha frente, enquanto terminava de arrumar a farda preta em meu corpo. Vejo Selina caminhar lentamente em minha direção em um vestido preto sem decotes e mangas cumpridas, que não conseguia amenizar as curvas distribuídas a perfeição como suas estilistas tentavam desesperadamente fazer na esperança de que ela parecesse menos sensual do que é. Para a dois passos de distância.

—Estamos mesmo fazendo isso. -diz com a voz fraca.

—Por favor. -me viro estendendo uma mão para ela que se aproxima parando ao meu lado e voltamos a olhar para nossos reflexos. -Foi um dia cansativo e estou contente por se manter em segurança.

—Quase parece estar me agradecendo por não te privar da tortura constante da minha presença, grandão. -solta um riso divertido, que ameniza pouco da preocupação que estava em sua face.

—É exatamente o que estou fazendo. -respondo sério, olhando para seus olhos através do espelho.

—Acho que um dia vamos dizer aquilo que nos esforçamos tanto para deixar nas sombras? -ela respira fundo e não tenho resposta, não é como se eu quem não dissesse o que é estranho considerando a fama que possuo. -Preciso ir ver como Diana está. -franze o nariz em pesar.

Selina começa a se afastar e me viro segurando seu braço. Posso ver um leve espanto passar por seus olhos de gata antes que a puxasse contra meu corpo, não é como se precisássemos medir nossos movimentos, seus braços envolvem meus ombros e a sinto derreter no momento em que a beijo. Adrenalina começar a esvair do meu sistema, enquanto me pressiono contra ela e a mantenho onde posso controlar o que acontece em nossa volta. Aos poucos minha mente volta a ter controle e me lembro que a agenda da noite seria cumprida, começo a desacelerar a soltando aos poucos. Seus olhos se perdem nos meus e ainda tinha o mesmo semblante surpreso do início.

—Sinto te informar Kyle... -limpo um pouco do batom que havia escorrido em seus lábios, a deixando impecável novamente. -Não precisa dizer muita coisa para que eu saiba o que passa por sua cabeça. -ela abre um sorriso largo, antes de se afastar e deixar meu quarto a fim de cuidar de suas responsabilidades.

Mais tarde estávamos na sacada que dava para os portões do castelo, com Clark e Diana a nosso lado, todos trajando roupas pretas. Um telão foi instalado onde a imagem de Oliver ladeado por sua esposa e irmã eram transmitidas. Já tínhamos tentado de tudo, e ao ser sutilmente alertado pelas mulheres ao meu redor, as pessoas que nos atacavam haviam feito parte de nosso treinamento, conheciam nossas táticas e sabiam onde apertar para nos deixar impotentes. A única esperança era fazer o impensável a essa altura.

Selina e Diana dão um passo a frente e nos posicionamos da forma que elas costumavam fazer para nos apoiar em nossos eventos público, no mesmo momento Felicity tomava lugar diante do microfone e Oliver se posicionava ao seu lado. As pessoas que lotavam as ruas e o espaço em frente a sacada pareciam se dividir entre a fascinação pela beleza das mulheres que viam tão de perto e a surpresa por estarem a nossa frente parecendo ser quem faria o discurso da noite. Nos voltamos para o telão onde a Srta. Smoak tinha a palavra.

“Povo de Starling, Gotham e todas as nossas províncias aliadas.

No inicio dessa tarde recebemos a triste noticia do falecimento do Rei Jonathan e da Rainha Martha de Metrópoles, que foram assassinados brutalmente em seu lar. Enquanto seu filho e herdeiro legitimo estava sendo atacado em um exilio forjado para incriminá-lo e tirar o foco dos nossos reais inimigos. Nos unimos nessa noite para clamar justiça e nos fortalecer como nação. Não vamos recuar diante de um inimigo covarde que se esconde nas sombras, nos usurpando e manchando o nome de bons homens que tem dado a vida por nossa segurança.”

Felicity termina sua parte do discurso com a perfeição esperada de uma futura rainha. As pessoas a minha volta e os que estavam vendo o pronunciamento em Starling pareciam se apaixonar imediatamente por sua bravura incontestável e forma doce de demonstrá-la. Oliver mantinha controlado por sua educação, mas o orgulho que exalava pela esposa era impossível de mascarar. Diana se preparava para falar e a vejo apertar levemente a mão de Clark.

—Nos posicionamos contra o governo que está a frente de Metrópoles, e não os reconhecemos como regentes. -ela era altiva e sincera. -Queremos o regicida deposto de imediato, não nos submetemos a soberanos que exploram e extorquem seu povo. -Mesmo a ameaça clara em sua voz soava doce e confiável, as pessoas exclamavam em aprovação. -Nos unimos a Starling e ao povo de Metrópoles que sabe a devoção que Rei Jonathan e a Rainha Martha dedicaram a servi-los por toda a vida, e apesar do luto e dor que nos toma nesse momento, -ela estende a mão para Clark que segura parando a seu lado, não era confortável ver o semblante dos dois, mas estávamos fazendo o necessário. -Não vamos deixar de lutar por cada um de vocês.

As pessoas aplaudem e depois sem que ninguém peça estão todos em silencio, em respeito a morte dos monarcas. Selina não parecia nervosa quando começa a falar, mas sei que era só que o exterior dela transparecia, seus olhos passavam emoção de uma forma que ninguém mais poderia fazer e sei quão doloroso aquilo seria, mas quem não a conhecesse como conheço a descreveria como o retrato da coragem.

—Não vamos mentir ao dizer que vai ser fácil. -começa em tom empático. -Já estive onde estão e conheço a escuridão de nossas ruas, o sentimento de impotência que nos rodeia e o medo de não ter um amanhã. Por isso estamos armando a cada um de vocês com o que existe de mais poderoso, a verdade. -faz uma pequena pausa. -Lex Luthor tem tramado a queda de nossas províncias, tem puxado os gatilhos certos para nos manter temerosos com nossos irmãos. O Rei Bruce e Príncipe Oliver tem trabalhado juntos para manter a paz, graças a nossas equipes podemos evitar a morte do Rei Clark e Rainha Diana. -era a primeira vez que esse título lhes era conferido, o que deveria ser feito se quiséssemos desacreditar os regentes de Metrópoles. -Nos comprometemos com todos vocês a resistir. Juntos! -somos tomados por sons de aplausos, pego a mão de Selina e a levo a meus lábios, em parte por ser bom para a imagem pública, parte por não poder me imaginar fazendo melhor no lugar dela.

THEA

Entramos para a sala de reuniões assim que tudo acaba. Acho que pela primeira vez desde que me entendo por gente, me sinto no século XXI. As pessoas estavam encantadas pelas esposas e noivas dos regentes de suas províncias e tal encanto só aumentou a credibilidade de seus discursos, talvez por duas delas serem pessoas normais e sem títulos fez com que as pessoas se sentissem energizadas as vendo a frente. Felicity contrariando as próprias expectativas estava sendo perfeita para o cargo, mas algo no seu rosto estava se apagando gradativamente, seus olhos nunca paravam nos meus e sei o motivo. Ela temia mais do que tudo ter agido como Moira, por mais que as intensões de ambas fossem boas, minha amiga não parecia enxergar o quanto suas escolhas diferiam das da Rainha.

—Todas as provas estão na internet e o parlamento já analisou. -diz com um tablet em mãos ladeada por sua antiga equipe de inteligência. Sei que o casamento deles era a melhor coisa que já havia acontecido com meu irmão, mas percebemos que afastá-la do trabalho em um momento de crise tão grande não foi a melhor escolha. Em poucas horas ela conseguiu fazer mais do que todos tentaram por semanas.

—Não vão nos atacar essa noite. -Oliver parece aliviado, sentimento que tomava a todos na sala.

—Não sem iniciar uma guerra civil. -Tommy acrescenta. -Luthor terá que fugir se quiser sobreviver, mesmo que só por aparência os membros de seu parlamento serão obrigados a prendê-lo se quiserem evitar uma anarquia imediata.

—As pessoas amavam o Rei e a Rainha. Passamos tanto tempo tentando esquivar do público, encontrar forma de servi-los que esquecemos da fidelidade deles. -Sara comenta pensativa. -Não posso imaginar o que Clark e Diana estarão enfrentando.

—Vamos tentar dormir por essa noite. Graças a inteligência de vocês, estamos seguros por enquanto. -meu irmão se levanta encerrando a reunião, todos fazem reverencia. -Speed, pode me encontrar no quarto de Felicity? -pergunta baixinho ao passar por mim, concordo e o vejo sair com a esposa.

Ando completamente consciente da proximidade de Roy a dois passos de distância. Seu rosto não demonstrava expressão e estava completamente distante desde que Felicity nos pegou no quarto, mas preciso recitar mentalmente tudo o que estava em jogo para não me jogar nos braços dele exigindo atenção. Bato na porta e Oliver quem abre, ele faz um sinal para que Harper me acompanhe e indica o sofá, onde Felicity estava sentada com uma expressão de cansaço e angustia.

—O que está acontecendo? -questiono me sentando e Roy se senta o mais distante possível no sofá de dois lugares que ocupávamos, após alguns protestos e Oliver praticamente ordenar que ele o fizesse. Meu irmão respira fundo, passando as mãos pelos cabelos e se senta ao lado de Felicity, ignorando todo o espaço que tinha sobrando.

—Preciso que me digam se isso que está acontecendo é sério. -ele diz de uma vez, e fico procurando raiva ou qualquer julgamento em sua face, mas nada, apenas um cansaço que parecia ser maior do que ele.

—Isso? -tento protelar, sem ter certeza que era mesmo de meu relacionamento secreto com o sucessor de sua guarda que estávamos tratando.

—Thea, tenho cuidado de muitas coisas e pode parecer que não estou prestando atenção em você, mas costumo verificar as câmeras de segurança quando estou com John e não tem muito que passa despercebido aos nossos olhos. -dá de ombros antes de se voltar para Roy que estava completamente rígido em apreensão. -Diggle me garante que o senhor é honrado Harper, não teria te mantido como guarda de Thea se não tivesse a total confiança dele. O que me leva a perguntar, o que realmente pretendem fazer?

—Nós... -começo a tentar encontrar as palavras...

—Eu a amo Alteza. -Roy me interrompe, e o olho surpresa, mas seus olhos estavam no meu irmão. Felicity sorri radiante e toca o ombro de Oliver que quase de forma automática parece relaxar. -Sei que é ousadia minha, mas não pude controlar meus atos, não é culpa dela!

—Não é culpa de nenhum dos dois. -Oliver perde a pompa de príncipe se sentando mais largado e se deixando envolver pelos braços de Felicity, que segura sobre seu peito como se não quisesse que ela se afastasse. -Sei que não tem como escolher esse tipo de coisa e sinceramente estou aliviado, por que tenho um motivo para mantê-la por perto.

—O que quer dizer? -olho de Felicity para Oliver confusa, ela se solta do meu irmão que protesta sem se dar conta e me estende o tablete que estava na mesinha de centro entre nós.

—Pedi a minha equipe que levantasse uma enquete pública sobre o seu caso. -me surpreendo com o braço de Roy em meus ombros enquanto se inclinava para ver do que se tratava. -Os benefícios da era digital! -bate palminhas se perdendo em seus próprios pensamentos por um instante. -A população de Starling te ama, e ninguém aceita perde-la como princesa. -vejo diversos comentários com hashtags com meu nome. -Estão te chamando de “princesa do povo”.

—E isso é bom? -Roy questiona preocupado.

—Excelente. -Felicity continua. Voltando a se encostar no sofá e Oliver se aconchega a fazendo de almofada. -O pai de vocês a resguardou da morte quando a adotou formalmente ainda criança, mas perderá o título formal de princesa.  -não parecia ser verdade, coisas boas não costumam acontecer comigo. -Mas não vai precisar sair do castelo se for casada com o futuro chefe da guarda real.

—Me casar? -solto espantada.

—Eu aceito! -Roy diz ao mesmo tempo fazendo Felicity soltar um risinho divertido e Oliver nem se move parecendo já estar dormindo a muito tempo em seus braços.


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Notas finais do capítulo

Então espero que tenham gostado. Vou postar semanalmente, ou quando tiver um capítulo finalizado, minha meta é apenas finalizar essa história.
Comentem o que acharam e conversem comigo por que estou morrendo de saudades de vocês!
Bjnhos!



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