Monarquia escrita por Thaís Romes


Capítulo 28
Guerra dos Tronos


Notas iniciais do capítulo

Oi amores!
Nem vou falar muito aqui, nos vemos lá em baixo. Aproveitem.



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OLIVER

—Está ferida? –pergunto pressionando o corpo de Felicity para baixo, tentando a proteger da melhor forma possível, mas os olhos dela estavam presos em algo além de mim. –Felicity! –chamo um pouco mais alto, e consigo que seus olhos assustados encontrem os meus.

—Seu pai. –sussurra com a voz embargada e um desespero incontido. –Ele precisa de socorro. –e só então o vejo, pressionando com esforço a ferida que não parava de sangrar em seu abdômen, atrás dele o corpo de Quentin Lance.

—Vocês precisam sair daqui! –Tommy se arrasta para meu lado, engulo em seco, tentando processar algo. Todos os convidados estavam correndo, ninguém mais atirava, seja o que for que aconteceu, acabou, ele acertou o alvo. Olho na direção do meu pai e depois para Felicity. –Eu cuido dela. –olho para minha esposa, que concorda com um aceno breve.

—O atirador ainda está no castelo. –me levanto e puxo Felicity junto, então corro na direção do meu pai. –Preciso de ajuda!

—Oliver... –ele tenta falar, mas estava engasgando com o próprio sangue.

—Agora! –me desespero ainda mais.

—Precisa ir para um abrigo... –diz com esforço.

—Não vou te deixar, nunca. –respondo firme, e resolvo eu mesmo leva-lo. Uma equipe médica me encontra na metade do caminho, e coloco o rei, quase inconsciente sobre uma maca, minha mãe vem correndo em nossa direção, parecendo estar realmente atordoada.

—Eu vou com ele, procure um abrigo. –implora.

—Não confio em você. –solto seco, e faço um gesto para que Ted Grant siga com os médicos. –Depois de Thea, sou incapaz de confiar a vida de qualquer pessoa que ame em suas mãos. –sussurro, sou incapaz de conter a acidez de minhas palavras.

—Oliver, você não entende... –argumenta entre as lágrimas.

—Alteza! –a voz de John chama a minha atenção. –Thea, Felicity e seus convidados de Gotham estão no abrigo real.

—Pegaram o atirador?

—Sim, e vai querer ver isso. –minha mãe e eu o seguimos para os fundos do jardim, onde um homem usando uma farda da guarda real de Gotham, estava caído no gramado, com uma espécie estranha de arma acoplada em seu pulso, como um relógio.

—O meu Deus! –a rainha exclama horrorizada, tapando os lábios.

—Não pode ser. –murmuro confuso, e John me olha de forma significativa, estávamos pensando a mesma coisa. –Diga um guarda para levar a rainha em segurança para um abrigo, temos muito trabalho a fazer.

Sete anos atrás...

—Tire os príncipes daqui! –escuto vozes gritarem de todos os lados, e sinto quando sou puxado para longe, ainda segurando Thea com a maior força que possuo. Flashes do corpo sem vida do Alfred passavam por minha mente sem parar, aquilo não pode ser real, ele não morreu na nossa frente.

—Altezas? –era a voz do John Diggle, ele se agacha em nossa frente, após nos colocar no abrigo, seu rosto estava igualmente devastado, mas o profissionalismo o impede de desabar. Andrew estava lá também... Ele foi baleado...

—O seu irmão. –começo a dizer em choque. –Ele morreu?

—Não... não sei dizer, alteza. –sua voz estava embargada, a mão gelada de Thea na minha era a única coisa que conseguia sentir no momento.

—Acho que morreu. –afirmo, vendo seu rosto triste. –Deveria tentar descobrir.

—Tenho que protege-los, não pegaram os atiradores ainda. –tudo nele dizia que queria estar em outro lugar, com outras pessoas.

—Alfred foi morto. –Thea solta, os olhos sem expressão e o rosto branco feito papel.

—Ele salvou vocês, fez o que sempre faz. Foi um herói. –Diggle recita como uma reza, posso ver nas entrelinhas a revolta e vontade por vingança, mas ele é um soldado, não demonstraria isso enquanto tivesse uma missão a ser cumprida.

—Não. Ele era o alvo, eu vi o atirador... Tentei avisá-lo, mas Ollie me segurou... –minha irmã balbucia como quem está delirando. –O que vai ser dos Smoak agora?

Agora...

—Esse é Floyd Lawton, o melhor atirador de elite da nossa guarda. –Grayson reconhece as fotos do cadáver encontrado no jardim. –Nunca vi esse cara errar, e se seu rei não está morto, deve ter algum significado.

—Estão tentando incriminar Bruce, ele não fez nada disso. –Felicity diz enérgica, tomando a frente dos computadores ao lado de Barbara. Estamos todos reunidos na parte do castelo onde Diggle mora, longe de olhos curiosos.

—Obrigado pela confiança, mas todas as provas apontam em minha direção. –Bruce responde, e vejo Selina colocar a mão sobre seu ombro. –Vai ter que declarar guerra contra minha província, e me tendo aqui, acho que a guerra já foi ganha por um de nós.

—Temos provas, precisamos agir, não podemos deixar que te peguem. –Richard Grayson parecia realmente abalado com a possibilidade de algo atingir seu rei.

—Oliver. –Felicity me chama em voz baixa. –Está muito calado.

—Um dos meus homens morreu hoje, um dos bons. E não posso ficar muito tempo aqui. –digo depois de um longo suspiro. –Preciso ir ao parlamento. Bruce, não vou deixar que essa guerra se inicie, tem a minha palavra.

—É animador, mas talvez não exista nada que possa fazer. –todas as nossas possibilidades eram desanimadoras. –Posso me entregar em um ato de boa-fé, e aguardar que os fatos sejam apurados sob diplomacia política.

—Nós vimos como os documentos foram forjados, eles terão provas necessárias para conseguir mata-lo. –Felicity argumenta, e Barbara retira os óculos do rosto, e massageia a ponte do nariz.

—Precisa fugir. –ela diz o que nenhum de nós queria dizer. –Não tem outra opção, se te pegarem nenhuma justiça será feita.

—Se fugir, Oliver pode ser acusado de traição, então sim, não teremos mais chances de pegar nenhum dos desgraçados. Se estiver refugiado, Gotham vai ficar vulnerável, e mesmo enfrentando a pior crise financeira que já tivemos, ainda somos os maiores produtores de armamento do mundo. –Bruce fala, e todos olham em minha direção, esperando que diga algo.

—Podemos optar por um meio termo. –uma ideia insana me vem à mente. –John, deixe preparado uma forma de tirar o Wayne daqui, em segurança. Vou ao parlamento, descobrir se minha palavra tem algum valor ainda.

—Não pode sair sem mim. –John protesta. –Acabaram de tentar matar o rei!

—Você! –aponto para o guarda da minha irmã. –É o próximo John Diggle, não é?

—Sim, alteza. –se ergue prontamente.

—Só preciso de alguém que cubra a minha retaguarda, sei me cuidar. –estendo minha mão na direção de John, que me entrega uma Glock. –Ele pode fazer isso?

—Pode sim. –afirma contrariado.

—Perfeito, vamos.

—Hey, Oliver! –Felicity chama, e me viro por reflexo. –Precisa trocar de roupa antes. –só então me olho, minha farda estava coberta do sangue de meu pai.

THEA

Pode não ser tão ruim quanto parece ser, posso estar apenas abalada, afinal meu pai quase foi morto na minha frete. Bom, ele não é realmente meu pai, mas é o único que me sinto apegada emocionalmente. Quentin era um bom homem, sempre foi um guarda discreto e fiel. O que me leva a pensar nas mortes de sete anos atrás, onde dois bons guardas fieis ao rei foram brutalmente assassinados. Mas todos na sala estavam focados no que quase aconteceu, todos menos Felicity, que tenta esconder como isso a atingiu, mas suas mãos ainda estão tremulas, e não foi capaz de deixar de acompanhar Diggle com o olhar.

—Vamos seguir o plano! –Bruce grita irritado, quando Grayson tenta o convencer a deixar Starlling o mais rápido possível. –Oliver ainda tem esperanças, e caso o contrário, temos duas outras possibilidades a pensar antes de tomar alguma decisão. –sua expressão era calculada, vejo agora onde surgiu a fama da frieza dos homens de Gotham.

—Você está bem? –Barbara pergunta a Felicity que olhava da tela de um computador para John Diggle que andava de um lado a outro com um celular, orquestrando a fuga de Bruce.

—Só preocupada, não é nada demais. –mente.

—Talvez estejamos olhando isso da forma errada. –digo, e todos param o que estão fazendo, e olham em minha direção. –Richard...

—Dick. –o garoto me corrige como se não gostasse muito do próprio nome.

—Você disse que esse cara nunca erra. Ele não quis matar o rei, e qual tiro aconteceu primeiro? –começo a levantar questões, o que parece dar um novo gás a Barbara e Felicity, que passam a conversar entre elas, rápido demais para que acompanhássemos.

—Podemos rever a filmagem? –John parece interessado, e para ao lado de Felicity, deixando o celular de lado.

—Claro, vou colocar Lawton no reconhecimento facial. –Barbara responde e me aproximo deles para assistir. O guarda estava em formação na lateral do jardim, ele mal se move como se é de costume, mas em um determinado momento Floyd Lawton se abaixa, parecendo ver algo no sapato.

—O que é isso? –Diggle pergunta alarmado. –Pode aumentar? –as garotas reviram os olhos ofendidas, então vemos a imagem ser aumentada e melhorada, até que conseguimos ver a fotografia de uma garotinha em seus quatro anos, de cabelos escuros amarrados em chuquinhas e um vestido rodado, segurando uma bonequinha de pano. –Reconhece essa garota?

—Essa é a filha dele. –Dick se senta sobre uma cadeira. –Zoe, mora com a mãe em Ivy Town. Elas se mudaram a algumas semanas, Lawton estava irritado desde que se foram, ninguém perguntou nada, concluímos que era divórcio. –ele se levanta cansado. Voltamos a ver o vídeo, Lawton guarda a foto no sapato, então ainda abaixado suspende a manga da farda e atira no abdômen do meu pai, me encolho por reflexo, mas Quentin cai ao mesmo tempo.

—Não faz sentido. –Felicity sussurra e volta o vídeo em câmera lenta.

—Ele acertou os dois com uma única bala. –Diggle parece fascinado, de um jeito raivoso, já Dick tinha outras coisas em mente.

—Tem como checar a família dele? –nós olhamos para Grayson como se ele fosse louco.

—O que está pensando? –Bruce pergunta.

—Ele foi morto em seguida, a única testemunha que poderia te inocentar morreu. Conheço o Floyd, era idiota, mas era um bom guarda.

—Fox está checando a família dele agora mesmo. –Bruce informa digitando algo no celular. –Pode acompanhar os vídeos e ver o que aconteceu em seguida? –as garotas tentam, mas não havia nada, cinco minutos de vídeo apagados. –meu celular começa a tocar.

—Oliver?

‘Não mude a expressão, preciso que não desespere os outros. Me diz se entendeu?’

—Sim. –respondo me esforçando para não demonstrar em minha voz o pânico que sinto.

‘Mandei três guardas para o hospital, vigiar a Rainha enquanto ela estiver com o nosso pai. Vou ter que me desfazer do meu telefone assim que desligar, estão dizendo no parlamento que sou uma liderança duvidosa e estou muito ligado ao Wayne. Diga ao Diggle para tirá-lo de Starlling agora, mas Bruce não pode fugir, o convença a voltar para Gotham... Thea, acho que não poderemos evitar a guerra.’

—O que precisa que eu faça? –questiono contendo o desespero.

‘Fique com Felicity e Diggle, eles ainda vão me interrogar, posso não voltar hoje. Onde Tommy está?’

—Com Donna, e os outros no abrigo que estávamos.

‘Seria bom encontra-lo. Cuidem-se!’

—Claro, você também. –respondo. –E Oliver, diga ao Harper para se cuidar, por favor.

‘Okay.’

—Thea, está tudo bem? –Felicity pergunta, mas só o que consigo pensar é “por onde começo?”

FELICITY

—Onde Oliver está? –já passavam das dez horas da noite e Oliver ainda não havia chegado. Thea, Tommy e John me olham andar de um lado a outro do meu quarto, cansados de pedir que me acalmasse.

—Ele vai chegar a qualquer momento, Felicity. –Thea tenta me confortar, mas a expressão diplomática dela não me engana, nunca funcionou comigo, ela está mais apavorado do que eu.

—Não pode entrar em contato com o Harper? –olho para John.

—Felicity, precisamos ficar quietos até que Bruce e a equipe dele esteja fora da cidade, o que segundo o rastreador que Dick acionou, não aconteceu ainda. –responde olhando meu tablet que estava sobre a escrivaninha.

—Podem me dar um segundo com ela? –para minha surpresa a voz era do Darth Vader. John e Thea saem pela porta de acesso que dava na suíte do Oliver. –Tem dois minutos. –Tommy fala caminhando em minha direção.

—Dois minutos para o que? –olho para ele confusa.

—Para pirar, brigar comigo ou fazer qualquer coisa que te faça voltar a ser a nerd sabe-tudo de sempre. Depois desses minutos vai tirar esse vestido de noiva, e começar a pensar em um plano reserva, e em um reserva para o reserva. Qual é Fel, quem melhor para você descontar sua raiva do que eu? –provoca. –Nós sabemos que me odeia.

—Não odeio você. –solto por reflexo, abalada demais para manter o jogo estranho de sempre. –Não gosto particularmente de estar em sua presença, mas não chega a ser ódio. –sussurro cruzando meus braços e vejo um sorriso radiante surgir em sua face prepotente.

—Não está sendo você mesma, e não pode ficar assim. Thea, sua melhor amiga está com o pai no hospital e o irmão sendo interrogado durante o dia todo. Não consigo imaginar como ver um guarda ser assassinado foi horrível depois do que aconteceu com seu pai, mas essa é a segunda vez que Oliver e Thea estão passando por isso, e só seguraram a barra até agora, por não saberem como você reagiria. –balanço a cabeça contendo o choro, era como viver o meu pior pesadelo, nem mesmo consigo pensar nas pessoas que mais amo, por estar atolada em minha própria dor. –Vem aqui. –Tommy abre os braços como um convite, que eu desesperada por consolo não consigo recusar. –Vai ficar tudo bem. –recita acariciando minhas costas enquanto eu choro, me agarrando a sua camisa. Só paro quando o escuto limpar a garganta, e me afastar como se eu fosse um tipo radioativo de lixo.

—O que você... –começo a perguntar com a voz embargada de choro, mas os olhos de Tommy estavam na porta, e vejo Oliver parado, com o paletó do terno nas mãos e a gravata solta, seu rosto estava tomado de incredulidade, que sobrepunha o cansaço.

—Graças a Deus! –exclamo correndo em sua direção que me abraça por reflexo. –O que fizeram com você? Por que te prenderam lá o dia todo? Onde está...

—Calma. –interrompe me afastando com cuidado para me ver. –Fui ao hospital ver meu pai, ele está fora de perigo agora, a bala parece não ter acertado nenhum órgão. –começa a explicar. –Pensei estar alucinando. –ele olha para o amigo, por sobre meus ombros.

—Ela precisava de apoio, e eu estava cansado de a ver andando de um lado a outro. –Tommy dá de ombros, mas parecia embaraçado.

—Não posso tentar entender isso agora. –Oliver aponta para Tommy e eu. –Onde estão os outros?

—Vou chama-los. –Merlin sai apressado, e volto a abraçar Oliver, que me aperta por um segundo antes de nos soltarmos novamente.

—O que aconteceu?

—Não querem me deixar governar Starlling enquanto meu pai estiver afastado. –parte da minha mente percebe quando os outros voltam para minha suíte, mas o rosto cansado de Oliver prende toda a minha atenção.

—E quem vai ficar no lugar dele? A nossa mãe? O Walter? –Thea pergunta e Oliver nega com um aceno pesaroso, e seus olhos encontram o de Tommy e pela primeira vez vejo o rosto do Merlin se contorcer em uma expressão de pura fúria. –Encontraram escândalos envolvendo o Primeiro Ministro e a Rainha, os dois... Juntos. –tento conter minha expressão de nojo, mas não sou boa nisso. –Estão inaptos a assumir.

—Não podem fazer isso! –Tommy exclama irritado.

—Malcom vai assumir Starlling? –John questiona chocado.

—Se nada o impedir, vai.

—E o que o impediria? –Thea pergunta com uma determinação genuína. –Walter e a Rainha foram barrados por um escândalo...

—Não vou deixar que se exponha dessa forma, Speed! –Oliver se adianta, prevendo o que a irmã pretendia fazer.

—E por você me proteger toda a província entrará em uma guerra perdida? –estamos todos entre a cruz e a espada, e por mais irônico que possa parecer, é no sentido literal. Ou Starlling sucumbi nas mãos de uma máfia corrupta, ou crucificamos a princesa. –Não é uma decisão que nenhum de vocês deva tomar, e já cuidei disso a muito tempo atrás. Tenho minha apólice de seguro.

—Sua o que? –Tommy pergunta confuso.

—Iris West, amiga da Felicity na faculdade. Dei uma exclusiva para ela antes de deixar a Star Labs. –conta e sinto meu coração se apertar. –A boa notícia é que Iris estava no casamento hoje, então deve estar ainda na cidade.

—Talvez isso não seja uma opção. –John diz olhando a tela do meu tablet e o entrega a mim em seguida. Vejo o copilado de documentos sobre a família de Lawton que Fox conseguiu, ele não se separou da mulher, ela e a filha foram levadas de Gotham. Floyd estava sendo chantageado, por essa razão matou Quentin.

—Ligue para Iris. –Oliver diz após ler as informações. –Solte a entrevista e vamos descobrir quem matou Lawton.


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Notas finais do capítulo

Gentes, esse trem só piora...
Galera, estou pensando em fixar o dia das postagens nas terças ou quintas, digam nos comentários que dia vocês preferem, e vamos que vamos.
Não deixem de me dizer o que estão achando, é sempre bom ouvir a opinião de vocês!
Bjnhos!



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