Monarquia escrita por Thaís Romes


Capítulo 27
O Verdadeiro Compromisso.


Notas iniciais do capítulo

Oi gentes, não é miragem, sou euzinha!
Então, passei por um grande bloqueio com essa fic, mas estou oficialmente de volta, espero que ainda estejam dispostos a ver como essa história vai continuar. Obrigada a todos que me mandaram mensagens privadas, comentaram e até me procuraram no facebook kkkkk, vocês são a razão desse capítulo estar sendo postado, espero que gostem!



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THEA

—Vocês precisam aproximar mais esses arranjos ao lado do arco. –instruo Richard. –Quero uma escada, precisa dar a impressão de degrade. -me olha confuso.

—Um menor do que o outro! –Barbara esclarece com um sorriso compreensivo. Sua cadeira de rodas estava estacionada ao meu lado, no grande corredor em frente ao jardim.  –Precisa ser super clara. Está vendo todos aqueles músculos... –aponta para o marido e seguro o riso. –Nem ligo para ele não saber o que é “degrade”.

—Faz muito bem... Quer dizer, com todo o respeito! –acrescento rapidamente e vejo Babs rindo.

—Alteza. –escuto Roy me chamar, e me viro em sua direção. –Pediu que a lembra-se de subir e se arrumar.

—Não posso sair agora, eles nem mesmo sabem o que é degrade! –protesto apontando para Dick e mais meia dúzias de guardas. –Ainda faltam duas horas para o casamento, precisa estar perfeito!

—Está perfeito. –a voz calma de Barbara ganha a minha atenção. –Você é a dama de honra da Felicity, precisa estar pronta. Vou cuidar de tudo, prometo.

—Não pode ficar aqui cuidando das coisas, você é convidada! –argumento e Barbara sorri.

—Faltam duas horas, e não tem muito a ser feito. –aponta para o jardim a minha frente, não tinha mesmo, todas aquelas horas de trabalho valeram a pena.

—Está certo, vou subir e me arrumar. –Só preciso encontrar aquele garoto que trabalha com Felicity, como é mesmo o nome dele? Bart?

—Barry. –Barbara me corrige. –Ele vai estar aqui na hora certa, agora vai logo! -respiro fundo e sigo com Roy a meu lado até minha suíte. Ele já usava seu uniforme de gala, e parecia um Quebra Nozes gatinho. Em meu quarto vejo duas criadas arrumando minha roupa e acessórios, o que me desanima um pouco, pois sem privacidade não teria tempo nenhum com Harper.

Tomo um banho rápido e quando saio meu vestido já está pendurado em uma haste no banheiro. Ele é longo, rosa chá, com mangas ¾ e a parte superior em renda, a cintura bem marcada por uma fita da mesma cor em seda, enquanto a saia levemente pregueada balançava a menor brisa. Não era a versão exata dos recortes da Felicity, mas chegava muito perto.

—O que quer fazer no cabelo, alteza? –Susan, uma mulher caucasiana, ruiva em seus cinquenta e poucos anos, esguia e dona de uma beleza clássica, quem geralmente me arruma em todos os eventos reais, já estava a postos ao lado da minha penteadeira.

—Consegue reproduzir isso? –pergunto, mostrando o coque simples, que a modelo do recorte usava. Susan sorri, quase achando graça da minha pergunta e inicia o trabalho.

Em minutos meu cabelo e torcido em um coque romântico com partes soltas, um pouquinho mais elaborado do que no recorte, por que Susan não faz nada que possa ser comparado com qualquer outra coisa. Quando escuto três batidas firmes na porta, me viro e vejo Ollie usando sua farda, que é basicamente um terno preto com duas fileiras de quatro botões dourados na frente, duas faixas douradas na manga perto dos punhos, uma gravata da mesma cor, e um forage cap (chapéu militar) branco e preto, com todas as suas medalhas sobre o peito, e a espada clássica. Se Felicity o visse nesse momento, diria que está parecendo um verdadeiro príncipe, o que o irritaria muito.

—Uau! –me levanto com as mãos sobre meus lábios.

—Waller me mandou vestir isso, não avisou a ela que é um casamento não oficial? –pela primeira vez em nossas vidas, ele e não eu, está incomodado com suas roupas.

—Não vai ser esse que usará no casamento oficial, sabe disso. –seguro o riso e dispenso Susana com um aceno discreto, caminhando em direção a meu irmão em seguida. –E não foi ela quem mandou vestir isso, fui eu. –vejo a confusão em seu rosto. –Essa é a farda preferida de Felicity, sempre ficava balbuciando ao te ver nela, pensei que seria perfeita para ser usada no dia do casamento de vocês, ao menos no que realmente importa!

—Obrigado, Speed. –sorri com carinho. –Sei que as coisas não tem sido fáceis para você, mas tudo o que tem feito por nós...

—Ollie, não me agradeça, só aproveite o dia. Não sabemos quanto tempo essa paz vai durar. –tento não soar melancólica e ele me abraça apertado. –Preciso ver Felicity agora, mas você deveria descer! –pego um estojo sobre a mesa.

—Nossa, como se sente bem dando ordens! –debocha, mas me afasto sorrindo, e imediatamente Roy começa a me seguir em direção ao quarto da minha amiga.

Andamos em silêncio lado a lado, sem nos tocar, mas ambos cientes demais da presença do outro, quando finalmente chego a suíte da Felicity estou quase ofegante. Ao abrir a porta e vê-la vestida de noiva, o restante de meu fôlego desaparece de vez. Paro abruptamente, boquiaberta, ela era a definição de beleza.

Deus abençoe Donna, por estar sempre tão à frente de seu tempo. O vestido dela serviu como uma luva no corpo da filha. Era completamente de renda, estilo sereia, com uma calda média, transparente nas costas, com detalhes delicados de pequenos botões em pérolas. Seu cabelo estava em um coque Cinderela, com duas orquídeas brancas na lateral.

—Você está perfeita. –sussurro com meus olhos lacrimejando.

—Waller fez milagre com esse vestido. –comenta me olhando através do espelho e Donna limpava o rosto sentada em uma poltrona, sem conseguir falar em meio a todas as lágrimas.

—Vou precisar tirar essas flores de seu cabelo! –falo caminhando em sua direção e Felicity me olha assustada. –Já tem algo novo. –gesticulo para o buquê sobre uma mesinha de canto. –Algo velho, falta algo emprestado e azul. –abro o estojo e mostro uma de minhas tiaras, minha preferida. Uma tira delicada com pequenos topázios azuis, a encaixo com cuidado no coque dela, e prendo o véu cumprido em seguida. –Uau! –é tudo o que consigo dizer.

—É perfeita, Thea! –sussurra se olhando encantada. –O que acha, mãe?

—Ah meu bebê, é a noiva mais linda que já vi! –Donna exclama emocionada, e lhe entrego mais um lenço, contendo o riso.

—Com licença. –Waller abre a porta. –Está na hora.

OLIVER

Sete anos atrás...

Me sento no jardim, tentando pensar onde estava com minha cabeça ao beijar Felicity na noite passada. Pode ter sido o choro, ou o fato do idiota que a levou ao baile me dar nos nervos, e nem mesmo foi um beijo de verdade, apenas um selinho estalado. Não deveria estar me tirando o sono daquela forma.

—Já passou de sua hora de dormir, alteza. –Alfred aparece a meu lado, nem mesmo o vi chegar.

—É Oliver, Sr. Smoak. –reclamo, e ele se senta ao meu lado com um sorriso sereno no rosto.

—Claro, e por qual motivo está me chamando de senhor?

—Por me chamar de alteza... –disfarço, a verdade é que pensar que beijei a filha dele, me faz ficar bastante desconfortável.

—Uma coisa engraçada aconteceu hoje. –começa a contar, alheio a meu estado de espírito. –Felicity estava mais atrapalhada do que o normal, assim como você em nosso treino. Sorrindo demais, fugindo da minha presença como o demônio da cruz...

—É a adolescência... Eu acho. –me atrapalho, o que o faz me olhar sério.

—A coincidência de seus hormônios juvenis entrarem em ação ao mesmo tempo, me deixou curioso, o que me levou a checar as imagens de segurança da noite passada...

—Alfred... –começo a tentar me explicar.

—Eu vi o que fez Oliver, não estou bravo. –me interrompe. –Só acredito que não seja seguro para nenhum dos dois levar isso realmente a sério.

—Não tenho a intenção de fazer isso. –digo com sinceridade. –Foi apenas um beijo, só queria confortá-la. O par dela no baile agiu como um babaca, o que a fez se sentir feia e outras coisas absurdas. Felicity é minha melhor amiga, não me pareceu justo.

—Vocês se amam.

—O que? Não! –exclamo desconfortável, e escuto um riso baixo. –Somos amigos, apenas amigos.

—Olha Oliver, sei o sacrifício que ser o príncipe herdeiro é. E sei também que seu caráter é o único motivo para mentir para si mesmo quanto a isso. Um dia vai ter que se casar com uma princesa, e Felicity vai conhecer um cara decente na faculdade, ou depois dos trinta! –brinca, e sorrimos com tristeza. –Existe mais de uma forma de gostar de alguém, e talvez um dia se tornem realmente “apenas amigos”, mas agora precisa admitir, só assim vai superar. E conseguir dormir novamente.

—Obrigado, Alfred. –ele assente se levantando.

—Quando precisar, alteza. –reviro os olhos, mas meu gesto apenas o diverte ainda mais. –Estar cansado amanhã, não vai ser motivo para me fazer pegar leve em seu treino! –avisa, apontando na direção que fica o meu quarto, e me levanto contrariado.

 

FELICITY

Meu coração está disparado em meu peito, sinto cada passo como se estivesse andando em meio a água. Minha mãe andava ao meu lado, segurando firme a minha mão, Thea estava atrás arrumando a calda do vestido e o véu. Mas todo o nervosismo desaparece assim que chegamos ao corredor que dava entrada para o jardim. Diggle me esperava ali, Minha mãe se apressa entrando primeiro, em seguida Thea me entrega o meu buquê e entra pelo caminho de pétalas que nos levaria ao coreto do jardim. No caminho havia vasos de cristal com água e velas flutuantes, ladeando o tapete de pétalas de rosas.

—Está nervosa? –John pergunta, mesmo já sabendo da resposta, balanço a cabeça concordando, incapaz de dizer qualquer coisa.

—Como fizeram isso em tão pouco tempo? –murmuro olhando em volta.

—Thea é muito boa quando quer nos dissuadir a sua vontade!

Tudo estava como em meus sonhos, era perfeito. Diggle me segurava firme enquanto andávamos, começo a ver as flores do jardim que sempre amei, mas havia muito mais, cadeiras estavam dispostas nas laterais, entre as roseiras, haviam arranjos de gardênias brancas e rosas por todo o corredor, um altar foi armado no coreto, com muitas flores.

 O que me emocionou foi ouvir Barry Allen começar a cantar My Girl ao som de violinos, assim que apontei no início do corredor. Rei Robert estava atrás de uma bela mesa de madeira polida, Oliver e o Darth Vader estavam no fim do corredor, mas meus olhos eram todos do meu noivo, que usava uma farda escura, nunca vi nada mais bonito antes. Oliver caminha em nossa direção, e Dig coloca minha mão sobre a dele, após apertarem as mãos um do outro sorrindo.

Olho em volta, e as cadeiras estavam ocupadas por funcionários do castelo, e nosso amigos mais próximos. Claro que sinto falta do meu pai, bem como tenho certeza que Oliver deseja Clair aqui, mas os olhos azuis dele e o sorriso enorme em seu rosto, me faz trancar esses pensamento em um lugar escondido de minha mente.

—Bom dia a todos. –Rei Robert começa a dizer, ganhando nossa atenção. –Hoje estou aqui para realizar a união simbólica do meu filho com a mulher que ele ama. –Robert para pôr um momento e sorri nos observando. –Não existe honra maior para um pai do que essa. Me lembro da primeira vez que Oliver colocou seus olhos em Felicity, ela era um bebê ainda nas mantas, e ele um bebê um pouco maior que acabara de aprender o que a palavra “não” significava. –todos nós damos risada. -Me lembro do sorriso em seu rosto. Não saberia dizer quando se apaixonaram, todos nesse castelo viram esses jovens crescendo juntos, e sempre soubemos que foram feitos um para o outro. E hoje temos a sorte de presenciar a concretização dessa união, eu tenho muita sorte por presenciar essa união... Vocês tem os votos?

—Sim. –Oliver confirma com um sorriso bobo no rosto que com certeza deve estar sendo refletido no meu. Toma minhas mãos nas suas, me olhando nos olhos. –A primeira lembrança que tenho de você, é confusa e nem tenho certeza se é real. Me lembro de te ver naquele corredor com a Edwiges nas mãos, brincando com Thea.

—Que ela descanse em paz. –solto encarando Tommy que sorria como um anjo para mim, atrás do Oliver.

—Me lembro de me sentar a seu lado, me lembro de como sua presença fazia e ainda faz com que me sinta. Então meus dias se resumiam a isso, mesmo com todo o treinamento, aulas intermináveis e protocolos que preciso seguir, sempre que tenho algum tempo livre é a seu lado que desejo estar. Os seis anos que passou fora, foram os mais difíceis da minha vida, por que você Felicity Smoak, é quem ilumina meus momentos mais sombrios. Já fiz muitas escolhas erradas, mas te ter como esposa é o mais certo para mim. Prometo que isso nunca vai mudar, e estarei a seu lado em todos os momentos. Minha princesa. –ele coloca o aliança de Clair em minha mão esquerda. –Alfred uma vez me disse que o único motivo que me fazia mentir para mim mesmo, era por que eu sabia que a coroa não me permitiria te ter.

—A coroa pode te dar mais coisas do que tirá-las. –recito a frase de meu pai, com um pequeno aperto em meu coração.

—Fico feliz por não ter me tirado você. –confidencia, e tento manter as lágrimas seguras em meus olhos.

—Oliver. –respiro fundo, com dificuldades pelo nó em minha garganta. –Se tem algo que aprendi nessa vida, é que não importa o quão longe corrermos em direções opostas, a vida, o universo ou Deus, vai nos colocar no caminho um do outro. Tenho lembranças constrangedoras de uma festa a fantasia para provar. –balbucio, e escuto a gargalhada debochada de Tommy. Por que mesmo ele está aqui? –Qual quer que seja essa força maior que insiste em unir nossos caminhos, pode se aposentar hoje. Pois não pretendo nunca mais te perder de vista. Prometo te apoiar, e lutar suas batalhas até que meus dias na terra acabem. Meu príncipe. –sorrio colocando uma aliança de ouro em sua mão esquerda.

—Oliver Jonas Queen, Príncipe de Starlling. Aceita Felicity Megah Smoak como sua esposa? –Rei Robert pergunta, algo em seus olhos me faz pensar em meu pai.

—Aceito. –Oliver responde sem hesitar.

—Felicity Megah Smoak, minha querida. –sorrio agradecida por usar minha falta de títulos como um motivo para ser carinhoso. –Aceita Oliver Jonas Queen, como seu esposo?

—Aceito! –mal espero que ele termine de falar para responder, o que faz nossos convidados darem risadas.

—Então com o poder... Não sei se precisamos disso. –o rei se dá conta ao perceber que não era realmente um casamento legitimo. –Pode beijar a noiva!

Oliver me puxa para seus braços e encosta seus lábios nos meus. Por um momento minha vida pareceu ser perfeita, tudo estava exatamente onde deveria estar, por um único momento. Então escutamos um estrondo grave e Oliver me prende em seus braços me lançando no chão. Só o que consigo perceber é a movimentação dos guardas e Rei Robert estirado atrás da mesa, com sangue aparecendo em sua farda e Quentin Lance, seu guarda desde que me lembro, morto com um bala entre os olhos abertos. A última coisa que escuto antes da confusão ter início é o grito de dor que escapa da garganta de Sara, a secretária do Oliver e filha do guarda assassinado.


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Notas finais do capítulo

Como diz o ditado: Nada é tão ruim que não possa piorar!
Espero que tenham gostado, não deixem de comentar e me contar a opinião de vocês. Vou fazer um bolão pra saber quem tentou matar o Rei Robert! hehehe
Bjnhos queridos!



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