Monarquia escrita por Thaís Romes


Capítulo 10
A Princesa


Notas iniciais do capítulo

Oi pessoas!
Antes de mais nada, preciso agradecer a Ilana Sodré, que recomendou a fic, flor, eu nem sei como expressar o quanto suas palavras me alegraram, me sinto lisonjeada, sabe o quanto gosto de você, o quanto amo seus comentários. A recomendação não poderia ser diferente!
Hoje o capítulo é todo seu, e é especial por isso... Vai ver. Espero que goste!
Boa leitura galera!



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FELICITY

Oliver para a centímetros de distância, quando seus olhos se desviam dos meus e passam para meus lábios, passo a olhar os dele, o vendo os morder levemente. Me aproximo alguns centímetros sem encostar realmente meus lábios nos dele. Nossos olhos se encontram e uma pergunta muda é feita, Oliver cobre à distância lentamente, deixando toda essa tensão de anos se acumular, por fim tomando minha boca com a sua, mais macia do que me lembro e sem o gosto de álcool do Arqueiro, mas ainda assim é a melhor coisa do mundo. Sinto sua mão em minha cintura me puxando para mais perto, Oliver desacelerava toda e qualquer tentativa minha de aprofundar mais o beijo, o impedindo de se tornar outra coisa. Mas não era de uma forma ruim, ele era carinhoso de um jeito que nunca senti antes, me beija como se eu fosse o centro de seu mundo e nada mais existisse.

Quando nos afastamos ele acaricia meu rosto e descansa sua testa na minha, ao nossos olhos se encontrarem vejo um sorriso em seus lábios, que acaba refletindo nos meus. Dou mais um beijo casto em seus lábios e seguro seu rosto, passando a beijar suas bochechas, queixo, ponta do nariz, testa, arrancando uma gargalhada gostosa dele. E começo a rir de sua risada, o que nos faz ficar sentados um ao lado do outro, morrendo de rir feito duas crianças, e felizmente é dessa forma que Dig nos encontra quando entra em minha casa, e claro que nós rimos ainda mais disso, e John nos olha como se fossemos dois retardados.

—O que está acontecendo aqui? –pergunta olhando de forma estranha para Oliver e depois ergue uma sobrancelha ao olhar para mim, e nós explodimos em gargalhadas. –Felicity! –chama em tom de aviso.

—Não é como se estivéssemos nos beijando John! –falo com a maior cara de inocência, segurando o riso.

—Claro que não. –diz Oliver da mesma forma, e não consigo me segurar mais.

—Vocês dois são muito estranhos, às vezes tenho dificuldade em me lembrar da idade que possuem. –fala revirando os olhos. –Vou ligar para Lyla, ela vai vir ver o filme com a gente. –conta indo em direção ao corredor para poder falar com a ex mulher, e atual namorada com privacidade. Oliver e eu olhamos ele se distanciar e voltamos a nos beijar no momento em que Diggle desaparece no fim do corredor.

—Isso é ridículo! –comento com meus lábios nos dele. –Somos adultos! –ele pressiona seus lábios contra os meus mais uma vez e se afasta no momento em que Diggle surge novamente.

—Aqui. –John estende para ele um lenço, e nós dois ficamos olhando para o objeto sem entender. –Tem batom da Felicity em todo o seu rosto. –fala como se não fosse nada, e nos encolhemos envergonhados como duas crianças que acabaram de aprontar.

As horas parecem voar ao lado deles, Dig sempre ficou tão feliz perto de Lyla, que não sei como eles foram capazes de se divorciar. Oliver brincava com minha mão enquanto o filme, que não tenho ideia de qual seja estava passando, John não tocou mais no assunto Oliver e eu, o que eu preciso agradecer, mas também, como não me toquei de todas aquelas marcas de batom no rosto dele? E ainda achamos que o estávamos passando para trás.

—Você parece mais feliz do que a última vez que te vi. –Lyla comenta me ajudando com as sobras da comida chinesa que pedimos.

—Você também. –revido sorrindo com cumplicidade. –E John. –suspiro observando Dig e Oliver em uma conversa animada. –Ele é mais feliz com você. –ela segue a direção do meu olhar com o semblante sonhador.

—Sei que eu sou mais feliz com ele. –confessa me estendendo uma taça de vinho. –Ás vezes nós precisamos parar de lutar contra, e só deixar acontecer. –Lyla diz em tom de conselho e empurra meu braço com o seu, antes de voltar para junto do namorado com duas taças nas mãos.

Fico os observando com uma paz estranha em meu peito, não costumo sentir essa paz a anos, e não gosto muito dela. Geralmente ela chega quando estou extremamente feliz, e é seguida de uma grande catástrofe que destrói meu mundinho cor de rosa. Oliver olha em volta e sorri quando seus olhos encontram os meus, se levanta e o casal estava tão absorto um com o outro que nem perceberam.

—Falta um ano para que você possa beber legalmente. –diz tomando a taça da minha mão com um sorriso matreiro.

—Claro alteza! –respondo com sarcasmo recuperando meu vinho, mas me viro para sorrir enquanto pego uma taça para ele no armário e despejo vinho nela o entregando.

Oliver fica apenas me observando enquanto tomava seu vinho, aquele não era seu olhar familiar, carinhoso, ou até mesmo cheio de amor, que ele sempre usou comigo. Claro, todas essas emoções estavam lá, mas violentamente sobrepostas por aqueles olhos que só podem ser descritos como os de um homem que deseja mais que tudo ver uma mulher nua. Sinto meu rosto ferver, minha garganta secar e minhas pernas bambearem, isso sem ele nem se dar ao trabalho de me tocar, viro todo meu vinho de uma só vez, nervosa demais.

—Ai, eu estou tão ferrada! –cantarolo sem pensar colocando a taça sobre o balcão e Oliver me dá um sorriso safado. –Diggle está bem ali! –sussurro em tom de acusação, apontando na direção de John.

—Não sei do que está falando. –dá de ombros inocente.

—O que aconteceu com todos aqueles beijos inocentes de mais cedo? –é, a pergunta saiu antes que tivesse tempo de pensar a respeito de quão idiota ela é. O sorriso no rosto de Oliver era largo, ele apenas se inclina em minha direção e me beija nos lábios com carinho. Mas seu olhar estava em chamas quando nos separamos.

Prefiro não discutir, não sou do tipo que entra em brigas para perder, e essa... Bom, essa eu não tenho a menor chance de ganhar. Então simplesmente me recomponho, troco o vinho por água gelada e volto para a segurança da sala, antes que pule no pescoço de Oliver sem me importar com quem esteja por perto.

THEA

Olho para as paredes em diferentes tons de branco do meu quarto, sempre detestei essas paredes, e esses móveis de princesa, e principalmente, o fato de ser uma princesa. Então nada me deixou mais feliz do que saber que não corro riscos de ser dada em casamento para o príncipe de Gotham em troca de união política. Não que o príncipe Bruce demonstre interesse em ter uma esposa, aquele parece um modelo potencializado da versão mulherengo do meu irmão. Mas me sinto aliviada por saber que agora não existirá nenhuma chance disso acontecer.

A educação de uma princesa é diferente da de um príncipe, e muitas léguas distantes da de um príncipe herdeiro. Claro, cada um de nós tem sua parcela de sacrifícios a serem feitos na vida. Mas existe um que é igual para quase todos. Somos ensinados que o amor é algo que se constrói, e um sentimento pouco necessário dentro de um casamento. Escutei toda a minha vida que deveria guardar meu coração, o preservar intacto, pois uma vez que me apaixonasse fora do casamento, nunca mais seria feliz quando fosse agraciada pela vontade do rei. Nunca tive liberdade para dizer o quanto isso me enoja.

Ollie se reconheceu em Felicity, como se ela fosse parte dele, não sei em qual momento, a família Smoak tem servido a realeza a séculos. Ele tinha três anos quando Felicity nasceu, quando eu nasci, não tem como dizer quando um passou a ver o outro de verdade. Mas é inegável como ele sempre a amou, toda minha família sabe disso, os pais dela sabiam, os funcionários do castelo sabem. Ser o príncipe herdeiro era o que o afastava dela, o que sempre a afastou dele. E isso me faz pensar no alvo em neon que está pintado nas costas da minha melhor amiga assim que esse projeto de leis for aprovado amanhã, por que não duvido que isso seja do interesse de todo o parlamento, afinal atribuiria mais poder a eles. Nada me tira da cabeça que todos aqueles homens engomados verão isso como a oportunidade de ser pai da futura rainha.

Preciso contar a Oliver, eles precisam saber que Alfred morreu por ser leal a nosso pai. Tenho medo que Felicity me odeie por não a ter contado. Segundo Diggle, ela mal conseguia andar pelo palácio no começo, imagine quando souber a verdade? Posso perdê-la para sempre, e pior, posso tirá-la de Oliver, logo agora que ele pode tê-la. Não sei se sou capaz de me perdoar por isso. Escuto batidas firmes em minha porta.

—Sim?

—Alteza. –Sr. Harper coloca a cabeça para dentro da porta, sorrio involuntariamente para ele.

—Algum problema? –pergunto me levantando.

—O príncipe Oliver pediu para que a levasse ao quarto dele. –diz sério.

—Claro. –respondo me levantando, Harper mantém a porta aberta e espera que tome certa distância para que possa me seguir, aquilo é a única coisa que me irrita nele, me viro em sua direção o fazendo parar imediatamente. –Por que não anda a meu lado? –pergunto depois de um suspiro cansado.

—Pensei que assim você se sentira melhor alteza, não quero tirar mais da sua privacidade do que é necessário. –vou até ele e seguro em seu braço, o que o faz caminhar rígido, incomodado com o toque, e eu não dou a mínima.

—Aliás, obrigada por mais cedo. –acrescento quando estamos próximos a porta de Ollie.

—Ah, por nada. –responde tímido, o que me faz sorrir.

Entro no quarto e Ollie está andando de um lado a outro com as mãos nos bolsos, até que percebe minha presença. –Precisamos conversar. –diz vindo em minha direção, ele pega minha mão e me conduz para me sentar a seu lado no sofá.

Só nesse momento eu o vejo de verdade, meu irmão tinha o mesmo brilho nos olhos do dia do meu baile de formatura, quando precisou consolar Felicity depois de seu encontro fracassado, existia uma luz que exalava dele. Não vou ser capaz de fazer isso. Forço um sorriso sentindo meu coração se apertar, e Ollie sorri em resposta.

—Eu a beijei. –diz se levantando mais uma vez e volta a andar de um lado a outro. –Eu sei que não foi nosso primeiro beijo, mas agora não somos crianças e não estou fantasiado e bêbado...

—O que? –pergunto confusa, ele para e olha em minha direção como se lembrasse da minha presença.

—Longa história. –dá de ombros, mas se senta na mesinha de centro a minha frente. –A lei será aprovada amanhã, e nós estaremos livres para estar com quem quisermos Speed. E eu quero ficar com ela.

—Eu sei. –sorrio de forma doce para ele. –Estou muito feliz por vocês Ollie, minhas duas pessoas preferidas no mundo, juntas. –suspiro tentando ignorar o aperto em meu peito.

—Por isso preciso que me conte a verdade. –seu tom de voz agora era sério. –Não sei ler apenas a Felicity. –acrescenta me olhando como se pudesse ver através de mim.

—Acredite Ollie, você não quer saber. –respondo com a garganta fechada pelo choro que queria escapar.

—Thea, você está em risco, isso está me deixando louco. E preciso que entenda que se estiver tentando me proteger, ou protegê-la com seu silencio, vai ser pior. Já viu o que Felicity é capaz de fazer com um computador em mãos?

Escondo meu rosto com as mãos e sinto as lágrimas começarem a escorrer, segundos depois os braços de Ollie me envolvem de forma protetora, me permitindo chorar em seu ombro. Ele acaricia minhas costas e diz que tudo ficaria bem, que ninguém mais me machucaria. Mal sabia ele que não estava preocupada nem um pouco comigo.

—Eu não vou conseguir contar isso mais de uma vez. –informo me recompondo. –Felicity precisa saber também. -ele assente compreensivo, e chama o Sr. Harper no quarto.

—Preciso que vá a esse endereço. –começa a falar escrevendo em um post it. –E traga Felicity Smoak aqui. O Sr. Snart está fazendo a segurança dela, e ela não sabe disso. –enfatiza a última parte e Harper assente. –Vou entrar em contato com ele, para que saiba que estará indo. E Roy... –chama após o garoto fazer uma reverencia pronto para sair. –Não deixe ninguém ver vocês quando entrarem.

OLIVER

Sete anos antes...

—John Diggle? –franzo o rosto ao repetir o nome que Alfred acabara de me falar. Me sento na cadeira de meu pai em seu escritório enquanto o aguardávamos sua chegada.

—Vai gostar dele alteza. –dá de ombros sobre meu olhar de protesto por sua forma formal. –Será o Próximo Alfred Smoak, tem sido treinado a anos para isso, chegou a hora de assumir sua segurança. –Reprimo minha vontade de fazer careta, por que não era o Sr. Diggle meu problema, era abrir mão de Alfred, gosto dele por perto.

—Pensei que você escolheria Andy. –digo intrigado. –Até que o seu sucessor concluísse o treinamento.

—Acredite Oliver, fiz a escolha certa.

Alfred parecia cansado nesses últimos dias, como se tivesse envelhecido dez anos em um único mês. Seu rosto já começava a mostrar indícios de suas primeiras rugas. O que seria estranho se surgissem assim tão cedo, ele sempre tivera um espírito jovem, mas agora é como se não acreditasse mais nas mesmas coisas.

—Você está bem? –ele se assusta com minha pergunta, posso ver o espanto em seu rosto antes de um sorriso orgulhoso surgir em seus lábios.

—Só preciso falar com seu pai. –por um segundo Alfred parece estar em um impasse interno. -Obrigado por perguntar. –acrescenta finalmente e sorrio em resposta a sua clara aprovação.

Sou assim com Alfred, de um jeito involuntário, fico buscando por sua aprovação, tentando ser como ele. E quando consigo é como ganhar um presente de Natal antes da hora. Meu pai entra acompanhado do primeiro conselheiro, Alfred parece ficar incomodado ao olhar Malcom, posso ver algo estranho, uma coisa que nunca vi antes em seus olhos. Era como se estivesse com raiva.

Agora...

Thea estava sentada com uma xícara de chá nas mãos, que pedi para trazerem a ela. Minha irmã parecia estar quebrada, e a forma com que ela evitava me olhar nos olhos, me fazia pensar que depois de saber o que ela sabe, quem estaria quebrado seria eu. Parece que se passou uma eternidade no momento em que Felicity passa pela porta com um olhar confuso.

—O que aconteceu? –pergunta quando seus olhos encontram Thea, que tenta se recompor diante da amiga, então ela volta a olhar ao redor e seus olhos param nos meus, o menor dos sorrisos surge em seus lábios e reflete nos meus.

—É melhor você se sentar. –Thea diz séria. –Melhor os dois se sentarem.


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Notas finais do capítulo

Se beijaram!
Não consegui encontrar nenhum raio no céu hahahaha.
Espero que seja o que esperavam, ou que chegue perto. Obrigada mais uma vez a quem está comentando, favoritou ou recomendou a fic. Sem ser repetitiva, mas sendo, vocês são os melhores!
Comentem e conversem comigo!
Bjnhos