[HIATUS] Savin' me escrita por PC Boêta


Capítulo 2
Plataforma 9 ¾


Notas iniciais do capítulo

Oi gente!
Vim correndo aqui postar esse capítulo antes de viajar pro dia das mães porque eu sou legal...
SÓ UM COMENTÁRIO GENTE? É SÉRIO? :-(
Enfim, boa leitura!



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Hermione acordou cedo na manhã seguinte pensando seriamente em aparatar até Kings Cross mas quando desceu para tomar café da manhã com seus pais mudou de ideia rapidamente. Eles estavam animados em levá-la e ela não pode recusar. A cada olhar que lançava à eles seu coração se enchia de amor... Ela os amava tanto! E a Nathan também! Como poderia uma criança tão pequena ser tão encantadora?!

Depois do café, Hermione subiu para seu quarto para aprontar os últimos detalhes que faltavam para irem. Escovou os dentes, prendeu os cabelos se olhando no espelho que tinha na penteadeira branca adornada com luzinhas de pisca que ela ligava durante a noite e colocou Tayla na gaiola. Sentou na ponta da cama e olhou pela janela a garoa fina que caía. Pensou em tudo que já tinha vivido até o momento na escola... Estudo, estudo, estudo! Era só do que ela se lembrava além das aventuras anuais com Harry enquanto Voldemort detinha o poder ou aterrorizava as pessoas com a sombra da sua presença.

Ela gostava de estudar. Gostava de aprender coisas novas. Mesmo com as pessoas a chamando de sabe-tudo, ela nunca se importou em ser a melhor da turma... Afinal, que mal há nisso? Mas dessa vez algo a estava incomodando. Ela fechou os olhos e encostou a cabeça no travesseiro macio tentando se concentrar para descobrir a razão do seu incômodo até que chegou a uma conclusão.

Durante todos os seus anos de Hogwarts sempre fora conhecida e lembrada por ser inteligente, a primeira da turma. E ela havia cansado do rótulo que haviam lhe dado. Ela queria continuar sendo inteligente, sabe-tudo e estudiosa mas não queria que as pessoas a conhecessem somente por isso... Ela queria mais. Queria ser lembrada por ser divertida, corajosa, engraçada. As pessoas viviam de rótulos. E ela detestava rótulos.

Hermione levantou-se da cama lentamente olhando no relógio que estava em cima do criado mudo ao lado da cama... Eram 9:30hs. Pegou seu malão e a gaiola de Tayla e olhou ao redor. Sentiria falta de seu quarto até o feriado mais próximo mas não se abalaria por isso afinal: quanto tempo ficou longe de qualquer sentido de casa nos últimos tempos de guerra?

Se encaminhou para a porta e deu um sorriso leve ao fechá-la devagar. Desceu as escadas e encontrou seus pais na sala.

“Podemos ir.” Disse calmamente. Eles a olharam e sorriram levantando-se. Enquanto seu pai guardava o malão no bagageiro do carro, sua mãe colocava Nathan na cadeirinha e ela mesma se acomodava ao lado dele com a gaiola de sua coruja. Depois de todos se acomodarem, seu pai ligou o rádio em uma estação aleatória de música e foram todos em silêncio até a estação.

Sua mente viajava pensando nas matérias que teria e em como dividiria seus horários de estudo até se lembrar que pretendia se livrar do rótulo de sabe-tudo. Sorriu internamente ao tentar se imaginar mais infratora de regras... Mais Gina Weasley. A Weasley sempre foi estudiosa mas era conhecida como a saidinha, a divertida. Até mesmo a “pegadora”. Gina ia às festas, namorava e estudava. Era descolada e linda. E Hermione se propôs a ser como ela esse ano. Bom, pelo menos tentaria.

Chegando à estação, seu pai descarregou seu malão e ela beijou Nathan na testa antes de descer do carro. Se encaminhou desajeitadamente até a frente do carro e abraçou seu pai forte, deu-lhe um beijo na bochecha e ganhou um na testa em troca.

“Cuide-se, querida. Tenha um bom ano!” seu pai disse-lhe sorrindo.

“Obrigada papai!” Hermione sorriu de volta indo em direção à sua mãe.

“Se cuide, minha filha. Estude, tire boas notas, tenha um bom ano e não esqueça de nos escrever. Ficarei com saudades!” disse sua mãe chorosa com os olhos marejados e um sorriso lacrimoso dançando nos lábios. Hermione retribuiu o abraço sorrindo.

“Pode deixar mamãe!” respondeu afetuosamente.

Depois de se separarem, pegou seu malão com uma mão e a gaiola de Tayla com a outra e se encaminhou desajeitadamente pela estação depois de acenar um adeus com a mão trêmula.

“Eu amo vocês!” Hermione disse enquanto entrava na estação procurando pela barreira que dividia a plataforma 9 e 10. Quando a alcançou, apoiou-se displicentemente nela sem chamar a atenção para si mesma e depois de um piscar de olhos se encontrava em frente à locomotiva à vapor que era o Expresso de Hogwarts. Sorrindo foi andando a procura de alguém que pudesse conhecer ou de uma cabine vazia até que esbarrou em alguém sem querer em alguém com os cabelos muito vermelhos e brilhantes e soltou uma exclamação.

“Gina!”

“Mione! Eu estava te procurando!” Gina com seus cabelos nada discretos, suas sardas e toda sua altura, sorriu e apoiou a mão no ombro da amiga olhando-a de cima a baixo. “Você está linda!” disse carinhosamente.

“Obrigada, Gina. Acabei de chegar... Vamos procurar uma cabine?!” respondeu Hermione e a ruiva meneou a cabeça afirmativamente enquanto as duas saíam a procura de uma cabine.

Encontraram uma pela metade do trem, entraram, guardaram seus malões no bagageiro e sentaram-se para começar a colocar o papo em dia.

***

Draco acordou no início da manhã suando frio, com a roupa colada ao corpo e os lençóis encharcados. Tivera mais um pesadelo com aqueles dias. Primeiro o sonho começava no dia que ele havia se tornado Comensal... Ele ainda lembrava da dor absurda que fora obrigado a sentir. E do nada o sonho mudava pro dia em que Potter e seus amigos foram capturados e levados para a mansão que antes era considerada seu lar. Granger sendo torturada em sua frente e lhe olhando com um pingo de esperança nos olhos, Weasley gritando por ela no porão e sua tia Bellatrix ansiosa e nervosa por algo que ninguém sabia. Ele sempre acordava na parte em que Hermione Granger começava a perder os sentidos de dor. Acordava por causa do olhar desesperado que ela lançava à ele. E sempre acordava sentindo-se impotente. Ele não fizera nada... Não poderia ter feito a menos que quisesse morrer. E morrer pela Granger, para ele, era perca de tempo.

Enxugou o suor da testa com as costas da mão e ficou deitado olhando para o teto até sua respiração se acalmar. Fechou os olhos com força por alguns segundos pra tentar tirar da cabeça a imagem do rosto de Granger desmaiando na sala. Soltou um suspiro frustrado por saber que aquele ano ainda teria que ver o rosto de seus sonhos todos os dias.

“Granger, argh!” exclamou frustrado.

Levantou num rompante da cama indo direto para o banheiro e enchendo a enorme banheira preta com pés de garra dourados que havia. Enquanto a banheira enchia se despiu e se olhou no espelho comprido que havia em cima da pia... Estava pálido. Mais do que o normal. As olheiras fundas denunciavam suas noites de insônia mal dormidas. Lavou o rosto com a água fria que jorrava da torneira prateada brilhante da pia. E se enfiou na banheira onde a água quente começou lentamente a relaxar seus músculos. Fechou os olhos e encostou a cabeça na borda da banheira tentando acalmar seus pensamentos que diziam que era um erro tentar recomeçar.

O mundo era muito preconceituoso. E não era à toa. Mas ele odiava a ideia que talvez não conseguisse o perdão das pessoas por ter sido obrigado a fazer o que fez. Sabia que as pessoas o olhariam torto sempre que cruzassem com ele no corredor. Sabia que haveriam cochichos às suas costas e que as pessoas zombariam dele. Pessoas que, também, tiveram suas famílias destruídas pela guerra. Mas pessoas que não tinham pais Comensais da Morte.

Soltou outro suspiro frustrado e terminou de se lavar. Arrumou-se mecanicamente no quarto onde suas coisas já estavam dispostas e prontas para serem levadas à Kings Cross. E ele não tinha quem o acompanhasse... Uma lágrima solitária escorreu por sua bochecha esquerda e ele secou-a rapidamente com as costas da mão. Nunca fora permitido chorar em público ou demonstrar qualquer tipo de fraqueza enquanto seu pai fora vivo. Ele era um Malfoy! E Malfoys eram sempre fortes e não sabiam o que era amor e dor. Malfoys nunca precisaram disso. Talvez por isso todos fossem tão infelizes naquela casa. Malfoy não recebeu amor.

Mas ele sabia que ficar lembrando do passado não o permitiria seguir adiante e recomeçar a vida com um futuro diferente. Para isso ele teria que abrir mão de tudo que ouvira seu pai dizer que era certo e lei em sua vida. Ele teria que ser como sua mãe sempre desejara. Seus pais haviam morrido e ficar lembrando-os só seria pior se ele quisesse realmente recomeçar e ser diferente.

Pensando nisso, ele segurou seu malão em uma mão e a gaiola de sua coruja, Ethan, em outra e se encaminhou para a entrada da mansão. Lentamente caminhando até os portões pelo caminho ladrilhado de pedras. Quando ultrapassou o limite dos portões, olhou para trás encarando a casa que o vira crescer e o tornara uma pessoa tão vazia... Exatamente como esta estava hoje. Somente com ecos e lembranças ruins. Seria seu ultimo vislumbre da casa que um dia fora chamada de lar. Ele pretendia nunca mais colocar os pés naquele lugar. Ficaria em Hogwarts durante todos os feriados e quando concluísse sua educação mágica procuraria um outro lugar em que pudesse viver. E viver tranquilamente... Sem lembranças perturbadores que viessem o assombrar enquanto ele dormia.

Suspirou e aparatou na estação, olhando a locomotiva que o levaria à Hogwarts. Rapidamente andou a extensão do trem a procura de um cabine vazia e a encontrou no final do trem. Entrou, guardou sua bagagem e sentou-se com um livro em mãos. Ele queria parecer indiferente com as pessoas que passavam por sua cabine e não entravam por ele estar sentado lá mas não conseguiu. A cada minuto a decisão de voltar a Hogwarts o deixava mais deprimido. E isso era só o começo.

Mas quanto ele conseguiria aguentar?


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado... As coisas vão se desenvolver melhor a partir do próximo capítulo, tenham paciência.
NÃO ESQUEÇAM DE COMENTAR! Vocês não gastam nem 5 minutos pra isso:-(
Beijão e até o próximo!



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