Por um milagre, talvez, a chuva caía torrencialmente do lado de fora da casa da família Granger. Era agosto, auge do verão na Londres trouxa. Hermione terminava de arrumar seu malão para embarcar na Plataforma 9 ¾ no dia seguinte. Em cima da cama, os livros eram as únicas coisas que faltavam ser guardadas.

No pós-guerra, juntamente com a ajuda em peso do Ministério, ela havia encontrado seus pais na Austrália e, para sua surpresa, uma criança recém-nascida com eles. Eles a haviam chamado de Nathan. Quando tiveram a memória restaurada ficaram em êxtase por Hermione estar sã e salva. Desde então, eles tem sido uma família feliz e despreocupada. Nathan estava começando a dar seus primeiros passos e Hermione o adorava mas não deixaria de cursar seu último ano na Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts. Harry e Rony não voltariam mas Gina iria lhe fazer companhia.

Hermione sentou de pernas cruzadas no chão em frente a cama e pegou um pedaço de pergaminho e o tinteiro:

“Querida Gina,

Minhas coisas já estão arrumadas e prontas para

embarcarmos para Hogwarts amanhã. Estou ansiosa para

encontrá-la. Espero que o Ron, e todos aí, estejam bem...

Principalmente o George. E o seu namoro com Harry, também.

Nos vemos amanhã no Expresso de Hogwarts.

Afetuosamente,

Mione.”

Ela enrolou o pergaminho cuidadosamente e prendeu no pé de Tayla, sua coruja das torres. Levou-a até a janela e deixou-a alçar vôo pela chuva. Fechou rapidamente a janela e voltou-se para terminar de guardar os livros no malão pensando em como seria estar de volta à Hogwarts amanhã.

***

Enquanto isso em Wiltshire, na mansão vazia e pouco iluminada, Draco estava sentado à mesa de jantar revirando um pedaço de frango com o talher apenas para se ocupar. Estava sem fome e ansioso. No dia seguinte embarcaria no Expresso de Hogwarts de volta à escola e não sabia bem o que esperar disso. Não sabia como seria recebido pelos colegas e estava com medo de não conseguir aguentar a pressão que lhe seria imposta pelos cochichos que, com certeza, ouviria a seu respeito e de sua família.

Lágrimas brotaram em seus olhos e ele respirou fundo para retê-las e não deixá-las cair. Sua família! Ele não tinha mais ninguém graças à guerra. “Essa porcaria de guerra!” pensou enraivecido. Se seu pai não fosse tão tolo e ambicioso poderiam estar todos reunidos à mesa hoje. Sua mãe tinha sido um amor de pessoa... Amável, carinhosa, atenciosa. E tinha sido destruída pelo egocentrismo de seu pai. “Canalha destruidor!” esbravejou batendo com a mão na mesa fazendo pedaços de frango voarem do prato.

Mas esse ano... Ele seria o homem que sua mãe desejava que ele fosse e não o homem arrogante, mesquinho e preconceituoso que seu pai sempre lhe forçava a ser.

Ele levantou da mesa e se dirigiu ao quarto pensando em como faria de tudo para sua vida mudar a partir do momento que pisasse em Kings Cross amanhã.