If It Was All Just Normal. escrita por Srta Who


Capítulo 14
Sorte no amor, azar no jogo.


Notas iniciais do capítulo

bem, férias acabando, não vou pode postar tanto assim, então no me matem se o próximo demorar.



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Essa semana foi estranha. Não me perguntem razões complexas para a estranheza dos chamados ‘’dias uteis’’, eles foram e ponto final!

Perdão, sei que fui rude, mas ás vezes não posso para evitar, será que é isso que chamam de mal humor escocês? Não sei, não faço ideia, mas em compensação tenho uma lista de possibilidades que talvez expliquem minha semana horrível.

Minha irmã que vive na Noruega está de cama, e tenho de pegar um avião até lá.

Minha semana foi extremamente atarefada.

Meu cabelo não fica no lugar.

(Talvez a mais gritante de todas). Não importa quanto eu tente, não importe o quanto torture minha mente, não importa o quanto cada membro do meu corpo implore, não consigo de maneira alguma tirar Rose Marion de minha cabeça. Não consigo esquecer seus cabelos loiros, não consigo livrar meu cérebro da imagem de seus olhos brilhando e contraindo-se num lindo sorriso para mim, é impossível esquecer a sensação daqueles lábios rosados e macios contra os meus, e isso está me levando a loucura.

            Tenho de controlar minhas reações a tais pensamentos. Estou sentado num avião em direção a Donna Noble, minha irmã, que pela forma como reclamava ao telefone qualquer desconhecido diria que estava com peste negra ou alguma doença incurável, mas provavelmente apenas pegou uma terrível e persistente gripe, se estivéssemos no século XIX seu desespero seria completamente normal, mas é 2015! Existem remédios, ela não vai morrer! E mesmo assim conseguiu arrastar duas pessoas para sua casa, eu e meu primo. Qual era seu primeiro nome mesmo? Sei que o sobrenome é Smith, mas, e o primeiro nome? M... Algo com M, tenho certeza. Me? Não. Matt...? Não, esse é seu apelido. Matthew? É Matthew, sim Matthew Smith! Da última vez que nos vimos eu tinha o que? 11 anos talvez, era uma comemoração de São Patrício. Conheci o pai dele, grande homem ele é, sua mão nunca vi, sempre muito ocupada, é o que meu pai dizia.

...

            Caí no sono durante o voo, acordei quando uma das aeromoças anunciou o pouso. Quando descemos peguei a mala, saí do aeroporto e peguei um taxi, entreguei-lhe o endereço que Donna me deu ao telefone, só espero que ela o tenha me passado o certo. O taxista falava um inglês nada bom, do qual conseguia-se distinguir uma ou duas palavras, sendo pior apenas que meu norueguês, então depois de algumas tentativas frustradas de conversa por conta da ignorância de ambas as partes permanecemos em silêncio pelos próximos quarenta minutos. Paguei o homem que logo depois foi embora. Toquei a campainha da casa onde o número 302 reluzia com o sol, um homem jovem com cabelos negros e olhos verdes abriu a porta, era mais alto que eu, apenas um ou dois centímetros, nada muito gritante.

—John Smith?

—Exatamente. Matthew, não é?

—Ninguém me chama assim desde os oito anos, mas sim. – Entrei na casa. – Onde está Donna? Com certeza te levando a loucura.

—Eu posso te ouvir daqui homem do espaço! – Ouvi uma voz feminina esganiçada vinda do segundo andar. – Matt sorriu.

—Ela não é um amor? – Falei ironicamente.

—Você sabe onde fica o quarto de hospedes?

—Não.

—Eu te levo lá. – Subimos as escadas, passamos por cerca de duas portas até chegarmos a um grande quarto com duas camas de solteiro, coloquei minha mala sobre uma, sentei e escondi meu rosto com as mãos, suspirei longamente. -Você está bem? – Matt perguntou.

—Sim, eu estou bem, eu estou sempre bem, meu nome é John Sempre Bem Smith.

—Descanse. Deve ter sido a viagem, eu cuido dela.

—Obrigada. – Dei um breve sorriso, ouvi ele se afastar até que seus passos não podiam mais ser ouvidos. Joguei a mala no chão e deitei-me na cama encarando o teto. – Rose Marion, você vai me levar a loucura. – Murmurei para ninguém além de mim mesmo e do sol que atravessava o a janela iluminando o quarto, fechei os olhos. –Mas ir a loucura por você deve ser incrível. – Sorri, virei e adormeci.

P.O.V Matt.

            John Smith continuava adormecido no segundo andar, faz cerca de duas horas desde que chegou, e eu continuo sentado no sofá encarando a mesma frase, do mesmo livro, minha mente não conseguia permanecer concentrada, eu a lia bilhões de vezes sem que nada se formasse em minha mente, algo me preocupava, uma sensação desconfortável, uma vozinha que gritava em minha cabeça, sinto-me assim há alguns dias, no primeiro dia liguei para Rose, ela disse que estava bem, não tenho certeza se acredito no que ela disse, sua voz parecia triste e distante, não sei o que está ocorrendo, tenho medo de pressiona-la demais, medo de ela ficar irritada.

—Rose Tyler, você vai me levar a loucura. – Murmurei para mim mesmo. Ela com certeza vai me deixar louco algum dia. – Mas o que posso fazer? Eu amo Rose Marion Tyler, a mulher mais incrível de todas. – Ri para mim mesmo, ouvi passos na escada, era meu primo, ele tinha uma aparência horrível, não que ele seja feio, ele está com uma aparência cansada, tem olheiras, está pálido e com os cabelos bagunçados, talvez tenha sido a viajem, ou o fato de provavelmente ter acabado de acordar.

P.O.V John.

—Boa Tarde. – Cumprimentou o homem sentado no sofá com um livro.

—Boa tarde. – Pisquei meus olhos repetidas vezes tentando espantar o sono. Donna estava dormindo profundamente em seu quarto, o que era bom, pelo menos dormindo ela não pode gritar comigo.

—Sentindo-se melhor?

—Um pouco. – Joguei-me no sofá e esfreguei meus olhos com as mãos. -Como vai seu pai? William, não?

—Ele morreu. – Senti uma pontada no peito. Como sou insensível.

—Sinto muito.

—Dois meses depois daquela comemoração de São Patrício, ele teve problemas cardíacos e faleceu no ano seguinte. – A voz dele demonstrava muita dor.  

—Matthew, eu... – Ele deu uma risadinha.

—Ninguém me chama de Matthew, não mais, não desde meu pai, se você não se incomodar prefiro Matt.

—Sim, é claro.

—Tem algo te incomodando? – Ele perguntou depois de um silêncio quase infinito. Encarei-o por alguns segundos, decidindo se deveria dizer-lhe.

—Você é meu primo de primeiro grau. – Disse mais num tom de pergunta do que de afirmação.

—Até onde sei nossos pais eram irmãos.

—Tem essa garota, e ela é a melhor garota do mundo, tem tudo que qualquer um desejaria, ela é inteligente, bonita, atenciosa, e ilumina tudo ao redor com seu sorriso. – Apoiei meus cotovelos nos joelhos.

—Huh...

—Nós somos amigos, mas da última vez que ela me visitou começamos a correr pelo meu apartamento feito crianças e.... E acabamos nos beijando, mais de uma vez, e foi incrível, quer dizer, realmente incrível, algo que eu nunca senti antes. – Voltei a minha posição com as costas eretas.

—E?

—E nada, absolutamente nada, ela me pediu para esquecer o beijo, esquecer tudo que aconteceu. Eu estou tentando a uma semana, mas é simplesmente impossível esquecer essa garota, ela infiltrou-se em minha mente de uma maneira que é impossível de tira-la de lá, sempre que baixo a guarda seu sorriso invade e toma conta de minha cabeça. – Baguncei meus cabelos como é meu costume quando estou nervoso, quando estou ansioso, ou quando me dá vontade, nesse caso foi um pouco das três; Matt sorriu por trás dos óculos redondos que usava. – Não ria de mim, Matt Smith! É rude!

—Eu não estou rindo de você, John. É outra coisa.

—Mas o que você acha que devo fazer?

—Tem certeza que sente algo por essa mulher extraordinária?

—Ela é muito mais que extraordinária. E eu faria qualquer coisa por ela.

—Tente.

—O que?

—Tente ficar com ela. Tenha certeza do que ela sente antes de desistir, talvez ela também sinta o mesmo e esteja apenas com medo de admitir. Deveria tentar ser um cavalheiro.

—Eu sou um cavalheiro! – Exclamei.

—Quero dizer que deveria deixar claro que quer ser mais que amigo dela, segure sua mão, fique o mais próximo possível dela, John. – Sorri, a ideia me agradava profundamente.

—Posso saber qual é o nome da sortuda?

—Claro, ela se chama....

—Os dois podem deixar o chá da tarde para depois e vir me ajudar! – Aparentemente Donna acordou, não a interpretem mal, esse é seu jeito muito rude de dizer ‘’boa tarde meninos, algum de vocês poderia vir até aqui me ajudar? ’’, ou talvez seu jeito extremamente gentil de expressar: ‘’se um de vocês não subir agora vou esfola-los lentamente! ’’, talvez nunca saibamos.

—É sua vez.

—Eu não quero ir.

—Muito menos eu.

—Jokei pô? – E assim decidimos quem iria cuidar de minha irmã ruiva, doente e mal-humorada, numa pequena competição de sorte, eu perdi. Mas sabem o que dizem, sorte no amor, azar no jogo, espero que seja verdade.


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Notas finais do capítulo

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