A Proposta escrita por Larissa Carvalho


Capítulo 5
Born To Die


Notas iniciais do capítulo

Olá pessoal!
Me desculpem a demora.
Mais um cap para vcs.
Nesse eu vou dar algumas pistas sobre a cabana e prometo que no proximo eu desvendo todo o mistério.

BOA LEITURA!

Born to Die - Lana Del Rey



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Eu e Lissa chegamos em casa com um sorriso inexplicável. Depois de Cristian explicar todo o plano só tínhamos que convencer Tatiana a ficar mais um mês com a competição e então Cristian nos daria voz no conselho.

Dimitri e eu ainda não tínhamos nos dirigido a palavra diretamente e eu me senti aliviada por Olena não estar em casa. Ela tinha ido pegar a Viktória no aeroporto depois de três meses fora. Eu entendia seu nervosismo. Ela só tinha 16 anos e tinha ido a uma excursão para Nova York.

Então, depois de um dia cansativo e cheio de emoções só me restou um banho e cama.

No dia seguinte, escutei umas batidas na porta. Eu tinha acabado de terminar meu cabelo e maquiagem e já estava de uniforme. Pensei ser Alberta me chamando, mas mal sabia ela que eu nem tinha dormido durante a noite.

Levantei-me da penteadeira e abri a porta para encontrar meu pai. Ele estava de roupão ainda. Eu lhe dei um sorriso e ele beijou minha testa, logo depois entrando no quarto.

Sentei-me na minha cama enquanto ele fechava a porta. Por alguns segundos lembrei-me de quando ele vinha me dar bom dia antes que eu fosse para a escola, ou quando ele vinha me dar boa noite antes que eu dormisse. Mas depois ele parou e eu nunca entendi o motivo.

– Aconteceu alguma coisa? – perguntei. Ele continuou a me encarar. Mas depois de algum tempo abriu um sorriso.

– Sabe Rose, eu fico feliz que esteja com alguém como o Belikov. – falou por fim. Suas mãos ainda no bolso do roupão de seda azul marinho. Eu assenti forçando-lhe um sorri. Ele sentou ao meu lado na cama, já mudando para uma expressão preocupada.

– Eu também. – menti. – Mas porque essa cara? – perguntei.

– Porque a Alberta me falou sobre a carta. – ele fitou-me. É claro que falou.

– Pai, eu... – ele me interrompeu com as mãos no ar. Eu sabia que não vinha coisa boa dessa conversa. Eu sabia disso. Mas eu me mantive serena, por mais que estivesse explodindo por dentro.

– Entenda Rose. Eu não gosto do fato de estar fazendo algo nada produtivo, mas eu também não quero vê-la infeliz. – ele sorriu novamente, agora apertando minha mão. – Eu vou deixa-la ir. – disse por fim. – Eu falei com a sua mãe, ela não está de acordo, mas se eu fosse ligar para as objeções dela, com toda certeza você não teria um irmão à caminho agora.

Eu rolei os olhos.

Eu gostava da teoria da cegonha.

Eu dei um sorriso para ele. Um sorriso que mostrou meus sentimentos no momento. Eu não podia sacrificar o futuro das pessoas que eu amava sendo imprudente. Se Lissa tinha criado juízo eu também podia. Eu faria isso por eles e por mim. Eu seria responsável e encheria meu pai de orgulho.

– Eu não vou. – murmurei. Ele arregalou os olhos. Seu rosto ainda curioso.

– Mas... Por-por quê? – gaguejou.

– Porque eu quero ser como você. – falei. Não era total mentira. Ser como ele seria maravilhoso.

– Rose você tem certeza? Temos o Joshua. – falou ainda serio. Ele segurava as minhas mãos com firmeza.

– Tenho. – disse. – Avisa a Tatiana que eu sou sua herdeira e que vou me casar com o herdeiro dos Belikov. – falei por fim.

Ele levantou o cenho. Essa parte do casamento foi empolgação.

– Casar?

– Sim. – respondi de um modo firme. – Ele falaria com você após meu aniversário mais seria bom avisar a Tatiana.

– Rose... – começou, mas eu o interrompi.

– Não pai. Já está decidido. – eu apertei sua mão enquanto sua expressão se suavizava. – É a minha vida. – murmurei. Ele sorriu.

– Se o Belikov machucar você, eu juro que você ficará viúva. – eu gargalhei. – Eu juro. – eu assenti.

– Se ele me magoar, eu mesma faço esse trabalho por você, Baba. – então ele me puxou para um abraço.

– Eu te amo, Kiz. Não quero te ver machucada. – sussurrou.

Eu fiquei em silencio relutando contra qualquer lágrima. Dimitri já tinha me machucado uma vez, naquela maldita noite da cabana. E ninguém além de nós dois sabia o que tinha ocorrido. Se meu pai soubesse nunca o aceitaria em sua casa, mas eu tive que correr o risco de mentir para ele. Não podia destruir a amizade de anos que a família tinha com os Belikov. Não podia destruir a única amizade sólida que restara para a minha mãe depois de Rhea.

Em pensar que eu era a culpada daquele acidente.

Meu pai largou-me e se levantou dando um leve beijo em minha testa, antes de abrir a porta sorriu orgulhoso mais uma vez.

– Você vai amar o mundo dos negócios, Rose. – ele não esperou minha resposta. Ele fechou a porta e me deixou ali sozinha.

– Tomara. – murmurei para mim mesma.

Depois de tomar o café enquanto estava no carro, peguei meu telefone e relutante, comecei a digitar para Dimitri. Eu tinha que avisá-lo da nova reviravolta do plano.

Preciso que me encontre no Romeu’s perto da escola. É importante.

Com todo ódio. R.

Encostei-me ao encosto carro e observei Lissa ao meu lado. Ela estava distraída com uma conversa por mensagem com Cristian e não percebeu a minha para Dimitri. Eu suspirei tentando tirar um cochilo enquanto não chegávamos.

Assim que fechei meus olhos, senti o celular vibrar no meu colo e xinguei Dimitri por ser tão rápido. Ele tinha fetiche por acabar com meu sono. Abri a mensagem e me permitir espantar o sono para lê-la.

Estarei lá. Não se atrase.

Com todo amor, D.

Eu revirei os olhos com a última parte da mensagem. Lembrei-me mentalmente de ter colocado a carta na parte da frente da minha bolsa e suspirei ao lembrar-me da conversa com meu pai pela manha. Principalmente da parte do casamento.

Eu não tinha que estar tão nervosa. Seria um noivado de um mês e assim que a Tatiana escolhesse as nossas famílias para assumir a empresa inventariamos alguma coisa. Seria mais fácil ela escolher Adrian, mas ele queria a faculdade de artes e ela aceitou melhor que meus pais a minha dele. Então, só a restava os outros sócios. As cinco famílias.

As aulas passaram voando e eu já estava na mesa do fundo de um café próximo à escola, que Dimitri conhecia melhor que ninguém. Ele gostava de ir ali com André e os amigos, enquanto eu e Lissa flertávamos com outros garotos mais velhos que vinham visitar Montana.

Eu via Dimitri sorrir mais nessa época. Talvez seja porque eu gostava da forma como ele agia perto de André. Depois do acidente, Dimitri foi embora para Nova York fazer a faculdade de direito e depois voltar para assumir os negócios da família. O planejado era ele e André irem para a faculdade e dividirem o apartamento, mas ai, o acidente que quase matou a mim e a Lissa, os matou.

E eu não podia deixar de pensar que era por minha culpa.

Se eu não tivesse brigado com Dimitri e saído com tanta raiva e ligado para Lissa e bebido todas com ela, com toda certeza, os pais de Lissa e André não mudariam o destino de viagem e teriam ido nos buscar.

Eles estariam em Nova York indo visitar a futura faculdade de André e não tinham nos buscado no bar do Mikhail. Aquele motorista bêbado, como eu e Lissa, não tinha passado para a estrada errada e não teria batido no carro e talvez nada disso estivesse acontecendo.

Talvez eu nunca mais tivesse que olhar para Dimitri depois de tudo que ele fez e talvez, só por um décimo de segundos para pensar antes de ligar para Lissa e levar aquela droga de vodca à boca, eu teria mudado tudo e não faria minha amiga sofrer com a perda da família.

Sempre que toca nesse assunto, ela diz ter pensado que também me perderia, já que era a única em uma posição favorável em um acidente de carro. Eu fiquei em coma durante dois meses e depois por um milagre, eu acordei. Sem sequela ou qualquer coisa que possa ter me prejudicado. Levei um tempo para pegar a forma da dança novamente e para conseguir me recuperar do acidente psicologicamente.

Lissa as vezes se culpava por ser a causadora de seus pais terem voltado para busca-la, mas ela não se sentia mais culpada que eu.

Sai dos meus devaneios com o toque de Dimitri. Eu pisquei para ele, que sorria de uma forma desconfortável. Também era a primeira vez eu vinha nesse café depois do acidente de André e pelo que eu percebi, ele também.

– Está tudo bem? – perguntou, enquanto se sentava à minha frente. Eu assenti tentando esquecer esses pensamentos quando eu já me encontrava rodeada por eles.

– Eu preciso te contar uma coisa. – falei. Ele assentiu. Ele tinha a sua máscara habitual. Eu relutei para não rolar os olhos.

– O que você fez? – perguntou. Eu ri sem humor.

– Wow, camarada. – ele levantou a sobrancelha. – Eu não sou irresponsável quanto pensa.

– Responde Hathaway. – eu rolei os olhos dessa vez.

– Abe falou comigo hoje pela manha. – murmurei. Ele estava atento a cada palavra minha. – E tem uma coisa que eu ainda não contei. – falei pegando a carta da minha bolsa.

Ele me observava com medo por aquele envelope. Depois de fechar a bolsa, que estava na cadeira ao meu lado, eu apertei o envelope a minha mão e o entreguei para ele. Dimitri pegou hesitante, mas por fim abriu o envelope rasgado e puxou a carta de dentro, perdendo seu ar.

Algo no meu peito se apertou ao ver seu peito parar de mexer e indicar que tinha uma respiração ali. Sua blusa preta de botão estava tão justa aos seus músculos que me peguei desejando rasgar aqueles botões. Eu voltei à realidade quando ele abriu a boca para tentar emitir algum som. Ele estava pasmo demais, lendo e relendo aquela carta de admissão.

– Eu não vou. – repeti a mesma coisa que tinha dito para o meu pai. Aquela frase era como lamina na minha garganta.

– Rose... – ele finalmente me olhou. Seus olhos tinham um brilho diferente. Não era felicidade, nem paixão, nem ódio... Era pena.

– Pare Dimitri. – avisei-o. Ele deixou a carta cair na mesa e se debruçou nela pelos cotovelos.

– Parar com o que? – perguntou. – Você não pode simplesmente dizer que não vai.

Eu me debrucei na mesa e olhei para seus olhos.

– Eu não posso ir, Dimitri. – sussurrei. – Eu não tenho opção. – eu hesitei por alguns instantes. – Eu nunca tive.

Ele olhou para a carta de uma maneira rápida depois se ajeitou na cadeira, finalmente olhando para mim.

– Você tem dessa vez, Rose. Depois de um mês damos um jeito.

– Não. – disse. – Eu não quero que meu irmão nasça para um propósito. Eu sou capaz de fazer sacrifícios pelas pessoas, camarada.

– Ou não Rose. – ele estava em uma voz rígida. Eu engoli seco. – Você não tem que agir como se fosse levar um tiro por quem você ama.

– Eu levaria Dimitri. – falei. Ele olhou-me incrédulo. – A minha família vem primeiro e a Lissa é a minha família.

Ele deixou o silencio entre nós por alguns minutos. E olhou para os carros e a movimentação da pequena cidade de Montana, através da janela de vidro. Aquele lugar mal tinha uma parede normal. Era tudo de vidro. Seria bonito se não me trouxesse lembranças ruins.

– E o que você pretende fazer? – perguntou.

– Eu vou assumir os negócios do meu pai e vou deixar a Tatiana a par disso.

– E quanto a nós? – perguntou. Eu deduzir que ele estava falando sobre o acordo. – Você desistindo dos seus sonhos, nos deixa mais forte, mas não quero que você faça isso.

– Querer não é poder, camarada. – retruquei. – Aliás, nós temos outro problema para resolver nas próximas últimas semanas.

– Que problema? – perguntou. Eu sorri como quem diz claramente Problema.

– Eu pensei em um jeito de adiar a competição até conseguirmos algo com o Cristian ou sobre o irmão bastado de Lissa. Eu vou dar uma festa de aniversário e você vai me pedir em casamento. – ele me olhou com os olhos arregalados. Eu gargalhei. – Relaxa camarada, vão ser duas semanas de um suposto noivado e depois que ganharmos a competição, arranjamos um bom motivo para um desmanche, continuamos sócios e fazemos nossas famílias felizes. Só precisamos respirar tranquilos sabendo que a competição será adiada pelos arranjos do nosso casamento. – ele levantou a sobrancelha novamente. Agora ele estava com um ar irônico.

– Seu aniversário é na semana que vem, Rose. Como eu vou fazer um pedido assim, de repente. O que seus pais vão dizer? – perguntou.

– Eu já fiz a cabeça do velho. A da minha mãe ele resolve depois. O importante é mostrar para a Tatiana que o que temos é sério. – ele entortou a boca depois de alguns segundos me observando.

– Tudo bem. Mas tem que ser algo interessante e você tem que parar com o mau humor matinal e ser agradável suficiente para fingir surpresa. – eu o olhei. Eu gargalhei sem humor novamente e ele me olhou com aquele sorriso cafajeste.

– Acho melhor parar com as gracinhas, camarada. – falei. – Eu posso dizer não facilmente na frente de muitas pessoas. – ele desistiu de seu sorriso e ficou sério novamente.

– Você não faria isso. – falou. Eu dei de ombros.

– Se eu fosse você não teria tanta certeza. – ameacei.

Eu mordi a boca pra ele.

Algo tirou sua atenção de mim. Seu celular vibrou, enquanto eu olhei por cima de seu ombro. A porta do café fez um barulho com o sininho e eu sorri ao ver a minha vingança a postos. Era Jesse e Tasha, eles estavam de mãos dadas e não nos perceberam.

Eu sorri com ideia que passava pela minha mente. Troquei meu foco por Dimitri que digitava impacientemente no celular e me levantei, sem que ele olhasse para mim ou para o que eu fosse fazer. Tasha ainda não sabia que estávamos ali.

Ao contrário de Jesse que do balcão que estava sentado com Natasha, viu quando eu sentei no colo de Dimitri no final do café, não chamando a atenção de todos, somente a deles. Ela também olhou, mas não a encarei, o vidro refletia perfeitamente.

Dimitri me olhou duvidoso quando eu fiz aquilo, mas quando olhou para o reflexo do vidro, entendimento passou por seus olhos e ele sorriu. Com certeza Natasha o olhava como alguém prestes a atirar uma bomba.

– Pronto para o show? – perguntei. Ele assentiu passando a mão pela minha perna que balançava por não alcançar o chão.

– Sempre. – então ele me beijou. Passou um das mãos pela minha nuca, enquanto a outra ainda alisava a minha perna. Eu queria não fazer isso e só sair dali. Mas eu estava dependente de seu toque. O mesmo toque da cabana.

As suas mãos na minha perna me passavam aquela velha eletricidade. Dei espaço para a sua língua, e apesar de ser tudo fingimento, ele fez parecer como se estivéssemos realmente apaixonados. Era bom saber que os beijos que ele me dava passavam isso para as pessoas, não seria legal fingir um namoro e em um beijo estragar tudo.

Afastei-me dele ainda procurando por ar e ele fez o mesmo. Ele me olhou em uma forma estranha. A mesma forma que ele me olhou da primeira vez que nos beijamos, desde que ele voltou. Parece que como eu, ele tinha voltado na noite da cabana.

Eu me levantei devagar puxando sua mão e pegando a minha mochila. Fingi um sorriso feliz, que ele também fingiu pra disfarçar a cara de espanto. Era estranho sentir tudo aquilo por ele, depois de tudo que aconteceu.

Passamos por Tasha e Jesse que nos fuzilaram e respiramos com ar livre fora do café. Eu e ele não dissemos nada, ainda de mãos dadas fomos até o carro dele e eu permaneci em silencio até chegar em casa e me permitir um banho quente.

Depois desse teatro, os dias até o fim de semana se passaram mais rápido que o previsto. Minhas horas eram entre a Escola e o galpão. Eu posso dizer que evitei Dimitri de todas as formas depois daquele beijo e eu percebi que ele também me evitava. Não tínhamos que nos comportar como namorados naquela semana. Eu tinha aula e ele estágio na empresa, então não foi como se percebessem algo.

No sábado à tarde eu e Lissa estávamos à apenas algumas horas da apresentação e eu mal acreditava na droga que estava acontecendo na minha vida. Talvez se eu fosse uma pessoa egoísta e odiasse a minha família e a Lissa. Mas não. Eu os amo. Eu não consigo nem pensar em odiá-los. Eu não posso prejudicá-los pelo meu egoísmo.

Iam estar presentes os olheiros da St. Vladimir e eu não faria nada. Porque eu não podia fazer nada. Meus pais esperavam de mim o que nasci para fazer. Eu não podia ir contras regras e nem deixar qualquer pessoa tomar o que um dia seria do Joshua, ou dos filhos da Lissa. Eu tinha que protege-los. A minha família vinha primeiro.

Eu forcei ainda mais o rabo de cavalo repassando a coreografia mentalmente. Eu tinha que acertar cada passo, minha equipe tinha que ganhar. Mason e Eddie tinham que conseguir a vaga na St. Vladimir. E ai está Rose! Mais uma vez coloca a necessidade dos outros à sua frente! – gritou meu subconsciente.

Eu balancei a cabeça para os lados espantando qualquer possibilidade de escutar minha mente. Ela nunca era clara e limpa, principalmente limpa. Sempre tinha algo em segundas intenções ou uma ideia suicida no estilo Rose Hathaway. Eu suspirei com esses pensamentos.

Eu estava tão alienada na frente do espelho, de um velho camarim no galpão, que mal percebi Dimitri em pé na porta, encostado à parede com um buque de rosas em mãos. Eu largue meu delineador e voltei-me para ele. Belikov sorriu. Eu abri um sorriso forçado para ele.

Dimitri veio na minha direção e esticou o buque. Eu o peguei, enquanto ele puxava uma cadeira e se sentava à minha frente. Eu olhei para que seus olhos pudessem me aquecer.

De alguma forma, ele ainda me fazia sentir tudo da cabana apenas de me olhar e apesar de ter sido a pior noite da minha vida, foi também a melhor.

Ele abriu a boca para falar eu parei de tremer. Eu tinha que superar aquele amor. E eu sabia que superaria. Como da ultima vez. Com ódio dele.

– Senti sua falta, Hathaway. – sussurrou. Eu me permiti sorri. Busquei dentro de mim a ideia de odiá-lo, mas não encontrei.

– Eu não senti a sua. – rebati. Ele sorriu ainda mais. Meu coração parou.

– Desculpa. – falou por fim. Seu sorriso tinha ido embora, no lugar, aquela máscara séria que eu tanto odiava. – Eu fui idiota de te ignorar.

– Eu sei. – falei. Ele me olhou confuso. – Você pode ser um babaca às vezes. – murmurei. Ele me lançou um sorriso triste. Ele sabia do que eu estava falando. Da Cabana.

– Eu vou torcer por você. – falou. Eu sorri.

– Eu já ganhei camarada. – retruquei. Ele gargalhou e depois se levantou.

Eu pude observá-lo, enquanto me dava às costas, caminhando até a porta. Ele estava em seu jeans habitual e sua blusa manga azul claro que deixava um recado entre entrelinhas que ali debaixo, havia músculos muito convidativos. Eu sorri quando ele voltou a me olhar quando abriu a porta.

– Quebre a perna. – murmurou. Eu lhe dei meu sorriso matador de homens.

– Só se for em uma posição do Kamasutra. – eu vi o brilho em seus olhos enquanto ele sorri.

– Tenho tempo livre mais tarde se quiser. – murmurou ao fechar a porta, me deixando sozinha com uma maquiagem a ser feita.

Depois de alguns minutos Lissa estava pronta e nervosa atrás das cortinas. Eu e Mason a observávamos encostados a uma parede. Estava um pouco escuro mais eu consegui ver seus cabelos louros presos pela metade e sua maquiagem leve. Eu sorri ao perceber que a minha estava ao contrário da dela.

Estávamos ainda com o roupão e aquele vestido curto e colado, estava começando a me fazer sentir como nos meus tempos antecessores do acidente. Aqueles que eu fugia pelo meu jardim e voltava bêbada com Lissa ao meu encalço. Levávamos as mesmas broncas e quando os castigos acabavam fazíamos novamente. Agora Lissa estava responsável e por mais que seja uma droga, eu também estava.

– Pensando no que? – perguntou Mason. Eu sorri.

– No quanto eu devo uma boa apresentação à vocês. Quero que os olheiros os observem. – falei por fim. Não era exatamente uma mentira. Ele bufou.

– Por favor, Rose. – ele se mexeu desconfortavelmente ao meu lado. – Você é a melhor aqui. Eles sempre vão olhar para você e consequentemente para os gostosões ao seu lado.

Eu rolei os olhos. Mason poderia ser inconveniente em alguns assuntos, mas eu não podia negar que ele não era feio. Já tinha ficado bem claro seu interesse por mim, mas não ao ponto de eu ceder. Também deixei claro meu desinteresse e ele aceitou apesar de relutar no inicio. Agora disputava Mia com Eddie, o que me fazia rir e aconselha-los que nem tudo se pode compartilhar. Por mais que ela goste disso. Ela brinca com eles e eu ainda vou resolver esse assunto colando aquela anã no lugar dela.

Deixei Mason com Eddie, que tinha acabado de chegar perto de nós, tagarelando sobre o quanto Mia estava linda na noite passada na festa do Adrian Ivashkov, que eu não fui, porque minha mãe estava vomitando todos os tipos de coisas estranhas que ela desejou por cinco meses.

Cheguei perto de Lissa que ainda espiava pela cortina e sorri. Ela retribui ainda tremendo um pouco. Eu levei uma das minhas mãos ao seu ombro e o apertei.

– Já fizemos isso antes Lissa. – falei. Ela sorriu nervosa ainda com as mãos na cortina. Apertando-a.

– Eu sei. – murmurou. – Mas agora preciso ser boa nisso por vocês. Mason, Eddie e você Rose. – ela finalmente me olhou nos olhos. Eu estaquei. Eu ainda não tinha contado a ela sobre a carta de admissão. Lissa olhou mais uma vez conferindo a plateia e eu sorri. Ela estava procurando meus pais. A sua nova família.

– Ele não vem. – murmurou. Eu a encarei com dúvida. Mas quando as lágrimas dela caíram por sua bochecha rosada com o blush eu entendi. Ela estava falando da sua família.

– Hey. – eu apertei ainda mais a minha mão em seu ombro e sorri. – Meus pais estão aqui, eles são seus padrinhos e eu sou sua família agora Lissa. – ela sorriu enquanto pegava minha mão.

– Você sempre foi minha família, Rose. – falou. Depois dessas palavras eu a puxei para um abraço.

Vocês são irmãs, Rose. A família vem primeiro.

Foi fácil não ficar nervosa. Afinal, essa seria a última vez que eu ia me apresentar fazendo algo que eu realmente gostava. Lissa também não tinha motivos para nervosismos. Ela foi maravilhosa. Escolhemos a música Crazy In Love e conseguimos fazer tudo que estava em nossa coreografia e mais um pouco. Fomos maravilhosos e eu corei com os olhares de Dimitri, ao lado de Cristian na plateia.

Depois de meia hora de espera, eu mal acreditei quando o juiz anunciou que Crazy In Love tinha sido a coreografia escolhida. A minha equipe tinha ganhado e os olheiros tinham nos percebido. Mason e Eddie esqueceram o amor por Mia e se abraçaram como amigos que eram antes dela entrar em suas vidas.

Lissa ficou feliz por nós, achando que tinha feito algo por mim também. Eu tinha que falar com ela sobre a carta. Eu dei um sorriso forçado ao me afastar de Lissa e Cristian e ir em direção aos meus pais.

Abe me olhava orgulho e minha mãe, por incrível que pareça também. Eu sorri verdadeiramente agora.

– Se não fosse por esse vestido, eu faria você dançar de novo e gritar que é a minha filha. – eu gargalhei. Olhei para a minha mãe.

Seu vestido azul já marcava sua barriga e seus cabelos ruivos estavam em perfeitos cachos. E quanto ao meu pai, ele estava em sua forma mais extravagante. Com seu terno roxo e gravata vermelha. Bom, ele só estava sendo Abe Mazur – Zmey.

Eu definitivamente tinha herdado as suas feições turcas.

– Você foi incrível. – disse minha mãe. Eu me peguei surpresa por um momento.

– Obrigada. – sussurrei.

– Tem alguma coisa para comer aqui? – perguntou olhando para o meu pai. Ele bufou.

– Parece que o nosso futuro Mazur herdou o apetite da irmã. – eu fiz uma carranca.

– Engraçadinho. – retruquei. Ele gargalhou e depois puxou minha mãe para a cantina do galpão.

Eu me peguei sorrindo com aquela situação.

Até sentir uma mão na minha cintura e depois um beijo na minha bochecha. Eu fiquei tonta com o cheiro de pós-barba que Dimitri usava. Eu o odeio. Mas amava seu cheiro.

– Oi. – murmurei. Ele tinha que parecer convincente para as pessoas, mas eu não fiz nada a não ser parecer desconfortável.

– Oi. – falou. Eu sorri.

– Eu marquei um jantar na minha casa, hoje à noite. Com a Tatiana. – eu assenti. Ele tirou a mão da minha cintura e começou a me guiar de mãos entrelaçadas até o outro lado do lugar, para onde Mason, Eddie, Cristian e Lissa conversavam.

– Para que? – perguntei confusa.

– Para falar do noivado e do casamento. – eu abri a boca para lembra-lo que eu preferia no dia do meu aniversário, mas ele não me deixou emitir qualquer som. – É melhor e mais confiável falarmos isso logo, e arranjarmos um bom motivo para um casamento às pressas.

Eu pensei enquanto andávamos e só veio uma ideia à minha cabeça. Porque uma garota de 17 anos casaria em menos de dois meses? Gravidez.

Ah não, Rose! Você não vai fazer isso!

Eu poderia inventar alguma coisa depois de um mês e ficaria tudo bem. Eu poderia fingir ter perdido ou algo do tipo. De qualquer forma, meu pai me mataria e minha mãe ficaria decepcionada, o que não era bom no seu estado.

Eu pensei mais um pouco e olhei para ele, enquanto nossos passos estavam ficando mais lentos.

– Uma gravidez. – eu parei no meio do caminho e ele parou junto comigo. Avaliou-me por alguns minutos e depois pareceu pensativo. Ele assim como eu, estava pensando em algo.

– É uma ideia. – considerou. – Mas não quero ser morto pelo Abe. – eu gargalhei imaginando meu pai e a probabilidade dele ser avô.

– O que sugere? – perguntei.

– Você se forma daqui a três meses. Tínhamos que adiar três meses.

– Está sugerindo o que?

– Que você vá para a faculdade em Nova York comigo. Nós vamos ter a desculpa de querer morar juntos e a Tatiana, como você disse, vai adiar a competição para planejar o casamento. Vamos ser os favoritos, a sua ideia do casamento foi boa, mas temos que explorá-la.

Mais três meses?

Meu subconsciente gritava por socorro.

Eu teria mais três meses com Dimitri. Tudo bem era para que nós achássemos uma solução. Não íamos nos casar de verdade, mas era um risco que tínhamos que correr. Até lá já teríamos um apoio de Cristian e eu já seria maior de idade, e com sorte já tinha descoberto sobre o Dragomir bastardo.

Eu olhei para Dimitri e ele sabia que estava pedindo muito. Ele apertou mais a minha mão e eu também sabia que não poderíamos correr mais riscos. Estávamos com o nosso plano em pratica, agora era encarar as consequências.

– Tudo bem. – falei por fim

Só percebemos Mason e Eddie se aproximando quando Dimitri pigarreou e eu me virei. Eles estavam radiantes e Lissa estava vindo logo atrás de mãos entrelaçadas com Cristian, que tinha um sorriso debochado no rosto.

– Você foi demais, Rose. – disse Eddie. Ele acenou para Dimitri que fez o mesmo para ele e Mason.

– Eu disse que ela era demais. – disse Mason. Eu sorri. Percebi o desconforto de Dimitri.

– Nós conseguimos Rose. – disse Lissa ao largar a mão de Cristian e me abraçar. Eu a apertei com toda felicidade que eu tinha por não estragar a vida deles errando a coreografia.

Depois de soltar Lissa eu olhei para Mason e este sorriu. Eu sabia o que tinha naquela cabeça ruiva.

– Temos que comemorar. – falou. Lissa sorriu e me olhou. Eu sorri para ela.

– Bar do Mikhail. – disse Eddie. – Merecemos um porre.

– Com toda certeza. – eu pisquei para Mason.

– Vocês também podem ir. – disse Eddie, ele apontou para Dimitri e Cristian. – Estão pegando nossas garotas, ganharam esse direito. – eu sorri com a cara que Dimitri fez. Cristian apenas acenou em concordância.

Eles começaram a falar sobre como Mikhail era demais e como eu dançava quando estava bêbada, mas eu não estava ouvindo nada na minha mente além de uma palavra: casamento.

Meus pais estavam convidados para o jantar, mas somente eu sabia o motivo. Nem Lissa, nem Cristian sabiam do meu plano e do de Dimitri para adiar a competição.

Nós estamos na entrada da casa dos Belikov e eu estava ansiosa para ver Viktória. Fazia bastante tempo desde a ultima vez que eu a tinha visto. Eu me afastei um pouco das pessoas quando houve o acidente. Então, eu só a via quando tínhamos festas de Tatiana e negócios dos nossos pais. Seria ruim enganá-la com a história do falso casamento.

Saltei do carro com meu salto preto e vestido vermelho tomara que caia. Meu cabelo estava preso em um coque enquanto o de Lissa caia por seus ombros em um louro invejável. Seu vestido verde esmeralda combinava com seus olhos.

Cristian já estava na porta quando a governanta de Olena a abriu para nós. Minha mãe com seu vestido preto parecia ainda mais bonita. Eu mal via a hora de ver meu irmãozinho e protege-lo. Meu pai estava com seu terno vermelho e eu já tinha mostrado a minha carranca por estarmos combinando. Cristian segurou seu sorriso quando nos viu.

– Parece um comercial do dia dos pais. – falou. Eu revirei os olhos.

– Calado. – explodi ao passar pelo corredor amplo da casa dos Belikov.

Entramos na extensa sala de jantar de Olena. Ela tinha uma mesa enorme e era cheia de janelas que mostrava as flores de Olena. Eu sorri ao vê-las tão bonitas à luz da lua. Mal tinha percebido que Olena já estava entre nós e cumprimentava cada um.

Quando sai de perto da janela eu sorri ao ver olhos castanhos ao lado da mãe, encolhida em um vestido rosa. Era Vikka. Deixei que ela corresse até mim e a abracei.

– Ah Rose. Você não sabe o quão feliz fiquei quando a mamãe disse que você e Dimitri finalmente tinham se entendido.

– Claro. – sussurrei ainda agarrada a ela. Depois que nos separei de Vikka, olhei para os lados e percebi Dimitri. Em sua melhor roupa. Jeans e uma blusa de botão branca. Eu sorri ao vê-lo. Ele fez o mesmo vindo até mim e beijando minha testa.

– Você está linda. – sussurrou para que só eu ouvisse. Mas Vikka estava próxima o bastante para sorrir com o comentário dele. Eu corei.

– Obrigada. Você também não está ruim. – falei. Ele sorriu.

– Meninos. – eu e Dimitri olhamos para Olena e os outros se sentando à grande mesa. Tatiana e Adrian, mas ele estava acompanhado por uma garota loura e que parecia tímida enquanto conversavam animadamente com Lissa e Cristian. Meus pais estavam discutindo baixinho sobre algo.

Eu voltei-me para Dimitri enquanto Vikka se afastava.

– Você chamou a Tasha? – perguntei. Ele assentiu.

– Ela já chegou, mas está em algum lugar na minha casa com o Jesse. – murmurou. Eu assenti nervosa com a nossa aproximação. Eu nem tinha me dado conta de que estávamos muito próximos. – Vai dar tudo certo.

– Claro que vai. – murmurei. Ele me deu um rápido selinho já que a metade da mesa nos encarava e não percebemos que na hora entravam na sala Jesse e Tasha. Ela me fuzilou e passou por mim feito um raio. Eu sorri.

– Vamos. – sussurrou Dimitri me levando até a mesa.

Olena mandou fazer algo maravilhoso aos meus olhos e que ela sabia muito bem. Lasanha. Quando eu costumava fugir de casa, eu ia para ela correndo e ela sabia o que fazer para me animar.

Ela sorriu quando eu vi a comida e meus olhos brilharam. Quando eu comecei a comer que percebi estar com fome. Não comi feito uma esfomeada, mas eu comi porque estava com fome.

Depois do pudim de sobremesa, eu já me sentia finalmente satisfeita e olhei para Dimitri que assentiu que já estava na hora do nosso plano. Ele se levantou chamando a atenção de todos.

Como representando dos Zeklos, Jesse e Tasha tinham que estar presentes. Além de mim, ninguém sabia o motivo do jantar. Minha mãe estava com sua carranca, eu imaginei ser pelo rápido diálogo com meu pai e dei de ombros. Lissa me encarou quando Dimitri se levantou, e ela sabia que nós íamos aprontar.

– Eu gostaria de agradecer a todos que vieram e pedir que nos entendam. – Dimitri apertou minha mão, ainda entrelaçada à dele. E voltou-se para Tatiana. – Eu gostaria de fazer um pedido para a senhora, se assim permitir. – Tatiana sorriu para Dimitri de uma forma que uma mãe sorri para o filho.

– Pode pedir o que desejar, Dimitri. – Dimitri sorriu.

– Eu e Rose ainda não tínhamos reparado no quanto estávamos apaixonados e eu precisei de um sorriso dela para que essa paixão finalmente aparecesse. – falou.

Ele aproveitou não ter ninguém sentado ao seu lado e me puxou para que eu me levantasse e se ajoelhou na minha frente. Eu respirei pesadamente fingindo surpresa. Estava começando.

– Rosemarie Hathaway Mazur, você gostaria de se casar comigo? – perguntou com uma caixinha em mãos. Eu prendi meu ar.

Nunca na minha vida imaginaria uma cena dessas com Dimitri como meu futuro marido. Eu fiz o meu melhor sorriso ao perceber que Tatiana tinha a mão no peito e um sorriso bobo, assim como o de Olena e Vikka. Lissa nos olhava com um sorriso e Cristian tinha ironia nos olhos.

– Sim. – falei. Dimitri sorriu em seguida colocando o anel no meu dedo. Eu o abracei quando ele se levantou. Podia sentir a surpresa em Tasha e Jesse.

Depois de que nos separamos eu olhei para ele vitoriosa. Ele me olhou da mesma forma. Olhamos para as pessoas na mesa e vimos 99,1% de sorrisos. Tatiana estava maravilhada. Assim como meu pai. Já minha mãe tinha uma expressão parecida com a de Jesse. Tasha tinha ódio. Eu gostaria de tirar uma foto dela agora.

– Eu e Rose queríamos morar juntos depois que ela fosse para Nova York. Ela se forma em três meses e já teria 18 ao nos casarmos. Queremos fazer tudo direito. Como se deve. – falou ainda agarrado a minha cintura.

– Vocês pretendem se casar em três meses? – perguntou minha mãe incrédula.

– Sim. – respondi. – Queremos que tudo seja perfeito.

– Ah, Rose. – disse Lissa ao se levantar e correr em nossa direção. – Não sabe como eu estou feliz. – ela me abraçou de depois a Dimitri. Eu sorri para a minha mãe que ainda estava assimilando tudo aquilo.

Tatiana se levantou e veio até nós. Ela tinha um sorriso lindo. Seus cabelos louros estavam um rabo de cavalo e seu vestido perolado era longo. Eu sorri ao ver o quão sofisticada ela era.

– Eu já posso imaginar o que me pedirá. – falou. Em seguida pegou nossas mãos e sorriu ao ver o anel. Eu ainda não tinha percebido como ele era bonito. Era um solitário com uma pedra vermelha. Simples e bonito eu sorri. Dimitri pareceu perceber e apertou minha cintura.

– Gostaríamos de nos dedicar ao casamento. – falou Dimitri. Olena já estava próxima de nós, assim como minha mãe e meu pai.

– Eu entendo e fico feliz em dizer que vou adiar a competição por mais três meses. – eu sorri.

Eu e Dimitri nos olhamos vitoriosos. Tínhamos conseguido.

– Acho que não é uma boa ideia. – disse Jesse. Finalmente eu tinha ouvido a sua voz em tudo aquilo. Ele me encarou enquanto se levantava da mesa.

– Eu também não. – disse Tasha. Ela tinha ódio nos olhos.

– Eu acho. – disse Cristian. – Eu também sou um Ozera Natasha, e vou defender esse casamento. Assim como todos os outros.

Houve uma troca de olhar entre Tasha e Cristian. E ela soube que ele estava do nosso lado naquele momento. Dimitri me apertou mais para ele e Tatiana percebeu nosso desconforto. Minha mãe também se segurava ao meu pai.

Percebi Adrian entrelaçar os dedos aos da garota loura ao seu lado e sorri internamente por finalmente alguém ter domado ele e seu gosto por bebida.

– Não vale a pena, Natasha. – falou Jesse pegando a mão da garota e puxando-a para fora dali. – Foi um prazer, senhora Belikova.

Eles saíram, com Jesse puxando-a. Eu me desvencilhei de Dimitri e quando dei por mim já estava fora da sala de jantar, seguindo os dois pelo corredor e usando os múrmuros raivosos de Tasha para me guiar até eles.

Não me importei de ter deixado todos olhando para mim enquanto eu saia, só queria tirar satisfações. Como assim não vale a pena? Eu não era qualquer garota que ele pegava ou que ele enganava com o sorriso idiota. Eu era esperta, mas também me magoava.

Assim que virei mais um corredor, eu observei os dois, indo em direção à porta da casa de Dimitri, esperei eles saírem pela porta da frente e corri para alcança-los.

– Jesse. – gritei. Ele e Tasha pararam e olharam para mim. Ela tinha lágrimas e eu mal liguei para ela. Minha intensão era Jesse.

– O que você quer, Rose? – perguntou Natasha. – Já não basta casar com ele? – eu gargalhei sem humor.

– Você o fez sofrer como o inferno Natasha e agora chora com a notícia que eu vou casar com ele? – eu praticamente gritei. Desci os degraus e já estava perto de Tasha.

– Você se acha muito esperta, mas fui eu quem tirou ele de você da primeira vez, vai ser fácil fazer você sofrer de novo. – eu não aguentei suas palavras e quando dei por mim, já tinha dado um tapa nela. Seu rosto branco estava vermelho com o contorno da minha mão.

Seus olhos azuis, como os de Cristian me fitaram de uma forma assustada. Jesse a manteve firme e chamou a minha atenção. Eu sorri para ele. Aquele sorriso que o fez tentar me levar para a cama.

– E você Jesse? – ele olhou para mim. – Que droga foi aquela? Está igual ao seu pai. Sendo esse babaca assumido, atrás de poder. – ele engoliu a seco. Covarde.

– Rose. – ouvi alguém gritar meu nome. Jesse olhou para alguém atrás de mim e ficou rígido. Senti o cheiro de pós-barba e contatei. Era Dimitri.

– Agora chegou o noivo. – cuspiu. Eu encarei Jesse com desdém. – Espero que aguente até se casar, ou então ele vai fazer que nem eu fiz. Abandonar você. – falou Jesse. Aquilo me doeu.

– Cala essa boca, Zeklos. Não vou me importar de te socar. – falou Dimitri. Eu senti seu corpo ficar rígido.

– Ele só esta falando a verdade, Dimka. – disse Tasha. – Ela é uma vadia oportunista. Só esta fazendo isso para consegui poder.

– E você não Tasha? – perguntei. Finalmente tinha encontrado a minha voz.

– Não. – disse Jesse. – Eu a amo. Ao contrário de você, que só era diversão para a noite e depois eu a joguei fora. – aquilo me quebrou. Eu não consegui mais segurar qualquer coisa dentro de mim, qualquer lágrima.

E foi ai que aconteceu. Dimitri já estava disparando um soco em Jesse. Eu não consegui me mexer ao ver aquilo. Dimitri tinha perdido o controle. Mas não foi só ele. Jesse se recuperou rapidamente, retribuindo o golpe. Dimitri cambaleou e eu entrei na frente dele, para acabar com aquilo.

– Chega. – gritei para os dois.

– O que foi Rose? – perguntou. – Acho que estou errado em dizer que você é uma vadia? – meu coração se apertou.

– Não Jesse. Talvez seja por isso que está com Natasha. – apontei para ela. Seus olhos azuis me olharam com dúvida. – Afinal, você tem um fraco por vadias.

Tasha me olhou incrédula, mas não fiquei ali para ver o que ela ia falar, eu corri para o único lugar que eu sabia que estaria segura. Eu não voltei para a casa de Dimitri, eu entrei na mata que rodeava a parte de trás da sua casa.

Eu lembro quando eu era criança e minha mãe e Rhea me trazia junto a Lissa para brincar por aqui. Eu e Lissa ficávamos perdidas no inicio, mas nos acostumamos rápido. Eu conheço mais que Lissa, que tinha medo.

Eu continuei correndo sem me dar conta de onde eu estava indo. Continuei correndo até parar por falta de forças e pelo salta que insistia em me fazer tropeçar. Dei-me conta das lágrimas no meu rosto e então olhei para a minha frente.

E então eu vi.

Eu vi a cabana.


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Notas finais do capítulo

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O próximo está com as primeiras revelações da fic.



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