A Proposta escrita por Larissa Carvalho
Notas iniciais do capítulo
Olá galera.
Amei os comentários e estou meio triste porque a fic está perto do fim.
Bom, vou deixá-los ler. Amo voces.
Boa leitura.
Joan Jett - Bad Reputation
Sabe quando vê o que mais preza se tornar pó? Eu estava assim. Ali sozinha. De frente com a minha inimiga. E não era a Tasha. Era a morte.
O que se passava dentro daquela sala, era o que eu nunca pensei ver. Tasha Ozera com tubos, um aparelho ajudando a dar ar aos pulmões e o rosto com sua metade enfaixada. O médico disse que tinha feito de tudo para salvar a maior parte do corpo e rosto, mas não conseguiu 100% de sucesso.
Natasha Ozera teve queimaduras de terceiro grau por todo o seu corpo. Disseram que o mais atingido fora somente seu rosto e que as queimaduras pelo corpo e suas marcas sumiriam com o tempo. Sonya disse que em coma, o sofrimento das dores eram menores.
Sim, Tasha estava em coma induzido. Graças a mim e Lissa. Se eu soubesse que aquele carro era dela não sei o que fazia, mas apenas salvei a minha vida, a do meu filho e a de Lissa.
Tatiana tinha tirado ela do jogo por completo, junto à Jesse.
Ele não tinha saído do hospital desde que disseram o que houve com ela. Parecia tão mal quanto eu imaginava que tinha ficado. Cristian apenas usufruía da presença de Lissa e entrava algumas vezes para pegar na mão da irmã, agora em um sono profundo.
Dimitri também entrou para vê-la, mas pelo vidro eu percebi seu ressentimento. Ela não a tocou de nenhuma forma, mas ele entrou... Apenas para saber se ela ficaria bem... Ele ainda tinha uma alma.
E quanto a mim?
Depois de três dias para entender o que tinha acontecido, e sem dormir, eu finalmente fui ao hospital. Coloquei minha calça jeans, minha blusa de manga e minha jaqueta de couro... Eu não entrei no quarto, apenas fiquei observando-a do vidro.
Eu sabia o quanto ela me odiava e também não nutria bons sentimentos por ela. Mas senti pena. Ela tinha ido tão longe com seu ódio, que tinha se autodestruído e levado Jesse consigo. Não que ele fosse inocente, ele era totalmente manipulável e o que fez não era certo, mas eu podia ainda sim sentir pena.
E enquanto eu a olhava pelo vidro. Quieta, frágil, destruída... O alívio me percorria. Agora eu e meu filho estávamos seguros. Tatiana tinha marcado uma reunião daqui a dois dias. Ela ia finalmente dizer quem era o vencedor, mas eu sentia que Lissa estava triste. Algo que me dizia que seria ela a vencedora.
E eu tinha que fazer alguma coisa. Eu tinha que achar a ultima Dragomir. Eu me prometi isso. Eu iria dar o irmão que Lissa perdeu. André era o meu irmão e não o dela. E se ela poderia ter uma irmã viva e poderia ficar feliz com isso. Eu o faria. Por André.
– Babando a quase morta? – eu sorri. Olhei para o meu lado e Adrian tinha olheiras. Eu sorri.
– E você chorando por ela. – murmurei. Minha atenção voltou para o que tinha dentro do vidro. Tasha.
– Você sabe, eu já peguei ela. – disse. Eu sorri.
– Você e o time de futebol já pegaram ela.
– Isso inclui Dimitri? – perguntou. Eu rolei os olhos.
– Inclui. – murmurei. Ele sorriu.
– Você está bem? Quer dizer, o bebe tá bem? – perguntou. Eu fitei-o.
– Como você... – tentei continuar, mas ia ser inútil. Eu já sabia a resposta. – Sydney.
– É... pois é.
– Ele está bem. – falei. Ele levantou o cenho.
– Ele? – perguntou. – Tanta certeza que vai ser um mini camarada. – murmurou. Eu gargalhei baixinho.
– Quero um mini camarada. – murmurei. Ele sorriu.
O braço de Adrian passou por meu ombro. Ele apertou meu braço e eu pousei minha cabeça no seu ombro. Adrian era tão bom e perfeito. Ele era como irmão e ajudou Dimitri.
– Obrigada. – murmurei. – Por ter me seguido e me encontrado. Por ajudar ao Dimitri a me salvar.
Ele colocou sua cabeça sobre a minha.
– Não precisa agradecer, pequena. Eu vou sempre salvar você.
– Eu sei, eu te amo. – murmurei.
– Eu também te amo, pequena. Minha pequena irmãzinha. – murmurou. Ele beijou minha cabeça e continuamos ali. Olhando pelo vidro.
Eu poderia continuar ali por uma vida com Adrian. Sentia-me segura perto dele também e sabia o quanto Sid tinha sorte de ter alguém como ele na vida dela. Eu continuaria ali em silencio e confortável, com o meu bebe crescendo dentro de mim, se não fosse pela voz que escutei.
– Rose. – olhei para o meu lado e me afastei um pouco de Adrian. Era Jesse. Ele tinha a voz fraca. – Posso falar com você?
Estava tão desleixado como eu nunca tinha visto. Tinha os olhos cansados e os cabelos desgrenhados. Uma blusa de botão, com alguns deles abertos e uma calça jeans surrada. Ele estava horrível.
Adrian ficou rígido ao meu lado. Como se estivesse a ponto de bater em Jesse. Eu peguei em seu braço, e sorri. Adrian me olhou confuso, mas eu assenti. Jesse tinha algo para me dizer e eu não podia desperdiçar isso.
– Liga para o Dimitri e peça pra ele vir. – sussurrei para Adrian. Ele me avaliou por um tempo e depois relutante assentiu.
Larguei o braço de Adrian e comecei a andar em direção à Jesse. Eu senti pena quando ele se apoiou na parede para me esperar caminhar até ele.
Caminhamos até a cantina.
Assim que sentei, pedi que a garçonete me trouxesse um copo de suco e Jesse apenas pediu água. Ele encarava a mesa como se fosse cometer uma loura. Eu queria saber qual era essa loucura.
Assim que a garçonete nos deixou os pedidos, ele me encarou. Eu permaneci séria.
– O que quer falar?
– É sobre a Tasha. E o que nós fizemos. – eu me remexi na cadeira.
– Não quero saber sobre as noites quentes, Jesse.
– Quero te contar tudo sobre os atentados. – disse. Eu prendi minha respiração.
– Estou escutando. – falei. Dessa vez, eu estava realmente interessada.
– Nós pensamos em tudo assim que soubemos do seu namoro com Dimitri. No primeiro atentado, eu fui o responsável pelo tiro. Eu contratei dois capangas, mas eles não quiseram atirar quando viram a sua mãe e eu tirei meu anel para atirar eu mesmo, mas acertei nos perfumes ao invés de em você. – falou. Eu sabia. Aquele anel era de Jesse. Eu tentei falar, mas Dimitri não me escutou.
– Por que fez isso? – perguntei.
– Ela disse que seria melhor você em um hospital. – falou. – No inicio não era para te matar. Eu queria a sua perna ou um braço, sei la, não queria atirar para matar.
– Você é tão burro que só conseguiu os perfumes. – rosnei. Ele rolou os olhos.
– Vai me deixar terminar? – perguntou. Eu respirei fundo e assenti. – No segundo atentado, a Tasha estava realmente irritada, ela queria você morta de verdade. Armou tudo direitinho. Ela ia sabotar o carro do Dimitri, mas achou tudo ainda mais perfeito quando você e os outros tinham ido para a casa do Lago. Nós fomos atrás da Vikka e então, enquanto vocês se irritavam conosco, um dos nossos capangas sabotava seu carro. Levamos ele no porta malas, e depois ele passou pelos seguranças. Foi perfeito. Se fosse não tivesse tido a ideia de pular, a Tasha teria realizado seu sonho. Matar você.
Eu engoli a seco.
– Não estou mais sentindo tanta pena dela assim. – murmurei.
– Eu sinto muito. Se eu soubesse que ia acabar assim... – a fúria tomou conta de mim.
– Se você soubesse? Oh, por favor, Jesse... Quando você procura morte, você tem morte. – gritei. Algumas pessoas olharam para mim e eu me ajeitei na cadeira. – Vocês dois tentaram me matar, e se você quiser, eu enumero em ordem alfabética... Você acabou de lamentar o fato da Tasha ter quase morrido, mas não ligou nem um pouco para mim.
– Eu sei, Rose. – disse. – Eu sinto muito.
– Não acredito nas suas lamentações, Jesse. – falei. Ele abaixou a cabeça. – Ainda falta mais alguns. Continue antes que eu aproveite o fato de estar em um hospital, e faça você ser internado com múltiplos ferimentos.
Ele engoliu a seco e limpou a garganta.
– Na terceira vez, foi a Tasha que mandou a mensagem pelo celular do Cristian. Eu estava a postos no galpão com alguns dos meus capangas, e esperei ela dar o sinal verde. Colocamos gasolina em tudo e esperamos você entrar. Quase fomos pegos nessa vez, um dos meus capangas viu o carro do Dimitri a tempo e nós conseguimos ir embora. Ele estava mais preocupado em salvar você, de qualquer modo.
Eu suspirei.
– Eram para ter visto você. – rosnei.
– Espere eu terminar para me ameaçar de morte, Rose. – falou. Eu rolei os olhos e assenti para que ele prosseguisse. – Sobre o quarto atentado...
– O da sauna. – falei. Debrucei-me na mesa e fitei-o, com toda a minha raiva. – Nesse, vocês colocaram a vida de duas pessoas em risco.
Ele tentou entender por um momento, mas logo seus olhos abriram em entendimento. Ele tentou olhar para a minha barriga, mas os meus braços apoiados na mesa, dificultaram. Ele se jogou para trás, ainda na cadeira de ferro da lanchonete.
– Que droga. – xingou. – Sinto muito mesmo Rose.
– Acabe de contar antes que eu acabe com você. – rosnei. Ele assentiu ainda com um ar arrependido que eu não ia mais acreditar.
– O da sauna não estávamos sozinhos. – falou. Ele tinha preocupação agora em seus olhos.
– Não foi a Tasha que arquitetou tudo? – perguntei confusa.
– Não. – falou. – Quem arquitetou o da sauna foi Victor Dashkov.
Meu coração parou.
Mas não foi um atentado dessa vez.
Foi a revelação de Jesse.
– O que você está me dizendo, é que...
– Victor Dashkov tinha mais interesse na sua morte que qualquer outro. – falou. – Não lembra de nada daquele dia, Rose? – perguntou.
– Não. – murmurei. E não lembrava mesmo...
– Natalie te chamou com um pretexto, enquanto Victor distraia Dimitri. Era para parecer um acidente, se não você não tivesse lutado com um dos capangas. Ele teve que acertar a sua cabeça na parede e você desmaiou. Natalie trancou você na sauna e deixou-a ali para asfixiar. Seria mais rápido contigo desacordada. Mas o Adrian viu a Natalie saindo dali sem você, e foi até lá.
Eu respirei fundo. Adrian me salvara... Oh meu Deus. Eu devia tanto a ele... Eu devia a vida do meu filho.
– Droga. – murmurei. – Cadê a Natalie?
– Paris. – falou. – Victor disse que seria melhor ela se afastar. Pro caso de denunciarem e o Adrian falar o que sabe... Para o caso de Tatiana se meter, como aconteceu.
– E quanto a você? – perguntei depois de alguns segundos. – Suponho que não deveria ter dito tudo isso.
– E não deveria. – disse. – Victor nos pagou muito bem para ficar calados.
Eu sorri sem humor.
– Eu pago mais caro. – falei. – Para você falar.
– Não posso Rose. – falou. – Ele vai nos matar.
– Isso, eu já não me importo. Você vai falar toda a verdade, daqui a dois dias, na reunião.
– Rose, até lá eu estou morto.
– Não está não. – falei.
– Como pode ter tanta certeza? Como pode? – perguntou. Ele começava a suar agora.
– Porque eu vou te manter sobre proteção, Jesse. – falei. – Depois que você falar com Tatiana e a policia, eu não me responsabilizo. Mas por hora... Você é único que pode salvar a todos nós das garras do Dashkov e você vai fazer Jesse. Por mim, pelo meu filho, pela Tasha... Você vai fazer isso. – falei. Ele me avaliou por um tempo com sua expressão assustada e assentiu.
– Como pretende me proteger? Na sua casa? – ele sorriu. – Nem você está protegida lá.
– Eu sei. – falei. Lancei lhe meu sorriso matador de homens. – Vou começar a ser a garota má que eu prometi que seria.
Ele me encarou confuso mais eu não dei mais brechas para que ele falasse alguma coisa. Mais uma de suas tramoias com Tasha e eu mandaria aqueles belos dentes para o espaço.
Peguei meu celular e deslizei a lista até o numero desejado. Olhei para Jesse enquanto colocava o celular no ouvido e esperar chamar. Uma, duas, três... Quatro vezes.
– Alô.
– Espero que esteja perto do hospital. – falei.
– Estou. – disse.
– Que bom. Tenho alguém para você proteger.
– Quem?
– Jesse Zeklos.
– Por que?
– Ele sabe de coisas demais. – falei.
– E pra onde eu o levo?
– Para o lugar que eu vou quando estou encrencada. Busco ele em dois dias.
– Ótimo.
– Sydney... – chamei-a.
– Sim, Rose.
Olhei para Jesse novamente, levantei a sobrancelha e sorri. O tipo de sorriso que ele fugiria se tivesse juízo.
– Ache o endereço de Jillian Mastrano. Eu vou atrás dela.
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Gostaram???
Espero que tenham gostado.
Beeijos