A Proposta escrita por Larissa Carvalho


Capítulo 21
All For You


Notas iniciais do capítulo

Galera, esse é curtinho mais necessário... Já volto com mais novidades para a nossa emocionante reta final. Amei os comentários e queria agradecer à Juliacrisp pelo toque, valeu mesmo.
Boa leitura galera.

All For you - Imagine Dragons



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– Vou querer saber aonde a Sydney foi com o Jesse? – perguntou Dimitri.

Mal sabia que ele tinha chegado.

Eu estava na porta do hospital, olhando para o carro de Sydney se distanciando. Jesse não tinha dito absolutamente nada enquanto a aguardávamos. Sydney ficou de mandar por mensagem o endereço da menina e eu a agradeci por ela levar Jesse ao acampamento.

– Não. – falei. Ele estava com seus cabelos crescendo, estava ainda mais lindo. – Bom, eu preciso que você seja meu motorista, por 24 horas.

– Tipo hoje? – perguntou.

– Tipo agora. – falei. – Quero que me leve até Seattle.

Ele levantou o cenho.

– Vou atrás de Jillian Mastrano. – resumi. Ele ficou pensativo.

– O que vai fazer atrás dela? Já não estamos resolvidos?

– Não. – murmurei. – Preciso disso. Lissa precisa disso.

– Tem certeza? – perguntou. – Não sabemos o que vamos encontrar, Roza.

– Eu sei o que eu vou encontrar. Vou encontrar a irmã perdida de Lissa.

– Vamos então. – falou. – Nós vamos encontrar.

Eu sorri.

Quando percebi já estava nos seus braços. Suas mãos alisando as minhas costas por sobre a jaqueta e eu ali, apostando todas as minhas fichas naquela irmã perdida.

Todas as últimas fichas.

***

Dimitri me deixou em casa, com a promessa de voltar às sete da noite. Íamos de madrugada para Seattle de carro. Ele se comprometeu de dirigir a noite, assim não chamaríamos muito atenção. Um dos seguranças de Tatiana ia conosco e ele já tinha resolvido isso.

Eu ainda precisava de atenção e não desperdiçaria nada.

Abri a porta da minha casa e me deparei com tudo escuro. Apenas a luz da sala. As cortinas fechadas e tudo silencioso. Eu olhei para os meus lados e segui a luz.

Era a lareira. Era a minha mãe.

Ela estava deitada no sofá como quase eu nunca a via fazer. Tinha em suas mãos, algo que me pareceram fotos. Eu sorri. Ela também tinha a caixinha do ia da fogueira.

Quando os pais da Lissa eram vivos, as cinco famílias iam para a casa do lago. Meu pai e Erick faziam grandes fogueiras e nossas mães contavam as nossas trapalhadas do ano e mostravam as fotos. Desde a morte dos pais da Lissa não fizemos mais isso.

E eu não a via sorrir daquele jeito, desde então.

– Mãe... – chamei-a. Ela levantou a cabeça e sorriu.

– Venha. – disse batendo no lugar ao seu lado.

Janine Hathaway em seu vestido rosa, mostrando o quanto a sua barriga era grande e bonita, me fez sorrir também. Fui até ela, tirando a jaqueta e joguei-a em algum lugar perto da lareira.

– O que está fazendo? – perguntei. Ela sorriu.

– Recordando. – murmurou. – Hoje eu vi o quanto você está crescida... E bonita.

Eu sorri. Ela agora tinha as fotos no colo e me olhava com aquele sorriso bobo de mãe coruja. Depois de dezoito anos, ela ainda me olhava daquele jeito. Será que eu também olharia meu filho assim?

– Querida, preciso te contar algumas coisas. – falou. Seu tom estava preocupado agora. Endireitei-me no sofá e lhe dei um sorriso fraco.

– O que foi? – perguntei.

– Eu sei sobre Rhea. – falou. – Sobre Erick não ser o pai de André.

Eu engoli a seco. Meu pai tinha contado pra ela. Como será que ela tinha reagido? Se a tivesse feito chorar... Oh droga!

– Eu sabia desde o inicio de tudo. – eu fitei-a confusa. – Quando seu pai me conheceu, o André já tinha nascido... Rhea que preferiu não falar nada. Seu pai estava disposto a violar o acordo que fazia ele ficar calado, mas então ele viu com a própria alma o que poderia tirar de Erick. Nós nos apaixonamos e eu descobri que iria ter você. O casamento foi simples, mas valeu tudo. Eu amava seu pai Rose, e estava disposta a abrir mão da minha vida... Do acampamento. – ela sorriu. – Quando seu pai quis contar para Erick sobre André, eu quase perdi você. Uma fatalidade, eu escorreguei da escada. Seu pai ficou desesperado. Mas você lutou como uma leoa dentro de mim, querida. Eu te amei tanto quando nasceu. Eu sempre quis a todo custo provar para mim mesma que eu era capaz de fazer algo direito, e eu fiz. Eu fiz você. Trouxe você ao mundo. – ela passou a mão pelo meu cabelo. – Eu te amo, querida. E seu pai também. Você chegou em nossas vidas, abalando tudo. E consertando também. Eu te amo, Rose. Seu pai mais do que eu.

Eu deixei as lágrimas dançarem por meus olhos e depois transbordarem para o meu rosto. Minha mãe tinha agora sua mão no meu ombro. Eu fitei-a.

– Eu te amo, mamãe. – sussurrei antes de me jogar em seu colo.

Ela apenas acariciou meu cabelo.

– Eu sei, querida. Eu sei. Eu te amo.

E isso, era tudo que eu precisava saber. Era tudo que eu queria saber.

***

Meus passos foram lentos, mas precisos. A porta estava aberta, o que não me fez precisar ter coragem de bater. Eu apenas, me arrastei pelas paredes até lá.

Estava silencioso e confuso. Mas eu queria ir até lá.

Caminhei até a entrada do escritório e lá estava ele. Parado de costas. Olhando o jardim pela janela com um copo de Whisky na mão. Típico do papai.

Ele sentiu a minha presença e virou-se para me olhar. Seus olhos estavam pequenos e seu rosto triste. Ele colocou o copo em cima da mesa e depois parou em uma distancia segura. Eu me encolhi ainda na porta e lhe dei um sorriso fraco. As lágrimas estavam de novo nos meus olhos. Oh... Hormônios.

– Será que ainda tem espaço para a sua garotinha no seu coração? – perguntei. Ele me avaliou.

– Nunca saiu dele Kiz. – eu sorri.

As lágrimas estavam agora no meu rosto novamente.

Corri para o meu pai como se eu tivesse me machucado ou não tivesse o visto há muito tempo. E quando o abracei, deixei que as lágrimas falassem por nós. Ele tinha errado. E muito. Mas ainda era o meu pai e eu queria esse avô para o meu filho.

Não poderia ter mais sorte em tê-lo comigo.


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Notas finais do capítulo

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