A Proposta escrita por Larissa Carvalho


Capítulo 19
Every Day


Notas iniciais do capítulo

Oi galera.
Amei os comentários.
E o casamento se aproxima.... Surpresas
Boa leitura.

Rascal Flatts - Every Day



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– Rose... Rose... Rose. – a voz de Dimitri me tirou do transe.

A reunião com Tatiana tinha acabado à uma hora, e estávamos todos na casa de Dimitri. Eu, Lissa, Cristian, Sydney e Sonya. Todos ali sabíamos que poderíamos omitir a parte em que Lissa e André não eram irmãos e que eu estava procurando pela irmã perdida de Lissa, que bem... Não estava tão perdida assim.

Eu estava literalmente em transe.

Eles estavam discutindo formas de proteger a Lissa daqui em diante ou contestar a decisão de Tatiana. Lissa estava chorosa, Cristian disse que Tatiana tomou essa decisão ontem e somente a informou. Ela chorou a noite toda achando que eu poderia odiá-la por isso.

Mas era perfeito.

Se eu saísse do jogo por causa do bebe, eu teria a chance de realizar o futuro com Dimitri. Lissa no jogo só iria me ajudar. Ela representaria sua própria família, e me enfraqueceria. Se eu saísse do jogo agora, só restaria Dimitri... Ele e Lissa fortes e eu bem longe disso com meu filho.

Era perfeito.

– Você ainda não disse o que acha. – disse Lissa. Ela tinha um olhar desesperado. Como se precisasse da minha opnião para se sentir mais leve.

– Na verdade, é perfeito Lissa.

Ela finalmente respirou. Eu ganhei o olhar de todos. Ainda sentada na cadeira do enorme escritório, encolhi os ombros e sorri.

– Eu também acho. – disse Sonya. – Talvez, ela não precise de tanta proteção com a Lissa no jogo.

Dimitri me encarou confuso. Ele sabia que eu protegeria Lissa e se estivesse em uma situação normal, eu nunca a deixaria entrar no jogo e arriscar sua vida. Eu acharia sua irmã e venceria o jogo. Essa sempre foi a nossa intenção. Pelo menos, era a minha.

– Não estou entendendo. – disse Dimitri. – Como assim perfeito?

– Ela enfraquece a Rose, Dimitri. – disse Sonya. – Menos uma família no poder da Rose.

– Exatamente. – disse Cristian. – Tínhamos tudo para a Rose e o Dimitri ganharem o jogo.

– Ainda temos Cristian. – disse Sydney. – Ela pode se juntar com a Lissa e o Dimitri e representar as casas. Ainda vão ser três contra dois.

– Mas não tão forte, já que agora a competição está de modo individual. – disse Dimitri.

– Chega. – falei. Minha voz era firme e assustei Lissa com aquela atitude. Eu entendia porque Sonya e Sydney ficaram tão aliviadas comigo tão fraca no jogo. Elas temiam pelo bebe. E eu também. – Não vai ser ruim para mim porque eu vou sair do jogo.

– O que? – gritou Dimitri. Eu o encarei. Seu rosto estava confuso.

– Acho melhor sairmos. Eles precisam conversar. E muito. – disse Sonya. Eu limpei minha garganta.

– Sim precisamos. – falei.

– Então vamos. – disse Sydney. Ela desencostou da escrivaninha e começou a seguir os outros até a porta.

Assim que ficamos sozinhos o silencio caiu entre nós. Seu olhar tentava adivinhar o que estava acontecendo, mas só eu sabia. Esperei que ele gritasse de novo, ou começasse um discurso chato que só ele sabia fazer. Mas ai ele apenas respirou fundo com os olhos fechados e puxou a cadeira que estava no canto do escritório. Veio até a minha frente e sentou-se. Fitando-me. Eu mordi a boca em nervoso.

– Por quê? – perguntou. Sua voz era fraca.

– Tenho mais a proteger do que pensei que teria. – murmurei. Ele apoiou seus cotovelos nos joelhos e tentou forçar um sorriso.

– Não quero que me proteja, Roza. – disse. Eu sorri.

– Daria minha vida por você Dimitri. – falei. Ele levantou os olhos até os meus e sorriu, mas eu me mantive séria. – Mas não é isso exatamente a minha ideia de pensei.

Ele levantou as sobrancelhas. Eu queria aprender a fazer aquilo.

– Não entendo. – lamentou.

– Não é pra entender. – falei. Levantei-me lentamente da cadeira e esperei que ele fizesse o mesmo da sua. Ele o fez.

Eu sorri quando estávamos frente a frente um com o outro. Peguei sua mão, era quente e macia... Era minha. Tomei um pouco de ar antes de fazer aquilo e sorri novamente, em nervosismos.

Levei sua mão até a minha barriga ainda lisa, mas com minha esperança. Ele me encarou confuso, eu riria com sua expressão se não tivesse tão nervosa com o que ia revelar pra ele agora.

– É para sentir. – sussurrei. Ele arregalou os olhos como nunca eu tinha visto antes.

– Roza, você está... – ele parou ainda analisando a minha barriga. Ele me olhou e seus olhos estavam com água. Eu sorri e assenti. Ele fez o que eu menos esperava. Ele me puxou para um abraço, o mais quente e esperado da minha vida.

Viria um menino ou uma menina e não me importaria com o sexo, portanto que viesse com os olhos dele. Os olhos que me fizeram sorrir muitas vezes.

– Oh meu Deus eu vou ser pai. – sussurrou ainda me apertando contra si. Ele se soltou de mim e olhou para a minha barriga.

Seus olhos brilhavam, com algo que eu desconhecia... E então ele se aproximou mais ainda de mim, como se fosse possível... Colocou cuidadosamente a mão na minha barriga, como se eu fosse de vidro e pudesse quebrar a qualquer momento.

Eu sorri quando senti aquela velha eletricidade passar por nós. Agora por mim e por meu filho. Ele sorria feito bobo e por algum tempo me bati por ter pensado em não contar para Dimitri sobre isso.

– Nós vamos ter um bebe. – sussurrou. Ele fitou-me. – Vamos ser pais, Rose.

– Sim. – falei. As lágrimas caiam por meu rosto. – Vamos ter um bebe.

– Eu te amo. – murmurou. Ele tirou as mãos da minha barriga e levou-as ao meu rosto. – Eu nunca vou cansar de dizer o quanto você me faz bem e salva a minha alma, Roza. Eu te amo.

Eu sorri e ele me beijou. Com todo o amor que ele dizia sentir, e eu acreditei mais uma vez... Porque era verdade. Ele me levantou ainda com os nossos lábios tocando-se e sorriu.

– Eu prometo ser o melhor pai e marido, Roza. – sussurrou.

– Eu sei que vai, amor. Eu sei que vai. – murmurei.

***

– O que você quer? – perguntou. – a essa altura todos já tinham ido embora. Falei que não estava me sentindo bem e que gostaria de passar a noite na casa de Olena.

Minha mãe não viu problema e meu pai nem ao menos pegou no telefone. Olena não tinha ligado que passássemos a noite no mesmo quarto, então damos um jeito de não fazer muito barulho.

Só o lençol nos cobria agora e Dimitri estava com uma das mãos em minha barriga. Nunca o vi tão feliz como agora. Eu também estava. Concordamos em comunicar para Tatiana que eu estaria fora do jogo. E que o segurança que estava nesse momento, na sala de estar de Olena, e o outro que estava na entrada da casa, não seriam mais necessários.

Eu recostei mais a minha cabeça no travesseiro e sorri.

– Não sei. – falei. – Portanto que tenha os seus olhos.

Ele sorriu.

– Eu queria uma menina. – murmurou. – Com os seus cabelos e sua beleza. Eu sei que teria trabalho se ela puxasse ao seu jeito impulsivo, mas ia amar a minha garotinha.

Eu gargalhei.

– Jeito impulsivo? – perguntei irônica.

– Sim. Você é malcriada, insubordinada, impulsiva... mas é a minha gata selvagem.

– Wow camarada... Eu ainda estou bem aqui. – retruquei. Ele gargalhou.

– Eu sei. Essa é a melhor parte. – sussurrou, agora em cima de mim. Eu sorri.

Puxei o pra mim, lhe dando o melhor beijo que alguém poderia desejar na vida.

– Oh, você ainda me levará à loucura, Roza. – sussurrou entre beijos. Eu sorri

– Essa é a melhor parte.

***

Sonya sorriu novamente. Eu estava sentada em cima de sua mesa do escritório do hospital, enquanto ela me observava do outro lado da sala. Checando uns exames.

– Eu disse que contar para ele não era má ideia.

– Sim, você está certa. Sempre está.

Ela sorriu em confirmação.

Algumas batidas na porta nos fez olhar. Era Lissa.

Ela também tinha amado a minha gravidez, mas não mais que Dimitri. Tanto medo da reação dele, e ganhei muita coisa durante toda a noite.

– Oi. – disse. Seu vestido rosa contrastava perfeitamente com sua pele branca e seus olhos verdes. Eu sorri.

– Está pronta? – perguntei. Ela assentiu.

– Aonde vocês não? – perguntou Sonya.

– Vamos pegar o vestido da Rose. – disse Lissa. Ela tinha um sorriso que poderia me deixar empolgada se eu não estivesse com tanto medo daquele vestido não caber em mim. – E depois fazer compras. Não quer mesmo vir conosco?

– Não. Tenho plantão hoje. – disse Sonya com uma carranca.

– Talvez na próxima. – falei, pulando da mesa e indo em direção a ela. Dei-lhe um abraço e sorri enquanto ia até a porta.

– Até mais, Rose. – gritou. Eu assenti em concordância e fechei a porta atrás de mim.

Lissa passou toda viagem até o centro de Montana falando o quanto estava animada com o meu casamento. Assim que chegamos à loja, eu constatei que o vestido estava mesmo apertado. Demorou quase até a tarde para que nós conseguíssemos sair de lá.

Almoçamos no primeiro shopping que vimos e passamos toda à tarde em lojas de roupas para a Lissa e de bebes para mim. Eu amei cada conjuntinho que eu vi. Era tão fofo e pequeno.

Lissa comprou todos que eu gostei, e por um momento eu quis muito saber o sexo do bebe e comprar tudo rosa ou azul. Ou variar. Vimos decoração para o quarto e berços. Era tudo igual às coisas que a mamãe tinha comprado para o Joshua.

Por um breve instante tive um flash. Os dois pequenos e correndo pela mansão Mazur. Seria tão bom. Dimitri e papai conversando sobre negocio e eu e mamãe discutindo qual seria a melhor escola para as crianças.

Depois que percebemos o quão tarde estava, eu e Lissa corremos para o carro. Colocamos nossas compras ali e fomos em direção à nossa casa. Estávamos rindo e brincando na rodovia. Hoje tinha mais carros do que o comum.

– Ah Rose, eu queria dirigir. – resmungou Liss.

– Oh Lissa, deixe-me fazer isso antes que minha barriga não deixe. – nós rimos. Eu já tinha me imaginado com o barrigão. E eu estava amando cada parte disso.

– Rose?

– Sim. – respondi ainda concentrada nos carros à minha volta.

– Onde estão nossos seguranças? – perguntou.

– Eu os dispensei. Peguei um carro blindado. Não temos riscos.

– Então aquele carro azul, atrás de nós, são estranhos nos seguindo? – perguntou. Sua voz estava nervosa. Meu coração disparou.

– Onde? – perguntei. Levei meus olhos até o espelho do carro e tentei observar como estavam os carros atrás de nós.

– Está vendo? – perguntou Lissa.

– Estou. – falei.

– O que vamos fazer? – ela parecia desesperado.

Meti o pé no acelerador e senti Lissa tremer no banco ao lado. Ela sabia que eu era maluca o suficiente para não deixar que pegassem ela ou me machucassem. É do meu filho que estamos falando.

Senti uma mistura de confusão com o barulho das buzinas atrás de nós. Eu passava entre os carros do jeito mais rápido que se podia conseguir. Quis Dimitri aqui por um momento e me bati por ter dispensado os seguranças.

Lissa estava cada vez mais desesperada ao meu lado, enquanto eu fazia de tudo para tentar me manter calma e pensar. Como poderia voltar para a outra pista? Como poderia voltar para a casa de Dimitri por um caminho diferente e despistar eles.

– Rose... – gritou Lissa. – Eles estão chegando perto.

Meu coração se apertou. O desespero tomou conta de mim. Olhei pelo espelho de novo e ainda tinha mais alguma distancia considerável para fazer o que eu estava pensando. Se eu não batesse com o carro que estava perseguindo a gente, eu bateria com outro.

Mas tinha que tentar.

Olhei para Lissa e a percebi sem o sinto.

– Coloca o sinto, Lissa. Agora.

Ela não discutiu. Ainda com as mãos tremulas, puxou o cinto e eu ouvi o clique. Foi a minha deixa para uma das maiores loucuras assinadas por Rose Hathaway.

Tirei o pé do acelerador e fiz com que o carro parasse.

– Rose. – gritou Lissa. Mas eu queria ficar desligada em relação a ela. Tinha que pensar nos meus próximos passos.

Liguei o carro novamente, no meio de uma rodovia cheia de carros e dei ré. Lissa se segurou no banco, como se aquilo pudesse salvá-la. Eu não tinha muito certeza se conseguiria, mas pelo menos ia tentar.

Dei ré em uma pista completamente cheia de carros, e consegui desviar de alguns. Nunca tinha feito isso, em filmes davam certo porque não era de verdade... Mas e aqui? Era de verdade... Eram carros... Podia não ser tão interessante.

Lissa se encolhia no banco ao meu lado e as lágrimas dançavam no seu rosto em uma música desesperada. A mesma música que a minha.

Depois de alguns segundos que pareceram horas, meu carro passou pelo do perseguidor e eu não consegui ver através do vidro fume. Lissa também tentou, mas eu ainda estava sobre um risco muito grande.

Meu carro continuou com a ré mais algum tempo e depois de alguns minutos, dei a volta e pisei no acelerador, voltando para a pista, mas não sem antes escutar um barulho de explosão. Lissa olhou pra trás e colocou a mão na boca. Sua expressão era de horror.

Tentei olhar para trás, mas a sorte já tinha me favorecido demais. Não queria arriscar. Voltei com o carro a uma velocidade favorável e me senti relaxar no banco, em direção ao mesmo caminho do shopping, pensei em pegar uns atalhos para a casa de Olena.

Meus pais iam discutir mais algumas coisas do casamento em um jantar com Olena, e eu só queria ver Dimitri agora. Mais que nunca. Lissa escorregou no banco ao meu lado e finalmente respirou quando nos viu seguras e em uma velocidade aconselhável.

– Rose o carro explodiu. – murmurou. Eu senti minha respiração mais pesada que o normal. Não sei se pena pelas pessoas que estavam perseguindo a gente, ou se alivio por não voltar mais a nos seguir.

– Liga para o Dimitri. – falei com dificuldade. – Diga o que aconteceu, que estamos bem e voltando. Marque uma reunião com Tatiana. Pra mim já chega.

***

Parei o carro em frente à casa de Dimitri de qualquer jeito.

Lá estava ele, ao lado de Cristian. Sua expressão era preocupada. Abri a porta do carro sem saber se ia conseguir andar... Minhas pernas ainda estavam tremulas e eu louca da vida com tudo aquilo.

Dimitri mal me deixou fechar a porta do carro e já me puxou para um abraço forte. Ele praticamente me segurou com seu aperto. Eu sentia que poderia morrer ali, daquele jeito... Abraçada com a única coisa verdadeira da minha vida no momento... Além do meu filho.

– Eu não sei o que faria se perdesse você. – sussurrou. Ele desgrudou de mim e colocou as mãos de cada lado do meu rosto. – Ou o nosso filho.

– Eu to bem, to com você... To salva. – falei. Puxei-o para outro abraço e me deixei encostar a cabeça no seu peito. Me deixei ser salva.

Eu poderia ficar ali por mais tempo se não fosse o grito de horror de Olena. Eu larguei Dimitri de modo rápido e nós dois ficamos em alerta. Olhei para trás e vi Olena na entrada de sua casa, descendo os degraus com uma expressão horrorizada, com Tatiana logo atrás dela.

– O que houve? – perguntou Lissa, agarrada a Cristian.

– Sonya ligou do hospital. – disse Olena. Tatiana a encarou com curiosidade. Nós estávamos bem, então quem deixaria Olena tão nervosa. – Natasha Ozera está em coma.

– O que? Como? – perguntou Cristian.

– Um acidente de carro na rodovia que Rose e Lissa estavam... – ela hesitou, alternando seu olhar entre mim e Lissa. – O carro dela explodiu como o do perseguidor de vocês. Pelo que Lissa relatou ao telefone.

Tatiana nos encarou com fúria.

Não por termos colocado Tasha em coma, com uma explosão, mas pelas provas. Ai estava a nossa prova. Tasha estava fora do jogo e consequentemente... Jesse Zeklos também.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado.
Beijos.
Comentem, comentem!