A Proposta escrita por Larissa Carvalho


Capítulo 18
Beating Heart


Notas iniciais do capítulo

Oi galera.
Acho que com as brechas que deixei no outro capitulo voces nunca quiseram tanto um capitulo da Rose, certo?
Obrigada pelos comentários e aqui está mais um capitulo cheio de surpresas e revelações.
Boa leitura.

Ellie Goulding - Beating Heart



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Duas Semanas Antes...

– Ah Droga! – murmurei.

Sydney veio ao meu encontro assim que achei que fosse cair. Ela me segurou com toda a força que tinha e me levou até seu sofá. Olhei para Cristian assim que consegui respirar, sem vomitar nele novamente. Aqueles dois dias de busca estavam acabando comigo. Duas semanas desde a festa da Mia, desde a Itália e da procura sem sorte.

– Você vai vomitar de novo, Hathaway? – perguntou Cristian. – Eu não trouxe roupa hoje.

– Tenho roupas do Adrian aqui Cristian... Não vou deixar sair vomitado.

– Engraçados vocês. – resmunguei. – Deve ser o estresse.

– Ou não. – gritou Sonya da cozinha. Ela trazia um copo de vidro azul consigo. Era água? Aquilo parecia água.

– O que é isso? – perguntei aos lamentos.

– Um suco... Doce ajuda em alguns casos.

– Suco de que? – meu estomago já estava começando a andar na montanha russa de novo. Oh Deus!

– Laranja, Rose. Você ama. – disse Sonya. Eu a encarei por um tempo. Tempo suficiente para eu calcular a distancia daquele sofá para o banheiro de Sydney.

Opa... Eu sou péssima em matemática.

Virei para o lado e fiz com que Sydney, Cristian e Sonya testemunhassem o hambúrguer da hora do almoço. Estava tão bom, mas agora... Estava fora do lugar pelo qual achei que fosse ficar.

Cristian saiu do transe, depois de todo o meu sofrimento em manter o almoço no meu estomago, e correu para cima de mim. Meu cabelo não precisava sofrer, junto à minha boca, e ele pensou nisso também.

Sonya, depois que me estabilizou no sofá com o suco bem longe de mim, continuava a me encarar. Enquanto Sydney apenas limpava pela quinta vez o chão de mármore branco que tanto amava.

Olhei para Sonya mais uma vez e ela tinha um pequeno sorriso dançando em seus lábios. Oh Deus... Não.

– Pode dizer, Sonya. – ela finalmente sorriu, sentando-se ao sofá na minha frente.

– Seu pai vai pirar quando souber que vai ter um neto. – ela hesitou. – Só não sei, se vai ser uma boa pirada.

– Enlouqueceu? – perguntei. Cristian nós encarou junto a Sydney, que largou o esfregão.

Sonya 1 X Esfregão 0

– Sabemos que tem essa possibilidade. – falou. Eu tentei abrir a boca, mas algo me fez parar. – E sabemos que não tem virose alguma.

Escorreguei no sofá, tentando pensar em algo que contextuasse as teorias malucas da minha prima... Mas não consegui nada além de um subconsciente concordante com ela. Encarei Cristian que tinha um olhar pensativo para tudo aquilo e tremi. E se fosse verdade? E se eu estivesse grávida? E se eu fosse ter um filho de Dimitri? Como ia ser? O que eu ia fazer?

– Ah Meu Deus. – murmurei.

– Oh Rose... Não coloque Deus nisso, fornicar é pecado e nem uma igreja pode livrar um pecador de um relâmpago. – disse Cristian.

– Cale a boca Ozera. – rosnei.

– Como ela vai ter certeza, Sonya? – perguntou Sydney. Ela já estava de pé a essa altura. Sonya a encarou por um tempo e então olhou para Cristian.

– Cristian? – disse. Ele fitou-a.

– Sim? – perguntou.

– Pode ir até a farmácia por nós? – perguntou Sonya. Ele arfou.

– Nem pensar. – disse. Sydney aproximou-se dele.

– Por favor... – sussurrou Sydney.

– Ande... Quer ou não saber se vai ser titio Ozera. – disse Sonya.

Ele revirou os olhos. Pensou por um tempo em uma solução agradável e depois voltou a me olhar. Sonya cruzou os braços sobre o peito e voltou a encarar Cristian.

– Tá. – rosnou. Assim que escutamos o barulho da porta batendo não contive o riso. Ele estava me ajudando tanto e ao mesmo tempo escondendo as coisas da Lissa.

Ele não me dizia muito, mas eu sabia que ele estava sofrendo e eu só dava mais coisas pra ele aguentar por nós dois, quando agora eu mal podia colocar Dimitri nisso tudo. E se estivéssemos mesmo pra ter um bebe, não estava ligando para a reação do meu pai... Eu estava com medo dos atentados... Quanto mais forte eu estiver, mas vão querer me deixar fraca.

E esse bebe... Ele me deixava forte.

Atualmente.

– Abra os olhos... – escutei o murmuro. – Com calma Rose. – agora a voz era mais firme. Era Sonya. E então eu abri meus olhos. – Isso. Muito bem. – eu lhe estendi um pequeno sorriso.

– O que houve? – murmurei levando a minha mão até a cabeça. Latejava. E eu não lembrava nada.

– Você bateu com a cabeça e desmaiou. – falou. Ela me estendeu as mãos e me ajudou a sentar calmamente.

Assim que me recostei na cama, o cheiro de hospital invadiu minhas narinas, eu estava com um short, mas com a parte de cima do biquíni amostra. Ela puxou um banquinho e sentou ao lado da cama.

Eu a encarei assustada e ela sorriu, pousando sua mão na minha.

– O bebe está bem. – falou. Eu relaxei debaixo do lençol fino com o slogan do hospital. Mas depois de alguns segundos a encarei novamente.

– Dimitri?

– Quase tendo um troço. – eu gargalhei. – Sério Rose. Eu não sabia se socorria você ou ele.

Eu parei de rir abruptamente.

– Ele já sabe? – perguntei.

– Não. – relaxei na cama novamente. Dessa vez, Sonya me fuzilou com seus olhos azuis.

– O que foi? Você me prometeu. – falei. Ela rolou os olhos.

– Eu sei, mas você está gravida e hoje poderia ter acontecido algo bem pior. Você chegou totalmente sem ar aqui Rose. – ela finalmente parou para tomar ar. Sua voz estava aflita. – E o bebe? Nossa... Essa criança é mesmo filho seu. Não larga o osso.

Eu reprimi uma gargalhada.

Só Cristian, Sydney e ela sabiam da minha gravidez. Eu tinha ido fazer um exame de rotina com Cristian no meu pé, e tinha descoberto uma nova possibilidade.

– Eles não podem saber. – falei.

– Rose, vai crescer. – disse. Eu assenti.

– Eu vou estar longe e segura.

– Ou não. – disse. Eu a encarei.

– Tem alguma coisa que não está me contando Sonya?

– Rose... – ela suspirou. Odeio quando ela suspira. – A Tatiana abriu um inquérito.

Eu saltei da cama. Senti uma pontada no pé da barriga, mas não me importei, só queria gesticular um pouco. A Tatiana se envolveu. A Tatiana sabe dos atentados.

– O que isso quer dizer?

– Quer dizer que você está oficialmente sobre proteção. – falou. – Você vai ter um segurança.

Eu bufei.

Não queria um guarda costas no meu pé. Não agora. Como eu ia fazer minhas tramoias com um cão guia na minha cola?

– Não. – falei. – Definitivamente não.

– Rosemarie, não discuta. – Sonya se levantou em um pulo do banquinho. – Você sabe o quão nervosa estou? Você esta esperando um filho agora. Precisa de proteção. Não sei como bateu com a cabeça, e muito menos como ficou trancada dentro de uma sauna, mas poderia ter morrido. E não ia morrer sozinha.

Eu poderia contestar, poderia xingar ela e sair dali. Eu nem ao menos escutava a minha mãe... Mas agora eu ia ser mãe e estava feliz com essa possibilidade. Eu estava realizando a visão do meu futuro com Dimitri. Eu queria aquilo.

Mas se alguém soubesse...

Eu estaria bem mais encrencada do que estou agora.

– Preciso proteger essa criança. – falei. Era quase uma oração e me surpreendi quando Sonya me escutou.

– Eu sei. – disse. – Mas por hora... Não pense em nada Rose. Você está grávida. Apenas... Descanse.

Eu assenti.

Obedecer a Sonya no momento... Era o certo.

***

Respirei fundo.

– Tem certeza que não quer que eu suba? – perguntou. O carro parecia um lugar desconfortável agora. Eu só queria fugir e pensar no que fazer, em como dizer tudo pra ele.

– Tenho. – murmurei.

– Eu... – ele hesitou. Seu corpo estava relaxado no banco do carro. – Eu estou feliz que esteja bem.

– Eu também estou feliz em estar bem. – falei. E lá estava de novo... O silencio. Enchi meu peito de ar e tomei a coragem que eu já não via a muito em mim. – Dimitri...

– Roza...

– Você pensa em um futuro? – eu limpei a garganta. – No nosso casamento... – eu hesitei por um tempo. – Em filhos?

Ele pareceu pasmo por um tempo, mas logo depois voltou a me olhar. Aqueles olhos chocolate que eu tanto amava e que podia ler a minha alma. Mas ele estava demorando demais por uma resposta.

– Não precisa responder. – murmurei. Algo em mim tremeu. Eu sabia o que podia ouvir e não tinha certeza que conseguia ter essa resposta na minha mente hoje.

Me mexi desconfortável no banco e deixei que minha mão procurasse o modo de abrir a porta daquele carro. Assim que ouvimos o clique e que a porta se abriu, senti uma mão me parando. Ela era quente contra meu braço e me fez ter aquele velho tremor.

– Eu te amo. – sussurrou. – Tudo que for com você, eu quero e amo.

O encarei por mais alguns segundos e assenti. Ele pareceu assustado com a minha reação, mas não discutiu, apenas soltou meu braço e me deixou sair do carro. Eu podia beijá-lo. Dizer que o amo. Mas eu queria chorar, e no momento, o certo era obedecer aos hormônios.

Abri a porta do meu quarto alguns minutos depois. Remei pela escada. Estavam todos dormindo. Dimitri disse que minha mãe tinha tomado alguns remédios para dormir, e isso foi melhor na hora de me socorrer.

Meu quarto estava silencioso. Lissa também já estava dormindo, Cristian hoje estava com ela. Me senti mais segura sabendo que pelo menos alguém que sabe da minha atual situação estava no quarto ao lado.

Tranquei a porta e fui em direção ao banheiro. A água quente caindo no meu corpo foi relaxante. Coloquei meu pijama de flanela e joguei a toalha em qualquer lugar do quarto. Caminhei lentamente até a minha escrivaninha e sentei-me nela.

Eu tinha feito um pedido para Cristian. E para que ele realizasse... Eu precisava escrever essa carta. Peguei um papel e uma caneta e comecei a deixar a minha caligrafia ali. Eu sabia o que aquela carta faria comigo e com Dimitri. Mas eu ia correr os riscos. Eu precisava proteger meu filho agora mais que nunca. E se isso inclui sair da disputa... Eu ia sair da disputa.

***

Acordei com batidas na minha cabeça.

Elas ficavam mais rápidas a cada segundo. Levantei da cama em um pulo e abri a porta. Estava esperando minha mãe, mas só encontrei o par de olhos mais cansados que eu já vi na vida. Era Cristian. Ele parecia nervoso.

– O que houve? – perguntei.

– Tatiana está lá em baixo. Ela trouxe os Belikov e os Zeklos. Acho melhor você descer.

Meu coração se apertou.

– Vai na frente, estou la em cinco minutos. – falei.

Ele assentiu e correu pelo corredor.

Coloquei meu vestido florido e fiz minha higiene no banheiro. Coloquei minha bota e corri pelas escadas atrás das vozes zangadas. Alberta estava parada na porta do escritório e sorriu ao me ver.

Assenti em um bom dia quando ela abriu a porta para que eu entrasse. Dei de cara com meu pai ao lado de Tatiana e não foi tão legal quanto eu achei que seria se o visse novamente. Ele abaixou a cabeça e pelo que eu conheço dele, isso já é um começo de Estou Arrependido.

Corri meus olhos atrás de Dimitri, mas ele já estava me puxando para o seu lado. Lissa tinha os olhos vermelhos, o que fez meu coração saltar. Eu a encarei suplicante, e ela me estendeu um sorriso que dizia que ia ficar tudo bem. Mas eu sabia que não ia.

Tasha e Jesse estavam de mãos dadas perto da minha mãe e de Olena, que parecia também cansada. Até a Vikka estava na sala. Parece que todos só estavam me esperando.

– Por que chamou todos nós, Tatiana? – perguntou Olena.

Eu me encolhi no abraço de Dimitri.

– Porque houve mudanças nos termos da competição. – falou.

Eu e Dimitri nos entreolhamos.

– Como assim mudanças? – perguntou Jesse. Ele também não tinha sua melhor aparência.

– Vou lhes ser mais clara, meus caros. – disse. – Conversei com Abe e Janine. – meus pais se olharam. Eu tremi. – E nós concordamos que esses atentados que veem ocorrendo com a Rose, podem ser mais que simples brincadeiras. – todos se entreolharam.

– E o que decidiu? – perguntou Tasha. Sua voz era tremula. Como se estivesse com medo da resposta.

– Decidi duas coisas. A primeira é que Rose vai ter seguranças 24 horas por dia agora, e iniciei uma investigação. Seja quem quer que for, que esteja fazendo isso, eu vou descobrir e principalmente, se for alguém dessa sala, está expulso da competição.

O silencio caiu entre nós. Algo em mim pulou. Era a minha chance. Eu tinha que achar as provas contra Tasha e Jesse e depois entrega-las para Tatiana.

Dimitri se mexeu desconfortável ao meu lado e me olhou como se lesse meus pensamentos. Ele sabia o que eu estava pensando e seu olhar agora, estava me mandando parar de pensar nisso.

– E a segunda coisa? – perguntou meu pai. – Fale a segunda Tatiana.

Ela sorriu para o meu pai. Um sorriso que dizia conquista.

– Tatiana. – chamou Lissa. Era como um gato miando. Quase ninguém escutou. Mas ainda sim, todos receberam seu olhar.

– Sim, Vasilisa?

– Posso contar? – perguntou. Tatiana a avaliou por um tempo, mas logo em seguida assentiu.

Como assim, posso contar? – gritou meu subconsciente.

– Claro. – disse Tatiana.

Lissa tomou ar nos pulmões e olhou em meus olhos. Por um momento senti medo, eu sabia que ela só me olhava daquele jeito quando queria pedir ajuda, ou estava sentindo medo. E eu sabia que não podia ajuda-la.

– Qual foi à segunda decisão? – perguntei. Sai dos braços de Dimitri e fui um passo a frente. Ela me deu um sorriso fraco.

– Eu vou entrar no jogo. – disse Lissa.


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Notas finais do capítulo

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