How To Win Your Heart escrita por Becky Cahill Hirts


Capítulo 8
VIII - Segunda-feira


Notas iniciais do capítulo

{Oiiieeee pessoinhas do meu coração,

Gente, eu queria ter postado mais cedo, mas acabou que o computador do meu avô não funcionava, não ia acento, letra maiúscula, aquela merda toda, e eu acabei não escrevendo enquanto estava lá.

Minhas aulas voltaram, então as coisas dificultaram, mas tentarei manter um prazo de duas em duas semanas para postar, tentarei.

Eu não consegui responder alguns reviews, mas eu li e amei cada um. Sério continuem assim, e para quem eu não respondi os reviews, até amanhã estarão todos respondidos.

Quem quiser entrar no grupo do whats deixa o número no review ou me manda uma M.P., o grupo está funcionando ao menos para eu me desculpar *ri*

Bom capítulo.}



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/606639/chapter/8

Manhã

Atrasos

Athena terminava de arrumar sua mala quando ouviu batidas na porta.

Assustada, olhou o relógio de parede, suspirando ao notar que eram apenas 8h45. Ela ainda tinha quinze minutos para ir para a droga de lugar que Afrodite queria que ela fosse. Seja lá onde isso ficasse.

Fechou sua mala rapidamente, caminhando em direção à porta, esperando encontrar Ártemis ou até mesmo Perséfone. Está última que estava mais presente que nunca na vida da loura dos olhos tempestuosos.

Mas ao abrir, deu-se de cara com alguém que definitivamente não deveria estar ali.

— Poseidon? — Athena bradou, irritada. — O que queres aqui?

Poseidon estava como de costume naquela manhã. Um homem de 20 e poucos anos, com olhos verde-mar e o cabelo escuro. Athena odiava aquilo, mas sempre que olhava no fundo de seus olhos, sentia algo como um vazio subindo-lhe do estômago.

— Bom, não sei se você lembra, já que vive no seu próprio mundo, mas hoje é o dia onde a droga da gincana de Afrodite começa. — Poseidon falou, apoiando-se de lado na porta, encarando Athena como se escondesse uma piada particular.

— Não sou eu que sou o acéfalo marinho — Athena devolveu, sorrindo falsamente. — Quero saber o que fazes aqui, no meu quarto.

— Ué, como você não apareceu no Jardim, Afrodite me mandou vir buscar-te. — Falou o acéfalo, quer dizer, Poseidon.

Athena o encarou, cética.

— Jardim? Como assim?

— Athena, Afrodite avisou para todos que tínhamos que aparecer no Jardim, às 8h30 para sermos levados até o primeiro destino. — Poseidon explicou, rindo um pouco de algo que Athena não compreendeu. — Tenho que admitir que não entendi a parte do “primeiro”, mas como é Afro...

— Alga marinha, calada! — Athena o cortou, sem compreender. — Não quero saber como sua mente é complicada, Afrodite não me mandou ir para lá!

— Não culpe o mensageiro, eu fui muito legal em concordar em esperar por você. — Foi a desculpa. “Muito legal” leia-se “Afrodite mandou e eu não vou discutir com ela”. — Agora vamos que eu não quero chegar no hotel à meia noite.

Athena deu as costas para o moreno, indo buscar sua mala.

Ela estava irritada com Afrodite, mas não poderia descontar em Poseidon, ou o deus dos mares ia tirar sarro da falta de autocontrole dela pro resto da eternidade. Não que ela se importasse.

— Diga-me para onde devo ir, que irei. — Athena disse, tirando a mala de cima da cama e parando longe de Poseidon.

— Nada disso. — O acéfalo incomodou. — Afrodite mandou eu te levar lá, Athena, não falar onde é.

— Que diferença isso faz, Poseidon? — Questionou Athena, exasperada. — Acabarei lá de qualquer forma.

— Nananinanão. Afrodite mandou, eu obedeço. — O moreno sentia um prazer não tão oculto em irritar a deusa da sabedoria.

— Poseidon! Diga-me agora.

Poseidon entrou dentro do quarto, que ousadia, e se sentou na cama de Athena, cruzando os braços.

— Ou você vai comigo, ou começamos atrasados.

Athena bufou, irritada.

A deusa refletiu sobre suas alternativas. Afrodite era maluca, mas odiava atrasos. Porém o que ela menos queria era dar aquele gostinho para Poseidon.

Qual era a daquele deus? O que custava simplesmente falar um nome?

— Vamos, Poseidon. — Athena suspirou, derrotada. — Leve-me para onde Afrodite me quer. — Ela estendeu a mão para o moreno, a mente odiando aquele movimento.

Poseidon sorriu, irônico. Pela primeira vez Athena reparou na mochila que ele carregava, além de olhar suas roupas. Ele estava bem mortal. Calça jeans e camiseta com a frase: “Sharks bite”. Ridículo.

Ele pegou a mão de Athena, que desviou os olhos para não se ver perdida no oceano verde como sempre acontecia. Os dois ignoraram a corrente que sentiram, até porque não sabiam se era recíproca.

E no instante seguinte tudo estava preto.

How To Win Your Heart

Athena não entendia como não havia adivinhado.

— É claro que seria Paris. — Athena bufou, se soltando de Poseidon tão rápido como quando conseguiu. — É esse hotel?

O hotel diante deles era magnífico. Enorme, branco e com detalhes em dourado. Na entrava haviam vigas monumentais na parte da frente, com uma arquitetura puxada para o renascimento, com um leve toque clássico em cada detalhe. Desde as janelas grandes e com jardineiras com flores brancas – desde copos de leite, rosas e orquídeas – até as duas grandes portas douradas no primeiro andar.

— Bem a cara de Afrodite, não? — Poseidon responde, quase como quem quer puxar papo. Athena não respondeu, apenas andou em direção as grandes portas. — Ora vamos Athena, você vai ser a minha dupla por uma semana! Ao menos fale comigo.

Athena virou-se, irritada.

— Vamos deixar uma coisa clara antes mesmo de entrarmos lá, Poseidon. — Avisou a deusa dos olhos tempestuosos. — Eu não gosto de você, você não gosta de mim. Estamos sendo obrigados a passar muito tempo juntos, porque uma semana será uma eternidade ao seu lado, então tente não me deixar muito irritada e não banque o estúpido. Cada segundo em que não tivermos que conviver deve ser um segundo levado a sério, então me deixe em paz!

Ao terminar o discurso, Athena simplesmente jogou o cabelo para trás do ombro e entrou no hotel que seria lar da sua destruição pessoal.

How To Win Your Heart

Poseidon queria ter coragem para jogar Athena no Tártaro.

Ela era muito mal educada. Aquela menina mimada. Quer dizer, ele não queria realmente conversar com ela, mas não faltar com os modos não doía em nada.

Após xingar baixo em grego, Poseidon respirou fundo e seguiu a garota dos cabelos louros e das belas pernas. Pernas estas que estavam aparecendo abaixo de sua saia. Motivo de Poseidon não pensar direito ao falar com ela.

Limpe sua mente, cabeça de algas, quer deixar Athena fazê-lo de palhaço?

Poseidon riu por chamar a si mesmo pelo apelido nada carinhoso que Athena usava.

A pior parte de ter que conviver com Athena – além da convivência, é claro – era o fato dela ser terrivelmente mimada e sem educação alguma. No mundo de Athena as coisas aconteciam como a deusa queria. Exatamente desta forma e sem a contestação de ninguém. E Poseidon sabia que para domar a fera seria precisa muita lábia.

No saguão central do hotel – um lugar que lembrava vagamente os salões mais humildes do Monte Olimpo, com paredes brancas, mármore e detalhes dourados. Além de sofás, divãs e tapeçarias que cobriam os locais do teto ao chão, o saguão possuía uma beleza singular – todos os doze deuses participantes se reuniam, junto com Afrodite e Hera.

Afrodite andava de um lado para o outro, saltitante e nervosa em seu vestido rosa e cheio de babados. Hera estava mais comedida, com um vestido branco leve e um sorrindo ao observar Zeus e Perséfone conversando um pouco deslocados na cena. Deméter matracava algo no ouvido de Hades, que lançava olhares desesperados em direção à sua mulher. Héstia e Hermes estavam lado a lado, embora de costas um para outro, braços cruzados como se acabassem de sair de uma briga. Apolo babava por trás da irmã, esta que andava em direção a Athena, que acabava de entrar na cena, de costas para Poseidon. Dionisio estava sentado com cara de entediado como sempre, Hefesto e Ares estavam sentados juntos, emburrados, olhando Afrodite andar por ali. E, graças aos deuses, Anfitrite estava afasta, sem falar com ninguém.

­­— Ah! Graças aos deuses! — Afrodite cantarolou assim que os viu entrar no saguão. — Vocês chegaram! Por um momento pensei que Athena havia desistido de vir.

— E eu tinha escolha? — Athena perguntou, seca.

— Claro que não. — Afrodite ignorou o comentário de Athena. Andando até o centro do saguão e fazendo os mortais que ali estavam saírem andando apresados. — Deuses — Ela chamou, manipulando a névoa para retirar todos os mortais da sala, Poseidon supôs. — Agora que estamos todos aqui, irei distribuir os quartos e deixarei o resto da manhã para vocês se prepararem. Mas, após o almoço, quero todos de volta aqui, onde passarei a primeira prova.

Afrodite foi chamando as duplas e entregando a chave do quarto. Por azar, ou sorte, Afrodite chamou Poseidon e Athena por último, quando todos os deuses já haviam ido embora.

— Sabemos que não será fácil para vocês dois — Hera falou, assim que os dois deuses teimosos param na frente delas. — E lembrem-se, por mais que todos os outros deuses também estejam participando, o nosso foco será vocês dois.

— Precisamos saber se vocês possuem as capacidades necessárias de conviver juntos. — Afrodite falou, com ar profissional, porém ela batia a chave do quarto na mão, demonstrando certo nervosismo. — Ao menos sem se matar.

Poseidon concordou, todavia Athena bufava, irritada.

— Isso é ridículo! — Athena reclamou, birrenta. — Isso não significa nada. Isso é patético.

— Está usando muitos sinônimos, irmãzinha. — Afrodite respondeu, irônica. — Vocês não tem muita escolha.

— O que Afrodite quer dizer é que agora não há nada que vocês possam fazer para não participarem. — Hera corrigiu, com tamanha polidez.

— Ahn, eu não quero parecer impaciente nem nada — Poseidon se meteu, falando pela primeira vez. — Mas podem simplesmente passar a chave do nosso quarto?

— Depois sou eu a grossa... — Athena murmurou, fazendo Poseidon começar a abrir a boca para retrucar mas foi cortado antes mesmo de falar por Afrodite:

— Aqui está. — Entregou a chave do quarto 73. — Por favor, não queimem, destruam ou acabem com o quarto. Vejo vocês está tarde.

Tarde – Esportes

Athena odiava Poseidon, odiava o moreno com todas as suas forças.

O quarto em que eles ficaram não era nada ruim. Um apartamento grande, com paredes dividindo os cômodos. Havia uma cozinha separada da sala por um balcão americano, um sala com um sofá em L preto e uma televisão de tela-plana, perto do final do apartamento, que dava em uma sacada fechada com vidro negro. Athena não conseguia ver o que havia na sacada, mas imaginou ter visto uma mesa de palha com duas cadeiras e um rede.

Da sala saiam duas portas negras. Athena abriu a primeira enquanto Poseidon se atirava no sofá, com um desinteresse completo em investigar o local, ou de arrumar suas coisas. A porta dava em no closet do quarto, que no momento eram só araras vazias e alguns espelhos. No final do closet havia outra porta. Athena deixou as malas ali e abriu a porta, saindo dentro de um quarto grande com duas camas queen size, cada uma com uma carta cor de rosa endereçada no centro dos muitos travesseiros. O quarto também tinha uma TV e dois criados mudos, cada um do lado direito de cada cama. Ainda tinha mais duas portas, uma que Athena supôs que levava de volta para a sala/cozinha, e outra que dava no banheiro grande, com banheira e duas pias.

Athena achou desnecessária as duas pias, pois nem em outro mundo ela deixaria Poseidon entrar no banheiro enquanto ela estivesse lá.

Após sua checagem, Athena sentou-se na cama onde a carta com o seu nome estava. O edredom era cinza claro e os travesseiros brancos, diferente da outra cama, que tinha o edredom azul e os travesseiros cinza chumbo. Athena teria reconhecido a cama destinada para ela mesmo sem as cartas.

Athena abriu a carta delicadamente, retirando o selo com cuidado para não rasgar o envelope. A carta de Afrodite não era muito longa, mas fez Athena odiar ainda mais a deusa do cor de rosa.

“Ateninha,

Irmã você deve estar querendo me matar neste exato momento por obrigá-la a participar dessa gincana, maaaaaas releve, você sabe que isso é necessário.

Vou explicar um pouquinho mais sobre como isso vai funcionar:

Todas as manhãs são reservadas para vocês. Façam algo juntos, sei lá, joguem jogo da velha ou vídeo-game, só tratem de se conhecer melhor.

O almoço será servido no terraço, junto com os outros deuses, vocês podem escolher se querem ou não participar.

Todas as tardes vocês devem me encontrar, ou encontrar Hera, ou encontrar o nosso bilhetinho, no saguão, às duas em ponto. Lá ocorrerão as atividades, ou avisaremos onde serão realizadas estas.

O jantar é por conta de cada um.

De noite, também, ocorrerão os “Pontos Por Coragem”, ou seja, cada dupla receberá um desafio. Que será totalmente escolha da dupla cumprir ou não. Cada desafio cumprido adicionará 15 pontos para a dupla.

É isso Ateninha, qualquer dúvida é só me chamar.

Lembrando que nenhum de vocês pode sair do quarto sem o outro.

Ah, e eu sei que o tio Poseidon ainda não deve nem ter entrado no quarto, então, por favor, chame o nosso tiozinho favorito para ler a cartinha dele.

Beijos de luz,

Dite.”

— Poseidon! — Athena gritou, após respirar fundo, deixando a carta sobre o seu criado-mudo. — Poseidon, venha aqui, por favor.

Poseidon apareceu um minuto depois pela porta que conectava o quarto com a sala, a única que Athena ainda não havia aberto.

— Chamou? — Poseidon perguntou, com uma face de quem quer incomodar.

— Afrodite deixou uma carta para você na sua cama. — Athena respondeu, levantando-se e indo em direção ao closet. — E depois arrume suas coisas. Odeio bagunça.

How To Win Your Heart

Às duas em ponto Athena praticamente arrastou Poseidon até o saguão, onde os outros deuses estavam chegando.

Afrodite não fez muita cerimônia desta vez, simplesmente deu um doce sorriso para todos os deuses no lugar e anunciou que eles deveriam usar a área de esportes do hotel – que continha uma linda pista de atletismo, uma piscina olímpica e uma quadra de poliesportiva, ou seja, uma quadra apta para vôlei, tênis, basquete e outros joguinhos (não tinha uma de futebol, mas Afrodite disse que não importava) – e a dupla que ganhasse mais provas seria a ganhadora da atividade de hoje. Quer dizer, sério? Só isso?

Porém é claro que não foi isso. Todas as provas exigiam trabalho em dupla. Todas. Desde o vôlei, que era meio óbvio, até o nado. Eles fizeram revezamento na prova de atletismo e natação. Nada que Athena tenha achado agradável.

— Poseidon, você precisa ficar no fundo da quadra! — Athena bradou com ele, durante um jogo de tênis contra Hefesto e Ares. — Eu cubro a frente.

Mais um saque do lado oposto e mais uma vez Poseidon se meteu na frente da bola, correndo do fundo da quadra até onde Athena estava. Porém a deusa loira se meteu no caminho, colidindo-se com o deus dos mares. Os dois foram ao chão enquanto a bolinha de tênis quicava ridiculamente perto de onde eles haviam caído.

— Você é um ser estúpido mesmo! — Athena xingou, procurando sua dignidade para se levantar. — Eu mandei você ficar no fundo!

— Athena, a bola estava alta demais para você defender. — Justificou-se Poseidon, embora soasse como se nem ele acreditasse em suas palavras.

— Não, Poseidon, não estava! Estava em um lugar perfeito para eu pegar.

— Dá para parar de drama e voltarmos para o jogo? — Poseidon suspirou cansado enquanto falava isso, ele não conseguia fixar o olhar por muito tempo na deusa da sabedoria sem começar a devagar.

— Só se você parar de se meter nas minhas bolas!

— Athena, eu estava tentando ajudar!

— Pois não ajude, seu acéfalo!

— Pelos mares, custa me ouvir por cinco segundos, deusa arrogante?

— QUEM VOCÊ ESTÁ CHAMANDO DE ARROGANTE?

— Os pombinhos querem parar e voltar para o jogo? — Ares se meteu, antes que Poseidon pudesse pensar em uma resposta para salvar sua pele.

E a tarde inteira passou daquele jeito. Athena mandando. Poseidon não obedecendo. Athena xingando. Poseidon retrucando. E tudo seria um terrível desastre se não fosse pelo fato das demais duplas estarem brigando tanto quanto.

— Se afaste de mim, Apolo! — Ártemis gritava, perto da piscina olímpica. — Eu quero suas mãos bem longe do meu corpo.

— Mas, irmã, você está congelando. — Justificou-se Apolo, embora o sorriso safado não escondesse suas intenções com a deusa dos cabelos ruivos.

Até mesmo as duplas que não tinham nada para dar errado, estavam dando.

— Como ousa dizer que eu pratiquei atletismo fugindo do meu marido?! — Perséfone bradava, irritada.

— Bom, Persé, você tem que entender que sua história lhe condena... — Tentava se justificar Zeus.

Quando o sol finalmente baixou, Afrodite sabia que o estrago provocado naquele dia teria seu remendo. Ou ao menos ela esperava que tivesse.

How To Win Your Heart

— Enfim, — Afrodite entoava depois de uma clássica briga Ares-Hefesto. De algum modo mesmo sentados e quietos diante de Afrodite esperando saber quanto haviam tirado aqueles dois conseguiam brigar. — Como vocês sabem, apenas as três duplas melhor colocadas receberão pontos nesta prova. Em primeiro lugar, com cinqüenta pontos, por trabalharem em dupla com certa decência, embora tenham se desentendido aqui e ali, e por terem ganhado a maioria dos jogos: Perséfone e Zeus.

Athena, embora desgostosa por perder, já esperava por isso. Mesmo brigando, seu pai e Perséfone conseguiram se manter em primeiro em quase todas as competições, perdendo apenas para Apolo e Ártemis em algumas.

— Em segundo lugar, e apenas em segundo pelo excesso de brigas e desentendimentos, levando trinta pontos: Apolo e Ártemis.

Ok, previsível, Poseidon pensou. Os gêmeos padroeiros dos esportes tinham que ganhar. Não havia outra escolha.

— E em terceiro lugar, por terem ganhado uma prova, levando dez pontos: Anfitrite e Dionisio.

Ah ta, agora até a mulher do peixe pontua e a gente não, Athena reclamou em pensamento. Não que ela tivesse algo exatamente contra Anfitrite, ela só não ia com a cara da deusa.

— Todos podem voltar para seus dormitórios, onde conseguirão ver suas pontuações e ainda uma surpresa que eu deixei. Beijocas, queridos deuses, e até amanhã. — Dito isso, Afrodite sumiu em uma nuvem de poeira rosa.

Noite

Pontos Por Coragem

Athena estava exausta quando chegou no quarto.

Mais um dia como aquele e ela iria acabar apelando para o seu lado divino, ou pedindo para Apolo lhe dar alguns remédios para o cansaço.

O mais engraçado é que Poseidon parecia incrivelmente bem. Como se eles não tivessem passado a tarde inteira realizando tarefas esportistas e desgastantes.

Assim que viu a carta rosa em cima da bancada da cozinha, Athena soube que seu dia ainda não tinha terminado.

Poseidon foi mais rápido que ela, pegando-a e lendo-a antes de fazer uma careta e passar para a deusa loira.

“Caros tio e irmã,

Escrevo por meio deste para dizer-lhe que antes de poderem relaxar existe mais uma coisa para ser feita.

Todas as noites, uma carta minha aparecerá em seu quarto, anunciando o que deverão fazer para receber seus “Pontos por Coragem”.

Ou seja, uma pequena atividade que lhes dará o total de 15 pontos, se for realizada conforme se pede.

Os pontos de coragem desta noite são: Fazer o jantar juntos, conversando enquanto o fazem. Além de jantar, é claro. Quase me esqueço que com Athena preciso ser muito precisa.

Lembrando que se realizarem a atividade, podem passar do terceiro lugar. (Se eles não realizarem a deles, é claro).

Tenham uma boa noite,

Beijocas,

Dite.”

— Eu quase não acredito nela. — Athena falou, assim que largou a cartinha cor de rosa em cima da bancada novamente.

Ela não iria esperar resposta de Poseidon, e apressou-se a virar em direção ao quarto, quase sonhando alto com a banheira.

— Ahn, nós não vamos fazer? — Poseidon perguntou, de um jeito que em outra vida Athena acharia fofo. Mas sendo está apenas tentou não revirar os olhos.

— Claro que não. Eu não estou nem um pouco afim de ficar no mesmo ambiente que você. — Claro que Athena sabia que era grossa demais. Mas antes grossa do que virar um motivo de risadas do moreno com seus amigos.

— Bom, eu não estou nem um pouco afim de ficar em último lugar. — Poseidon respondeu, entrando na cozinha. — Então mexa o seu bumbum de deusa casta para cá e venha cozinhar.

Athena poderia ter dito não. Poderia tê-lo mandado a merda. Poderia simplesmente virar-se e fingir que ele nem tinha falada. Mas, talvez ela não estivesse afim de ficar em último lugar, ou apenas surpresa pela maneira como Poseidon falou. Tão direto. Enfim, o resultado foi uma deusa loira contornando a bancanda e pegando uma panela.

— O que vamos fazer? — Perguntou a deusa, seca.

— Nhoque com molho vermelho. — Athena torceu o nariz, pronta para dizer que não comia carne vermelha de noite, porém Poseidon se adiantou. — Sem carne. — A loira lhe mandou um olhar interrogativo, como se não entendesse. Pois afinal, ela realmente não entendia. Como o moreno sabia daquilo? — O quê?

— Como você sabe que eu não como carne de noite?

— Eu não sei. — Poseidon deu de ombros. — Apenas lembrei que nunca vi você comendo carne de noite, mesmo nos churrascos-festas de Dionisio. Só achei que a loucura tinha um motivo. — Poseidon falava isso de maneira tão casual que Athena se sentiu subitamente mais leve. Ele havia enchido uma panela com água e colocado no fogo enquanto Athena estava fora de ar, e quando percebeu, ela apenas tratou de pegar os nhoques no armário.

— Sabe o tempo que a carne vermelha demora para ser digerida? — Perguntou, com o mesmo tom casual que Poseidon utilizará. — Mais de três horas. — Ela abriu a lata de tomates sem pele enquanto Poseidon começava a cortar uma cebola rocha. Ah sim, eles iriam fazer seu próprio molho.

— Certamente isso deve ser uma justificativa — Poseidon falou. — Mas eu, como sempre quando se trata de você, não entendi.

Athena riu, levemente mas surpreendendo o moreno que não estava acostumado mais com o som de sua risada.

— Nosso estomago só possui a organela que transforma os alimentos em glicose e energia por duas horas. Qualquer coisa que demore mais que isso, vira gordura e vai para a veia.

— Athena, você é uma deusa! — Poseidon bradou, rindo, colocando azeite dentro de uma outra panela e colocando a cebola para dourar. — Com um estalar de dedos a gordura toda do seu corpo desaparece.

— Ué, sempre bom cuidar do corpo que nos cerca. — Ela falou, dando de ombros e abrindo outra lata de tomates.

O clima leve seguiu durante toda a excussão do jantar, e por fim, até mesmo o jantar foi divertido, com direito a comer no sofá da sala, um filme com comentários espertos de Athena e falar indignados de Poseidon sobre como tudo sempre dava certo em filmes, e duas taças de suco de laranja — “Sério, Athena?”— e uma barra de chocolate tamanho família.

Parecia ridículo de se falar, mas Athena pensava realmente que conviver com seu tio poderia ser mais difícil. E é claro que ela esperava que ele virasse um troglodita novamente na manhã seguinte.

Poseidon dormiu com um sorriso no rosto, quase como se satisfeito por ter feito a sobrinha com ele falar. Ele havia gostado da companhia dela, e, por incrível que pareça, já estava bolando planos para possuir esta companhia mais vezes.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

{Todos os próximos capítulos serão divididos desta forma [manhã-tarde-noite], pelo menos da segunda fase da fic.

GENTE, A FIC NÃO VAI SER INTEIRA DE UMA GINCANA.

Serão sete capítulos, um para cada dia da semana, e depois a fic continua a rolar naturalmente. Então relaxem.

Capítulo em duas semanas se tudo der certo, lembrando que eu estou uma pilha com a gincana da minha escola E o enem, que só existe para fuder jovens almas.

Beijos e beijos,
B.C. Hirts}