How To Win Your Heart escrita por Becky Cahill Hirts


Capítulo 9
IX - Terça-feira


Notas iniciais do capítulo

Deuses!! Me perdoem, o tamanho da minha demora não tem justificativa, exceto as minhas mais sinceras desculpas.
Provas, gincana, trabalhos, nem mesmo na greve eu tive um tempinho para pensar, e... Na verdade o que mais dificultou nos últimos dias, eu estou escrevendo um livro (olha o sonho aqui) então eu acabei me dedicando só para ele. Mil desculpas.
Espero que gostem, eu acho esse capítulo meio melancólico, mas fazer o que, é necessário.



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Manhã – Flores aéreas

Perséfone não sabia dizer se gostava de conviver com seu pai ou não. Durante anos, ela o ouviu falando mal de seu marido, fora ele quem colocará na sua cabeça que Hades era mal. Fora ele o responsável por Perséfone e Hades serem tão infelizes no começo do seu casamento.

Quando Perséfone se casou com Hades a última coisa que ela imaginou que um dia aconteceria seria ver-se apaixonada pelo deus dos mortos. Ela o odiava com todas as suas forças. Odiava que ele tivesse se apaixonado por ela. Odiava que ele a tivesse raptado. Odiava aquela romã que a fez ficar com ele. Odiava que seu pai não tivesse-lhe salvado. Odiava Hades.

O rei dos mortos por sua vez a amava. Amava tudo nela. E cada dia se magoava mais de vê-la sofrer. Hades até procurou o jeito de reverter o efeito da romã, para dar a jovem deusa a liberdade que ela tanto queria. Pois para ele, amando-a daquele jeito que amava, o único sentido de sua vida seria vê-la feliz, mesmo que não fosse com ele.

Mas como o deus dos mortos não achou nada, Perséfone, não sabendo de sua busca, o odiou ainda mais. Casou-se odiando o marido. Jurou nunca amá-lo. Evitou ele, evitou e evitou. Durante meses depois do casamento ela dormia na ala do castelo oposta, sem ver que seus atos machucavam o senhor dos mortos. Sem compreender que ele a queria como esposa, não prisioneira.

Porém, com o tempo, Hades conseguiu uma brecha. Enviava Perséfone para junto da mãe todo ano na primavera. Um presente para ela. Depois de uma ou duas estações Perséfone se tocou que deveria agradecer. E então começou a conviver mais com o senhor dos mortos.

E agora, cá estava ela, milênios depois, terrivelmente apaixonada por seu marido. Dividia-lhe o coração subir ao mundo para espalhar a primavera, pois ficava longe de seu amado. E todo verão, quando voltava a descer ao Mundo Inferior, era uma alegria sem fim.

Porém Afrodite havia tido aquela ideia genial... E longe de seu marido Perséfone estava novamente. E ainda compartilhando o quarto com quem fez-la odiá-lo sem conhecê-lo.

— Sinto que algo lhe aborrece — Zeus comentou, após sentar-se na pequena mesa da sala. Perséfone estava terminando de fazer panquecas e já havia colocado a mesa. — Quer conversar sobre isso?

Perséfone retirou a última panqueca da frigideira enquanto falava.

— Estava me lembrando do meu tempo antes do meu casamento, Senhor Pai. — Disse, contornando a bancada da cozinha.

Zeus a olhou com intrigados olhos azuis.

— E isso a remete o que?

Perséfone colocou seus longos e encaracolados cabelos para trás enquanto sentava-se.

— Você e minha mãe me colocaram contra meu marido naquela época.

Zeus pegou uma panqueca e colocou melado em cima, quase como se já esperasse as palavras da filha.

— E você nos odeia por isso. — Não era uma pergunta.

— A pior parte é que não. — Disse a deusa, entre uma garfada e outra de um melão. — Eu não consigo odiá-los por isso, apenas me recinto dessas atitudes, meu pobre marido sofreu até conquistar meu amor.

— Não era certo meu irmão se casar com minha filha.

— Como não era certo o senhor se casar com a sua irmã e ter uma filha com a outra. — Os olhos claros de Perséfone brilharam, divertidos, enquanto falava aquilo.

Zeus riu, não forçadamente, mas sim uma risada genuína.

— Acho que você me pegou nessa. — E quase que magicamente, o clima tenso havia desaparecido. — O incesto é à base do Olimpo. — Zeus falou, levantando sua taça para um brinde.

— O incesto é à base do Olimpo. — Concordou Perséfone, tomando um gole de seu suco de uva. — Que terríveis deuses nós somos.

— Os mais humanos, certamente. — Zeus riu, voltando a comer suas panquecas.— Não somos perfeitos, cometemos erros.

Perséfone pensou por alguns segundos antes de voltar a falar.

— Foi um erro permitir meu casamento, papai?

Zeus terminou sua panqueca ao ouvir essa pergunta. Limpando a boca com o guardanapo enquanto pensava, ele ponderou na melhor resposta e mais verdadeira para aquela pergunta.

— Lamento não tê-la mais no Olimpo, Perséfone. — Perséfone estava quase o interrompendo quando ele continuou. — Mas certamente não sou cego, vejo sua felicidade com meu irmão. Então não, querida, não foi um erro.

Mais feliz, Perséfone voltou a comer, imaginando qual seria a reação do seu pai quando ela lhe contasse as novidades.

Tarde – Culinária para todos.

— POSEIDON! — Athena gritou, nervosa, batendo na porta do banheiro incansavelmente. — Afrodite nos matará se nos atrasarmos novamente.

— Mas que coisa chata, já falei que estou indo! — Respondeu o deus dos mares, saindo do banheiro apenas de bermuda. — Pronto, mulher, já estou aqui.

Athena pulou uma respiração ao vê-lo. Seus cabelos negros molhados devido ao banho que tomava, seu peito bronzeado a mostra com pequenas gotinhas de água escorrendo e seus olhos, lindos olhos verdes que pareciam ter um poder ainda maior depois de um tempo embaixo d’água.

Athena quase entregou-se ao analisá-lo, quase.

— Primeiro, não me chame de mulher nesse tom, ou melhor, em tom nenhum. Tenho um nome e você o conhece muito bem. — Falou, na defensiva. A ideia de Poseidon percebendo que ela o encarava a deixava envergonhada e irritada. — Segundo, coloque uma camisa e vamos logo com iss...

— Por quê? — Poseidon interrompeu ela, um sorriso safado surgindo em seu rosto. — Não consegue se concentrar quando eu estou sem camisa?

Como se para incomodá-la mais, Poseidon encurralou a deusa contra a parede. Ele sabia que ela apenas o havia pedido para colocar uma camisa porque queria se apressar para descer, mas era quase insuportável o desejo de vê-la sem graça. Com as bochechas vermelhas e os olhos tempestuosos irritados.

— N-não tem nada... — Athena estava com sério problema para pensar, ela queria desesperadamente matar Poseidon, porém a única coisa que conseguia fazer era perder-se dentro de seus olhos. Respirando fundo e se concentrando em outro ponto do quarto, Athena falou. — Poseidon, agora. Estamos atrasados.

E passou por baixo do braço dele, saindo do quarto rapidamente.

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— Bom, como nem todos realizaram os pontos por coragem, na verdade apenas três duplas, hoje decidimos que vamos colocar vocês na cozinha novamente. — Afrodite informou, quando todos os deuses se encontraram no grande saguão do hotel.

Ela e Hera estavam lá, sentadas em duas grandes poltronas bem no centro e todos os mortais que chegavam perto pareciam ser repelidos para outras direções.

— Hoje, neste teste, vocês terão que cozinhar algo, tanto faz se for doce ou salgado, porém algo juntos. — Hera falou, embora ela lançasse olhares para Zeus a cada cinco minutos, parecendo feliz por algo.

— Ahn, onde vamos cozinhar? — Héstia perguntou, parecendo sem graça por estar ao lado de Hermes.

— Que bom que perguntou, titia. — Batendo palmas duas vezes Afrodite vez com que seis bancadas, bem no estilo Master Chef, aparecessem ali no saguão. — Cada uma das bancadas tem tudo que vocês podem precisar, e os ingredientes estarão ali — Afrodite apontou para uma grande mesa, tipo, gigante, com todo o tipo de coisa que se pudesse querer. — Nós duas mais um ou dois mortais aleatórios iremos avaliar as comidas de vocês. Se precisarem é só chamar.

— Vocês terão duas horas, acho bom capricharem. — Hera falou, sorrindo de lado. — Podem começar.

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Athena tinha um plano. E ela ia fazer Poseidon cooperar.

— Poseidon — falou a deusa, olhando bem nos olhos enquanto os outros deuses avançavam na grande mesa. — Eu não quero perder.

— Nem eu, Athena — Poseidon lançou um olhar para a grande mesa repleta de deuses agora. — Por isso sugiro que a gente vá lá pegar alguma coisa.

— Não, Poseidon — Athena sabia que era importante eles irem lá, mas também sabia que Afrodite e Hera fariam com que os alimentos se repusessem sozinhos. — Precisamos de uma trégua.

Poseidon olhou-a sem entender. Depois do incidente no quarto pensou que Athena nem o olharia na cara pelo resto do dia, e lá estava ela, propondo uma trégua.

— Como?

— Vamos trabalhar em equipe e ver no que dá — Athena falou, ela mal sabia que seu desejo por vencer era daquele tamanho, suficiente para ela propor uma trégua. — Sem brigas e sem implicância.

Poseidon pensou. Ele gostava tanto da presença da sobrinha, ela era divertida. E gostava ainda mais quando poderia implicar com ela, porém ele havia descoberto na noite anterior que as vezes ela poderia ser divertida... E bem, eram só por seis dias.

— Fechado. Agora, podemos ir cozinhar?

Athena sorriu, alegre por ter encontrado uma maneira diplomática. Poseidon quase se perdeu naquele sorriso.

— Primeiro, regras. Você não pode me incomodar com o fato de eu ser uma deusa casta e eu juro não chamá-lo de nada muito ofensivo. Só as besteiras de sempre.

— Feito.

— E você não pode invadir meu espaço pessoal. Assim como eu prometo não comer peixe por seis dias.

— Você não deveria comer peixe nunca! — Poseidon fingiu horror, fazendo Athena rir levemente. Missão cumprida. — Feito.

— E você, acima de tudo, precisa organizar sua bagunça!

— Ah não, nada feito, esquece, vamos voltar a brigar e perder isso tudo...

— Poseidon!

— Conhece sarcasmo Athena? — Perguntou rindo o deus. — Feito... Mas o que você vai fazer em troca?

— Arrumar as minhas coisas também.

— Nananinanão, Athena, você arrumaria de qualquer jeito, tem que ser algo que não iria acontecer. — Poseidon pensou, deixando a loira irritada. — Você vai jogar vídeo-game comigo, todas as vezes que eu pedir, até o final dessa loucura.

Athena riu, óbvio que ela iria ganhar.

— Espero que se prepare para perder.

— Então, feito? — Athena quase ia pedir para ele ler um dicionário também, ela não aguentava mais ouvir “feito”, porém achou que fosse demais. Poseidon estava esperando, com a mão estendida.

— Combinado. — Athena apertou a mão do deus.

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— Bem, e os vencedores dessa prova foram… Ares e Hefesto, por conseguirem um incrível galeto com massa, estava divino. Vocês levam 50 pontos. — Afrodite anunciou, quase vestindo uma camiseta de líder de torcida e começando a balançar pompons. — Ai, que lindos!

— Em segundo lugar, — continuou Hera, lançando um olhar de repreensão para Afrodite. — Com um suflê de chocolate com uma mini-torta floresta negra que quase nos fez ajoelhar.... Poseidon e Athena, com 30 pontos.

— Yes! — Poseidon gritou, fazendo a dancinha da vitória enquanto Athena escondia o rosto com a mão como se não acreditasse naquele deus, embora alguns conseguiram captar um sorriso no rosto da mesma.

— E, por fim, em terceiro, com o melhor strogonoff do mundo, Héstia e Hermes. — Afrodite falou, ainda sorrindo para seus dois garotos.

— Vocês levam 10 pontos. — Hera completou.

E com isso, os deuses foram dispensados com o aviso que era para se encontrarem novamente ali as duas da próxima tarde.

Noite – A história de Athena

Quando Athena viu que a carta rosa era destinada somente para ela, um frio lhe percorreu o corpo.

Poseidon pareceu perceber seu desconforto e lhe lançou um sorriso compreensivo.

“Athena,

Tudo está acontecendo do jeito que tem que acontecer. Estou muito feliz em ver que você e titio estão se entendo.

Está noite, os “Pontos Por Coragem” serão seus. Isso, é claro, se você os quiser.

Nesta noite, você terá que contar uma história pessoal para Poseidon. Pode ser com ar de “faz-de-conta”, mas precisa ser verdadeira e precisa significar algo para você!

Você não precisa dizer para ele que é verdadeira, pode inventar o que você quiser.

Nesta noite, os pontos por coragem são 25.

Boa sorte, maninha, espero que você escolha realizar está atividade.

Beijocas, Dite.”

Assim que terminou de ler, a carta sumiu em uma fumaça rosa com cheiro de Coco Mademoiselle Parfum Chanel. Athena não acreditou. Ela quase pensou em gritar, chorar e mandar Afrodite para o quinto dos Tártaros.

Mas ela respirou fundo.

Athena era Athena. Athena seria controlada. E Athena queria ganhar.

— Poseidon... — Chamou, o moreno estava com a cabeça dentro da geladeira, e quando a tirou de lá Athena viu sua bochecha suja de molho vermelho. Athena começou a rir descontroladamente, esquecendo rapidamente da carta de Afrodite.

— Ahn?

— Ah, deuses, venha aqui. — Chamou ainda rindo, enquanto entrava na cozinha pegou um guardanapo. Segurando fracamente o rosto do moreno, Athena limpou sua bochecha, retirando todo o molho e jogando o papel fora.

Foi só quando voltou a olhá-lo que percebeu que o moreno a encarava fixamente. Athena reviu a cena na sua cabeça e quase se assustou do quão clichê aquilo foi.

— Ahn... Eu... Bem...

— O que Afrodite queria? — Perguntou Poseidon, vendo a cor scarlet nas bochechas da deusa e, pela primeira vez, desejando que ela não ficasse constrangida.

— Ahn, ela bem... — Athena tocou a testa com a mão, balançando a cabeça rapidamente. — Bem, ela quer que eu te conte a história de uma amiga... Não sei exatamente por quê, Afrodite sabe que isso é sentimental para está... Amiga. Bem, eu...

— Você não precisa me contar se acha que a pessoa não iria querer que contasse — Poseidon começou, porém Athena o impediu com um gesto.

— Se você não souber quem é... Bem, acho que não teria tanto problema. — Vamos, Athena, fale para ele, depois finja que não foi nada. — Bem, vamos sentar?

How To Win Your Heart

— Era uma vez uma garota, ela não aparentava ser tão nova quanto realmente era. Ingênua, se é que me entende. Ela queria conquistar alguma coisa, mas não sabia o quê. Então, está garota era uma princesa, uma princesa em um reino bem complicado. Seu pai muito atarefado, sua mãe morreu no parto. A garota cresceu entre estranhos, entre pessoas que ela confiava e ao mesmo tempo desconfiava. E a pior parte era que seu melhor amigo era um príncipe de um reino distante. A princesa quase nunca o via. Porém ela confiava nele com sua vida... — Athena respirou rapidamente. — Alguns acontecimentos levarão ao afastamento deles, porém a princesa continua acreditando nele. Continuou confiando nele.

“O tempo passou e a distância entre eles virou um precipício, a princesa acabou... Bem acabou sofrendo demais com esse afastamento. E um dia, bem, um dia ela foi até o castelo deste príncipe, agora rei e casado. Ela não pensou, apenas agiu. Entrou no escritório dele enquanto todos dormiam e deixou escondido lá uma... Uma declaração sobre algo especial. E foi embora.”

“Ela esperou, esperou e esperou ele responder. Porém ele nunca respondeu. Porém ele nunca nem tocou no assunto. E então a princesa percebeu que sua recaída havia sido baixa demais e jurou nunca mais fazer algo do tipo. Todas as demais vezes até a sua morte a garota evitou o rapaz. Pois temia que ele visse nela a jovem tola e apaixonada que havia deixado aquela declaração. Fim.”

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— Isso aconteceu de verdade? — Poseidon perguntou, observando os olhos tristes da deusa da sabedoria.

— O que quer dizer?

— Se isso é verdadeiro, se isso aconteceu com alguém de verdade?

Athena suspirou, cansada.

— Sim, aconteceu.

— Com quem? — Perguntou curioso Poseidon, esquecendo-se o que Athena havia falado antes de começar.

— Desculpa, Poseidon. — Athena forçou uma risada, tentando esconder o nervosismo. — Não posso contar e estou terrivelmente cansada.

Saindo da sala sem olhar para trás, e deixando um Poseidon intrigado, Athena arrependeu-se novamente daquela noite.


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Notas finais do capítulo

Sobre o perfume, Amy K. perguntou se quando Afrodite sumia em fumaça ela deixava algum cheiro de algum perfume forte, e bem, Coco Mademoiselle Parfum Chanel é o melhor perfume do mundo.
Não gente, eu não esbanjo dinheiro para ter um desses em casa, mas eu já senti o cheiro na casa de uma prima minha que voltou de viagem - e vendeu os rins para comprar - e gente... Gente, gente, gente, gente GENTE! Que perfume! A cara da Dite.
Então, vou continuar vendo minha novelinha - aham, to vendo Caminhos da Índia, novela da minha infância, vai Maya - e espero ver vocês nos reviews.
Beijos e mais beijos,
B.C. Hirts



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