Eyes of a Demon escrita por QueenOfVampires


Capítulo 8
A vida "perfeita"


Notas iniciais do capítulo

Ooi gente, trouxe esse capítulo rapidinho, afinal ele já estava pronto e eu estou curiosa para saber o que vocês vão achar!
Espero que gostem, boa leitura!



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Acordei com um peso em cima da minha cintura, dei um sorriso me aconchegando contra o corpo que me abraçava e imediatamente congelei no lugar, aquele não era o Castiel. Estava mais musculoso, mais pesado e esse perfume... Me era bem familiar, mas não era maracujá.

Olhei para o braço que envolvia minha cintura e era tão familiar quanto o cheiro, levei minha mão por cima da cabeça e alcancei o rosto do indivíduo... Não podia ser!

– Dean? - Questionei tentando me virar.

– Hum? - Ele murmurou me agarrando mais ainda e escondendo seu rosto contra o meu pescoço.

– O que está fazendo? - Perguntei me virando para ele.

– O que houve, ruiva? - Ele abriu os olhos e me deu um sorriso gentil - Eu não estou fazendo nada.

– Por que está aqui comigo? - Me afastei dele e acabei caindo da cama, só então notei que não estava no bunker, não estava em nenhum lugar conhecido.

Era um quarto com paredes brancas, janelas grandes e bem iluminado, a cama que eu estava não era tão grande quanto a minha, um tapete bege se estendia cobrindo o chão quase todo, um ambiente tão tranquilo que eu quase não entrei em desespero, fui até a janela onde as cortinas azuis balançavam e só então notei que a vista dava para uma praia. O que estava acontecendo? A última coisa que eu lembrava era de ter ido dormir depois de uma noite incrível com o anjo.

– Onde estamos? - Me virei para ele.

– O que está acontecendo com você, Meghan? - Dean sentou-se na cama e passou a mão nos cabelos, só então notei que ele tinha uma aliança na mão esquerda.

– Com quem você casou? - Perguntei levando as mãos à cintura.

– Com você, óbvio. - Ele estreitou os olhos e depois deu uma risada - Qual o seu problema? A noite passada foi tão boa que você está atordoada?

– Comigo? Noite passada? - Olhei para a minha mão esquerda e havia uma aliança enorme e dourada lá - Como assim? - Comecei à olhar ao redor, completamente confusa e parei quando vi um espelho.

Me aproximei e parecia estar do mesmo jeito, com exceção do pânico no olhar, da aliança que ficava praticamente gritando na minha mão e dos cabelos curtos... AI MEU DEUS!

– CADÊ O MEU CABELO? - Gritei levando as mãos até a cabeça - AH! MEU CABELO!

– Está bem aí! Pare de gritar, Megh! - Ele se levantou e veio até mim.

– Não, meu cabelo é enorme... Ele é enorme!

– Meghan, você não usa cabelos compridos desde... Que seu irmão estava na faculdade.

– Kyle? Faculdade?

– O que está havendo? - Ele segurou meu rosto entre as mãos - Que tal você tomar um banho relaxante e eu vou preparar o nosso café da manhã? - Ele me deu um beijo e saiu do quarto.

– Ai meu Deus! O que está acontecendo? Por que eu estou casada com o Dean? Cadê o meu cabelo? Cadê o meu anjo? - Fiquei rodando no lugar, procurando alguma resposta. Fui até o criado mudo e peguei meu celular que estava em cima dele, busquei na agenda telefônica e fiquei chocada com alguns os nomes que haviam lá.

– Bobby, Dean, Kyle, mãe, pai, Sam? - Li os nomes em voz alta, não podia ser verdade. Coloquei uma das opções para chamar.

– Bom dia, minha garota! - Meu pai atendeu animado, senti meu coração parar por um segundo e as lágrimas se formarem nos meus olhos - Como estão as coisas no paraíso?

– Pai? É você mesmo?

– Claro que sou eu, Meghan. Aconteceu alguma coisa? - Ele ficou preocupado.

– Não, não aconteceu nada... É só que... É muito bom ouvir sua voz. - Deixei uma lágrima escapar - A mamãe está aí?

– Ah, você escuta minha voz todo dia e ela está repondo o sal nas janelas... Mas já vou passar para ela. - Ele afastou a voz e gritou um "Amanda, a Megh no telefone!".

– Repondo o sal? - Indaguei.

– Claro, você sabe... Mesmo fazendo anos que deixamos a vida de caçadas é bom não facilitar... E vocês estão se cuidando bem aí? Sei que o Dean é bem responsável, mas não custa prevenir.

– Aqui está tudo certo, não se preocupe.

– Ah, vou passar para sua mãe, só um segundo... Eu te amo, filha!

– Eu também te amo! - Eu disse antes dele sair da linha.

– Megh? - A voz calma e doce da minha mãe surgiu - Como você está, querida?

– Estou ótima e você?

– Ah, tudo bem. Quando vocês vem nos visitar? Desde que meus filhos se casaram, me abandonaram! E eu quero ver minha neta, o George fala dela todo dia.

– Eu vou em breve, mas com quem o Ky... SUA O QUÊ?

– Minha neta, Charlotte, sua filha. - Ela riu do outro lado - Quando vocês a trarão aqui de novo?

– Eu... Eu...

– Megh, ainda não se arrumou? - Dean entrou no quarto me chamando, quando eu me virei na direção na porta, ele estava com uma pequena garotinha de cabelos loiros arruivados, olhos verdes e sardas espalhadas pelo rosto nos seus braços - Olha quem já estava acordada.

– Ai... Mãe, eu falo com você depois. - Desliguei o celular e joguei em cima da cama.

– Está tudo bem com os sogrinhos? - Dean perguntou.

Eu não respondi, apenas andei até ele, com a boca escancarada em surpresa e encarando a menininha que começou a jogar os braços na minha direção e abrir um sorriso com os dentinhos minúsculos expostos.

– Ah, a mamãe tem que se arrumar ainda, Char... Vamos descer com o papai. - Ele tocou o nariz da garotinha e saiu do quarto.

O.QUE. ESTAVA. ACONTECENDO?

Eu não sabia o que era aquilo, parecia até coisa de Trickster, mas o Gabriel tinha mais o que fazer do que me importunar daquele jeito. Decidi ir seguindo "com a vida" até descobrir o que estava acontecendo, quem sabe eu poderia encontrar o Castiel.

Tomei um banho, fui até o closet procurar uma roupa e para minha surpresa, ou não, ali só haviam roupas... Adoráveis. Vestidos com estampa floral, saias soltinhas, blusas em cores claras... E onde estavam meus coturnos? Peguei uma calça jeans escondida no fundo do guarda roupa, um cropped soltinho e decidi ficar descalça por enquanto. Passei pelo pânico de estar sem cabelos quando fui penteá-los e praticamente não tinha o que pentear! Estavam na altura do meu queixo e lisos!

Desci as escadas, olhando os detalhes da casa, na sala haviam fotos em cima de uma estante, na primeira mostrava eu e Dean no dia do nosso... casamento. Credo, era perturbador! Na segunda estava Sam, Dean e Bobby abraçados... Ufa! Pelo menos isso continuava normal. Na terceira, a mais assustadora de todas, estavam os meus pais, Kyle e eu com uma barriga enorme! E na última foto, a garotinha que era... minha filha.

Tudo aquilo estava me deixando absurdamente tonta e com falta de ar, era muito sufocante mesmo... E onde estava o Castiel nessa história toda?

– Megh, vem. Já está tudo pronto. - Dean me chamou da cozinha.

Eu parei na entrada do cômodo, ele arrumava algumas coisas na bancada e a garotinha estava em uma cadeirinha para bebês brincando com uns pedaços de fruta. Ela era muito parecida com o Dean, idêntica na verdade, não parecia ter nada de mim, então ela pegou um pedaço de morango e ergueu na direção do rosto e, inconscientemente, arqueou uma sobrancelha... É, ela era minha filha!

Sentei próximo à ela na mesa e ganhei um sorriso enorme da mesma, não pude deixar de sorrir de volta. Ela era muito fofa, não tinha como não se apaixonar... Mas ela não podia ser real!

– O que foi, ruiva? - Dean sentou ao meu lado - Tá estranha...

– Não é nada... É que, ai meu Deus, você não vai acreditar! - Cobri meu rosto com as mãos.

– Não vou acreditar no quê? - Ele insistiu.

– Bom, essa não é minha vida... Eu não sei como aconteceu, mas eu acordei hoje e... Não é desse jeito, nós não somos casados, não temos uma coisinha fofa dessas, meus pais estão mortos, moramos em um bunker no Kansas e somos caçadores! - Despejei tudo de uma vez.

– Ah... Ok, não sei que tipo de coisa aconteceu enquanto você dormia, mas posso garantir que nós somos casados sim, temos essa coisinha fofa, seus pais estão bem vivos e inclusive você acabou de falar com eles, você nunca quis morar no Kansas e você nunca foi caçadora! - Ele explicou me olhando um pouco temeroso.

– Nunca fui? E você? Me diga que você já caçou!

– Eu abandonei a caçada há anos, por causa de você!

– Hã?? - Arregalei os olhos - E o Sammy? Bobby? Meus pais! Por que eles deixaram de caçar? E o meu irmão?

– Ah, ok então... Vamos lá, contar a história que você viveu, não sei porquê. - Ele se virou para ficar de frente pra mim - Depois de uma experiência de quase morte, seus pais abandonaram as caçadas, vocês ficaram morando em Siaux Falls por algum tempo na casa do Bobby, foi nessa época que nós deixamos nossa amizade de lado e assumimos um relacionamento, então eu deixei de caçar. Seus pais foram para San Francisco e das pessoas que eu conheço, apenas o Bobby continua caçando.

– E o seu pai? Ele não impediu?

– Ele tentou, mas aí o Sam fugiu e foi para a faculdade e eu larguei tudo... Algum tempo depois ele foi morto por um demônio.

– Então... O Sam nunca saiu da faculdade? Ele virou um advogado?! - Indaguei em pânico, só de imaginar o Alce todo engomadinho.

– É claro que sim, assim como o seu irmão. Sabe né? Aqueles dois sempre foram tão amigos que era impossível não fazerem a mesma faculdade. - Ele riu.

– E ela? - Me virei para a criança que fazia uma bagunça com a comida.

– Hum, quer que eu explique de onde ela veio? - Ele falou com um tom maldoso na voz.

– Não precisa. - Rolei os olhos - Qual a idade dela?

– Meghan, já está exagerando... Ei, Char! Mostra para a mamãe quantos anos você tem. - Ele falou para a garotinha, que com alguma dificuldade, fez o número três com os dedinhos.

– Awn... - Falei encantada com a fofura - Ela é tão caladinha para a idade dela.

– Ah sim, ela não é de falar muito... Fica observando na maior parte do tempo. - Ele olhou todo abobado para ela.

Eu precisava descobrir o que estava acontecendo ali, mas antes disso eu precisava ver minha família, estava super curiosa para ver como eles estavam, como Sam estava vivendo sem o Dean por perto, Bobby caçando sozinho e Kyle com uma vida.

– Deanno, você poderia me levar para visitar meus pais? - Pedi.

– Claro... Mas desde de quando você me chama assim? - Ele indagou, bem confuso.

– Ah, desde nunca... Acabei de pensar nesse apelido. - Soltei um riso forçado - Eu vou... Arrumar a Charlotte.

Tirei a pequenina da cadeira e ela se agarrou no meu pescoço, quando eu ia saindo, Dean segurou o meu braço.

– Ei, você ainda não me deu um beijo de bom dia.

– Ah... - Ok, não é como se eu nunca tivesse feito aquilo, mas depois do Cass, não me imaginava beijando outra pessoa. - Claro.

Me aproximei e dei um selinho rápido nele, depois saí em disparada para o andar de cima, entrei no quarto que devia ser da garota e a coloquei no chão. Era um quarto extremamente fofo, com paredes em um tom claro lilás, vários móbiles pendurados no teto com pingentes de cristais coloridos de vários tamanhos que davam um efeito lindo quando a luz tocava neles, móveis brancos e uma pequena cama no canto.

– Mamãe? - Ela puxou minha mão.

– Oi? Sim? - Me agachei até ela - O que houve?

Ela apenas balançou a cabeça negativamente, talvez só quisesse chamar minha atenção. Andei até o pequeno guarda roupa e fiz cara feia ao abri-lo... Cheio de vestidinhos cor de rosa e com babados. Revirei as roupas e não achei nada que fosse menos chamativo que um bolo de aniversário. Abri as gavetas e eis que surge uma blusa listrada, preta e branca!

– Que fofo! - A puxei, junto de uma calça e um par de tênis.

Vesti a garotinha e ela estava uma mini-Meghan-versão-caçadora-longe-dessa-vida-maluca. Depois peguei umas sapatilhas no meu closet e desci. Dean foi se arrumar e nada foi mais estranho do que vê-lo sem estar com sua jaqueta, estava usando apenas uma camisa xadrez... Era lindo, já tinha presenciado antes... Mas não para sair de casa!

Nós saímos e eu rapidamente notei que estávamos na Califórnia, mais precisamente em San Mateo. Não era muito longe de San Francisco, onde meus pais estavam, apenas meia hora de viagem, fui o caminho todo olhando pela janela, Dean deixou o rádio ligado em alguma estação com rock clássico, saber que seu gosto musical não havia mudado me relaxou muito.

– Megh, você quer conversar sobre algo? - Ele tocou minha mão.

– Ah... Não, não quero não. Estou bem... Só pensando um pouco. - Sorri para ele e depois voltei minha atenção para o lado de fora do carro, estávamos passando pela praia, estava fazendo muito sol e isso atraía muitos turistas de todo o país.

Foi quando eu vi aquele sorriso único e raro, o maxilar bem marcado e os olhos... OS OLHOS!

– Dean, pare o carro! - Pedi e fui tirando o cinto.

– Por que? O que houve? - Ele foi parando no acostamento.

– Eu já volto! - Saltei para fora do carro enquanto ele gritava por mim.

Dei passos largos entre as diversas pessoas, focando apenas no homem que estava perto do carrinho de sorvete, sem seu característico sobretudo, mesmo assim não importava muito.

– Castiel! - Exclamei quando parei de frente à ele.


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Notas finais do capítulo

E então... Não me matem por parar aí! Sério kkkkkkkk
Acho que é óbvio que o Cass não é o Cass, mas enfim, a ruiva vai sofrer um pouquinho ainda com isso kkkkk Espero que tenham gostado e aguardo os comentários! Beijos e até mais!



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