Eyes of a Demon escrita por QueenOfVampires


Capítulo 24
Feitiço e Sequestro


Notas iniciais do capítulo

Hey people!
Tudo bem com vocês? Eu trouxe esse capítulo para vocês que... Não me matem, please! Ele acabou ficando maior e mais tenso do que eu esperava... Sorry massacrar o coração de vocês, mas esse é o antepenúltimo capítulo da fic... E eu levei um bom tempo para escrevê-lo... Mas a fic já está toda pronta e, assim como esse capítulo, já está toda programadinha para a postagem.
Boa leitura!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/605733/chapter/24

Ao acordar no dia seguinte, vi que o Cass já estava de pé e enchendo um recipiente com o próprio sangue. Cheguei a ficar ansiosa para realizar o feitiço o mais rápido possível e me livrar de uma parte do problema. Como o anjo não percebeu que eu tinha acordado, decidi chamar a atenção dele.

– É uma bela cena para se ver assim que acorda.

– Ah, desculpe! – Ele me olhou por cima do ombro – Não achei que fosse acordar agora.

– Não tem problema...

– Gabriel já chegou com as coisas, ele e o Dean estão arrumando tudo na sala 7B.

– Então eu vou me arrumar.

Levantei da cama, olhei o relógio e ainda eram 8 horas da manhã, os corredores estavam silenciosos, mas pela pequena janela do banheiro pude ver que estava chovendo muito do lado de fora, o clima não podia estar mais agradável para um feitiço.

Quando me arrumei, fui direto para o local do feitiço, os ingredientes estavam em uma mesa e em volta de uma tigela de aço enorme, Gabriel estava acendendo algumas velas e Dean conferia as anotações para que fossem pronunciadas da maneira correta.

– Bom dia, garotos. – Os cumprimentei.

– Olá, garota! – Dean acenou para mim.

– Hey, Megh... – Gabriel se virou e estreitou o olhar para mim – O que aconteceu com você?

– Como assim? Estou normal...

– Não, está... Estranha. – Ele ergueu uma sobrancelha.

– Estou muito ansiosa pelo feitiço, deve ser isso... Sem contar o estresse no geral.

– Deve ser...

E o Cass entrou na sala com o recipiente contendo seu sangue.

– Tudo pronto, podemos começar? – Ele olhou para mim e eu assenti.

– Alguém tem que ir chamar o Sam, ele ainda não acordou. – Dean avisou.

– Eu vou, pode deixar. – Me ofereci.

Fui até a porta do quarto do Sam, bati e chamei por ele, mas, para minha surpresa, não foi o Alce que abriu a porta...

– Audrey?!

– Ah, bom dia, ruiva! – Ela sorriu para mim, enquanto penteava os próprios cabelos que estavam molhados.

– Não me entenda mal, mas não esperava te encontrar aqui.

– Tudo bem, também não esperava estar aqui hoje. Entra aí. – Ela abriu toda a porta e eu entrei.

– Cadê o Sam?

– Estou aqui! – O Alce entrou apressado no quarto, secando os cabelos de princesa dele – Já vão começar o feitiço?

– Sim... Vim te chamar para isso, estamos te esperando na sala 7B. – Segurei o riso, a vontade de dizer muitas coisas só para constrangê-lo, no entanto, eu tinha outras prioridades e decidi apenas me retirar do quarto.

Quando estava no voltando para a masmorra, meu celular tocou, o tirei do bolso, vi o nome “Bobby” na tela e atendi.

– Oi tio!

Ah, não começaram ainda! – Ele exclamou sem ao menos me cumprimentar.

– Ainda não, vamos começar agora... Por quê?

Estou chegando, me espere, idjit..

– Mas...

Ele desligou sem ouvir o que eu tinha a falar, ele nem disse onde estava ou porque estava indo ao bunker. Cheguei na 7B e informei aos outros que o Bobby estava a caminho.

Alguns minutos depois, Sam chegou à sala acompanhado pela Audrey, o que obviamente gerou alguns olhares surpresos, mas ninguém nem abriu a boca para comentar a situação naquele momento, a tensão era tanta no local que o ar estava mais pesado, eu até me sentia tonta com tudo aquilo.

Se passaram quase 40 minutos e finalmente aquele velho chegou, eu não fazia ideia do que ele estava fazendo ali.

– Não que eu esteja reclamando, mas por que veio? – Perguntei.

– Trouxe a canela. – Ele me entregou um potinho cheio de pedaços de canela.

– Já tínhamos canela aqui. – Eu ri – Você ficou preocupado com sua garotinha, não foi?

– Calada... Vamos começar com isso. – Ele pigarreou e me empurrou pelo ombro.

– Garota dos Deuses, tem certeza desse feitiço? – Dean perguntou diretamente para a Audrey.

– Claro que tenho. – Ela o assegurou – A Meghan deve beber e repetir as palavras... Melhor ela ficar sentada.

– Ei, me esperem! – Sophie entrou na sala – Eu quero ver!

– Vamos logo com isso, sinto que vou vomitar. – Eu puxei a cadeira e sentei.

Sam começou a colocar todos os ingredientes na tigela e os misturou até formar um líquido homogêneo e bem nojento, o cheiro era péssimo. Castiel veio até mim e colocou sua mão em meu ombro.

Gabriel me entregou a tigela e me indicou que eu bebesse, eu hesitei por um segundo e prendi a respiração, mas aí mandei tudo para dentro de uma vez só, até senti o gostinho da canela! Um arrepio percorreu todo o meu corpo e eu segurei forte nos braços da cadeira.

– O feitiço, Meghan. – Castiel me lembrou.

Corpus, corticem, gratiam... Libera me et onere... Me fide liberat commitment. – Respirei fundo e continuei - Priuat corpus meum, alteri it accipit etiam officium, priuat virtutem meam.

Ao terminar de citar o feitiço, senti meu corpo inteiro formigando e as extremidades pareciam liberar ondas elétricas, algo se formou dentro de mim e parecia se expandir, como um balão... Então passou!

– Meghan? – Sam me chamou – Está tudo bem?

– Est... – Senti a mistura subindo garganta a cima, só tive tempo de puxar a tigela de volta e vomitar tudo dentro.

– Ah, nossa... – Dean fez uma expressão de nojo – Isso deveria acontecer?

– Na verdade, não. – Audrey se aproximou – Não sei se deu certo.

– Bom, que tal se o Cass voltar para o céu e a Meghan for para outro lugar? – Sophie sugeriu.

– Em um minuto... – Murmurei tentando recuperar as forças.

– E pensar que eu quase perdi tudo isso! – Bobby falou de forma irônica.

Depois de alguns minutos, eu me recuperei e saí da sala, Castiel voltou ao Céu e eu saí pelo bunker procurando outro cômodo... Mas isso seria muito fácil, então decidi pegar o carro e ir para fora da cidade. É claro que tentaram me impedir, alegando que seria perigoso na situação que eu me encontrava... Mas me achar no bunker seria fácil demais. Então fui para a estrada e fiquei esperando nos limites da cidade.

Não demorou muito para que aquele barulho de asas ecoasse pelo carro e um anjo muito irritado de sobretudo aparecesse ao meu lado.

– Deu certo! – Comemorei ao ver o Cass ali.

– Ficou louca? Você não devia ter saído do bunker. – Ele falou ríspido.

– Castiel, cala a boca! Você me encontrou! – Eu gargalhei – Deu certo!

– É... Deu certo... Mas ainda assim foi imprudente. – Ele ergueu uma sobrancelha e me encarou.

– Não importa, vamos voltar e contar a novidade aos outros.

Dirigi de volta ao bunker, os garotos me esperavam na porta, encolhidos em seus casacos por causa da chuva, eles assumiram uma expressão de alívio ao perceber o anjo no carro comigo.

– Deu certo! – Eu gritei pela janela.

– Nós percebemos! – Sam riu.

– Pronto, agora seu anjo pode te achar em qualquer lugar... Nada mais de sair de vista. – Dean comentou com uma ponta de alívio – Entrem aí.

Coloquei o carro na garagem, eu e o Cass entramos no bunker e todos estavam reunidos na sala, Claire ainda estava de pijama com os cabelos bagunçados presos por um coque e conversava com o Bobby, Sophie e Audrey estavam discutindo algo que continha nos livros, sentadas no sofá da segunda sala, Gabriel e Jordan estavam em uma das mesas e pareciam estar tendo uma conversa bem séria.

– Ei, por que não me acordaram? Eu queria ter visto! – Claire reclamou.

– Não foi nada demais, eu só bebi o negócio lá e vomitei depois. – Dei de ombros.

– Então agora você vai envelhecer como uma pessoa normal?

– Sim.

Olhei para o Cass pelo canto do olho e lembrei da nossa conversa, eu realmente tinha tomado a decisão certa por enquanto, não iria me preocupar com aquela história de envelhecimento pelos próximos anos.

– Bom... Agora que resolvemos isso... Vamos lidar com Abaddon? – Gabriel veio até nós.

– Ei, calma aí! Uma coisa de cada vez, Candyman. – Pedi – Só um dia de folga, por favor!

– Sabe o que deveríamos fazer? – Claire se aproximou – Dia das garotas!

Os rapazes resmungaram e riram, não era uma coisa muito comum para nós... Aliás, nunca tive nada parecido com festa de pijamas, sair para fazer compras com amigas... Nem nada que mulheres normais passam durante a vida com amigas, nunca tive amigas! A verdade é essa, eu só tive meu irmão, os Winchesters e os anjos!

– É uma boa ideia. – Sophie concordou e depois se virou para Audrey – Quer ir com a gente?

– Isso não é muito a minha cara...

– Ah, pode ser... Interessante! – Eu comentei – O que pode dar errado?

Todos se viraram para mim com os olhos arregalados porque eu falei aquela frase que normalmente é falada antes de dar tudo errado. Mas não era possível que aquilo fosse acontecer.

– Tudo bem, eu não tenho nada para fazer mesmo. – Audrey deu de ombros – Pode ser interessante.

– Eu vou me arrumar. – Claire anunciou e seguiu para o seu quarto, bagunçando o cabelo do Jordan quando passou por ele.

Castiel, Dean e Sam se entreolharam e depois se viraram para o Nephilim, eu pensei em impedi-los de falar besteira... Mas eu queria ver até onde iriam, realmente poderia me divertir apreciando a situação de fora.

– Então, filhote de arcanjo... – Dean começou a falar – Você e a Claire estão bem próximos, não é?

– Bom... É. – Ele deu um meio sorriso e olhou para os três na sua frente – O que tem demais nisso?

– O que tem é que conhecendo seu pai... – Castiel falou, fuzilando Gabriel – Não sei se isso é uma boa ideia.

– Ei! – O arcanjo protestou – Não precisa falar desse jeito!

– É, Cass... O Jordan não tem culpa do pai dele! – Eu gargalhei.

– Eu não sou igual a ele, eu assumiria minhas responsabilidades desde o princípio. – Jordan encarou o Gabe.

– Eu não sabia da sua existência, eu já disse isso!

– Espera aí! – Sam os interrompeu – Por acaso não teria a chance de “ocorrer” uma responsabilidade, teria?

E com aquela pergunta, todos se voltaram para o garoto esperando uma resposta.

– Não... Nós... Somos bem inteligentes quanto a isso. – Ele gaguejou um pouco e respondeu desse jeito.

– Não era a resposta que eu esperava. – Dean cruzou os braços – Acho bom você se comportar, garoto.

– Eles são sempre surtados assim? – Ouvi Audrey sussurrando para Sophie.

– Ah, você não viu nada... Não sei quem é mais protegida aqui... A Meghan ou a Claire.

– Ok! Já tá bom! Com certeza eles estão sendo bem conscientes e responsáveis. – Fui até eles, só então notei o Bobby segurando o riso no canto da sala – Achando divertido?

– É que... Eu já vi algo parecido com isso há muitos anos atrás... Só que era o Dean no lugar do garoto, sendo interrogado pelo seu pai.

– Ah! Foi com ele que eu aprendi a parecer durão assim para os moleques abusados. – Dean riu.

– Você morria de medo do meu pai, Dean! – Eu revirei os olhos.

– Bom... Ele sabia usar armas muito bem.

– Voltei! Vamos? – Claire apareceu na sala, mas parou repentinamente ao notar que todos a olhavam – O que houve?

– Nada! – Eu respondi antes dos outros – Vamos logo!

Eu e as garotas decidimos ir para Junction City, pois o shopping de lá era maior e com mais variedade. A estrada não estava movimentada e eu pude colocar o Porsche à toda velocidade, o que eu adorava fazer.

– Meghan, você planejar voar? – Sophie questionou.

– Quase isso. – Respondi dando um sorriso torto – Eu só estou animada, o feitiço deu certo.

– Claro que sim, eu não brinco em serviço. – Audrey comentou.

Estava tão focada na estrada vazia, as garotas conversavam animadamente e riam bastante, alguma música animada tocava no rádio, que eu não notei como aconteceu, mas eu vi Abaddon surgir no meio na estrada. Meu primeiro instinto foi de frear imediatamente, o segundo foi de tentar desviar.

Na minha tentativa de sair da rota de colisão, acabei perdendo controle e o carro capotou. As garotas gritavam em meio aos giros que o carro dava, todos os airbags inflaram e eu não pude ver o que estava acontecendo. Quando finalmente paramos de rodar, o Porsche estava de cabeça para baixo.

Ouvi a voz da Sophie resmungando de dor e a Audrey também, tentei tirar o airbag vazio do meu rosto para avaliar o que tinha acontecido. Vi a Audrey pelo retrovisor, ela estava presa pelo cinto de segurança e tinha apenas alguns arranhões espalhados pelo rosto, ao meu lado estava a Sophie numa situação bem parecida.

– Claire? – A chamei, mas ela não respondeu – Claire! Audrey, o que aconteceu com a Claire?

– Ela... – Vi que ela esticou o braço – Está inconsciente, mas está respirando... Oh nossa! Ela está com um corte muito feio na lateral da cabeça.

– Ah não. – Apoiei minhas pernas no teto do carro e me preparei para soltar o cinto.

No entanto, quando coloquei as costas para fora pela janela, algo me puxou pela jaqueta... E é claro que era a maldita Abaddon.

– Eu disse que sua hora ia chegar! – Ela abriu um sorriso cínico.

– Cass... – E quando eu chamei o anjo, ela nos levou para outro lugar.

Eu reconheci imediatamente aquela sala, era o Inferno. E a nossa frente, estava o digníssimo Rei do Inferno.

– Aqui está ela... – Abaddon me jogou aos pés do Crowley.

– Olá, Meghan. – O Rei do Inferno me cumprimentou.

– Bom te ver de novo, little demon. – Dei um aceno ao tentar me levantar, mas Abaddon me deu um chute nas costelas. Senti os ossos estalarem, mas por sorte não quebraram.

– Fique no chão, onde é o seu lugar... – Ela se agachou ao meu lado – Quando posso começar, majestade?

– Agora...

Abaddon me puxou pelos cabelos, me arrastando pelo chão em direção a uma mesa de pedra e me jogou nela, amarrou meus pés e minhas mãos com cordas esticadas nas extremidades. Ela deu a volta e parou ao meu lado, com seus olhos totalmente pretos, e começou a girar uma pequena manivela.

De início, eu fiquei confusa, mas logo senti meus membros sendo puxados cada vez mais e mais.

– Ah! O que é isso? – Eu tentei perguntar entre as arfadas de dor, ela estava me esticando completamente, já estava sentindo as dores nas articulações.

– Tortura Medieval! – Crowley respondeu animadamente – Eu estava inspirado quando planejei todo esse show.

Abaddon girou a manivela mais uma vez e eu senti meus cotovelos estalarem, soltei mais um grito com a dor e isso fez com que aquela maldita risse de mim. Crowley não dizia uma palavra, devia estar apreciando meu sofrimento.

– Por que tudo isso? Por que não me mata de uma vez?

– Porque você me deu muito prejuízo, Meghan. Era uma Sucubus perfeita... Podia fazer o que quisesse, eu só te pedi uma coisa e você não me obedeceu. – Ele começou a aumentar o tom da voz – Você tinha que se aproximar daquele maldito anjo? Até sendo um demônio, ele foi sua maior fraqueza!

– Só está com raiva porque não foi forte o suficiente para domesticar uma humana empanturrada de sangue de demônio. – Forcei uma risada e até Abaddon me acompanhou.

– Arranque a língua dela! – Crowley esbravejou.

– Literalmente? – Ela perguntou com um sorriso brincando nos lábios.

– É óbvio!

Abaddon segurou meu rosto com uma das mãos, fincando suas unhas nas minhas bochechas, não acreditei que Crowley estava falando sério até que ela me forçou a abrir a boca e cortou minha língua fora. Quando tentei gritar de dor, engasguei com a enorme quantidade de sangue que jorrava na minha boca, tentei tossir, mas não conseguia puxar o ar. Quando eu estava ficando inconsciente, o Rei do Inferno estalou os dedos e eu voltei a respirar como se nada tivesse acontecido e movimentei a minha língua só para constatar que ela ainda estava lá.

– QUAL O SEU PROBLEMA? – Gritei em meio à respiração ofegante.

– Eu não podia te deixar morrer ainda, tenho muito planejado. – Ele veio andando até mim e parou bem próximo ao meu rosto – Quero vê-la agonizar de todas as maneiras possíveis... Te destroçar de todos os jeitos e remendar só para fazer tudo de novo.

– Gosto do seu estilo, majestade. – Abaddon comentou com um olhar maligno.

– Obrigado, querida... – Ele se voltou para ela – Não pare nem quando ela implorar que a mate.

– Eu nunca faria isso! – A demônio exibiu os olhos negros, puxou uma faca da cintura e cravou no meu joelho.

Soltei o grito mais estridente que pude e senti um zunido invadir minha cabeça de tanta dor, comecei a sentir uma tontura e mal mantive meus olhos abertos.

Senti que as cordas dos meus braços e das minhas pernas se soltarem, ela me puxou pela jaqueta para fora da mesa, meu corpo atingiu o chão e ela continuou a me arrastar pelo piso irregular daquela sala. Crowley não esboçou mais nenhuma reação, apenas observava tudo com um nariz em pé, como se avaliasse um espetáculo... E tenho que admitir, era um grande espetáculo.

A maldita ruiva diabólica me arrastou pela sala inteira, quebrou todos os meus ossos e os consertou só para moê-los novamente, rasgou o meu rosto com uma faca, bateu minha cabeça contra um espelho, me afogou em um barril de álcool e acertou vários golpes na minha cabeça com um taco de baseball. Eu devia ter chegado ao fio da morte umas nove vezes, porém em todas elas fui reconstruída para sofrer novamente.

– Ela é durona... – Abaddon comentou – Achei que já teria começado a implorar depois de tudo isso.

– Eu não sou de implorar, na verdade estou adorando a festinha. – Falei, sentada no chão, segurando meu próprio braço que fora deslocado ao ser jogada de um lado da sala para o outro – Qual a próxima brincadeira?

– Acabou a brincadeira... – Crowley falou serenamente – Pode matá-la, seja rápida.

E foi como se o Rei tivesse dado um prêmio para ela, a desgraçada arregalou um sorriso e pegou a faca novamente. Abaddon caminhou lentamente na minha direção... Era só isso! Eu morreria ali, já estava no Inferno mesmo.

Ela se aproximou e se abaixou até ficar na altura do meu olhar, eu poderia ter começado a chorar, ter implorado pela vida o simplesmente fechar os olhos... No entanto, eu dei um meio sorriso e assenti para que ela prosseguisse. A criatura me segurou pelos cabelos, enfiou a faca no meu abdômen, a retirou e, antes que pudesse atingir um órgão mais “vital”, a porta da sala explodiu e um pequeno Arcanjo com muito ódio nos olhos brilhantes entrou seguido da criatura mais linda do universo, o meu anjo.

– Mas era só o que me faltava! – Crowley estalou o dedo e vários demônios entraram por outras portas.

– Eu já volto, mocinha, vou ali matar o seu anjinho e quero que você veja. – Abaddon levantou-se e foi desfilando até onde Cass e Gabriel já acabavam com os diabinhos.

O arcanjo estava com duas espadas na mão e lutava contra sete demônios ao seu redor, apesar de saber que ele tinha poder suficiente para dar conta daquilo, senti um aperto em meu peito com a possibilidade de um daqueles desgraçados pegar uma das espadas. Abaddon foi direto para cima do Cass e o jogou para o lado, o fazendo atingir uma parede e o chão em seguida. Ele se levantou prontamente, exibiu seus olhos brilhantes suas asas e foi caminhando na direção dela, ao mesmo tempo que ela também marchava até ele.

Antes que um alcançasse o outro, uma luz muito ofuscante e intensa tomou conta do local, eu protegi meus olhos e quando ergui a cabeça novamente, Gabriel e Castiel tinham sumido. Ao fundo do local, Crowley estava com a mão sobre um sigilo enoquiano recém feito na parede próxima ao seu trono. Foi naquele momento que toda a minha esperança se foi, eles não voltariam nem tão cedo.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Então...NÃO ME MATEM! Eu sei que eu sou má e estou machucando a Meghan demais até, mas quando algo é fácil nesse mundo das caçadas?
Mas acreditem, as coisas vão melhorar... Er, elas vão melhorar. A fic terá um final bem lindo, eu prometo, não se preocupem!
Aceito ameaças kkkkkk Beijos e até o próximo.



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Eyes of a Demon" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.