Agilidade escrita por Diane


Capítulo 17
Capitulo 17 - Todos nós cometemos burradas.




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Perspectiva de Damien.

— Eu não quero morrer...— Damien gritou em bom som quando o porshe prateado quase se chocou contra uma loja. Quase, graças aos deuses.

O feiticeiro sabia que era uma péssima ideia deixar Christine dirigir, mas não pode argumentar, afinal o carro ela dela. Quando ele saiu dos portões do Campo de Treinamento e viu Chris em um porshe prateado com uma gata encima do volante, bem, ele pensou que estava morto. Mas não, Idia foi para o banco traseiro e a garota começou a dirigir. Para a surpresa dele, ela dirigiu normalmente durante as estradas de Nova York que levavam até Las Vegas. Mas quando ela chegou na cidade dos cassinos, no lugar de olhar para frente enquanto dirigia, olhava para os lados.

— Damien, pare de gritar como uma garotinha — Idia falou sonolenta dos bancos detrás. Damien se perguntou como a gata ainda conseguia dormir com todas aquelas brecadas.

Por poucos metros o carro quase se chocou contra outro carro. Damien gritou vergonhosamente e se agarrou ao Detector e aos jornais que relatavam assassinatos misteriosos em Las Vegas. O Detector era uma espécie tecnologia inovadora que Ilithya entregou para eles, tendo a forma de um globo terrestre, o aparelho detectava os usos da magia no mundo inteiro. O aparelho estava configurado no momento para detectar o sinal de magia em Las Vegas onde estava acontecendo os assassinatos.

Olhando para o mapa de Vegas não dava para ver nada. Ninguém estava usando magia na cidade durante aquele momento, exceto se os gritos de Damien fossem considerados algum tipo primordial de magica.

— Damien você viu o Hotel Cassino Lótus? — Christine perguntou enquanto examinava as ruas.

— O que?! Isso é apenas uma história! Não acredito que você está quase nos matando por causa de um local que você leu em Percy Jackson e os Olimpianos — Aquilo foi demais, Damien surtou.

Christine lançou um olhar assassino para ele.

— Á alguns anos atrás eu diria que deuses, monstros psicopatas, vampiros, feiticeiros, ninfas e um monte de coisa era tudo história. Agora estou no meu carro, com uma réplica histérica de Harry Potter, na avenida Las Vegas Strip, procurando um hotel para ficarmos enquanto caçamos seres maníacos poderosos. Se tudo isso existe, por que o Hotel Cassino Lótus não existe?— ela quase berrou na cara dele.

Damien decidiu ficar calado e não argumentar, se argumentasse provavelmente teria chances de acontecer um acidente de transito na avenida. Ele se focou na janela, observando as atrações de Las Vegas. Todos os prédios eram iluminados com cores chamativas e se contrastavam com o céu escuro de uma forma peculiar. Ele observou a torre Eiffel recriada em um hotel de origem francesa, também tinha um hotel que tinha uma montanha russa. De repente ele sentiu vontade de estar em Las Vegas só por passeio e não para caçar os generais de Trivia.

Seria tão bom.

Então o carro começou a fazer retorno, aparentemente Christine não achou o hotel Cassino Lotus. Damien agradeceu aos deuses por ela não ter resolvido procurar nas outras ruas de Las Vegas.

— Então, Idia, em qual hotel você quer ficar? — Christine perguntou para a gata, se virando no banco.

Se Damien não tivesse apertado o freio bem a tempo, o carro teria se chocado com um poste.

Idia estava com miniaturas de óculos escuros sobre os olhos e abanava um cartão de crédito. Era injusto que a mãe de Christine fosse uma deusa e capaz de fazer aparecer do cosmo cartões de crédito com saldo infinito. Muito injusto.

Os olhinhos azuis da gata brilharam por trás do óculos escuro.

— Sei lá, o que você achou do Hotel Luxor? Estou indecidida entre ele e aquele que tem a montanha russa gigante.

Perpesctiva de Mikhail Huang.

Mikhail quis bater no seu coração mole.

Ou se socar, tanto faz, ele tinha feito uma burrada. E ele sempre teve uma espécie de imã para burradas.

Ele estava de frente para o Campo de Treinamento, e só de olhar para o local, ele sentia vontade de fugir correndo. Muitos anos atrás, muitos mesmo, quando ele era apenas um adolescente esquisito, esse local tinha o formato de um castelo medieval. Á poucos anos atrás quando ele foi fazer uma visitinha á Ilithya, o local ainda parecia um castelo, mas com uma mistura inusitada de arquitetura egípcia, grega e romana. Olhando agora, a arquitetura continuava a mesma, só o que o local tinha marcas de uma batalha.

As paredes estavam salpicadas de sangue, aparentemente ninguém se incomodou em limpar, o que fez Mikhail imaginar se eles tinham problemas maiores que paredes sujas, aparentemente sim. A grama estava queimada. Algumas janelas tinham danos.

O ar no lugar cheirava desgraça. Mikhail tinha vivido tempo suficiente para aprender a detectar esse cheiro. Ele sentiu isso várias vezes, quando os mortais começaram as primeiras rivalidades que originaram a Primeira e a Segunda Guerra mundial, que inclusive só aconteceu por guerras em clãs de descendentes de deuses.

Foi ali, analisando as paredes que ele percebeu a burrada que ele fez. Ele não devia ter concordado em ajudar algo que iria ruir, ele devia ter se escondido. Mikhail tinha certeza absoluta que o objetivo de Trivia era destruir o Campo de Treinamento para destruir a nova geração de descendentes de deuses, e é claro, afetar os pais dessas crianças. Depois que acabasse com os mais jovens, ela iria á caça dos mais velhos. Iria destruir primeiro os que tinham grande poder no mundo mortal, e depois caçaria o que sobrasse.

E indo ali, ele estaria no alvo inicial de Trivia.

A coisa mais sensata ao fazer seria sair correndo dali e se esconder na Antártida. Mas seria covardia, e ele deixaria Ilithya e Raphael na mão.

— Mikail?

Ele se virou e viu Raphael. O vampiro estava igual á anos atras, o que era uma vantagem daqueles que descendiam de deuses, nunca envelhecer. Mas podiam ser mortos. O feiticeiro olhou ao redor, procurando Ilihtya e começando a se alarmar.

— Onde Ily está?

Raphael fez uma careta.

— Ela foi procurar Rowena. Mais tarde eu explico porquê, vamos, preciso te apresentar as salas.

Felizmente, o interior do local não parecia ter sofrido ataque, bom, pelo menos Mikhail supunha, já que não tinha sangue nas paredes. Raphael mostrou as salas de treino de magia, as bibliotecas, os dormitórios. Parecia estar tudo no seu perfeito estado. Quando estavam nos corredores, Mikhail observou que um lustre estava faltando.

— Eita, um lustre está faltando — comentou casualmente.

Raphael lançou um olhar significativo para o teto. Mikhail percebeu que o lustre não sumiu apenas por sumir.

— O lustre caiu encima de um aluno.

Mikhail decidiu que não iria mais andar debaixo dos lustres. Ele era muito divo para virar purê.

Raphael parou subitamente como se tivesse se lembrado de algo.

— Lembre do nosso acordo. Não dê opiniões cruéis sobre as roupas das alunas, e acima de tudo, não de encima dos alunos. — Ele falou com um ar sério que lembrava Ilithya e Mikhail perguntou se ele havia substituído Ily na função dos sermões também.

Aquilo era indignante. Só por que ele era gay aquela criatura achava que ele iria assediar as praguinhas de estimação dele, ops, quer dizer, a futura geração de descendentes de deuses.

— Fica tranquilo, eu não gosto de bebês. Não vou dar encima dos seus alunos — Nesse momento, Steve, um professor de História dos alunos que ainda não iam para a faculdade passou perto deles. Mikhail ficou um tempo considerável admirando a beleza do homem — Mas nada garante que eu não flerte com os professores hehehe.

Raphael revirou os olhos.

Perspectiva de Mary

"Essas plantas podem matar"

Era isso que estava escrito no portão negro e entre a placa tinha o desenho de uma caveira pirata. Mary não duvidou por um segundo que plantas pudessem matar, no ataque ao campo de treinamento, ela fez uma hera enforcar um ser de Trivia.

Quando Ilithya falou que o helicóptero iria para a Inglaterra, Mary pensou em diversos locais, mas ela não imaginava que seria levada até o jardim da Duquesa de Northumberland. Para falar a verdade, ela nem sabia que o lugar existia até Ilithya comentar sobre ele enquanto voavam sobre a Europa.

Mary gostou muito de voar de helicóptero, Sam não. Ele vomitou no banco traseiro, o que não foi muito agradável, sério.

Ilithya falou que o portal para a dimensão em que Rowena estava presa, estava localizado naquele jardim. Não era difícil de acreditar já que pelas frestas do portão ela podia ver plantas verdes e de cores exóticas.

A feiticeira abriu o portão com um toque de mão e Mary teve uma visão perfeita do jardim.

Havia pequenas trilhas pelos caminhos entre plantas. Parecia um jardim paisagista normal, igual ao da casa de Mary. Ver aquele jardim a fez sentir falta da sua casa e dos seus pais, embora o seu jardim não tivesse plantas mortais. Havia banquinhos espalhados por aí, grande parte deles de mármore. Entre o gramado havia várias plantas, a ninfa não sabia nomear todas, mas ela viu beladonas, ópio, maconha e até a cicuta, a planta que matou Sócrates.

Realmente, era um dos lugares mais bonitos que ela viu, embora um dos mais perigosos. Havia avisos indicando que plantas ali poderiam matar apenas pelo toque, que algumas era narcóticas.

Sam estava caminhando o mais longe possível das plantas e os olhos verdes dele brilhavam. Mary reparou que a cor dos olhos dele era quase do mesmo tom da folhagem de algumas plantas.

Guias turísticos estavam espalhados enquanto falavam em diversos idiomas.

Enquanto percorriam pelo jardim, Mary observou uma casa de árvore gigante e um labirinto feito de bambu. Um dia, quando ela não estivesse procurando a entrada de um portal, ela iria visitar aquele lugar novamente.

— Vamos até o portal — Ilithya falou e começou a andar rapidamente, não dando outra escolha além de segui-la.

Ela vou até um túnel feito de heras e trepadeiras sobre arcos de ferro, dando um formato circular. Pelas frestas entre as trepadeiras a luz do entardecer entrava no local. Quando entrou dentro do túnel Mary reconheceu que ele foi um cenário dos filmes de Harry Potter, então devia ser por isso que havia vários turistas com chapéus esquisitos por lá.

Chegando no final do túnel Ilithya parou. Ela olhou para trás e não tinha nenhum turista por perto.

— Agora, preciso da ajuda de vocês para abrir o portal — ela falou enquanto conferia o relógio — Todo o dia, ás sete horas da tarde, o portal começa a abrir, mas precisa do toque de um elfo e de uma ninfa para abrir completamente.

Ela mostrou o relógio. Era 18:59.

Então, o visor mudou.

19:00

Então o portal abriu. Mary viu na sua vida inteira pessoas abrirem portais, mas nunca viu algum como esse, talvez por que esse portal aparecia sozinho. Luzes esverdeadas começaram a brilhar do final do túnel, entre as heras, aquilo brilhava muito, muito mesmo, tanto que até doeu os olhos dela. Parecia um espiral ou um buraco negro, não dava para ver o outro lado, mas inspirava uma sensação ameaçadora. Mary queria correr, mas suas pernas estavam paralisadas.

— Coloquem as mãos no centro do espiral — A feiticeira instruiu.

Mary se moveu cuidadosamente a palma da sua mão para o centro e viu Sam fazer o mesmo. A sensação era gelada, era como se ela tivesse colocado a mão na superfície de uma mesa de vidro fria.

O portal expandiu. Agora dava para ver o outro lado, era uma espécie de floresta, com árvores muito grandes e a copa das árvores deixavam o local escuro. Aquele lugar parecia ameaçador, muito ameaçador.

— Agora vocês vão sair daqui, voltar até o helicóptero em dizer para o piloto voltar até o Campo de Treinamento — A feiticeira disse, encarando eles com seriedade — Nem pensem em me seguir em nenhuma hipótese.

Sam congelou.

— Se abrimos, por que não podemos ir? — O elfo parecia indignado.

Mary não queria ir, o lugar era assustador demais mas vendo por aquela perspectiva, ela tinha o direito de ir. Só por que Ilithya era adulta e 484 anos mais velha, ela se achava no direito de mandar neles e decidir onde iam. Aquilo era injusto.

— É muito perigoso. Não quero mandar crianças para a morte — Então ela pulou no portal.

O portal se extinguiu até virar apenas um pequeno buraco negro e sumir. Sam ficou encarando o nada.

Então eles ouviram ruídos de passos. Droga, os mortais deviam ter ouvido a discussão e ido verificar, provavelmente. Então quando viu quem era, Mary descobriu que não era um mortal.

Era Lauren.

Era ela, uma de suas melhores amigas, que tinha morrido esfaqueada. Parecia ser um milagre ver ela ali, perfeitamente saudável, sem nenhum arranhão sequer. Mary não se aguentou, pulou até a garota e a abraçou.

Então ela se lembrou que Lauren tinha morrido virar um corpo novo para Ankh, uma das generais de Trivia.

Mas era tarde demais.


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