Werewolf Fever escrita por Petr0va


Capítulo 8
07 - Primeiro Dia de Trabalho


Notas iniciais do capítulo

Olar, um imenso obrigada pelos comentários do capítulo anterior, e também obrigada pelas +1.000 visualizações nessa história!
Boa leitura!



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O garoto que chegou misteriosamente na escola sentou comigo na aula de economia, e acabei descobrindo o seu nome: Isaac Lahey. Ele era simpático e engraçado, mas eu realmente achava que ele escondia algo, talvez pelo jeito de se portar. A gente só falou o básico mesmo.

Estava correndo para chegar até a delegacia, e cheguei atrasada no meu primeiro dia de trabalho, só pra variar. Vou até a recepção e me direciono à uma moça que estava atrás de uma grande tela de computador.

— Com licença, — bato na bancada de mármore — sou a nova estagiária, Miriana — abro um sorriso em cumprimento e ela me olha com pouco caso, escrevendo em um papel meu nome, e logo depois me entregando. Só então deparei que era um adesivo. Admito, fiquei muito triste, esperava ganhar um lindo crachá azul com meu nome e foto. Mas no fim, acabei com um adesivo colado na minha camisa.

Logo quando eu entrei na sala onde havia os computadores e os policiais, uns cinco me pediram para trazer cafezinho, e como eu estava apenas no primeiro dia, decidi ignorar. Queria falar com o meu tio primeiro.

— Olá, velho — cumprimentei meu tio com o peito bem estufado e com as mãos na cintura, mostrando meu “crachá”.

Ele me olha surpreso inicialmente, mas logo abre um sorriso.

— Já que você está aqui, pode me trazer um cafezinho? — Perguntou ele meigo. Fechei meus olhos, tentando encontrar a calma, mas sem aguentar revirei os olhos e fui direto para a máquina de café, pegando mais cinco. Sério que minha função como estagiária era pegar café para as pessoas?

Entreguei os cafés um para cada um, não deixando de fazer uma carranca quando olhava para os policiais. Já estava prevendo que eu não iria ser a estagiária mais querida daqui, mas no momento, não estava ligando.

Estava sem fazer nada, e então dei uma olhada nas mesas e encontrei Parrish encarando a tela do computador, eu sabia que não estava lendo, não havia movimento em seus olhos, então me aproximei.

— Você quer um café também? — Perguntei, fazendo ele tirar os olhos da tela de computador e me olhar.

— Mais tarde. Obrigado, Miriana.

Oh, ele tinha lembrado o meu nome. Era legal um cara bonito lembrar do seu nome.

— Obrigado por lembrar do meu nome — pisquei um dos olhos para ele, eu precisava desesperadamente sair do estado “sério”, eu preciso de diversão, urgentemente. Nem que seja der uma piscadela para um policial charmoso. Ou talvez quando eu chegar em casa eu deva jogar algumas facas. Eu. Só. Preciso. Descontrair.

— Não tem como não lembrar, seu tio fala de você o tempo todo — disse ele com um sorriso.

— Ah, é? — Arqueei as sobrancelhas. — Como o quê?

— Como sua habilidade de jogar facas — ele disse já olhando para a tela do computador, nem esperando minha reação.

Que droga, não entendia por que meu tio tinha orgulho de uma sobrinha que jogava facas. Não entendia por que ele precisava espalhar isso para toda a delegacia. Bufei. Eu acho que vou começar a cozinhar, pra ver se ele fala isso por aí também.

— O que você está vendo aí? — Inquiri para Parrish já do seu lado, para ver a tela do computador. Ele fechou a janela rapidamente, mas eu vi. Era um homem totalmente ensanguentado, com marca de garras do seu rosto até a sua clavícula, estremeci diante a imagem. Parecia que assassinatos me rodeavam, sendo eu a autora deles ou não. Espero que tenha sido Kate, senão eu teria mais uma pessoa para descobrir quem é. Olhei para ele que encarava a tela do computador, provavelmente se xingando por aquilo, depois desviei o olhar.

— Eu vou... vou tomar um café — disse saindo apressadamente dali. Peguei um pequeno copo e enchi de café, jogando ele garganta à baixo, como se fosse uma dose de vodca.

Fiquei parada encostada na parede esperando mais alguém me chamar para trazer um café, ou tirar o pó da mesa, talvez isso esteja incluído no estágio, não estava duvidando de mais nada. Mas então olhei para o lado, e surpreendentemente a porta de arquivos estava entreaberta, quase fechando. Corri lá para impedir a porta de se fechar, senão não iria ter outra chance, entrei lá dentro e fechei a porta devagar, não queria chamar atenção demais. Encostei-me na porta e suspirei, grata por não ser pega. Olhei para os armários que haviam naquela sala escura, estava agradecendo mentalmente agora por eles não terem cedido à modernidade, e colocado tudo aquilo em computadores.

Uh, minhas mãos estavam coçando. Fui até a gaveta com a letra “K” estampada, e abri, cheirando o aroma de papel, esse cheiro estava sendo uma vitória pra mim. Passei os dedos pelas pastas, Kai, Kamilla... Quem escrevia Camilla com “k”? Karina... Kate Argent. Peguei aquela pasta, era a única Kate que tinha, abracei o arquivo fortemente, eu havia achado.

Corri os olhos para o papel, data de nascimento, nada importante. Li mais um pouco, acusada de incendiar a casa dos Hale, múltiplos assassinatos. Ela realmente era perigosa, mas não me permiti ficar com medo. Certidão de óbito... Ai, meu Deus. A certidão é de uns dois anos atrás, encaro o papel confusa. Como ela estava morta se estava matando por aí? Isso era um engano, ponto final. Talvez ela tenha renascido das cinzas, talvez ela deu uma de fênix, eu não sei. Mas ela não poderia estar morta, Stiles e Lydia falaram com tanta certeza que era ela que estava por trás das mortes que aconteceram recentemente, eu estava negando o papel que estava na minha frente, comprovando a sua morte. Eu me negava a acreditar que era outra pessoa que estava envolvida naquilo, tinha que ser ela. Eu não entrei em um estágio na delegacia para descobrir isso. Joguei a pasta violentamente de onde ela não deveria ter saído, não me importando se coloquei ou não na ordem certa.

Fiquei um tempo respirando alto naquela sala, até que decidi aproveitar mais um pouco os arquivos na minha frente, queria esquecer Kate. Aproximei-me da gaveta que continha um “I”. Isaac Lahey, aqui vamos nós.

Peguei o arquivo do garoto e não havia nada, fiquei olhando por mais um tempo a pasta, até que achei o arquivo do seu pai, pelo menos eu achava que era, já que tinha o mesmo sobrenome. O que o arquivo do seu pai estava fazendo com o dele? Não fiquei remoendo aquilo por muito tempo, e abri o arquivo do pai de Isaac.

Morto perto da sua casa, também dizia que agredia Isaac. Será por isso que o garoto parece ser tão “misterioso”? Por que foi agredido em sua própria casa?

Meus pensamentos foram interrompidos pelo barulho da porta, joguei o arquivo no lugar e fechei a gaveta bruscamente, fechei meus olhos e me repreendi mentalmente. Fiquei em frente a gaveta, parecendo realmente, culpada.

— Você não deveria estar aqui! — Exclamou Parrish em um sussurro. Eu sei, Parrish. Ele fechou a porta, nos deixando sozinhos na pouca luz que tinha na sala.

— Por favor, não conte à ninguém — pedi a única coisa que realmente queria. Eu não quero desistir assim, logo no primeiro dia. Uma coisa passou pelo meu corpo, não sei o quê, mas minha garganta doía. Espero que isso não seja choro. Parrish me olhou, avaliando-me. Enfim, suavizou o rosto e me fitou.

— Tudo bem, mas o que estava fazendo aqui?

Agora foi a minha vez de avalia-lo, queria ver se ele realmente dizia verdade. Descobrir se estavam mentindo era minha especialidade, já que menti por tantos anos. Ele tinha uma cara de quem poderia ser confiável. Espero que o meu sentido lobisomem que avaliava caráter não estivesse errado.

— Eu só entrei na delegacia para acessar os arquivos da Kate — admiti.

Ele aproximou-se ainda mais, pensei que iria sacar uma arma e anunciar que eu estava presa, mas não o fez. Olhei para ele confusa por um momento, eu vi seu rosto pouco iluminado, eu poderia identificar... pena? Ele fechou os olhos por um momento e prosseguiu:

— Eu sei como é ficar por fora das coisas, — ele me olhou atentamente — por isso vou te ajudar. Mas seja mais discreta, acho que a delegacia toda viu você entrando aqui.

Abri um grande sorriso para o policial, grata, tão grata. Eu iria dar um abraço, mas acho que iria ser um pouco exagerado, já que o conheci há apenas algumas semanas. Continuei com o meu sorriso escancarado esperando ele falar alguma coisa.

— O que está esperando? Saí logo! — Disse ele. Fiz o que pediu/mandou, sendo seguida por ele, logo atrás de mim. Abri a porta com um pouco de medo, imaginando que quando saísse dali todo mundo estaria me encarando, mas graças a Deus, não era isso que me esperava do lado de fora.

Ele sentou-se na sua cadeira como se nada tivesse acontecido, como se não tivesse me pegando fazendo algo ilegal, lendo os arquivos da delegacia. Peguei uma cadeira que estava por perto e sentei ao seu lado, dividindo a mesa. Olhei para ele pedindo permissão, somente quando já estava sentada.

— Por que Kate tem uma certidão de óbito, se está matando todo mundo por aí? — Sussurrei. Ele me olhou por um momento, parecia que estava me repreendendo, mas depois respondeu:

— Porque ela está morta. Bem... pelo menos é o que acham.


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Notas finais do capítulo

E aí, curtiu a Miriana investigadora?
Se sim, comenta aí, se não, comenta aí também :D
E mais uma vez, obrigada não só pelos comentários do capítulo anterior, mas sim por todos os comentários da fanfic, eles são realmente muito importantes pra mim.
OBRIGADA, GENTE LINDA!