Werewolf Fever escrita por Petr0va


Capítulo 37
36 - Sala de Arquivos




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Jordan ainda estava na minha frente, como se quisesse concordar comigo. E sabe, eu entendia o porquê dele estar desconfiado assim: ele é um policial é o trabalho dele.

E, aliás, essa desconfiança dele fizera eu ficar quieta sobre a carona que Theo me deu, não queria mais desconfianças da parte dele. No momento não era necessário.

— Se você diz... Então tudo bem.

— Eu confio nos meninos, e eles foram amigos de infância.

E ele continuava olhando pra mim com aqueles olhos verdes maravilhosos, colocou uma das mãos sobre meu rosto e assentiu, sem nenhuma hesitação.

— E eu confio em você, Miriana.

Coloquei minha mão em cima da que estava pousada em minha bochecha.

— E eu em você, Jordan. — sussurrei.

— E eu te amo também.

Por um momento congelei, não esperava por isso. Mas claro, eu sabia que o amava também, não existiam dúvidas e eu tinha consciência disso fazia um tempo.. E eu estava com vergonha também.. Não queria depositar esse meu sentimento em um simples “também”. Era horrível.

Jordan continuou parado me olhando, esperando ainda pela minha resposta demorada. Entretanto, eu sabia que se mesmo se eu não respondesse, ele iria aceitar – não quer dizer que ele ficaria feliz com isso. Olhos verdes cheios de expectativas..

— E eu também te amo. Muito, Parrish.

Mas, em vez dele dar aqueles grandes beijos que sempre acontecem depois de uma declaração, ele apenas agarrou minha nuca e deixou um beijo casto em minha testa, antes de sair daquela sala com a chave reserva que estava em seu bolso.

A técnica dos peitos não foi tão necessária assim.

Eu poderia estar chateada por ele ter saído na frente, mas não.

E então quem saiu foi eu. Nem preciso comentar que não esperei nem ao menos um minuto após ele, e que todos na delegacia viraram a cabeça no momento que eu sai, alternando o olhar para Parrish em sua escrivaninha e eu.

Ainda bem que meu pai não estava.

Pai... Parece que já me acostumei. Mas isso não faria eu ficar bem com ele. Tudo bem, ele poderia não ter suspeitas de eu ser sua filha. Contudo, ele mentira sobre Talia, nunca comentou que era a loba que havia se relacionado no passado.

E pensando em Talia e Thomas, imediatamente pensei em Anne. Me incomodava e ao mesmo tempo me surpreendia que ela é Thomas eram irmãos, um era tão bom e o outro... Tão assassino.

De alguma forma, ao invés de me assustar a falta de movimento dela, me dava um alívio. Não queria ver seu rosto nojento de perto por um bom tempo, mesmo sabendo que esse tempo seria curto. A qualquer hora ela daria as caras.

E eu não queria que ninguém se machucasse.

Acho que eu estava há algumas horas parada na frente daquela sala de arquivo, tanto que todo mundo tinha superado e não me olha a mais. Meus olhos se mantinham em um ponto fixo e só depois me dei conta.

— Você não vem, Ana? — Parrish olhou pra trás devido a minha demora.

Desviei meu olhar perdido para ele, apenas segui até seu lado e me sentei. Tentando parar de pensar um pouco.

— Desculpa. — sorri.

.

Bocejei pela quinta vez naquele minuto. E eu não estava brincando. Já passava da meia noite e eu estava atirada na mesa, Jordan não pedia uma única opinião minha. Eu também estava com fome e achava que estava babando. Talvez por estar com a minha boca desfigurada sobre meu braço, enquanto meus olhos estavam fechados.

Ouvi passos ao lado da mesa.

— Você não vai liberar a garota, Parrish? – falou o sheriff. Só estava ele e mais nós dois na delegacia.

Levantei minha cabeça apressada da mesa, com coçando meus olhos rapidamente.

— Desculpa, sheriff! — falei apressada, e ele riu. Deu um alívio ao ambiente.

— Tudo bem, eu entendo. — partiu em direção ao corredor. — Vou pegar um café, e libera essa garota!

— Eu aguento a noite inteira, não precisa me liberar não! — gritei para que ele conseguisse ouvir.

Parrish prestou enfim atenção em mim e sussurrou, para que o sheriff não ouvisse:

— Você quer ir, não é?

— Sim! — respondi imediatamente. — Eu só estava me fazendo de durona. Estou morrendo de sono e fome.

— Então vai. — sorriu com os olhos. — Coma algo e me mande mensagem quando chegar, não durma antes.

— Certo. E aliás... Será que seria um problema dar um beijo em serviço aqui?

Jordan olhou para os lados e sorriu. Era um passe livre.

Apenas selei nossos lábios, simples assim, mas não deixou de provocar um estalo, que ecoou por toda delegacia. Nem esperei e sai correndo, antes que Stilinski chegasse e perguntasse o que era aquilo.

Sai sorrindo, que nem uma idiota. As coisas estão melhorando.

O loft de Derek não era tão longe e dava pra ir tranquilamente de à pé, e eu orgulhava-me dê alegar que Beacon Hills era segura o suficiente para isso – só tinha alguns caçadores, assassinos e seres sobrenaturais –, porém o problema era que o vento fazia eu desistir dessa parte da caminhada. Estava gelado e me dava vontade de voltar lá para dentro e esperar Jordan me levar. Mas ele parecia tão concentrado...

A rua estava vazia, até que surgiu um carro iluminando a rua escura. Quanto mais se aproximava, mais diminuía sua velocidade. E eu ali curiosa, o cuidando, louca para ser sequestrada. Chegou em minha frente e então parou.

A luz no interior dele foi ligada, e a porta então aberta.

Paralisei.

— Quer uma carona? — Theo gritou lá de dentro.

O alivio me preencheu por inteiro, contudo, não deixou de ser estranho ele a meia noite passando pela frente da Delegacia, oferecendo-me uma carona. Lembrei do que Jordan havia me dito.

— Miriana?

— O que você está fazendo aqui? – ignorei sua pergunta.

Ele se surpreendeu com o meu tom de voz, notando que eu estava desconfiada. E algo me dizia que ele entendia o porquê de eu estar.

— Eu estava com minha mãe no hospital, ela vai passar a noite lá e levei suas roupas.

Tudo bem, o hospital era há algumas quadras daqui. Mas mesmo assim cheguei seus batimentos, suas expressões, o suor escorrendo em sua testa – que por sinal não tinha nenhum.

Tudo normal, e enfim pude respirar em paz.

— O que tem com ela? — perguntei.

— Alguma infecção na pele, decidiram deixa-lá em observação caso complicar.

— Aposto que não irá. — tentei de todas formas mandar energia positiva para ela, apesar de não a conhecer. – E aliás, aceito sua carona.

E então entrei.

— Quer ir para sua casa?

Não, eu não queria ver Thomas ainda.

— Não, eu quero ir ao meu irmão. Eu te mostro o caminho. — afirmei com certeza.

O caminho ficou cerca de um minuto em silêncio, sem nenhuma música ou conversa, apenas os pneus deslizando pelo asfalto.

— Seus pais sabem? — perguntei, e Theo entendeu completamente.

— Não, acho que eles não saberiam lidar. São muitos religiosos, sabe? – falou olhando para a estrada.

— Como você faz na lua cheia? — indaguei sem pensar, e me arrependi de imediato, estava sendo inconveniente. – Desculpa pelas muitas perguntas...

— Tudo bem — sorriu torto. —, eu agarro a memória da minha irmã, e isso me faz manter a sanidade durante a noite toda.

— Você sabe o que ela é para você atualmente, Theo?

Ele tirou os olhos da estrada tão rapidamente para olhar para ouvir minhas palavras que me surpreendi. Ele ansiava por uma resposta.

— Sua âncora. É isso que ela é. Faz você manter a sanidade na lua cheia, e não há nada mais forte que seu amor por ela para te mandar humano quando você não deveria.

Por um momento, um único segundo sequer, Theo me olhou diferente, como se fosse dessa vez, sincero, e não entendi. Logo, seu olhas se dirigiu para mim novamente, dessa vez com pena. E mais uma vez não entendi.

Troquei então de assunto. E o caminho que ele fez até minha casa no outro dia me veio a cabeça.

—Theo, como você sabia o caminho para minha casa aquele dia?

Ignorou-me, e então virou a direita, errando o caminho.

— É para esquerda. Pode voltar agora já que está deserto. — falei e depois prossegui. — Theo, como você sabia?

E ele continuou me ignorando, seguindo em frente, sem voltar para o caminho correto. De repente, senti pulsações fortes e rápidas, ouvia claramente. Era seu coração. Algo estava errado. E seguido desse instinto, meus verdadeiros olhos apareceram, os azuis. Daquela lobisomem que não era digna, que havia matado um inocente.

E ele, permanecia olhando para frente, com seu coração frenético.

— PARA ONDE VOCÊ ESTÁ ME LEVANDO, THEO? — rugi, com minhas presas dificultando minha fala.


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