Werewolf Fever escrita por Petr0va


Capítulo 38
37 - Casa dos Hale




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Theo não respondera, ficou quieto e passou a diminuir a velocidade de seu carro. Me senti inferior e incapaz, ele simplesmente não ligou. Eu sabia que não valia a pena matá-lo agora e por isso, vendo que a porta do carro estava destrancada, abri a porta e pulei.

Caí no asfalto, próxima à uma floresta, que parecia para mim a reserva de Beacon Hills.

Meus braços, mãos e pernas estavam ardendo de um modo enlouquecedor, e eu tinha certeza que estava sangrando. Afinal, eu estava jogada no chão e praticamente me arrastei durante a queda para chegar até ali.

Olhei para frente e o carro de Theo ainda estava lá, com a porta aberta. Ligou a luz de dentro do carro iluminando seu rosto, se inclinou para fechar a porta em que eu pulava e lançou um sorriso nojento para mim.

— Você sabe o que fazer. — E partiu.

Apesar de eu estar me tremendo de raiva, ainda não estava entendendo nada. Não entendia os motivos, as razões, tudo aquilo... eu não entendia nada, e estava cansada de pensar isso.

Levantei daquele asfalto úmido por causado sereno e olhei meu estado: apesar de eu estar

Me curando, ainda havia sangue misturado com sujeira em mim. Eu estava imunda.

Naquela rua, a única coisa que oferecia luz era lua, e eu agradecia por não estar cheia, não queria companhia de outros lobos hoje.

Caminhei em direção a floresta, era o melhor caminho para cruzar a cidade e parar no loft de Derek no centro.

Caminhava cada vez mais adentro às árvores, de maneira rápida, já que não estava mais com paciência para caminhar como uma humana normal. Meus sentidos já estavam apurados.

Eu estava era com uma raiva apossando dentro de mim. Na próxima vez que eu encontrasse o Theo, eu perfuraria seus dois olhos com minhas garras. E eu faria questão de que elas estivessem bem sujas para causar algum tipo de infecção daquele traidor. Não sei como os meninos confiaram nele. Não sei como eu confiei nele.

Parei em um solavanco. Tinha ouvido algo, um estalar na madeira. Cada vez mais alto.

Caminhei em frente e estremeci.

Era a casa. A casa dos Hale.

Era lá onde toda família Hale tinha sido praticamente extinta, sobrando apenas Peter, Laura, Cora e Derek.

Fui até lá. A casa estava toda apodrecida, e a única  coisa “nova” dali era a porta vermelha toda descascada com o símbolo da alcateia dos alfas. Derek me falara sobre eles.

Estendi a mão e agarrei a maçaneta para abrir a porta.

De algum modo, gritos agudos preencheram minha cabeça, e um cheiro de pele queimada invadiu meus ouvidos. Eram gritos de todo tipo de pessoa, e o que mais me apavorada era o grito de crianças que eu percebia na pequena multidão. Meus olhos estavam lacrimejando por causa da fumaça tóxica, que também enchia meus pulmões, dando falta de ar de imediato. Tudo estava em brasas da minha frente.

Quando a brasa cessou um pouco, logo uma figura apareceu. Seus cabelos negros e curtos, e sua face toda chamuscada. Era Talia, eu tinha certeza.

Ela me olhou com horror, e estava prestes a gritar.

Larguei a maçaneta o mais rápido que consegui. E eu conseguia ouvir novamente estalos na madeira, dessa vez na minha frente.

— Gostou do que viu?

Era Anne.

A encarei perplexa e com medo. Sim, eu estava com medo e admitia isso.Eu não estava preparada, eu nunca estive.

Parte de mim queria fugir, porém eu sabia que não conseguiria. Primeiro: eu nunca conseguiria fugir das mãos dela. E segundo: se de algum modo eu conseguisse fugir, ela iria atrás de todos os outros até eu voltar para ela.

Ela era uma caçadora por anos, mais velha e mais forte do que eu. Enquanto eu estava ali, recém tinha me dado conta de meus poderes e fiz apenas algumas aulas de tiro. E olhando bem, não havia uma arma sequer ali, apenas eu e ela e nossos corpos.

Sem que eu notasse, já que eu estava sendo burra demais parando para pensar, ela colocou suas mãos em mim, arranhando grande parte do meu rosto.

— Reaja! — gritou ela. — Reaja porque assim vai ser muito mais delicioso te matar!

Ela ia cada vez mais pra cima de mim, enquanto eu tentava desviar o tanto que eu pedia. Suas garras ficavam a cada golpe mais próximas, provocando algumas vezes pequenos cortes por todo meu corpo.

Eu não podia realmente parar para pensar em alguma solução, porque em questão de segundos um de seus pés foram parar em minha barriga, dando-me um chute, fazendo eu cair na porta, arfando de dor.

— Qual seu problema, garota? Eu disse para reagir! — deu mais um chute, fazendo eu definitivamente ficar atirada no chão. Seus chutes eram tão fortes que eu sentia sangue escorrendo em minha boca. Eu sabia que era fraca, e Derek não tinha me ensinado o suficiente.

— Qual o seu problema comigo, Anne? — sussurrei. — Por que?

— Você está mesmo perguntando isso? — socou meu rosto e eu tossi. Ela estava em cima de mim. — Você matou ele, matou a única pessoa que eu amava. Eu não deveria ter ouvido ele quando dissera para adotarmos. Ele estaria vivo... — sua última frase fora puro sentimento, a única vez eu que eu havia visto algo verdadeiro e sincero nela, o sentimento de ódio. Ela sentia pela morte do seu marido, e quem havia matado fora eu.

E nada mais justo que pagar com a minha vida.

— Mas eu não...

— Não, você queria! — cravou suas garras em meus ombros, levantando-me para logo depois bater com a minha cabeça no chão. O impacto foi grande e na hora fiquei com a visão turva e branca. Garanto que se eu fosse humana o estrago seria maior.

— Foi você, foi você, foi você! — E batia com a minha cabeça incontáveis vezes no chão. Ela já não estava mais raciocinando, apenas descontando tudo o que tinha guardado por meses hoje. Em mim.

Um estalo percorreu em minha cabeça: Ela tinha que morrer também. Os incontáveis inocentes que ela matou, e os incontáveis que iria matar. Eu sabia que após sua vingança contra mim, ela faria ainda mais coisas ruins.

E, apesar se não enxergar muito, agarrei-me na soleira da porta, arrancando de lá um pedaço de madeira. Reuni toda minha força e dei na têmpora de Anne, fazendo ela sair de cima de mim e cair para o lado.

Subi em cima dela, aproveitando que ela ainda estava tonta, e não pensei muito. Atravessei aquela Estaca de madeira podre em sua barriga.

Ela cuspiu sangue.

— E você merece morrer também. Olhe quantos inocentes matou, olhe o que faz para Stiles!

Ela se recompôs, e senti sua rigidez sob mim, ela estava voltando.

— Eles não são nada pra mim. — E antes que eu pudesse reagir, jogou-me para longe, fazendo dessa vez eu cair no começo das escadas. E mesmo que tenha doido,fiz questão de levantar  antes que ela chegasse até mim.

Anne retirou a estaca de sua barriga e se aproximou de mim.

— E a culpa é toda sua, você poderia me procurar quando quisesse e todo o sangue seria evitado.

Olhei em seus olhos, e ela estava falando a verdade. Doía.

Ela olhou de volta e jogou a esta a ensanguentada para longe, provocando um barulho ao meu lado.

— Eu quero te matar com minhas próprias mãos. — E com rapidez se jogou pra cima de mim. Consegui desviar, causando nela um arranhão profundo no pescoço. E parei, pensando que aquilo era o suficiente para que ela parasse.

Até que garras entraram em contato com meus estômago, profundamente. Olhei–a chocada por um segundo, o suficiente para saber que tinha acabado, acabado pra mim. A dor rasgava meu corpo inteiro, pulsando nas mãos dela. E como se não fosse o suficiente, cravou mais fundo, e com a mão esquerda cravou as outras garras em meu pescoço.

Doía, doía como o inferno, e eu sabia que não ia durar mais. Eu sentia além de meu sangue correndo pelas mãos dela, minha vida também.

Ela estava com um sorriso em seu rosto, orgulhosa com o seu trabalho. Ela também sabia.

Após isso, tudo começou a embaçar, e a última coisa que fiz foi tirar a mão dela de minha barriga. Eu já não sentia mais nada, e Anne não se incomodou com o gesto. Para ela eu já estava morta, e era verdade.

Antes que eu pudesse raciocinar, a porta foi aberta e um estrondo invadiu meu ser. A última coisa que vi foi sangue espirrando em meu rosto e Anne caindo em cima de mim.


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