Werewolf Fever escrita por Petr0va


Capítulo 36
35 - Pequena Gafanhota


Notas iniciais do capítulo

*vergonha alheia desses capítulos antigos*



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/603254/chapter/36

Depois do que Derek falou, eu não fiquei com vontade nenhuma de voltar para casa e nem de ir para o apartamento de Parrish, então acabei ficando no loft de Derek. Fazendo dele meu escravo, já que ele foi até a casa de Thomas para buscar algumas roupas. Essa era uma das partes boas de ter um irmão agora.

Decidi que, a partir de agora, chamaria meu tio/pai de Thomas, afinal, eu ainda não decidira se ele realmente seria essa figura para mim. Bom... na verdade sim, eu adoraria tê-lo como pai, mas devido a briga dessa noite, decidi dar um tempo nele.

Com o meu devido pijama, eu estava deitada no sofá – sim, Derek não foi cavalheiro o suficiente para dar a cama para mim –, pensando em Thomas, meu novo irmão, minha mãe adotiva psicopata, e uma âncora.

Eu gostava e não gostava do termo “âncora”, já que no navio ela servia para mantê-lo em um lugar, estabilizado, contudo o navio seria muito melhor se pudesse fazer isso sozinho, por sua própria conta. Eu achava engraçado de que eu passei de um navio tecnológico que sabia se estabilizar sozinho para um navio meia-boca que precisava de uma âncora. Se não fosse um tanto trágico em minha visão lobisomem, eu estaria rindo agora.

Virei-me mais uma vez no sofá, que era próximo da cama de casal onde Derek estava deitado agora, de olhos fechados e com uma respiração esquisita. Eu simplesmente não conseguia dormir com todos esses pensamentos e sentimentos na cabeça.

— Você pode parar? — perguntou Derek impaciente, e agora eu sabia porque ele estava com uma respiração esquisita: ele estava frustrado.

— Você acha que eu vou morrer? — ignorei totalmente sua “pergunta”.

Ele virou-se para mim, fitando-me da sua cama que não estava muito longe.

— Sim, algum dia você vai morrer, mas por razões naturais. — suspirou. — Apesar de você ser um tanto baixinha e dócil demais para uma Hale, você não vai morrer por causa disso.

Apesar de estar feliz dele – aparentemente – ter me considerado parte da sua família, deixei passar por ora, o que eu queria realmente saber e se eu era a única que estava com medo do sumiço de Anne e com a possibilidade de eu partir, partir definitivamente.

— E o que você acha de Anne se escondendo desse jeito?

— Ou ela está com medo, ou tramando algo. O que nos resta é esperar.

Assenti mesmo que ele não pudesse ver e fiquei quieta, pronta para dormir e talvez sonhar com uma vida no qual eu não estaria correndo um pequeno risco de morte. Apesar de estar pronta caso acontecesse, não queria dizer que eu não estava com medo. Só de pensar que eu não veria meu pai, Parrish, Derek e todos os meus amigos de novo, já doía sem nem ao menos ter certeza.

— Eu estou feliz de ser uma Hale. Estou feliz por ser sua irmã.

Eu queria agradecer os meus sentidos lobisomens porque, se não fosse por eles, eu não conseguiria ouvir os lábios de Derek transformando-se em um sorriso.

.

Enquanto eu estava colocando com uma completa dificuldade a calça jeans apertada, no banheiro, especificamente, ouvi um estrondo, um estrondo que denunciava que a porta fora aberta. Dei alguns pulos para a calça entrar e saí correndo, eu não iria enfrentar um possível inimigo pelada, não é?!

— Quem é? — Perguntei em um grito, sem nem mesmo chegar direito ao cômodo.

— Um inimigo que não é — rebateu Isaac, me assustando com o seu sotaque quase inglês.

Entrei definitivamente a sala e vi Derek parado em uma posição defensiva, ainda não se recuperando do “susto” – susto entre aspas, já que eu não sabia se ele realmente se assustava.

— O que você tá fazendo aqui? Tá a fim da minha outra irmã também? — rugiu Derek, e nem soube imediatamente o que era tudo aquilo. Desde quando ele demonstrava esse tipo de sentimento fraternal quando dias atrás ele havia fechado a porta na minha cara?

Isaac apenas revirou os olhos, ele conhecia Derek melhor que eu e talvez esse gesto não fosse tão ofensivo para o lobo azedo.

— Vamos lá, Ana, você está atrasada e eu vim te pegar — olhou para Derek e fez uma careta. —... te pegar para ir à escola, quero dizer.

Talvez o meu rosto surpreso tenha anunciada que eu estava, bem... surpresa. Isaac e eu recém tínhamos nos tornado oficialmente amigos, e agora ele vinha até o loft de Derek me buscar? Como ele sabia que eu estava aqui?

— Como você sabe que eu estava aqui? — a pergunta saiu em voz alta.

— Bem, eu deduzi, já que você fugiu da casa do seu tio e vocês são irmãos.

— Nem vou perguntar como você sabe que eu fugi da casa dele. — bufei.

— Foi só falar para o seu tio que eu era seu melhor amigo que ele contou tudo — Isaac deu de ombros.

— Mas Parrish é meu melhor amigo — tossi um pouco, já que agora ele não era apenas isso. Talvez namorados? Ou... eu acho que é isso. — não você.

— Que pena. — abriu a porta do loft. — Vamos. Atrasada, lembra?

Peguei minha mochila e sai caminhando até a porta, contudo, antes olhei para trás, para Derek na verdade, e pisquei um dos meus olhos.

— Tchau, maninho.

E dessa vez ele riu.

.

A escola? Bem, a escola foi normal. Theo, a única coisa nova lá, não havia aparecido. E agora, meu mais novo stalker estava me levando até a delegacia. Eu tentei deixar ele para trás, mas ele simplesmente continuava atrás de mim.

— Descobriu que eu era interessante só agora? – bufei. – Não para de me seguir.

— Olha que interessante, não faz três dias que nos falamos direito e já temos desentendimentos. – riu debochado, já do meu lado mais uma vez. – Isso sim que é uma amizade repleta de amor e carinho.

— Jesus, não pensei que você seria tão chato assim em tão poucos dias. – revirei meus olhos.

— Meu nome é Isaac, e é um prazer saber o que você pensa ao meu respeito.                   

Ignorei-o tempo suficiente até chegarmos até a delegacia, e assim que parei em frente a ela, já o enxotei.

— Adeus, grande amigo. Sua companhia foi ótima — sorri de uma maneira tão falsa que eu nem sabia que eu conseguiria fazer

— Tchau, pequena gafanhota. — aproximou-se da minha bochecha e deu um beijo carinhoso ali... até que ele sabia ser fofo. Não evitei e sorri devido as suas palavras e gestos.

Foi embora, e encostado na entrada da delegacia estava Parrish, impassível e esperando por mim.

O tempo passava cada vez mais lentamente, e Jordan não proferia nenhuma palavra comigo. Ele parecia prestar muita atenção aos seus pensamentos, fazendo caras e bocas encarando o tampão da escrivaninha. Eu estava preocupada.

— Deputado Parrish — falei fria. —, você poderia me ajudar nos arquivos, por favor?

Jordan olhou-me confuso pela escolha de palavras, mas não questionou e seguiu na minha frente, abrindo a porta dos arquivos – arquivos no qual eu era permitida entrar agora. Assim que ele entrou no recinto, fechei a porta em um baque, a chaveei e coloquei a chave em meus seios. Mas pensando bem, acho que isso não impediria que ele tentasse tirar de lá....

Pensamentos impróprios nessa situação não.

— Olha, Parrrish, foi por causa de domingo? Se foi por causa disso eu disse que te explicaria, mas não é por isso que tem que me tratar dessa forma sem nem falar comigo, e até mesm-

— Eu não gosto daquele garoto de olhos azuis.

— Como é? — encarei-o confusa. — Você está falando do Isaac? Meu Deus, você está com ciúmes, Jordan? Foi só um beijo na bochecha e ele virou meu amigo!

Nem vi mais nada até ser atacada por aqueles lábios, macios e muito carinhosos. Fechei meus olhos imediatamente e me encostei na porta.

Deus.

— O que você tem hoje, Ana?

— Eu só estava preocupada, tudo bem? Você mal estava falando comigo. — virei meu rosto imediatamente, não queria que ele me visse assim, mesmo que a sala não tivesse iluminação o suficiente.

— Eu estou falando do Raeken. Ele chega na cidade apenas por chegar, achei muito estranho.

— Jordan — coloquei minhas mãos sobre seu maxilar e acariciei-o. — Ele é amigo dos meninos, não há motivo para se preocupar.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Werewolf Fever" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.