The Swan Sisters Saga escrita por miaNKZW


Capítulo 34
Capítulo 33 - Luz Da Minha Vida


Notas iniciais do capítulo

 



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Queria te abraçar com força, te tomar nos meus braços, e te embalar pelo dia adentro e até ao fim da noite. Queria limpar suas lágrimas com um pano suave como uma nuvem, tocar de leve a sua pele, deixando os meus dedos afagarem cada pedacinho, para te cobrir com amor, com desvelo e carinho.

Queria ter a certeza que o céu te cobrirá para sempre de bênçãos. Que a sua vida será doce, aprazível, calma como o mar em dia de maré vazia, quando foge da praia e parece plano como um espelho. Queria afastar de ti todos os perigos, todos os males, todas as mágoas.

Mas sei que não é possível e sei também que é assim que deve ser. Porque quem nunca chorou não é um ser humano pleno. Quem nunca se arrependeu de algo não vale a pena andar por essa terra, desperdiçando palavras e gestos e fingindo que existe.

Porque o teu futuro é hoje! E o que foi ontem... e o que será o amanhã... é você que guardará dentro de ti. Tudo o que viveu. O que doeu e o que te fez rir, numa mistura tão estranha e poderosa como é a vida.

Porque os que atravessam a vida, plenos de certezas; os que nos rodeiam e não sentem necessidade de questionar porque nasce o sol, quem fez as flores ou o que vai dentro da alma; ou se tudo o que sentimos é uma fuga - desses não devemos ter nada a não ser pena.

O meu amor por você será sempre maior que o universo. Porque eu sei - como você não sabe - eu te conheço como ninguém e por esta razão eu só posso ter orgulho. E não existe dentro de mim sombra de medo do seu futuro, da sua vida.

Meu filho...

Eu te amo mais do que tudo.

 

Quando consegui abrir os meus olhos de novo, por alguns instantes vi tudo muito confuso. Como se estivesse nublado. Minha visão estava entorpecida. Mas eu sentia um perfume muito familiar. Era algo novo e também conhecido, uma mistura de sândalo e alfazema. Era um aroma doce que me transmitia tranqüilidade. E acredito que isso me ajudou a perseverar para conseguir distinguir o que tinha à minha volta. Consegui ver o que exalava aquele perfume. Vi o que me manteve viva por tanto tempo, através apenas da lembrança – a vaga e distante lembrança de seu tortuoso nascimento. Vi meu Nate. Ele estava no colo de Rose, enrolado e aninhado em seus braços de mármore. Rosalie parecia receosa – como se ainda não confiasse em mim - ela estava com os olhos apreensivos de ansiedade, mas sorria. Eu tentei retribuir ao sorriso, mas não sabia como. Minha cabeça estava muito confusa. Eu sabia quem Rosalie segurava com tanto carinho e temor, mas não sabia me expressar.

Jake, ao meu lado, continuou olhando para mim, e afagou os meus cabelos, em um jeito muito familiar. Eu me senti bem naquele momento, me senti em casa.

- Esta tudo bem amor! – foi a única coisa que ele me disse, ainda acariciando os meus cabelos de um modo muito terno.

- Nat... – eu tentei falar seu nome, mas não consegui completar a frase.

Bella então se aproximou e se pos novamente ao meu lado e de Jake. Ela sorriu para mim, demonstrando compreensão e carinho, depois de secar algumas lágrimas imaginarias que caiam de seus olhos – força do habito, acredito. Eu tinha muita coisa para perguntar, para saber. Estava ansiosa. E fiquei um pouco agitada, tentando falar, mexendo os meus lábios sem realmente pronunciar uma palavra sequer. Bella percebeu que eu estava abalada, e como sempre, conseguiu me acalmar.

- Calma Angie – ela disse, olhando nos meus olhos – Sei que você deve estar querendo saber muita coisa, não é?

Nesse momento eu consegui fazer um leve movimento de cabeça, confirmando o que ela me perguntava.

- Eu vou falar tudo o que você quiser! Tudo que você precisar saber. Mas depois. Não se preocupe mais, minha irmã. Tudo vai ficar bem... você só precisa se manter calma e tudo vai ficar bem. Eu estou ao seu lado – ela concluiu depositando um beijo em minha testa.

Bella então caminhou lentamente até o local em que Rose se mantinha estática com meu filho em seus braços reluzentes sob a lua.

- Você tem certeza Bella?

- Esta tudo bem Rose. Angie esta pronta...

Rosalie trocou um rápido olhar com Jasper, que acenou levemente – algo que eu certamente teria perdido se ainda fosse humana, tamanha tinha sido a discrição daquela cena – e entregou o pequenino bebê para minha irmã.

Bella se movia graciosa, mas lentamente em seu caminho de volta – como se estivesse em câmera lenta. Senti meu corpo se enrijecer com a ansiedade. As mãos de Jake aumentaram sua pressão sob a minha enquanto Bella cruzava a clareira em nossa direção – com Rosalie e Jasper em seu encalço.

Jake deixou um beijo carinhoso em minha bochecha, trocamos um olhar cúmplice e então eu voltei meu olhar para Bella que estava com um bebezinho enrolado em uma mantinha branca. Parou a uns dois metros bem a minha frente, mostrando o bebê. Eu finalmente consegui me mexer - meus pés pareciam flutuar sob o chão – e fui até o encontro deles.

- Angie... este é Nathan Charles Black, seu filho! – disse sorrindo como eu nunca tinha visto – Nate... – ela falou para o bebê – essa é a sua mamãe! Você vai gostar tanto dela...

Foi quando eu vi o meu filho pela primeira vez com todos os detalhes, a pequenina face, as mãozinhas, os lindos olhos verdes. E era carequinha. Fiquei parada olhando o meu bebê, senti que algumas lágrimas caiam sob meu rosto. Levei uma de minhas mãos para secá-las, mas não havia nada. Meus olhos já não eram capazes de expressar meus sentimentos e então eu soube que aquilo era algo de que meu corpo seria privado para sempre. Mas aquele era o meu momento. Eu queria guardar tudo para sempre em minha memória.

- Quer segurar mamãe? – Bella me perguntou com um largo sorriso.

Eu assenti, e ela me ajudou e me ensinou a aconchegar Nate direito em meus braços.  Nunca tinha sentido tal felicidade como naquele momento. Poder segurar meu filho e de Jake. Um filho que nunca imaginei ter, mas que era a razão de tudo agora. Eu beijei sua testinha, com todo o carinho e cuidado, e olhei para Jake que olhava para nós – seus olhos vermelhos de tanto chorar - me encorajando.

- Oi, Nate! É a mamãe – eu disse, queria que ele conhecesse a minha voz, como conhecia a do pai e dos muitos tios que nos observavam atentos ao nosso redor – você se lembra de mim?

De repente eu pude ver reconhecimento passando por seus olhos – meu bebê reconhecia minha voz. Meu pequeno Nate sorriu para mim. Seus olhinhos brilharam como a mais preciosa esmeralda. Enquanto vislumbrava a perfeição de seu lindo rosto corado, eu soube: ele era meu. Todas as tragédias, todas as perdas e toda dor que eu senti foram necessárias para que eu estivesse ali, exatamente naquele lugar, naquele momento. E de repente tudo ficou claro, toda minha vida fez sentido. Nate era o sentido, a razão de eu existir.

Lembro de todos os detalhes daquele dia. Do dia em que ganhei uma vida completa. Uma vida que pensei que nunca teria.  Assim foi o meu retorno. Sabia que tinha muita coisa ainda para descobrir – tudo que eu conhecia havia mudado. Mas eu tinha todo o tempo do mundo. E eu não estou mais sozinha.

Nem todas as palavras do mundo seriam capazes de expressar o que eu senti naquele dia. Eu me senti inteira. Completa. Feliz. Mãe.

 


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