O Cristal e o Diamante escrita por AlessaVerona


Capítulo 9
O primeiro beijo




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“With arms wide open
Under the sunlight
Welcome to this place
I'll show you everything
With arms wide open
With arms wide open”

Nevra hesitou em um momento. Se chamava de homem covarde por várias vezes neste instante, em seus pensamentos. Ele não poderia sair de lá sem ter dado um passo daquele romance.

“Well I don't know if I'm ready
To be the man I have to be
I'll take a breath, I'll take her by my side
We stand in awe, we've created life”

Ela poderia ter namorado algumas garotas, mas não conseguia arranhar além da superfície destes relacionamentos. Saphyre era diferente. Quando seus olhares se cruzam, parecem que haviam feito amor por várias noites. Era algo tão intimo, e ao mesmo tempo assustador por ele nunca ter sentido algo tão forte em pouco tempo.

Sentia-se nervoso, até mais que o seu primeiro beijo. De certa forma a Saphyre lhe intimidava um pouco. Talvez fosse a sua beleza e a sua presença, além da personalidade firme. Ela confrontou tão contra o próprio casamento que teve a ousadia de fugir. Algo que muitas mulheres não fariam. Ela tinha tanta pureza, mas ao mesmo tempo tinha força, coragem... Um dos motivos que fez se apaixonar instantaneamente.

Ele não pode mais aguentar quieto a sua vontade. Contornou firme com a sua mão as curvas de Saphyre que estava junto dele, colado ao seu corpo inquieto e ansioso. Ela ainda estava sentada de lado contra o seu peito, mirando para ele de um jeito tão dócil que lhe fazia ter mais vontade ainda de consumir aqueles lábios com beijos intermináveis. Deixou-a confortável para poder receber todo o seu carinho, pois não queria decepcioná-la, e nem muito menos fazê-la ser mais uma como foram às outras.

Passeou com a sua mão que estava atrás dela, subindo pelas suas costas, até chegar à nuca. Puxou a cabeça dela lentamente, para o encontro ao seu rosto, respirando impacientes. Nevra sabia que ela queria sentir este momento, pois não se manifestava contra, e sim deixava seu corpo ser conduzido por ele.

Deixou sua outra mão em sua cintura, acariciando com os dedos, olhando em seus olhos azuis puros. Ele finalmente se aproxima um pouco mais e sente a respiração dela um pouco forte, que ambos fecham os olhos. Ele encosta seus lábios aos dela, em um beijo sem línguas, puro e inocente, como se fosse o primeiro. Ele movimenta os lábios molhados inclinando-a aos poucos, e sobe a sua mão da cintura dela até os seus cabelos loiros sedosos, e volta para a onde estava, parando o beijo em leves sorvidas nos lábios. No último toque, Nevra afasta seus lábios puxando o lábio inferior de Saphyre, delicadamente. Ambos abrem os olhos em sincronia e ele sorri radiante, admirando a beleza da loura de perto.

“If I had just one wish
Only one demand
I hope he's not like me
I hope he understands
That he can take this life
And hold it by the hand
And he can greet the world
With arms wide open”

Trechos da música: With arms wide open – Creed.

[...]

Taiga e Valkyon se afastavam ofegantes, deitados lado a lado. Ambos fechavam os olhos, por verem tudo girar.

– Não faça mais isso. – Taiga levantou-se com muito esforço, e arrumava-se desamassando a sua roupa.

– Isso vai depender da minha bondade. – Disse ele, que estava com o corpo cheio de suor. Ele sorria de jeito maroto, deixando Taiga desconcertada.

– Por qual motivo você é tão insuportável? – Taiga pegou a sua espada e seu escudo, decidindo sair.

– Por você me amar... Você critica, mas me ama, né? Ama cada marca que eu deixo nesse seu corpo... – Respondeu Valkyon, olhando descaradamente para as curvas de Taiga, apontando-as de forma muito radical.

– Amar é o caramba! Eu morro na guerra, mas nunca vou dizer que te amo... Pois eu te odeio! Tá me entendendo? Da próxima vez que você relar em mim, eu arranco as suas bolas, ouviu bem? – Ameaçou Taiga, aos berros. Saía do local, subindo as escadas rapidamente, querendo sumir. Ela queria encontrar o seu refúgio... A sua dalafa que nesta altura estaria muito longe, caçando e se divertindo com a sua nova amiga. Pouco interessava quantos passos eram necessários. Ela queria estar longe de sua Kriptonita. Se arrependera de ter cedido seu corpo, ao menos a sua razão diz, pois seu coração implorava para voltar. Se sentia muito tola e nutria ódio por si mesmo.

– Droga, droga, droga!! Eu cedi para aquele infeliz... Usar e abusar de mim até não querer mais... Para depois me fazer sentir submissa... Mas não vai mesmo!!! – Disse frustrada, dando um burro na parede.

– Calma aí, hein? Com toda essa força você faz terremoto nesse lugar! – Bradou Ezarel, que no fundo achava graça.

– Vai se ferrar! – Pegou o seu machado que guardava em suas costas e ameaçou atacar Ezarel, que saiu da frente. Taiga atingiu a parede e fincou a sua ferramenta na parede.

– Calma aí... Parece que apanhou do Valkyon. Que marcas são essas nas suas pernas? E esse vermelhidão no seu pescoço? Tem vampiros aqui e não estou sabendo? – Questionava com muito sarcasmo. Taiga tentava tirar o seu machado com muita força e tentou mais uma vez atacar Ezarel, como se ele fosse o Valkyon.

– Vê se me deixa em paz, seu maluco! – Levantou suas mãos com o machado e fez mais uma tentativa de acertá-lo.

– Calma. Eu também te amo! AAAH! – Ezarel assustou-se com a ira da jovem.

– O que está acontecendo aqui? Jamon ouviu barulho. Jamon estar preocupado. Tudo bem aí? – Jamon aparecia, e Ezarel escondeu-se atrás dele.

– Essa maluca aí, está tentando me partir ao meio! – Acusou-a.

– Se me deixar em paz, eu deixo você inteirinho. – Grunhiu, abaixando o machado e saindo do corredor. Ezarel e Jamon entreolharam-se, confusos.

– Jamon estar confuso... Jamon não entender nada. – Jamon disse, coçando a cabeça.

– Imagine eu... Mas eu acho que sei bem o que aconteceu... Olha lá o pivô da maluquice dela... – Ezarel apontava para Valkyon que saia um pouco nervoso.

– O que foi, hein? Estão fazendo o que aí, seus mosquitos. – Valkyon abriu a passagem entre eles e saiu dando passos pesados que chegavam a tremer o chão.

– Olha... Quando você entender algo, fala pro Jamon? Jamon querer saber agora. – Disse Jamon, enquanto saía soltando fumaça pelo nariz, um pouco irritado. Ezarel voltou para a sua sala de alquimia, para executar suas tarefas.

– Ezarel agora estar confuso. – Disse Ezarel cruzando os braços, e bufou logo em seguida.

[...]

– Como é gostoso comer! Eu ficaria a tarde toda pegando os frutos dessa árvore. – Dizia a dalafa Saphyre, devorando seu fruto de mel.

– Eu também. Comer é tão bom.- Respondeu a Sabali Taiga, devorando suas flores de algodão.

– E olha o que nós pegamos juntas. Monte de ovinhos! Será que isso é o que? De comer? – Questionava Saphyre, curiosa ao olhar os ovos em sua cesta.

– Não sei... E se tentarmos abrir um deles? – Perguntou Taiga, ao pegar um ovo rosa com seus dentes. Ela arrastou para fora da cesta, mas o ovo saiu escapando, rolando na grama.

– Opa, o ovo caiu. – Saphyre largou seu fruto e saiu correndo atrás do ovo. Para a sua surpresa, ele havia chocado, saindo uma criatura pequena e frágil. Era um Jipinku, que havia acabado de nascer. Taiga foi também junto de Saphyre e se surpreendeu com aquela criatura.

– Olha... É um bichinho... Tão... fofinho! – Saphyre derreteu-se.

– É... Ele tem uma língua enorme! – Taiga aproximava seu focinho no Jipinku, cheirando-o. – Ele tem cheirinho de frutas... Que legal – Disse para Saphyre.

– Mesmo? Que fofo! Ou Fofa... Será que ele é macho ou fêmea? – Questionou Saphyre.

– Eu não sei... Eu não tenho ideia das diferenças. Mas... E agora? O que vamos fazer? Ele não pode ficar sozinho aqui... – Taiga preocupou-se, ao olhar para o pequeno Jipinku. Ele tinha um olhar tão doce. Se encolhia de frio talvez ou medo. Saphyre acariciou o bicho com a sua fuça, deixando-o confortável.

– Jiiiiiiin! – Fez o Jipinku, com voz muito fina.

– Que fofinho! – Disse Saphyre, fazendo carinho na barriga da criatura com seu focinho.

– Pinkuuuuuuuuu!!! – Mais uma vez a criatura reagiu, arrancando risadas das duas.

– Ele é muito fofo mesmo! O que será que ele come? Vamos alimentá-lo. – Saphyre procurava algo para o Jipinku comer.

– Será que ele come flor de algodão? – Perguntou Taiga, revirando a cesta com a Saphyre.

– Eu não sei... Sinceramente. – Saphyre insistia na procura naquela cesta que elas dividiram.

– Pode ser que ele coma isso aqui... Algodão doce – Taiga pegou o alimento e forneceu para o pequeno Jipinku.

– Pinku, Pinku, Pinku!!! – Manifestou o Jipinku, pegando o algodão doce com a sua enorme língua e engoliu sem mastigar. – Pinku! – Repetiu, ao desenrolar sua língua azul.

– É... Ele come muito rápido. – Saphyre analisava o comportamento dele.

– E coloca rápido nisso. Agora temos que ver se ele pode morar com a gente. Que tal? A gente pode fazer uma casinha pra ele ficar! – Taiga disse um pouco preocupada com o futuro do Jipinku.

– Sim. Não podemos deixar ele aqui sozinho. Coitado, ele é muito indefeso... Ai! – Disse Saphyre, enquanto o Jipinku passava a língua no focinho dela.

– Pinku! Pinku! – Fazia carinho em Saphyre, parecendo gostar muito.

– Eu não largaria ele nunca depois disso! Ele é tão... Perfeito! – Saphyre derretia-se, enquanto o pequeno bicho passava sua patinha no pescoço da dalafa.

– Ele gostou da gente. Vamos leva-lo para casa. Aí faremos uma caminha pra ele, que tal? – Taiga pegava o pequeno Jipinku e colocou na cesta.

– Sim! Podemos fazer uma cama de algodão pra ele! Acho que vai gostar! – Saphyre extasiou-se, e juntas foram para a sede para cuidar do pequeno Jipinku.

[...]

Nevra e Saphyre caminhavam de mãos dadas para voltar ao castelo, a sede de Eldarya. Ambos se sentiam nas nuvens vivendo um repentino romance. Caminhavam-se sob as quedas das pétalas de rosas, e contra a suave brisa, que acariciavam os, deixando os cabelos tomarem vida própria. Fitavam-se em silêncio, sob conversas por meio do olhar... A intimidade entre as almas, um beijo profundo... Olhares da entrega, do convencimento de que estão permitindo este amor tão recente e frágil crescer entre seus corações.

– Sabe... Nunca me senti tão liberta antes... – Disse Saphyre, olhando para onde pisava seus pés. Depois fitou Nevra, com seus cabelos quase cobrindo e atrapalhando a visão.

– E eu... Nunca senti um amor como este antes... É algo que me deixa... Um pouco desconcertado. – Respondeu Nevra, parando a caminhada e puxando Saphyre consigo. Tirou as madeixas que estavam cobrindo o rosto dela, delicadamente.

– Parece estranho dizer mas... Você me faz sentir muito especial...É algo que preenche o vazio pelo que eu vivia... Nunca imaginei que eu poderia encontrar alguém que fosse assim como você... – Saphyre sorriu, reconhecendo todas as qualidades que pode encontrar de Nevra em um dia. Era uma aventura, na qual ela nunca arriscaria... Se entregar a tudo aquilo.

– Você já teve outros relacionamentos? - Nevra perguntou, curioso.

– Eu tinha... Um rapaz que eu gostava muito... Mas não sei ao certo o que meu pai fez para ele. Você sabe, meu pai queria que eu me casasse com um rapaz muito rico... Despedaçaram meu peito quando eu vi que ele estava a partir... Naquele mesmo instante eu prometi a mim mesma que eu não podia mais deixar tudo que eu tenho de valioso escapar... A minha vida. – Ela respondeu, séria e tensa ao mesmo tempo. – E você? – Perguntou.

– Pra ser sincero eu tive vários relacionamentos... Mas eu não conseguia ir à diante, sabe? Eu não sei o que acontecia comigo... Acho que eu era um rapaz muito babaca mesmo... – Envergonhava de seu próprio passado. Saphyre ficava um pouco pensativa... Talvez fosse um erro...

Mas algo nele ela valorizava: a sua honestidade... Nada melhor que a honestidade de um homem.

– Erramos muito quando somos mais jovens... Eu realmente lhe entendo... Também magoei muitas pessoas... E também fui magoada. É algo que nos faz aprender muito, não é? – Saphyre confortava-o, fazendo sorrir.

– Pensamos que é fácil... Mas aí erramos para se dar conta do quão difícil é... – Disse ao acariciar aquele rosto.

– Pois é... E então, vamos lá levar logo o Cristal? – Saphyre apressava-o.

– Se você me dar um beijo – Respondeu, agarrando-a delicadamente.

– Tudo bem... – Saphyre depositou um beijo suave nos lábios dele, e saiu correndo. – Pronto, agora quem chegar primeiro ganha! – Exclamou, a fim de brincadeiras.

– E eu não vou ficar satisfeito só com isso não, volta aqui! – Correu atrás dela, agarrando-a por trás pela cintura.

– Você é rápido demais! – Saphyre respirou ofegante, entre risos.

– É a minha pressa de ter seus lábios novamente. – Nevra pegou a cabeça de Saphyre com as duas mãos e inclinou-se para o mesmo beijo que havia dado poucos minutos atrás, porém um pouco mais rápido.

– Agora vamos. E sem gracinhas. – Pegou nas mãos dele e passaram pelo portão juntos.

Miiko, Kero e Leiftan estavam no Hall do Grande Cristal conversando, quando foram interrompidos pela notável presença do novo casal, animados.

– Miiko!! Temos boas notícias! – Saphyre exclamou muito ansiosa e feliz.

– Saphyre conseguiu... Isto hoje. – Nevra tirou o fragmento do Grande Cristal de onde guardou, e mostrou para Miiko, deixando todos surpresos.

– Não acredito. – Miiko disse e ficou boquiaberta.

– Uau... Que grande trabalho. – Leiftan admirou o primeiro trabalho da jovem.

– E como você conseguiu? – Kero questionou curioso.

– Saphyre teve uma visão... E fomos ao lugar que ela previu... E encontramos. – Respondeu Nevra.

– Saphyre teve uma visão? – Miiko questionou muito surpresa.

– Sim! Fiquei um pouco tonta e... Previ o lugar que o Cristal estava. – Explicou Saphyre. Miiko, Leiftan e Kero entreolharam-se, surpresos e satisfeitos ao mesmo tempo. Era a fonte de resolver os problemas.

– Se continuar assim, Eldarya estará completa. – Disse Kero, incrédulo.

– Vamos levar este cristal... – Todos ficaram à frente do GC, Miiko tentava pegar o Cristal, mas foi impedido pela Saphyre.

– Deixe que eu mesma levo. – Miiko concordou, e Saphyre pega o Cristal das mãos de Nevra, e aproximava-se aos poucos, subindo os degraus...

Feixes de Luz saiam do núcleo com a alma de Oracle. Saphyre relembrava seu rosto... Era o mesmo que havia visto antes de ter caído neste mundo.

– É ela... A mulher que eu vi antes de eu ter caído aqui... – Saphyre ficava surpresa. – Ela estava com olhar tão triste... Ela me olhava como se precisasse de ajuda... – Saphyre não mudava sua expressão... Estava em choque.

Oracle olhou para Saphyre surpresa. Tremia de nervosismo... As lembranças que rodavam em sua mente era um choro de criança... Sentia a dor ao ter que deixa-lo para poder partir... Derrubava lágrimas pela dor que sentia em seu peito. Pela perca de oportunidades de ter sido feliz com uma vida normal. Saphyre entregava o Cristal nas mãos de Oracle, que aproveitou para pegar em sua mão, deixando todos surpresos por aquele gesto.

Você apareceu... Meu pequeno anjinho... Fico tão feliz em poder te ver novamente. Eu queria estar com vocês, mas fiz uma escolha que não tem volta... Queria juntar forças, mas eu estou fazendo o que eu posso. – Pensou Oracle, ao olhar nos olhos de Saphyre, emocionada. Ela pega o Cristal e volta de onde saiu, deixando a jovem. Ela acenava enquanto seu corpo entrava no núcleo, e tudo volta ao normal.

– Mas o que foi aquilo? – Miiko questionou.

– Ela parecia estar muito triste, e com saudades talvez... – Comentou Leiftan.

Saphyre ficava imóvel, tentando entender o que se passava. Olhava para a enorme rocha azul, muito pensativa. Nevra preocupou-se e foi até ela.

– Você está bem? – Nevra colocou a mão em seu ombro.

– Sim... Eu só fiquei sentida com a Oracle... Ela deve ter sofrido muito. O altruísmo a destruiu... Eu penso que vida ela poderia ter agora se não tivesse tomado esta decisão. Havia outras alternativas, eu acredito nisso. Eu fico muito admirada pela coragem que ela teve. Mas eu não vejo ela feliz. – Saphyre aproximou-se do Cristal e deslizou suas mãos, como se tivesse tocando em Oracle.

– Ela foi... Uma grande heroína. – Miiko aproximava de Saphyre, que a via pelo reflexo do Grande Cristal.

­– E parece que você está fazendo o legado dela. Sabe o que esta peça de Cristal significa? Que os nossos poderes em breve podem ser reativados. – Completou Kero.

– Não precisava ser... Mas é admirável... – Disse Saphyre cabisbaixa. – Ela tinha o direito de viver por amor a si próprio, nem tinha a obrigação de se sacrificar pelos outros e nem esperar que os outros se sacrificassem por ela. – Completou, sendo um pouco mais racional. Miiko ficou pensativa com o ponto de vista dela, por fim concordando.

– Eu concordo... Mas se ela não tivesse tomado esta decisão, Eldarya estaria sem vida... – Disse Nevra, colocando a mão no Grande Cristal.

– Bom... Eu vou... Tomar um ar... – Saphyre saiu, sentindo-se um pouco sufocada com a cena que presenciou. Sentia a dor que Oracle sentia apenas pelo olhar sofrido que era evidenciado. Nevra ia atrás de Saphyre, deixando Leiftan um pouco triste pois também queria passar um tempo com a jovem.

[...]

Ela percorria ao caminho do Jardim, e avistou uma criança chorando. Curiosa, ela aproximou-se. Ele tinha orelhas pontudas e dois pequenos chifres curvados, baixinho e aparentava ter menos de 10 anos.

– Queria meu bichinho! Onde foi, bichinho? – Disse, sentado na grama, muito desapontado.

– Posso te ajudar? – Perguntou Saphyre, preocupada.

– Eu perdi meu bichinho... – Respondeu cabisbaixo. Fitou para ver quem era e ficou surpreso por nunca tê-la visto antes.

– Que bicho? – Questionou.

– Crylasm, moça... Qual é o seu nome? Nunca te vi aqui. Você parece ter vindo recentemente, não é? – Respondeu o garotinho.

– Sim... Meu nome é Saphyre. Sou uma Eldaryana como você. Prazer. – Sorriu simpática, enquanto fazia cafuné nos cabelos loiros do menino.

– Meu nome é Mery. Prazer, moça bonita. – Saphyre estendeu a mão para que o menino levanta-se, enquanto Nevra se aproximava dos dois.

– Mery, você por aqui. Que cara é essa? – Curvou-se à baixa altura dele, e apertou as bochechas do menino de maneira simpática.

– Perdi meu Crylasm. – Cruzou os braços e fez bico, muito triste.

– Nós vamos encontra-lo, ok? Ele não deve ter ido muito longe. – Disse Saphyre, que olhava para os lados.

– Não se preocupe. Vamos resgatá-lo pra você. Se lembra de quando você perdeu ele? – Perguntou Nevra, afagando o menino.

– Eu estava aqui neste jardim... Aí eu perdi meu bichinho... – Disse com voz embargada de choro.

– Calma. Vamos encontra-lo, tudo bem? – Saphyre pegou na mão de Mery e saíram em volta do jardim com Nevra, olhando atentamente para os lados.

[...]

– Eu fico cada vez mais crente... De que o Ezarel no fundo tem razão. – Disse Miiko para Kero e Leiftan.

– Do quê? – Questionou Kero.

– A Oracle ser a mãe de Saphyre. Dava pra notar um pouco do olhar dela... Ela deve ter se lembrado de algo, que no caso o sofrimento de tê-la abandonado na terra dos humanos. – Miiko disse após tomar uma xicara de chá. Leiftan sentou na cadeira, pensativo. Olhou para Kero, concordando com que a sua namorada havia dito.

– E acho que sim... – Disse o Elfo.

– E isso me preocupa, Oracle é registrada como a Eldaryana mais poderosa que nesta terra já teve... Ela não conseguiu se suportar com tanto poder que ela tinha... – Disse Miiko, apreensiva.

– Diz a história que Oracle poderia surtar e se transformar-se em Cristal puro, se ultrapassasse os limites de Cristal Eldaryano no sangue. – Completou Kero.

– E... O que isso tem relacionado? – Questionou Leiftan

– Saphyre pode ter o mesmo destino, e pelo avanço... Ou seja... Como o Ezarel explicou mais cedo, é raro as chances de sua escala aumentar... Mas foi o que aconteceu exatamente com Oracle... A Saphyre pode virar pedra pura. – Miiko concluiu, deixando Leiftan nervoso que arregalava os seus olhos.


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Notas finais do capítulo

Espero que gostem do primeiro beijo.



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