O Cristal e o Diamante escrita por AlessaVerona


Capítulo 23
O efeito colateral




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Os cavalheiros de Darkmond passam a aparecer na parte Leste da Floresta, onde estão Saphyre, Leiftan, Kayron e Ajaléa. Kayron percebe a presença e se esconde atrás de uma das árvores, para chamar apoio do restante.

– Miiko, os cavalheiros de Darkmond estão aqui. Venham! – Disse com seu comunicador.

– Positivo. Eu vou chamar os outros também. – Disse Miiko. – Gente, vamos teletransportar para parte Leste. – Informou.

– Demorou. Não senti cheiro de carne podre pra eu despedaçar. Vamos. – Disse Valkyon, agressivo e muito sério. Miiko informa aos outros dois grupos, e os líderes das mesmas formam portais para se teletransportarem até o local.

Darkmond chega até a região na qual eles estavam, e tenta algum jeito de roubar o colar de Saphyre. Era seu outro objetivo, e então pensava em uma maneira para poder capturar.

– Leiftan. – Sussurou Kayron, ao perceber eles por perto.

– Alguma informação? – Leiftan perguntava.

– Os cavalheiros estão aí. Se esconda, até chegar o apoio. – Respondeu. Saphyre descia do colo de Leiftan, pretendendo participar do combate.

– Acho melhor você ficar escondida. – Disse Leiftan para Saphyre, paciente.

– Não posso. Não posso largar vocês nessa. – Ela enfrentou-o.

– Xiu! Vamos dar o bote. – Kayron sussurrava.

– Para quê esconder-se? Isto tudo é por conta da minha presença? – Disse Darkmond, flutuando no ar.

– Você não muda mesmo, né? – Disse Miiko, furiosa. Ela estava totalmente aparente naquele ambiente.

– Me botaram em um ambiente em que eu posso crescer. Não posso fazer mais nada, se me condenaram a ficar preso nas ruínas... Eu amo aquele lugar. Foi um belo presente, diga-se de passagem. – Disse, sua voz chegava a fazer ecos.

– Prazer em lhe conhecer. – Disse Saphyre, aparecendo junto de Miiko. Ela mancava, mas não perdia a sua compostura. – Fiquei sabendo que estava a minha procura... – Leiftan ficava abismado com a tamanha coragem que Saphyre tinha em enfrentar Darkmond.

– Essa Saphyre, hein? Essa se faz de donzela, mas é dura na queda! – Valkyon dizia para Taiga.

– Chega a me dar medo. – Respondeu ao pé do ouvido dele.

– Mas que moça bela... Essa fisionomia não é... Estranha. Pena que eu não tenho mais tempo. – Disse Darkmond, flutuando mais alto e soltando fumaça preta que escurecia a floresta. Todos olhavam para cima, tensos. – Converse com meus cavalheiros, talvez eles gostem de você. Tanto quanto eu. – Continuou, em tom irônico. Ele movia os cavalheiros, tomando a autonomia de cada um deles. Cada um contra ataca da maneira que pode. Miiko tenta proteger todos com o seu cajado com uma gaiola, que afastava os cavalheiros.

– Miiko, Eldarya já teve líderes melhores! – Exclamou, jogando mais o seu poder.

– Como que ele conseguiu ter todos esses poderes? – Saphyre questionou.

– Quanto mais Diamantes perto dele, melhor! – Zark respondeu, tentando se defender.

Um dos cavalheiros pega o colar de Saphyre que ainda permanecia no pescoço dela. Mas leva uma carga muito forte.

– Me solta. – Saphyre tentava empurrar, mas o colar ainda lhe protegia. Leiftan passa a ter um contato telepático.

– Saphyre, use seus poderes, eu vou lhe ajudar. – Leiftan se esforçava para transmitir a mensagem, mas tentava chegar perto dela no meio da batalha. Ela passava a se esforçar, onde formava uma esfera grande azul em torno dela.

– Ai! – Gemia, por não ter tido muito costume de usá-los. Os seus poderes eram tão fortes que ela não conseguiria aguentar por muito tempo. Leiftan aproximava-se dela, para ajudá-la.

– Confie em mim, eu vou ajudar a sua mente. – Disse, usando seus poderes telepáticos para concentrá-la e também ampliar seus poderes. Saphyre criava almas azuis iluminados em formatos de cavalheiros, idênticos aos de Darkmond.

– Droga! – Disse um deles, enquanto focava no colar de Saphyre para haver um jeito de desprotegê-la. Reyd acorda e é orientado pelo mestre.

– Seu infeliz! Por que não pegou o colar dela? – Darkmond se irritava.

– Não dá. Ele tem uma energia que protege... Ninguém consegue! – Ele observava o cavalheiro desgrudar do colar de Saphyre, caindo inconsciente pela carga que sofreu.

– RAIOS!!! – Darkmond furiava e seus poderes ampliavam no máximo. Valkyon e Taiga tentam soltar as suas energias através dos machados.

– Se todos nós juntarmos com nossos poderes, quem sabe a gente para este infeliz. Odeio essa luta suja de poderes. Gosto de sangue e porrada! – Exclamou muito furioso. Reyd tenta jogar seus explosivos que soltam fumaças tóxicas.

– Tomem uma fumacinha gostosa, seus cretinos! – Disse Reyd, ao lançar.

– Eu não sei se consigo suportar. – Disse Saphyre com olhos fechados. Ela recuava e caia, porém Leiftan a agarrou por trás.

– Vai sim. – Disse ele, ainda concentrado.

– Chefinho, você tá fraco, hein? – Reyd zombava de Darkmond.

– Cala a boca. – Disse ele, irritado. Ele pega um dos diamantes e coloca no seu peito, ampliando mais ainda seus poderes.

Saphyre não conseguia suportar, e seus poderes diminuíam. Darkmond amplia seu campo de energia e faz com que todos saíssem voando para cada canto, e a enorme escuridão chegava ao raio de 1km daquele lugar.

Ele flutuava mais ainda, vitorioso ao olhar o resultado do estrago. Algumas árvores perderam suas flores e folhas, e todo o campo afetado passou a ficar sem vida.

– Quem era mesmo o poderoso? Agora vamos, deixemos estes derrotados. – Disse, ao criar um portal para partir. Aos poucos o ambiente deixava de ser escuro.

Todos ficavam tontos ao tentarem se levantar. Leiftan e Saphyre foram jogados contra um tronco de árvore. Ele ainda a segurava de um modo muito protetor. Ele estava consciente e muito bem, enquanto Saphyre estava desmaecida.

– Droga! Murmurou Valkyon, enquanto sentia dores.

– Droga mesmo. O que aconteceu? – Taiga acordava de um rápido desmaio.

O silêncio era a descrição da derrota. Aos poucos um a um se levantavam, e se juntavam ao centro onde estava Miiko.

– Perdemos! – Grunhiu Valkyon.

– Isso foi um fracasso! – Nevra se irritou. Saphyre era ajudada mais uma vez por Leiftan, e ele o encara.

– Todos nós fracassamos. Relaxa. – Disse Zark.

– Tudo culpa sua, Saphyre! – Nevra apontava o dedo pra ela.

– Culpa minha por quê? – Ela não entendia nada.

– Você se paga de valente, mas não se garante no final! – Exclamou. Cada palavra que ele dizia feria totalmente seu coração. Ela queria tentar separar os dois lados da situação, mas não conseguia.

– Ninguém tem culpa de nada aqui! – Disse Leiftan de um modo frio.

– Todo mundo está de cabeça quente. Vamos... – Disse Miiko, fazendo um portal com o seu cajado em rumo ao castelo.

Saphyre se sentia muito mal com o clima pesado que estava a ficar, mas era irreversível. Nevra foi atingido pela poção de humor. Aos poucos aquilo se tornava pior. Todos caminhavam para o Hall do Cristal, muito exautos e pouco feridos.

– Falhamos, mas fomos muito bem, ninguém aqui tem culpa de nada. – Miiko disse cabisbaixa.

– Todos vocês tiveram culpa sim! Vocês foram incompetentes. Eu não suporto ver tanta incompetência assim! – Nevra reclamava, deixando todos surpresos. – Estou de saco cheio. Não fizemos nada mais de produtivo nesses meses, e estamos caindo em prejuízo! Mas que droga é essa? – Ele completou, exaltando-se. Saphyre se soltava de Leiftan para interferir.

– Calma, amor... – Disse ela, de forma branda.

– Amor o caramba, fica aí com o loirinho te agarrando! Era pra você estar comigo, mas você foi com ele, não é mesmo? Você ainda aceitou, e eu queria que você estivesse comigo. Então fica aí no seu lugar! – Nevra se irritava mais ainda, conforme a reação da poção. Saphyre ficava incrédula.

– Eu apenas aceitei a condição dele, quem sou eu pra discordar. Lembra que devemos ficar unidos? – Saphyre passava a perceber do que era seu pressentimento. Estava em choque por passar por aquilo. Havia passado uma bela noite com ele para ter no dia seguinte um vexame daqueles.

– Eu não admito que você fale com a Saphyre assim. – Disse Leiftan irritado e sem paciência, apontando o dedo na cara dele.

– Eu não admito você que pegue a minha namorada pra você. Você agarra ela sem dó assim? Você aproveita da situação de fraqueza pra atacar, seu pilantra! – Leiftan hesitava em atacá-lo. Valkyon interferia abrindo seus braços para separar.

– Ela se feriu, e o Leiftan o ajudou. Qualquer um faria isso por ela. Você está doente. – Valkyon pela primeira vez tentava interferir uma briga, por talvez entender e ser o melhor amigo dos dois. – Tá voltando as suas velhas raízes, Nevra? – Disse ele.

– Ele era assim? Eu não sabia. – Saphyre questionava, chocada com a atitude de seu namorado.

– Eu não suporto isso tudo, só isso. – Nevra saiu em disparada, revoltado.

– Nevra, espera! – Saphyre tentava correr, mas ainda mancava. Leiftan a puxava.

– Deixa ele, Saphyre. Depois eu me entendo com ele. Pode ser até pior.

– Mas quero falar com ele. Odeio brigar! – Insistia, mas Valkyon reforçava a ideia de Leiftan.

– Pode ser até pior. Ele está de cabeça quente. – Valkyon disse para Saphyre.

– Olha quem diz, né.. O maior cabeça quente de todos! - Disse Taiga, provocando-o.

– Tudo bem... Eu não gosto disso, me sinto muito mal. – Respondeu, sentindo mal estar.

– Ninguém vai se estressar mais agora! – Ordenou Miiko. – É chato uma derrota, mas temos que sair de cabeça erguida. – Completou. Saphyre se lembrava do diamante que pegou na floresta.

– Eu consegui um prêmio de consolo, gente. – Disse ela, tirando a peça do diamante. – Aqui. – Disse, com a pedra em mãos.

– Como você conseguiu? – Questionou Leiftan.

– Era por isso que eu estava correndo. Eu encontrei esta peça do diamante. Agora precisamos guardar em um lugar seguro. – Disse, para a surpresa de todos.

– Como eles conseguem ser tão... Burros nesse ponto? Pessoal, é a peça do diamante mesmo. – Disse Zark, pegando a peça.

– Não estou acreditando. – Disse Miiko.

– Agora uma pergunta que não quer calar. Como Darkmond consegue ter seus poderes? – Ikhar questionou, quase invisível naquele grupo.

– Talvez quando ele encontra uma peça do diamante, ele fica mais fortalecido. – Ezarel disse irônico para a colega.

– Sim. Esta é a única alternativa para esta pergunta. Muitos livros sobre Darkmond foram furtados, na época de Oracle. Mas se for parar para pensar, ele apareceu justamente quando mais diamantes foram encontrados. – Disse Kero, raciocinando com a base dos fatos.

– Esta é a peça que ele vai procurar um dia... E eu não vou deixar! – Exclamou Valkyon.

– Quero mais que este pesadelo acabe de vez! – Disse Saphyre.

– Vai demorar. Dizem que Darkmond é imortal. – Disse Leiftan, não tendo muita certeza.

– Há algum jeito de quebrar estes diamantes? Sei que Diamante é a peça mais bruta, mas deve haver algum jeito, não? – Questionou a loura.

– Isso é o que eu tenho que ver. – Disse Ezarel. – Posso estudar este diamante para saber quais são os seus efeitos, e quais os pontos fracos. Mas eu logo adianto que o estudo é longo, muito longo. – Completou.

– Então façamos isso. – Disse Miiko. – Você a partir de agora vai apenas se encarregar disso. Deixa o resto da sua equipe se encarregar de outras coisas importantes também. – Completou, aproximando-se de Ezarel.

– Tudo bem. – Respondeu. Zark entrega a peça para ele.

– Agora, não temos mais nada o que fazer de importante. Darkmond deve estar lá comemorando a sua vitória. Mas permaneçam fazendo as tarefas de vocês, eu vou ver com os meus guardas se algum ponto foi atacado. – Disse Miiko, saindo do Hall com Kero. Leiftan não queria prosseguir. Sentia muita preocupação com Saphyre.

– Eu preciso conversar com Nevra antes, Miiko. – Disse, fazendo ela e Kero virarem para trás.

– Tudo bem. Só acho que não é uma boa hora ainda. – Disse Miiko.

– Esqueça, Leiftan. Deixa que eu cuido disso mais tarde. – Disse Saphyre, aproximando-se dele. Era insuportável ver o olhar triste. Logo pensava o quanto Nevra era um babaca por tratá-la tão mal.

– Eu posso falar com este cabeça dura, e explico que não...- Leiftan contrariava.

– Pode deixar. Muito obrigada por tudo. Deixe-me cuidar destas coisas só. Eu vou ficar bem. – Disse interrompendo-o, tentando convencê-lo. Leiftan ficava inexpressível. – Pode ir com eles, é sério. – Continuou. Ela forçou um sorriso por mais que a situação não estivesse das melhores.

– Tudo bem. – Disse após respirar fundo. – Mas ainda eu tenho que me acertar com ele. Até mais. – Despediu-se.

Saphyre ficava cabisbaixa, pensando em como ter coragem de abordar Nevra. Ela nunca havia visto ele naquele estado. Ela se sentia em um território desconhecido. Tudo estava tão bem, ambos se conheciam perfeitamente. Mas era em vão.

– Saphyre, não ligue pro Nevra não. Deixe-o esfriar a cabeça, depois ele fala contigo. – Disse Valkyon, preocupado com aquela situação.

– Eu também não estou com clima para tudo isso. Acho que vou dar uma volta por aí, sei lá. – Disse triste.

– Levante essa cabeça! Cadê aquela moça corajosa que todos viram? Você não tem culpa de nada, e o Nevra sabe disso. Tudo vai se resolver. – Respondeu, tentando animá-la.

– Eu não sei... Ás vezes eu sinto algumas coisas ruins... Como se eu fosse abandonada aos poucos. Isto não é nada bom. – Desabafou, cabisbaixa.

– Todos nós sentimos, às vezes, é o normal de cada um se sentir mal, ou desconfortável. Só basta esperar. É como agora! Viemos aqui revoltados e tristes, mas olha como eu estou. Estou tranquilo. E penso que na próxima eu vou descontar toda a minha raiva neles, imagino cenas que estou torturando-os e cortando as cabeças! Só não fico pior pois ele não fez nada de ruim para os Eldaryanos. – Valkyon fazia o seu papel de pai naquele momento. Saphyre levantou a cabeça e sorriu pra ele. Logo perceberam que estavam sozinhos naquele Hall.

– É como que pude imaginar que um cara tão bruto desses tivesse tanta sabedoria. Obrigada, Valkyon. – Saphyre agradeceu.

– De nada. – Disse, e foi até a porta do Hall. No fundo ele se lembrava de como Nevra era. Exatamente como ele agiu nos últimos momentos. – Logo agora que você foi mudar para o que era antes, cara! – Murmurou pra si mesmo.

[...]

Enquanto isso, nas ruínas, eram suspiros de alívio e comemoração estampada no semblante de Darkmond. Mas ainda era pouco. Queria acabar com Eldarya rapidamente, mas ainda estava rendido ao desafio de procurar mais peças do Grande Diamante.

­– Aprenda, Reyd. Não subestime a mim. Eu me torno poderoso a cada peça de diamante que eu encontro. – Disse, sentando-se tranquilamente no seu trono.

– É, chefinho. – Disse, porém havia esquecido algo.

– Temos quantos diamantes em mãos? –

– Ih, chefinho... Esqueci! Eu me esqueci de pegar o diamante que eu fiz de isca! – Reyd se estressava.

– Como? – Darmond se irritava, levantando-se rapidamente. – Como assim você esquece? Hein? – Questionava.

– Eu devo ter deixado cair na floresta, eu não sei. – Dizia enquanto procurava no seu corpo.

– Então vá achar! Não podemos perder uma peça sequer. É com estas peças que iremos encontrar a parte principal! Corra! – Ordenou. Ele estava Cada vez mais transtornado. Aquele diamante perdido valheria muita coisa. – Não sei como fui confiar em você ao lhe dar aquela pedra! – Continuou, mais estressado.

[...]

A noite chegava até Eldarya. Saphyre achava o tempo suficiente para poder conversar com Nevra. Ainda estava agonizada com tudo que havia acontecido. Não suportava em lembrar-se da discussão. Ela procurava-o após um longo banho frio que havia tomado.

Ela não admitia que o namoro poderia ir ao fim por causa do estresse e da grosseria. Não podia imaginar ele sendo tão duro daquele jeito. Ela sempre via Nevra como o homem ideal. O verdeiro homem utópico, que todas as mulheres deveriam ter. Saphyre bateu na porta do quarto dele.

– Nevra! – Chamou. – Você está... – Disse, mas interrompida por ele que abriu a porta.

– O que você quer? – Saphyre percebia o tom grosseiro dele.

– Eu queria conversar com você, mas está difícil, né? – Ela dizia muito triste.

– Entre. – Nevra convidou-a, com um olhar muito sério, totalmente frio. Não era o olhar doce e romântico que ela tanto gostava. Saphyre entrava com muito medo. Logo no cenário que onde foi amada pela primeira vez. Não queria que aquele cenário fosse de uma briga.

– Você está melhor? Olha, me desculpa por tudo. Leiftan apenas me... – Saphyre tentava explicar.

– Você é minha. Eu não admito que qualquer homem fica grudando em você! – Dizia em tom agressivo. Saphyre se surpreendia com o ciúme.

– Você está pirando, amor. Cadê o discurso lindo que você disse antes? Não vá me dizer que você fez tudo àquilo pra me entregar a você nessa cama ontem. – Saphyre apontava para a cama, com semblante muito aflito.

– Não preciso ser gentil com ninguém não pra conseguir mulher. Eu consigo quantas eu quiser! – Saphyre não entendia, mas se ofendia muito com aquele papo.

– Pelo amor de deus, Nevra. Não me engane! Faça tudo o que quiser comigo, mas não fira meus sentimentos assim. – Saphyre derrubava lágrimas. Sentia-se qualquer uma. Não aguentava o clima e preferiu sair. Mas Nevra a impediu.

– Você não vai a lugar nenhum! – Nevra agarrou-a com força, diferente da forma que ele a pegava. Saphyre sentia naquele toque o verdadeiro Nevra... O homem que ela não queria ter conhecido.

– Que isso? – Disse Saphyre, enquanto Nevra tentava a despir.

– Você vai ver o que é o homem de verdade! Você não vai esquecer. – Saphyre arregalava os olhos, cada vez mais surpresa.

– Como é? Vai usar meu corpo como se fosse um objeto qualquer? E os meus sentimentos? E os seus? Tudo que eu senti era falso? – Se revoltava.

– Tola! – Disse ele, que jogava Saphyre na cama. Ele subia na mesma para ficar em cima dela. Ela não conseguia olhar nos olhos dele. Ela tremia de medo e nervosismo ao mesmo tempo.

– Sai de cima de mim! – Saphyre tentava empurrá-lo. – Você está dopado, só pode... Sai! – Completou, ampliando seu desespero. Alguém ouvia os gritos.

– Você vai ver o que é sexo de verdade! – Disse Nevra com luxúria. A poção funcionava perfeitamente.

– Solta ela agora! – Disse Taiga, empurrando Nevra. – Você é louco? – Gritou, revoltada. Saphyre se levantava da cama e saiu correndo do quarto dele, desesperada.

– Saia daqui! Mal comida! – Nevra empurrava Taiga.

– Você enlouqueceu, é? Pelo amor, tá parecendo o Reyd! – Taiga se irritava. – Melhor você ficar pianinho se não eu corto o teu macho! – Ameaçou com olhar maligno antes de sair.

Saphyre se trancava em seu quarto, tentando transcrever o que acontecia para a realidade.

– Não pode ser... Eu sabia que algo ruim ia acontecer! – Dizia pra si mesmo, aos prantos.

– Saphyre. Está tudo bem?- Questionou Taiga, que batia na porta do quarto.

– Está sim. Deixe-me sozinha um pouco. – Disse. Taiga ficava triste por ver aquela situação e ficou cabisbaixa por um tempo.

– Puxa... – Murmurou pra si mesmo, muito pensativa. Ela retomou a sua caminhada que iria fazer, deixando Saphyre sozinha.

– Droga! – Exclamou Nevra que estava insuportável, saindo de seu quarto, a fim de encontrar seu rumo. Ele se encontrava com Leiftan.

– Nevra. – Chamou Leiftan . – Quero conversar com você. – Continuou, parando em frente a ele.

– Não quero papo! Saphyre é minha, você não vai roubá-la de mim! – Nevra empurrava Leiftan para o lado, continuando a sua caminhada. Ele estava louco e variado, não tinha noção das coisas que fazia. Leiftan surpreendeu-se. Valkyon também passava por ali, e percebia o quanto Nevra estava surtando.

– Nevra ficou maluco? O que aconteceu? – Valkyon questionou.

– Tenho medo do que ele ainda pode fazer. – Leiftan se preocupava.

– Tentou fazer. - Disse Taiga, entendendo a conversa dos meninos.

– O que ele tentou fazer? – Questionou Valkyon.

– Jogou a Saphyre na cama e disse que faria mostraria como se faz... De verdade. Sorte que eu... – Contou Taiga.

– Filho da mãe! – Resmungava Leiftan. Cerrou os punhos.

– Eu só acho que... Nevra é uma farsa! – Disse Valkyon.

– Não acha estranho, Valkyon? ele voltar aqui todo surtado não? Você não acha que ele foi atingido por alguma coisa, algo do tipo. – Disse Taiga, pensativa.

– O velho Nevra, Taiga. Ele era esquentado e arrogante. Lembra? Agora... Ai meu deus do céu. Isso é péssimo para nós todos. – Valkyon resmungou.

– Agora que aguentemos isso. – Disse Leiftan, suspirando de raiva.


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