O Cristal e o Diamante escrita por AlessaVerona


Capítulo 18
Análises do amigo Valkyon Parte II




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– Bom dia, Nevra. – Disse Leiftan, com muito desdém. – Enfim... É que eu trouxe seu café da manhã, Saphyre. Mas acho que eu vim na péssima hora...- Completou, ainda encarando Nevra.

– Ainda bem que sabe que veio na péssima hora mesmo... – Nevra provocava. Leiftan franziu o cenho. Entregou a bandeja para Saphyre, deixando-a sem graça.

– Não precisava. Eu iria buscar. Muito obrigada, Leiftan. – Disse timidamente, cabisbaixa. Ele saiu em silencio, em passos largos. Saphyre percebia que ele não gostava da presença de Nevra, apesar de estar gostando mais do moreno, sentia dor no peito ao ver Leiftan daquele jeito.

– Abusadinho demais esse cara. Ele vê que não tem chance alguma e ele insiste em ser gentil com você, Saphyre? – Nevra disse, em tom irritadiço.

– E-Ele foi apenas gentil. Todos foram gentis comigo ontem. Até aquele tarado do Ezarel foi gentil comigo, não foi ele que me socorreu e fez aquela poção de fumaça pra eu inalar? – Disse Saphyre, tentando acalmá-lo. Ela deixava a bandeja em cima da cômoda e ia de encontro a ele.

– Eles querem tirar casquinha de você, Saphyre. Eles não aguentam uma presença feminina tão notável como a sua. – Respondeu Nevra, querendo protegê-la.

– Então você queria tirar proveito de mim? – Questionou Saphyre, com sorriso de canto.

– Faço por que eu te amo. Eu sinto isso, foi algo instantâneo quanto uma flechada de cupido no peito. Penso em você todas as noites antes de dormir, e não fico quieto quando algo acontece com você. Se isso não for amor, eu vou chamá-lo de amor. – Respondeu Nevra, dessa vez mais paciente. Saphyre sorria sem graça.

– Acho que ganhei na loteria por ter alguém assim como você, sabia? Você merece realmente ser correspondido. – Saphyre respondeu, sorrindo muito para ele. Nunca havia conhecido homens gentis na vida, a não ser o seu antigo amor da adolescencia que havia desaparecido. Nevra agarrava a cintura da loura, derretido com as palavras dela.

– Então me corresponda. Dê aquele beijo que eu gosto, vai. – Fez o apelo, aproximando seus lábios dela. Saphyre agarra o pescoço dele para um longo beijo, o primeiro beijo que partia da iniciativa dela, embora que ele tenha pedido. Saphyre se afastava para falar algo, mas Nevra a puxava para ficar mais 5 segundos naqueles beijos intermináveis.

– Você não vai correr com o seu dia? Acho que a sua equipe precisa de você. – Disse Saphyre, preocupada.

– Está me expulsando daqui, é? – Brincou, puxando o nariz de Saphyre que dava leves risos. –Tem razão, eu preciso fazer uma investigação. Eu não vou ficar quieto enquanto eu não achar o Reyd. Este cara é maluco, é muito perigoso. Principalmente pra você que é algo novo pra ele. Aposto que ele ou o Darkmond devem ter notado a sua presença aqui. – Continuou a conversa, cabisbaixo com semblante de preocupação. Saphyre olhava-o com olhos arregalados. Ela ficava em silêncio, até Nevra falar mais algo. – Descanse e tome o café. Eu vou ter que tomar um banho e me vestir. Mas você não vai se livrar de mim tão cedo, viu? Eu vou dar umas pausas para te ver. – Deu vários beijos nos lábios dela, em despedida.

– Tudo bem... Vai lá. – Deu outro beijo nele.

– E se cuide, viu? – Piscou o olho ao fechar a maçaneta na porta. Saphyre sentou-se na cama, muito pensativa.

– Acho que eu sei como pegar o Reyd. – Disse alto com olhar alheio, ao pensar em uma ideia.

[...]

Leiftan trombava com Valkyon que estava distraído, no corredor dos quartos.

– Eita... O quê foi, Leiftan? – Perguntou Valkyon, ao ver Leiftan cabisbaixo e distraído.

– Por que amar é complicado, Valkyon? Por que gostamos justamente das pessoas que não gostam da gente? – Questionou Leiftan, aborrecido.

– Calma, cara... Relaxa. Vamos num lugar tranquilo, vai. Você vai desabafar pro Valkyon aqui antes que você mate algum com esse olhar de psicopata. – Respondeu, arrastando Leiftan pelo ombro.

– Eu estou tão anormal ultimamente, minha vontade é de sumir, sabe? – Disse Leiftan. Ambos ficavam em silêncio, procurando um lugar tranquilo.

– Vamos para o jardim, vem. – Disse Valkyon, apontando para fora.

...

–Valkyon, o que eu faço? – Disse Leiftan.

–Tá perguntando pra alguém que é rejeitado sendo amado e sem ter concorrência. – Murmurou. Leiftan não entendia nada, e olhava para o olhar alheio de Valkyon.

– Fui levar o café da manhã da Saphyre... Adivinha quem estava lá. – Continuou Leiftan. Valkyon sentava em cima de um muro médio.

– Nevra, e ele estava de cueca box preta? – Questionou Valkyon.

– Você viu? – Leiftan olhou pra ele surpreso.

– A Taiga que estava zombando com você na mesa, e disse que isso provavelmente viria a calhar. Mas bem... Foi isso mesmo? – Disse Valkyon, respirando fundo.

– Foi. Saphyre de roupão, e ele de cueca. Você acha que aconteceu alguma coisa? – Leiftan ficava preocupado, e cada vez mais intrometido com a vida dos dois.

– Que nada, cara. Eu vi o Nevra indo dormir ontem. Eu que levanto durante a madrugada pra encher minha pança, não vi nenhum movimento. Vá por mim, eu acho que eles não dormiram juntos não. Até creio que isto seja muito cedo, não? E por favor... Eles vão fazer algo com ela toda machucada, cansada... Isso consome a gente, temos que estar bem fisicamente. – Disse Valkyon com tom de sábio. Leiftan balançava a cabeça positivamente, concordando.

– Tem razão... Mas ainda sim, isso me deixa nos nervos! O Nevra ainda me enfrenta, me provoca, como se ele soubesse que eu gosto dela. Acho que vou parar com essa loucura. Melhor deixar os dois em paz mesmo. – Disse Leiftan, aos lamentos. Ficava cabisbaixo, chamando a atenção de seu amigo.

– Nunca vi você doente por uma mulher... Eu começo a ficar preocupado com você, amigo. Você é jovem, Saphyre é jovem, Nevra é jovem... Tudo pode acontecer quanto somos tão novos na vida. E eu encaro a vida como uma guerra contra um exército imprevisível. A gente não sabe se sobrevive à batalha, se machucaremos grave, se perderemos uma perna ou o braço. Tudo é surpresa, às vezes pensamos o que realmente não é, falhamos, erramos demais. – Disse Valkyon, olhando para a depressão que findava Leiftan.

– Maldita Saphyre que entrou neste mundo... – Resmungou, passando a pensar que a vinda dela era um erro.

– Ninguém tem culpa de nada. Tudo foi por acaso, Leiftan. Se for pensar assim... Todos nós temos culpa por tudo que acontece. Temos apenas culpa por nossas escolhas, ás vezes as nossas consequências... Mas nem sempre. Há consequências inesperadas na vida. Nunca sabemos que um de nós pode morrer. – Alertou. Leiftan achava que Valkyon era sempre o que ordena a sua cabeça e todos os seus sentimentos.

– Você é mesmo um banho de água fria na cabeça de quem pede conselhos seus. Admiro a maneira que você vê as coisas. Quem diria que um cara tão zangado fosse acalmar alguém que é julgado como o “senhor cabeça no lugar”. – Leiftan sorriu, era a sua forma de agradecer Valkyon.

– Eu estou por fora desse triângulo amoroso formado aí. Às vezes quem vê por fora vê mais que os que estão envolvidos no círculo. É fácil você assistir uma guerra, você vê todos por cima. Mas quando você está na guerra, é maneira diferente, a sua perspectiva é diferente. Você é uma peça no tabuleiro de xadrez. – Filosofava uma atrás da outra.

– Tadinho, Taiga. Você tá ouvindo? O Leiftan ama a sua dona! – Disse a dalafa Saphyre, ouvindo a conversa.

– Sim. Eu estou falando. Eu prefiro mil vezes ele que o Nevra! – Respondeu, enquanto olhava o Jipinku caminhar em sua volta.

– Eu estou com dó dele. Deve ser ruim gostarmos de alguém que não corresponde. – Saphyre quase enchia seus olhos de lágrimas.

– Enquanto isso, o Nevra enche a minha dona! Eu não consigo ter tempinho de atenção dela! Eu exijo! Quero atenção da minha dona! – Taiga revoltou-se. Por mais que ela fosse tão dura e desapegada, gosta de ser amada.

– Que isso, Taiga. Vem cá, vem. Vamos tomar solzinho juntas com o nosso Pinkuzinho. Se quiser eu faço cafuné em você! – Saphyre se solidarizava, passando a fuça ao longo dos pelos de Taiga, que abanava o rabo.

– Você não existe, viada! O que seria de mim sem a sua presença? Vamos tomar banho de sol na floresta, e vamos caçar! O Pinkuzinho vai conosco junto na cesta. – Disse, enquanto colocava o Jipinku na sua cesta como o habitual. As duas corriam animadas para exercer as atividades de costume.

[...]

– Acho que estamos aqui enrolando. Precisamos colocar a frente de Reyd logo! – Disse Zark, aparentemente irritado.

– Eu também acho. Agora chega. Depois do ocorrido de ontem, eu não vejo mais o porquê de estarmos passivos disso tudo. Temos que agir contra. – Disse Kayron, concordando com o seu colega.

– Eu sei. Este incêndio era pra morrer um monte de gente. Ainda bem que as pessoas conseguiram sair. Mas isto agora me preocupa. Como vamos atrair ele. Eu não quero colocar Reyd e Saphyre nem no mesmo salão! – Disse Nevra, muito preocupado com a possibilidade.

– Ih... Tá com medo que o Reyd pegue a Saphyre assim e coloca em baixo do braço e sai andando? – Naoki zombava, arrancando risos dos demais. Nevra olhava-o muito indiferente.

– Tudo que tem Reyd, é um tabuleiro de xadrez perigoso. Ele pode fazer qualquer peão colocar o rei em cheque. Ele é inteligente demais e maluco ao mesmo tempo. Tudo que ele pensa com loucura, tem profundamento. – Nevra dizia revoltando. Deu um soco na mesa.

– Calma aí. Nem sempre ele está com um passo a frente de nós. Sabe o que faz o Reyd ser daquele jeito? Ele foi rejeitado, foi escurraçado pela Miiko... Ele não tem amor próprio. – Disse Naoki, analisando como se fosse ontem o dia que Reyd saiu.

– Pra mim... Reyd bom é Reyd longe daqui! Quem me dera se pudéssemos mandar pessoas assim pra bem longe! Pra Marte talvez, pra Plutão! – Nevra se irritava.

– Vamos fazer uma reunião geral com a Miiko. Não é possível todos não se reunirem a ela, gente. Precisamos ver o que Leiftan acha também. – Alertou Zark.

– Até Leiftan pensar em algo... Ele tem andado muito distraído. – Analisou Naoki.

– Não me interessa quem tá bem ou mal do lado de lá. Temos que fazer alguma coisa mesmo. – Nevra sentou-se em cima da mesa, pensativo.

[...]

Saphyre aproximava-se do Grande Cristal, a propósito de chegar mais perto de Oracle. Ela acariciava a pedra como se fosse aquela mulher.

– Você disse e sabia muito bem. Você me protegeu de tudo ontem, Oracle. – Disse Saphyre, em tom muito emotivo. – Gostaria um dia de poder te ver aqui entre a gente, sabia? Eu nunca convivi antes aqui, mas eu sinto a sua falta, de alguma maneira. – Completou, enquanto passava suas mãos na grande pedra azulada. – Desde que me deu aquele colar eu me senti muito protegida e corajosa. Acho que eu nunca conseguiria enfrentar aquele incêndio sem a sua presença antes. – Declarou, com brilho nos olhos pelas lágrimas que se formavam. Por um momento, escorria uma gota de água no Grande Cristal, pingando sonoramente no chão. Saphyre se espantava com o acontecimento. Olhou para cima se era alguma goteira, mas em vão... Aquela gota parecia ter vindo da própria pedra. Ela voltou a mirar ao Grande Cristal, onde mais gotas surgiam, deslizando conforme o contorno e dos detalhes brutos daquela pedra: era o choro de Oracle.

– Minha filha... Eu te amo minha princesa. Foi um grande presente eu poder te reencontrar. Você sempre será protegida, minha filha... – Oracle dizia chorando, por trás daquela pedra que separavam as duas. A presença dela do outro lado era imperceptível assim como sua voz. – Queria um dia poder voltar ao tempo e ter te levado comigo até aqui... Mas era tão pequena. Tinha acabado de nascer... Ai filha... Dói muito de não te ver crescer. – Desabafava e chorava mais ainda, fazendo as lágrimas escorrerem no Grande Cristal.

– Sinto que isso são lágrimas. – Disse Saphyre ao molhar a sua mão. A temperatura da água era morna. – Que estranho. – Murmurou.

– Conversando com uma pedra? – Questionou Taiga, aproximando-se de Saphyre, para a surpresa dela.

– A pedra... Tá escorrendo água. – Disse, olhando para trás para ver o semblante surpreso de Taiga.

– Escorrendo água? – Curiosa, aproximando mais no Grande Cristal.

– Sim. Como se... Oracle chorasse. Dá pra sentir a emoção dela. – Saphyre Murmurou, sentindo um aperto no peito.

– Deixa de ser maluca. Deve ser normal soltar líquido. Às vezes sai va...- Taiga disse, mas apenas viu Saphyre saindo rapidamente dali. – Que menina estranha... O que deu nela? - Se questionava.

Saphyre caminhava ofegante até seu quarto. Não aguentava aqueles sentimentos estranhos ao se aproximar no Grande Cristal.

– Que sensação estranha. Acho que vou descansar que é melhor. – Murmurou, deitando na cama. Seu coração acelerava, e ao mesmo tempo seu peito apertava cada vez mais. Ela virou-se de lado e agarrou o travesseiro.

– Saphyre! – Chamou Taiga, séria e preocupada.

– Oi. – Respondeu totalmente imóvel. Ela reconhecia a voz de Taiga.

– Você está bem? Você está tão estranha. – Questionou, enquanto dava passos até a cama dela.

– Sim. Eu estou. Eu senti um aperto no peito quando eu me aproximei... Eu agradeci a Oracle pelo presente que ela me deu ontem, e que realmente ela estava me protegendo do incêndio. Sabe... Eu me senti totalmente estranha ontem. Eu nunca arrisquei minha vida por ninguém. – Disse, enquanto se levantava. – E foi uma surpresa pra mim eu ter entrado naquele edifício e ter salvado a vida da Cindy... No calor do momento a gente não reconhece, mas... Pensando agora... Eu nunca faria algo desses. Mas quando enfrentei, é como se a Oracle estivesse dentro de mim, me protegendo de tudo. – Desabafou, colocando pra fora os sentimentos que lhe estranhavam. Taiga ficou cabisbaixa e pensativa.

– Então só pode ser verdade. – Murmurou, sobre a possibilidade de Saphyre ser filha de Oracle.

– Verdade o quê? – Questionou loura, sem entender.

– Nada não. Então deve ser verdade que ela tem a presença forte por aqui, não é mesmo? – Disfarçou ao dizer, um pouco nervosa.

– Eu sinto até o perfume dela. O perfume dela é único, entende? É indiscritível o cheiro dela quando ela aparece. – Explicou.

– Você é sensível mesmo. Até o perfume dela você reconhece. Eu nunca reconheceria. – Disse Taiga, cruzando os braços.

– Pode ser que eu seja muito sensível mesmo. – Respondeu cabisbaixa.

– Bom, eu vou lá. Tenho muitas tarefas. Passe bem. Você está com uma cara nada boa ainda. Imagino o esforço que fez ontem. Até mais. – Disse Taiga, que acenou e saiu.

– Até mais. – Respondeu, estranhando a atitude mais amigável de Taiga. – Vai entender. Essa mulher é maluca. – Dizia pra si mesmo.

– Saphyrinha... Agora não tem como escapar de mim. – Disse Ezarel que chegava em seguida.

– Ah, não... Poderia ser até o Enxu, menos você! – Exclamou um pouco apavorada.

– Sou eu sim... Quem poderia imaginar um dia que só está você e eu em um quarto, hein? – Disse Ezarel, fechando a porta do quarto de Saphyre. Ele olhava para ela de cima a baixo.

– Se você quer que eu agradeça você por ontem... – Disse Saphyre, mas foi logo interrompida.

– Não precisa agradecer não... Boneca. Eu vim aqui pra saber como está. E também para analisar o seu quadro. Não seja uma menina má. – Respondeu, com um sorriso maligno nos lábios. Ele sentou-se na cama para examiná-la.

– Quando você terminar vai sair daqui? – Perguntou, incomodada com a presença dele.

– Eu não vou te devorar, embora que esta seja a minha vontade. – Respondeu com maior naturalidade. Ela encarou-o, com nojo. – Agora, quero que você respire fundo e solte todo o ar do pulmão. – Continuou, jogando um spray incolor no ar. Ela estranhou, mas assim fez para que acabasse com aquilo logo. O ar ficou rosado assim que Saphyre soltou o ar de seu pulmão.

– Uau. Ficou rosa de repente. – disse surpresa.

– Sim. Indica que seu pulmão está totalmente desintoxicado. É, Saphyre... Aprenda que aqui somos mais eficazes do que o seu mundo de onde veio. A medicina aqui é muito mais avançada e mágica. – Disse, com muito orgulho de seu mundo.

– Tenho que concordar, mas vocês têm mais recursos. – Respondeu, com menos interesse.

– Que apenas se aplica aqui. Somos especiais e raros! Tenha orgulho de seu sangue. – Continuou. – Aqui, o método contraceptivo é apenas uma poção que os homens tomam, sabia? – Finalizou, deixando Saphyre sem entender.

– Eu sei que há várias coisas diferentes, mas por que justamente você diz este exemplo? – Saphyre perguntava com medo da tal resposta. Ezarel sorri malignamente.

– Pra você saber, né... É sempre importante uma informação. – Respondeu, com muito sarcasmo.

– Aham... Tá. Terminou? E obrigada por você ter me ajudado ontem, viu? – Disse, tentando pular aquele assunto.

– Queria examinar outras coisas... Mas não é possível. E de nada. Caso você precise ensaboar as suas costas no banho, me chame. – Continuou, deixando Saphyre envergonhada e constrangida com aquela situação.

– Seu... Pervertido! – Saphyre dava tapas no braço de Ezarel, e em seguida, empurrava-o. Ezarel sorria com o constrangimento que causava.

– Essas mulheres não gostam mesmo de ouvir o que os homens realmente pensam? Eu, hein? – Disse, saindo do quarto.

– Ai, mas que cara maluco! – Murmurou, voltando a deitar em sua cama.

[...]

Nevra era o último a chegar na sala geral de todas as equipes, para participar da reunião. Leiftan aguardava por todos na porta. Ambos se encaravam, fazendo o moreno parar a caminhada.

– Você tem olhado tanto pra mim últimamente. O que deu? Gostou de me ver de cueca? – Disse Nevra, provocando Leiftan.

– É pra rir? Se for, tá bem longe de conseguir. – Respondeu de modo seco.

– É pra eu achar graça. Olha... Não é por mal mas... Sabe como é a nossa relação. Não precisa se preocupar com ela, pois eu sei cuidar bem. Ela precisa de mim. – Nevra deu aviso bem dado, fazendo Leiftan encará-lo.

– Já estão todos? – Questionou Miiko.

– Estamos todos aqui. Só a Saphyre que não. – Disse Zark, sentando-se na mesa redonda.

– Já pode começar a sessão de psicologia, Valkyon. Manda bala! – Disse Taiga, provocando-o.

– Daqui a pouco, vou começar com a sessão especial pra você, pra ver se essa loucura toda e obsessão por mim seja resolvida. – Retrucou muito bravo ainda com ela.

– Já vai começar. – Resmungou Kero, entediado com as brigas constantes.

– A Taiga não te alivia, cara. – Leiftan cochichava para Valkyon, depois de se sentar ao lado dele.

– Isso dá nada... Eu sei o que ela quer hoje... Vou deixar ela caladinha, vai ver só. Mulher como ela diz sempre o contrário do que pensa. – Respondeu, enquanto fazia aquele sorriso para Taiga que a deixava um tanto desconsertada.

– Rapazes, moças... A batata está assando para gente. Precisamos sério elaborar uma estratégia. Precisamos pegar o responsável. – Miiko fazia a introdução.

– E vale lembrar que toda a população está em jogo, e isso é muito sério. Todos que estavam presentes ontem a noite quase morreram carbonizados. Este é o ponto que não aguentamos mais tolerar. O presidente deu um comunicado para gente, e como somos responsáveis pela segurança de Eldarya, estamos nos responsabilizando por este ato. – Disse Kero, muito sério e preocupado com a situação.

– Quando eu falo que temos que mostrar nossas caras e pegar esses vagabundos de jeito, ninguém nos ouviu. Por mim eu metia flechada em todos eles! – Valkyon se exaltava, dando um soco na mesa.

– Não podemos jogar no mesmo tom que eles. Acha que vamos nos colocar em combate no mesmo cenário que famílias vivem? – Argumentou Leiftan.

– Eu sei um jeito de atrair o Reyd a nós. – Disse Saphyre, chegando de surpresa na sala. Ela sorria, satisfeita com a sua própria ideia. Todos se entreolharam, curiosos.


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