O Cristal e o Diamante escrita por AlessaVerona


Capítulo 17
Análises do amigo Valkyon Parte I




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– Você tem razão, Valkyon... É tudo muito cedo pra discernir alguma coisa. Mas sabe aquele sentimento de apego? A chegada da Saphyre mudou completamente a minha cabeça, e eu não sou mais aquela pessoa do dia anterior. Sabe quando você não quer largar aquele sentimento bom? A esperança de um dia dar tudo certo. Eu não sei. – Leiftan ainda desabafava. Valkyon se preocupava com os sentimentos de seu amigo.

– Mas também temos que reconhecer que o Nevra mudou muito. E mudou pra valer. Temos que ver até onde ele vai trazendo a Saphyre pra si. – Valkyon alertava o amigo, sentando-se ao lado nele no sofá.

– Esse que é meu medo, que é do Nevra ser muito mais homem e decidido do que eu. Ele chegou a minha frente e teve sorte que ela entrou na guarda que ele é o chefe. Agora eu não sei de mais nada. Ao mesmo tempo penso que eu perdi, mas eu não quero acordar pra realidade. – Leiftan lamentava muito. Estava cabisbaixo, com seus cotovelos apoiado nas pernas.

– Mas a Saphyre não é a única mulher que existe nesse mundo. – Argumentou Valkyon, colocando a mão no ombro de Leiftan.

– Você não entende... A Saphyre é única... Tão especial. – Leiftan discordava, balançando a cabeça negativamente.

– A única que mexeu com a sua cabeça, né? Olha... Pra mexer com uma cabeça tão no lugar como a sua... É de se admirar, hein? – Respondeu Valkyon, entre risos.

– Eu não estou sendo malvado, mas só dar uma pane na cabeça da Saphyre pra eu ter alguma chance. – Disse, estranhando suas próprias palavras. Valkyon olha pra ele surpreso.

– Você não vai pensar em fazer besteira, hein? Não, não vai dar pane na cabeça de ninguém não. Reage! Seja justo! – Ele dava muita bronca, porém com voz muito branda. Taiga espiava abrindo um pouco a porta, escutando a conversa.

– Não... Embora que eu tenha entrado na mente dela hoje. Eu quase... Fui olhar mais a fundo nas lembranças dela pra ver se... – Leiftan confessou, envergonhado.

– Ah..... Não... Pelo amor de deus. Você não é o Leiftan que eu conheço. Cara, na boa... Na boa mesmo, na moralzinha. Seja você mesmo. Você não disse que a loira olhou encantada pra você na primeira vez que a viu? Então. Pode haver uma fraqueza futura, e daí vai chegando nela... Tenha calma e paciência. Eu gosto muito do Nevra, gosto muito de você. Mas eu não posso defender ninguém aqui. Pra mim quem vença o melhor. – Disse Valkyon, batendo a sua mão nas costas de seu amigo.

– Eu sei... Por isso que eu gosto de você. É muito imparcial. – Leiftan sorriu pra ele.

– Ih... Sai fora! – Valkyon empurrava-o delicadamente. – Tô brincando, cara. Eu também gosto muito de você, mas tenha calma. A cabeça da Saphyre deve estar um turbilhão. Ela veio aqui já com muitos problemas lá do outro lado, descobriu que não é humana... Nevra chega logo de cara que a quer, ela está passando por uma fase que seus sentimentos não suportam tudo isso e não há como ser forte na mente nessas coisas todas que estão acontecendo... Pode ser que no fundo ela tenha sentindo a falta de ser amparada, e o Nevra encaixou como luva, e também pode ter aproveitado da situação. Admiro que ele saiba muito ser objetivo, falar tudo na lata o que pensa. E quando passar um ano? Como que a cabeça dela vai ficar? – Valkyon voltava ao seu conselho de amigo para Leiftan.

– Pode ser... Tem razão, Valkyon. Talvez ela tenha necessidade de ombro amigo... Vai que depois ela consiga separar o altruísmo do amor. – Leiftan achava tudo que Valkyon dizia muito conveniente. O que lhe fazia ficar muito mais esperançoso de um dia mais tarde conseguir algo com Saphyre. Taiga ouvia tudo e passava a entender que Valkyon fazia muita força.

– Lidar com pedras é fácil, é fácil ser bruto, muito fácil, e até demais... Mas o coração consegue ser mais bruto que qualquer pedra. O pior ataque que se pode sofrer na guerra da vida é perder seu amor e a sua esperança. – Filosofou, deixando Leiftan ainda mais pensativo.

– É... O machão sabe dar conselhos mesmo, hein? Não sabe só bater em pedra. – Concluiu Taiga, dizendo para si mesmo, entre risadas por achar muita graça por ele saber conversar sobre sentimentos.

[...]

Saphyre entrava no seu quarto após tomar seu banho. Estava de roupão branco e seus cabelos totalmente molhados, jogados para trás. Ficou surpresa ao ver Nevra ainda deitado confortávelmente na sua cama.

– Você ainda aqui? – Perguntou muito contransgida.

– Estou aqui esquentando sua cama. – Respondeu, abrindo um largo sorriso em seu semblante, admirando a beleza de Saphyre.

– Você não tem jeito mesmo. – Sorriu para disfarçar a sua vergonha, secando seu cabelo com uma toalha branca. – Agora que eu me sinto melhor assim. Nada melhor que um banho para relaxar. – Completou, olhando para o espelho, enquanto secava as madeixas.

– Vai me deixar aqui, sem me dar um beijinho? – Perguntou, levantando-se e agarrando-a por trás, colocando-a contra a cômoda.

– Eu falei? Só você mesmo. – Saphyre sorria olhando para ele pelo reflexo do espelho. Ele enchia o pescoço dela de beijos. Ela vira para encontrar com seus lábios os de Nevra.

Ele levanta a cabeça de Saphyre pelo queixo para depositar um fervoroso beijo, da mesma intensidade que ele havia dado quando eles estavam sozinhos na sala de sua equipe. Ele desce suas mãos pela cintura dela até chegar nas coxas, levantando-a para que ela sentasse na cômoda. Ela respirava ofegante, parando o beijo involuntariamente.

– Nossa, você está cansada mesmo. – Nevra percebia, olhando para o rosto opaco de tanto cansaço dela. Ele acariciava o rosto dela, carinhosamente.

– Sim. Esse dia acabou comigo. – Respondeu, sorrindo.

– Descanse. Eu venho aqui amanhã cedo. Vou trazer o seu café. – Disse Nevra, sendo muito gentil.

– Tudo bem. Mas não precisa disso. Eu levanto cedo e tomo café com vocês. – Respondeu, passando suas mãos no peito dele.

– Isso é o que vamos ver. Eu vou deixar você descansar. – Ele disse, dando um breve beijo nos lábios dela.

– Boa noite. E obrigada por tudo. – Respondeu, deixando o rosto dele entre suas duas mãos. Ele passava as mãos dele sobre as dela.

– Não precisa agradecer. Agora vem que vou te colocar na cama, antes que eu faça um estrago. – Respondeu, colocando-a na cama.

– Você não existe mesmo! Acho que morri e estou no céu. – Saphyre achava graça do jeito que Nevra a trata.

– Você que me leva as nuvens, princesa. Boa noite. – Deu mais um beijo em Saphyre e foi em direção à porta. Acenou sorrindo e saiu, fechando a mesma.

[...]

Reyd voltava às ruínas, com sorriso sádico nos lábios. Darkmond aguardava por ele, muito irritado por saber o que ele havia feito.

– Seu idiota! – Grunhiu. – Porque você fez aquilo? – Continuou aos grunhidos.

– Eu não gosto de ficar aqui o tempo todo conversando com morcegos. Que povo caloroso daquela terra. Tão caloroso que eu quis expressar toda a metáfora, simbolizando com fogo. Olha... Eles adoraram! – Respondeu Reyd, com muita ironia.

– Você quer chamar atenção deles, é? Tá querendo que seja pego? Você tá maluco? – Reyd dava muita bronca, enfim com seu tom autoritário.

– Qual é? Não somos os mocinhos, somos os vilões. E vilão faz o quê? Vilão é sádico, vilão não acha razão em nenhum argumento. Você que está louco por não fazer loucura. Está perdendo o seu tempo de ficar mofando aqui, tiozinho. – Respondeu, ainda com seu tom irônico. Darkmond a pegava pelo colarinho e jogava contra a parede daquela caverna obscura. Com o impacto, muitos morcegos saíram voando.

– Você não deveria ter movido uma folha de árvore daquele lugar! Pra você ser vilãozinho tem que agir friamente e nunca dar bandeira. Foi uma perda de tempo fazer pacto com gente pertubada como você! – Vociferou cada vez mais irritado por ele não ter ligado com o que fez.

– Olha, eu que perdi meu tempo demais por esperar você ter alguma brilhante ideia, tiozinho. Tive que agir em meu nome, em nome do meu sadismo. Tive que matar a minha sede. E matei com fogo. – Ele não tinha medo algum com a força e perseverança de Darkmond. Ele temia a ninguém, nem a si próprio.

– Agora eles vão desconfiar de você, seu debiloide! A gente precisava dar o ar de sumiço e nenhum vestígio de ataque, e não jogar fogo no centro comercial! – Gritou, soltando Reyd que caía encostado na parede bruta e sem formas definidas.

– Eu não estou ligando pra isso. Creio que ninguém que tenha cérebro vá pensar que estamos juntos nessa. – Respondeu Reyd, um pouco mais lúcido de toda a sua loucura.

– Acho muito bom. Pois se eles voltarem contra mim por algo que você fez, eu que vou jogar você naquela fogueira! – Cerrou os punhos, e depois apontou para a fogueira que havia atrás dele, logo ao fundo daquele lugar.

– Mas o que me chamou atenção nisso tudo foi ter visto uma nova integrante na equipe de Miiko. – Disse Darkmond, se referindo a Saphyre.

– Uma loirinha gostosa? Ela salvou uma moça e se lascou. Isso que dá ser bonzinho altruísta. – Comentou, enquanto levantava-se.

– Mas eu acho aquela moça estranha. – Respondeu Darkmond.

– Estranha? Gostosa, muito gostosa. Ela ficou sexy suja de sangue. Só falta um pouco de maldade nela que eu casava. Pena que não vi a Taiga naquela confusão toda... Saudades daquela rabuda. – Disse Reyd, muito alheio com o que Darkmond queria chegar naquele papo.

– Você é um idiota mesmo. Preste atenção! Preste muita atenção naquela moça, quando você decidir fazer um tour outra vez pela cidade. Eu consigo identificar Eldaryanos por Eldaryanos, mas aquela moça... Eu consigo obter nenhuma informação! – Revelou, estranhando o fato de não conseguir acessar através de seus poderes as informações de Saphyre.

– Será que é humana? Só sei que ela é uma bonequinha. – Questionou, mas não deixava de dar seus comentários inúteis. Se sentou na mesa de xadrez, olhando para as peças.

– Não. Por incrível que pareça. – Respondeu, enquanto sentava no outro lado da mesa. Ele continuava com o seu jogo contra Reyd.

[...]

No dia seguinte, Miiko acordava ao nascer do sol. Mal conseguia dormir mais, por estar muito preocupada com o que poderia acontecer. Levantou-se e foi se arrumar, silenciosa e muito pensativa.

– Reyd... Eu sinto que você está cada vez mais próximo, e eu sei o que você quer. Você sabe me tirar do sério. Você sabe o meu ponto fraco e o de todos... Gostaria de te encontrar um dia para dar-lhe uma lição... – Pensou, enquanto penteava seus longos cabelos negros. Kero bateu na porta.

– Miiko? Eu sinto que você está acordada já. – Disse.

– Pode entrar... – Ela respondeu alheia da realidade. Ainda se prendia em seus pensamentos.

– Você ainda está preocupada com o Reyd, não é? – Perguntou muito preocupado com o jeito tristonho de Miiko.

– Sim... Eu acho que... O Reyd vai fazer algo de pior ainda. Ele é esperto, uma hora vai pegar um de nós. – Respondeu enquanto via o reflexo de Kero atrás. Ele aproximava para dar um beijo nos lábios dela.

– Vamos conseguir. Não podemos perder o ânimo. – Respondeu, enquanto acariciava o rosto dela.

– Eu tenho medo de um dia nós todos não sermos o suficiente para proteger Eldarya, Kero. Eu não entendo o motivo da Oracle ter me escolhido para sucedê-la. Tudo está de mal a pior. Desde que o absolutismo deixou de ser uma maneira de governar. – Respondeu cabisbaixa. Ela se sentia vulnerável.

– Não é só a vitalidade de Eldarya que você se preocupa... Eu entendi... Você se preocupa com a crise econômica. – Murmurou, levantando a cabeça dela.

– Sim. Depois desse incêndio não sei como os comerciantes vão sobreviver. Não sei como a economia decaiu. E enchemos de problemas. Eu não sei lidar com o presidente. Eu sou culpada tudo disso, eu não forneci a segurança, só sei mandar e desmandar em outros mas eu não fui eficiente. Mas enfim... O Reyd é que me deixa mais ainda nervosa. Não sei mais o que eu faço. Estou sem orientação. E o Leiftan apenas disse que devemos agir com cautela. Mas ele não tem feito um trabalho tão inteligente. – Explicou Miiko. Kero balançava a cabeça positivamente, concordando com tudo que ela dizia.

– Bem... O Leiftan... Ficou cada vez mais... Distante. Parece que a cabeça dele está na Saphyre, e a Saphyre claramente está envolvido com Nevra. Não há como negar isso. O jeito que os dois estão já falam por si só. Devemos conversar com o Leiftan para ele se mexer um pouco. Agora sobre o incêndio de ontem, eu também me preocupo com Reyd. Mas eu não acho que ele vá chegar tão longe se ele é muito sádico. Ele não pensa e não mede os passos que dá. – Argumentava, deixando Miiko pensativa.

– Ele gosta de ficar no ombro dos líderes... Este é o problema. Ele deve estar a mando de alguém. – Deduziu Miiko, enquanto arrumava o seu traje. – Me pergunto se ele está envolvido com Darkmond. Eu posso sentir isso... Eu sinto cheiro de encrenca. – Concluiu, deixando dessa vez Kero muito pensativo.

– Bem... Vamos tomar café? Acho que o nosso dia vai ser complicado. Temos que dar uma força para a população, dar algum anuncio... Mas não investigamos mais a fundo o local do incêndio. – Kero lembrou das tarefas do dia. Miiko suspirava se sentindo exausta, por ter dormido pouco.

– Eu preciso ver estas coisas. Aliás... O Nevra vai ter que orientar a equipe dele pra investigação. E vamos tranqulizar todas as pessoas. Vamos ter que dizer que foi apenas um acidente... – Disse Miiko, indo até a porta de seu quarto para poder sair.

– Vai ser difícil ver o Nevra fazer alguma coisa hoje. Aposta quanto que ele logo cedo vai ficar no quarto da Saphyre? – Comentou Kero, arrancando leves risadas de Miiko.

– E há alguma palavra do presidente de Eldarya? – Perguntou Miiko.

– Ele não se manifestou ainda. É estranho. – Respondeu, confuso.

[...]

Saphyre ainda dormia, sentindo-se muito exausta. Nevra abria a porta do quarto dela, com olhar radiante sobre aquele corpo um pouco coberto pelo roupão. Ele estava apenas vestido com cueca Box preta, o seu traje de todas as noites quando vai dormir.

Não resistindo em ficar apenas olhando, ele deitava na cama ao lado de Saphyre. Por sorte aquela cama não tinha largura pequena, podendo caber duas pessoas nela sem problemas. Antes fosse menor, para que ele pudesse aproximar mais seu corpo ao dela. Ainda assim fez, aproximando seu corpo e encaixando-o ao corpo dela. A sua vontade era passar o dia inteiro aos amassos sob os lençóis.

Ela sentia uma forte presença, virando-se assustada. Nevra sorria ao mirar os olhos dela.

– Bom dia. – Disse Nevra, dando um beijo nos lábios dela.

– Você por aqui? – Ela disse com voz muito fraca, sorrindo muito.

– Sim. A minha vontade é acordar ao seu lado todos os dias, sabia? – Declarou, enquanto Saphyre virava-se para ele.

– Só você mesmo... – Disse entre leves risos.

– Você está bem? – Perguntou Nevra, enquanto pegava a coxa de Saphyre, colocando-a sobre si.

– Eu estou melhor. Mas um pouco cansada. – Respondeu um pouco constrangida com as investidas dele, que acariciava a sua coxa cada vez mais de maneira ousada.

– Sabe o que você precisa? Precisa disso aqui. – Disse, enquanto aos poucos jogava seu corpo sobre o dela na cama, ficando um pouco por cima. Com a mão direita ele segurava a cabeça de Saphyre para aproximá-la de seus lábios, enquanto a esquerda explorava mais as carícias na coxa esquerda de Saphyre, que estava coberta pelo roupão que ela vestia. O constrangimento dela era totalmente anulado, porém ela se preocupava por não estar vestindo nada por baixo do roupão. As carícias de Nevra eram irrecusáveis, cada vez mais ela deixava-o ter liberdade sobre seu corpo. Ela toma o conhecimento do que ele sabia fazer, o que a deixava nas nuvens.

Ao subir mais a sua mão, Nevra percebia que Saphyre não vestia mais nenhuma peça além do roupão, deixando-o louco de desejo. O seu membro enrrijecia ainda mais do que já estava, e sentia um frio na barriga, que fazia crescer a vontade de consumir aquele desejo. Ele parava aquele beijo tão profundo de línguas enérgicas para investi-la em outros lugares que ele ainda desejava experimentar. Ele passava para o pescoço dela, indo até os ombros e na altura do busto, fazendo-a que agarrasse e pegasse firme com as mãos, descendo os dedos ao longo das costas dele junto com a sua contorção, reagindo aos carinhos que lhe fazia se sentir quente. Nevra sentia cada vez mais motivado pelas mãos delicadas e sedosas de Saphyre ao longo de seu corpo. Leves e baixos gemidos eram ouvidos, em reação de contentamento com aquele trabalho.

[...]

– Nossa... Que clima de velório... Quem morreu? – Perguntou Valkyon, enquanto mastigava seu café da manhã.

– Está sendo muito difícil... Eu não sei mais que sorriso eu dou aqui mais. – Respondeu Taiga, olhando cada semblante tenso daquela mesa.

– E a Saphyre? Alguma notícia? – Perguntou Ezarel, olhando diretamente para Leiftan.

– Isso o Nevra é craque, meu bem! Passa a mantega aí. – Respondeu Taiga, enquanto Ezarel esticava o braço para entregar o que ela pediu. Leiftan começava a olhar sério para Taiga.

– A Taiga tem razão mesmo, pelo que eu vi os dois ontem... – Miiko interrompeu o que Kero dizia.

– Seja discreto. – Sussurou, enquanto ela chutava a canela dele e dava um gole no café.

– Bom, eu vou levar algo pra ela. – Leiftan disse após acabar seu café.

– Meu deus... Isso tudo é ansiedade? Tô vendo o patrão todo empenhado pra trabalhar hoje... Tô gostando de ver, hein? – Valkyon batia no ombro dele enquanto preparava a bandeja.

– É... Virou o alfredão! – Taiga reforçava a brincadeira de Valkyon.

– Não é mole não! Esse é pra casar! – Exclamou o Valkyon, deixando Leiftan avermelhado de vergonha.

– Eu só estou fazendo a minha gentileza, com licença. – Disse ele cabisbaixo, enquanto levava a bandeja para o quarto de Saphyre.

– Eu só imagino a cena ele entrar no quarto da Saphyre e estar o Nevra lá, de cueca box preta e a Saphyre de roupão. – Disse Taiga, após esperar ele sair para que não ouvisse.

– Mas você gosta de ser intrometida mesmo, né? Limpa essa boca, tá escorrendo veneno. – Valkyon provocava-a, enquanto ela bufava de tédio.

– Vai lá retribuir o favor de passar gelzinho nela, vai... – Grunhiu, olhando seriamente para a cara dele.

– Deixa que eu passo o gel nela, no corpo todinho. – Ezarel se empolgou.

– E você, Taiga... Trate de fechar essa matraca aí que perdeu moral já. – Disse Valkyon, querendo irritá-la.

– Falou o cara que tem agora escritório para consultas de conselhos amorosos. – Retrucou, deixando Valkyon ainda mais surpreso de onde ela tirou esta ideia.

– Pelo que eu sei, a novidade que tem sobre mim é que eu... Tenho seu corpo quanto eu tiver vontade. – Provocou, deixando Ezarel, Miiko e Kero sem entender nada, entreolhando-se com muita dúvida.

– Não sou tão fácil assim. – Respondeu Taiga, olhando preocupada para todos da mesa, com o que Valkyon poderia revelar.

– Mas a maioria das mulheres não libera a porta de trás nunca. – Respondeu, com sorriso no canto. Ezarel, Miiko e Kero engasgam com o café que tomavam.

– Cof! Cof! Cof! – Tossiram alto em uníssono.

– V-Vo...Você é maluco?! – Respondeu Taiga, pegando uma jarra de suco e jogando todo o liquido na cara de Valkyon, transtornada. – Pra você aprender a parar de fantasiar coisas! – Vociferou, antes de sair em passos largos.

– TAIGA! – Valkyon chamou.

– Pede pra Saphyre enxugar você agora, seu verme! Idiota! Babaca! Sem vergonha! Cachorro! Cafajeste! – Pegou um grande vaso de decoração que tinha na cozinha e jogou, acertando-o em cheio. Valkyon por sorte conseguiu pegar o objeto, colocando-o no chão. Ezarel dava risada alta e longa da situação. Miiko e Kero levantam-se para ajudar Valkyon.

[...]

Nevra e Saphyre continuavam com as carícias, não importanto o tempo passar. Aquela manhã poderia render pra sempre se continuassem, pois o vício era o ciclo sem fim. Ambos necessitavam estar próximos, um era o motivo de sobrevivência para o outro, o motivo de continuar a viver, o motivo de ainda ter sonhos, realizando todos os dias.

Ele finalmente tomava a iniciativa de buscar mais intimidade ao corpo daquela mulher que a cada dia mais deseja o dobro do que desejava antes, o motivo de seus sorrisos e de seus suspiros. Os dedos de sua mão passavam delicadamente na virilha dela, deixando-a gemer profundo. Nevra foi interrompido pela batida na porta. Momentaneamente eles se afastam.

– Já vou, espera um minuto. – Respondeu nervosa. Nevra olhava para Saphyre com olhar de posse. Não admitia que ninguém fosse a procurar, ainda mais numa hora que estava em carícias puras. Ela se levantava ajeitando seu roupão, amarrando o elástico na cintura. Ela abria porta com medo, pois sentia que era Leiftan. Assim que ela abriu, Leiftan sorriu ao vê-la.

– Bom dia. – Disse, antes de ver a presença de Nevra.

– Bom dia, Leiftan. – Respondeu sorrindo.

– Eu trouxe pra você o... – Foi interrompido com a vinda de Nevra a sua direção.

– Bom dia pra você também, Leiftan. – Disse, deixando Leiftan surpreso olhando-o de cima a baixo, reparando que ele estava apenas de cueca box. Saphyre ficava cabisbaixa, sem como encarar aquela situação.


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