– Shikamaru - comecei a falar mexendo no pergaminho ainda lacrado em cima da mesa - me explique melhor como esse exército foi formado.

– Sim Hogake-sama, - gesticulei para que ele se sentasse, mas acabou por preferir ficar em pé. - o exército era feito de famílias que tinha sido sequestrada a gerações pelo clã, para se reproduzirem e servirem como testes de experiências. Segundo as informações que conseguimos com os capangas através de Ino, eles recorriam até mesmo a inseminação artificial para aumentar o número do exército o mais rápido possível. Lá eles também recebiam treinamento ninja, e para evitar fugas ou revoltas dos escravos mais novos eles sequestravam algum parente, mantendo-o sobre ameaça. Enquanto os mais antigos não precisavam, provavelmente já que estavam tão habituados a aquilo, ou até nasceram alí que aquela era a única realidade possível.

– O que Gaara planeja fazer com os reféns e esse capangas? - perguntei, já que tinha recebido um pergaminho do próprio Kazekage dizendo que cuidaria desses assuntos.

– Segundo o que foi dito em nossa conversa, ele tentará incerir os reféns na comunidade de Suna, já que como praticamente todos são crianças que provavelmente nasceram no País do Vento, mesmo tendo descendência de outros lugares, ele tomou isso como sua responsabilidade. Já os capangas serão presos e julgados, alguns serviam ao desde que nasceram por influência dos pais, então pode vim acontecer que estes venham a ganhar o perdão. - balancei a cabeça satisfeito com a decisão.

– Devo dizer que o número de pessoas no exército é realmente impressionante, - comentei apoiando o queixo na mão - ainda mais se pensarmos que foram anos agindo sem serem descobertos, mesmo que com uma suspeita de alguns anos de Suna.

– Foi um plano muito bem planejado, e perfeitamente executado com o passar das gerações. O único erro que tiveram foram os vários roubos recentes de pergaminhos e livros, - Shikamaru levou a mão ao queixo coçando levemente a barba que tanto o deixava parecido com o pai - Sasuke disse que invadiu a mente do tal Komuro antes de matá-lo, parece que ele estava tentando acelerar o processo de produção do Sharingan.

– Sasuke me contou depois de voltar para cá, inclusive sobre a localização do esconderijo no País da Terra que não encontramos da última vez, o Tsuchikage já foi informado do caso e prometeu enviar uma equipe de ninjas pra o local. - olhei para a foto em cima de minha mesa, vendo o sorriso brilhante da garota de cabelos rosas. - Como Sakura reagiu sabendo que a cura dela matou a todo exército? - sabia que minha aluna não tinha se recuperado totalmente de sua missão.

– Ela não sabe ainda, Sasuke pediu que esperássemos alguns dias para que contássemos a ela, na verdade acho que mandou seria um termo melhor aplicado. - Shikamaru suspirou com o sorriso leve no rosto, provavelmente achando a reação de Sasuke divertida.

O que eu não poderia descordar dele, já que particularmente estava adorando observar essas mudanças de humor, ou os cuidados e a proteção ainda desajeitada de Sasuke para com Sakura. Era a prova de que um verdadeiro amor poderia amolecer até mesmo o mais frio e amargurado homem que conheci.

– Ino trouxe os exames que fez em Suna para Tsunade-sama verificar, sendo a Godaime mesmo sem a cura eles não resistiriam ao Sharingan, estariam todos mortos em uma semana. - comentei com Shikamaru - Hoje de manhã saiu o resultado da autópsia no corpo de Komuro, Tsunade acha que ele só foi capaz de resistir com Sharingan pois teve o DNA Uchiha implantado no corpo, como Orochimaru fez com Yamato. O que concluírmos que é impossível reproduzir um Sharingan.

– Que problemático… Mas diria que é melhor assim, um exército daqueles não seria muito fácil de vencer em uma guerra.

– Certamente, teríamos sérios problemas. Shikamaru, arigatou por ter ficado uma semana a mais em Suna representando Konoha, suas habilidades foram fundamentais para essa situação.

– Eu que devo agradecer Hokage-sama, Temari voltou mais calma depois de passar um tempo em sua terra Natal junto ao irmãos. - ele riu com sua própria piada, mas também havia um alívio sincero em suas palavras, o que me fez sorrir com a situação.

Duas batidas de leve na porta interromperam o momento de descontração, vi a maçaneta rodar e Sasuke surgir por detrás da porta, Shikamaru de despediu cumprimentando Sasuke ao passar por este, o outro caminhou em silêncio até a mesa, provavelmente se perguntando o motivo de ter sido chamado até alí.

– Yamato deve ter tido um certo trabalho em encontrá-lo, já faz meia hora que pedi para lhe chamar. - comentei iniciando a conversa.

– Eu estava andando pela vila. - ele falou com simplicidade, dando levemente de ombros - O que quer Kakashi?

– Bom vou direto ao ponto, - percebi pelo olhar de Sasuke em ele não apreciaria a enrolação de minha parte. - tenho uma proposta a lhe fazer.

– Proposta? Qual? - vi seus olhos analíticos se estreitarem para mim.

– Quero que você volte oficialmente a força shinobi de Konoha, e com uma cargo em especial. - falei direto vendo seus olhos se arregalarem - Desde sua chegada e seu envolvimento com esse caso você vem executando funções que seriam dados a um ninja da vila.

– E por que você acha que eu gostaria de voltar ser um shinobi de Konoha, sendo que isso implicaria em um estadia permanente na vila? - ele perguntou desdenhoso.

– Talvez porque observei que você tem procurado casas à venda desde que voltou de Suna com Sakura e Naruto à uma semana. - não escondi o sorriso que surgiu em meu rosto ao observar Sasuke arregalar os olhos com ainda mais surpresa que da última vez, para logo voltar a sua expressão habitual - Não me espantaria se Yamato não tivesse lhe encontrado naquele bairro novo próximo ao Hospital de Konoha. - sorri deixando em implícito o que eu estava insinuando, o que fez Sasuke desviar a cabeça, levemente envergonhado.

– Me espionando agora Kakashi? - ele questionou emburrado, o que me fez rir.

– Não, porém sou o Hokage, portanto tenho que saber tudo que ocorre dentro desse muros. - sorri inocente para ele - Mas retornando ao assunto… Sasuke, à um tempo a Aliança Shinobi vem discutindo a formação de um time especial com o melhor ninja disponível na vila para formarem um time especializado em caçar nukenins, o que não implica que trabalharam juntos, inclusive criamos uma equipe de inteligência somente para coletar dados dos ninjas foragidos. - expliquei para Sasuke.

– Se você quer um ninja forte para isso, por que não ofereceu a vaga ao Naruto?

– Naruto está sendo treinado para um dia assumir essa posição Sasuke, lógico que ele ainda depende de uma votação e nenhum outro Hokage recebeu treinamento para assumir o posto, mas Naruto não iria aprender a mexer em papelada fora da vila. Sem contar que, sua personalidade o torna mais apto para o cargo. Além que você já passou todos esses anos viajando, e seu tempo com Orochimaru deve ter lhe dado alguma experiência de como encontrar essas pessoas.

– Claro, como um antigo nukenin se presume que tudo seria mais rápido, não é mesmo Kakashi? - Sasuke ironizou.

– Você ser um ex-nukenin só facilitaria por saber bons lugares para se esconder, a agilidade da missão fica por conta de suas habilidades. - justifiquei meu raciocínio.

– E o que faria caso eu não tivesse retornado?

– Teria de pensar em outra pessoa, mas felizmente não foi esse o caso.

– No dia em que Naruto descobriu o sequestro de Hinata, a conferência com os outros Kages era para decidir isso. - ele falou depois de um tempo.

– Como sempre muito esperto Sasuke. - levantei levemente a sombrancelha, a rapidez de raciocínio de Sasuke sempre foi admirável - Eu deveria ter dado a resposta de quem seria o representante de Konoha no dia daquele treinamento, porém quis esperar esse caso se resolver para lhe fazer proposta.

– Kakashi, os outros Kages não irão me aceitar em um cargo desses, você deveria ter pensado nisso. - ele dizia como se aquilo fosse o óbvio, e eu não poderia discordar que essa seria a primeira posição a ser tomada.

– Estou certo que Gaara não trará problemas, já que no pergaminho que este me enviou com seus relatos da última situação se declarou "Feliz pela recuperação de Uchiha Sasuke.". A Mizukage e o Tsuchikage podem ser flexíveis, o maior problema seria o Raikage, já que esse não gosta pessoalmente de você, mas isso pode ser solucionado.

– Você me parece bastante confiante Kakashi. - ele sorriu de leve, como se achasse graça na minha tentativa de mante-lo em casa.

– Tenho de estar, afinal conheço muito bem as pessoas com quem estou lidando. - sorri de volta - Sasuke, eu adoraria lhe dar tempo para pensar, mas caso vá aceitar, preciso que saia imediatamente em missão, tivemos informações recentes do paradeiro de um nukenin. Agora espero que tenha a consciência que caso aceite, poderá passar messes fora da vila, então esteja seguro do que decidir.

– Eu preciso falar com uma pessoa antes de lhe dar a resposta. - ele olhava firme para mim, eu sabia exatamente de quem ele falava.

– Tudo bem, eu espero você conversar com ela.

– Deixo com você a responsabilidade de contar à Sakura o efeito da cura que ela criou.

Antes que eu pudesse dizer qualquer coisa, ele já as tava fora da sala.

~#~

– Hanabi terá de ficar cerca de três semanas sem usar o chakra, para não corremos risco do chakra ir para partes indevidas no corpo dela, mas tirando esse problema ela já está bem, amanhã receberá alta. - expliquei para Hizashi-sama que tinha vindo ao hospital saber do estado da filha.

– Arigatou Sakura, por cuidar de minhas filhas. - ele se curvou para mim como forma de agradecimento, o que me deixou surpresa e constrangida.

– Não precisa agradecer Hizashi-sama, eu fiz com o maior prazer. Agora com.licença, tenho que me preparar para uma cirurgia.

Saí andando ouvindo o som da porta do quarto de Hanabi, fui indo em direção as escadas, já que a ficha sobre o caso do próximo paciente estava jogada em cima da mesa do meu consutório. Passei por Naruto e Hinata sentados em banco como se estivesse grudados um nos outro conversando baixinho, desde que voltamos ambos pareciam compartilhar algum segredo ruim, mas também não quis interferir com minha ajuda, eles se resolveriam sozinhos. Quando estava quase no corredor da minha sala avistei Ino, assim que me viu ela apressou o passo como se fugisse de mim.

– Ino, você... - tentei chama-la para uma conversa.

– Gomen Sakura, tenho que entregar esses relatórios para Tsunade-sama.

Rapidamente ela sumiu no fim do corredor, ela vinha agindo assim a três dias, desde que voltara de Suna com Sai, como se com essa atitude suspeita eu não fosse perceber que estava tentando esconder de mim. Entrei na minha sala jogando o jaleco em cima da cadeira, peguei a ficha de paciente e me sentando no pequeno sofá que eu mantinha, comecei a ler. Uma leve brisa passou pela janela, me fazendo olhar para a figura que entrava pela janela.

– Sasuke-kun? O que você está fazendo aqui - perguntei me levantando surpresa por sua aparição - Aconteceu alguma coisa?

– Sakura, preciso conversar com você. - ele andou até mim com um olhar profundo e decidido, olhei para o relógio na parede atrás dele, e de novo para sua face séria.

– Eu tempo uma cirurgia daqui a pouco, é realmente urgente ou você poderia me esperar?

– Você acha mesmo que eu teria entrado pela janela se não fosse? Tem que ser agora, eu não tenho muito tempo. - ele respondeu no seu tom normal, o acabava deixando as palavras um tanto ásperas, fiz um biquinho, porém não me ofendi realmente, já que ele agia assim normalmente - Kakashi quer me integrar novamente como um ninja de Konoha com um cargo em especial, e eu estou planejando aceitar a proposta.

Imediatamente desfiz o bico, olhando chocada para Sasuke, para logo em seguida pular em seu pescoço com um grande sorriso no rosto. Desde que tinhámos resolvido o problema de Issa e Komuro comecei a pensar se ele ainda ficaria na vila, já que a sua volta e permanência durante esse mês só ocorreu por conta dos problemas que esses nos causaram. Tinha receio de acorda e descobrir que ele mais uma vez tinha partido da vila, que ainda não estava pronto para ficar, e mesmo sabendo sabendo de seus sentimentos por mim, não quis se deixada mais uma vez, entretanto ver que ele estava pensando no contrário acalmava minhas dúvidas. Já imaginava que Kakashi faria essa proposta a ele, não por Sasuke ser um dos ninjas mais fortes que Konoha tinha gerado junto com Naruto, mas porque eu sabia que assim como eu, ele esperava ansioso o dia em que Sasuke seria capaz de retornar para casa.

– Isso é ótimo Sasuke-kun! - falei feliz, enquanto me pendurava, ele colocou a mão nas minhas costas para apoiar.

– Ei, espere, me solta Sakura. - ele falou um tanto agitado com a minha reação, soltei seu pescoço e acabei rindo quando vi seu embaraço.

– Gomen Sasuke-kun, só estou feliz com a noticia. - sorri, sentia que meu coração a qualquer momento iria explodir de felicidade.

– Sakura, Kakashi quer que eu represente Konoha em um time montado pela Aliança Shinobi para caçar nukenins. - ele foi direto como sempre - Não irei negar que a função me agrada, porém são missões que podem durar algumas semanas ou meses, e eu preciso saber se você ainda irá querer algo comigo mesmo com essas longas ausências.

Pisquei os olhos assimilando as informações, o primeiro pensamento que passou pela minha cabeça tinha sido o risco dessas missões, claramente ficariam entre rank-A e rank-S, o que significavam que os ninjas seriam fortes, claro que Sasuke era verdadeiramente poderoso, mas isso não significava que não iria correr riscos, aquilo me preocupava. E claro que suas ausências seriam incomodas, porém pensar que ele estava fazendo algo que gostava e para o bem de todos me deixava satisfeita, e mais ainda por saber que ele tinha vindo dividir seus planos para o futuro comigo. Passei novamente meus braços ao redor de seus pescoço, mas dessa vez com mais calma, afundando meus dedos em seu cabelo, ele imediatamente circulou minha cintura com o braço sem ao menos recuar, mostrando que já estava acostumado com meus toques.

– Desde que você volte para mim, eu sempre irei te esperar Sasuke-kun. - assim que terminei a frase senti um beijo no meu pescoço, próximo ao maxilar, fazendo um arrepio bom percorrer no meu corpo. - E claro, quero se você me mande notícias de como está enquanto estiver em missão.

– Tsc. Tinha que ter uma exigência. - ele comentou baixinho com um tom divertido.

Ia comentar que começaria fazer algumas caso resultassem em piadas feitas por ele, mas ele logo tirou a boca de próximo a minha orelha e foi direto a minha boca. Tínhamos nos acostumados aos beijos um do outro, mas a urgência que ele demonstrava era claramente nova para mim. Nos lábios se pressionavam com a mesma vontade que nos línguas se enroscavam, logo senti sua mão deslizando até a base de minhas costas, sendo pressionada para que meu corpo colasse ainda mais ao seu, aproveitei o espaço da gola de sua blusa para colocar minhas mãos por dentro de sua blusa, sentindo o calor da sua pele. Sua mão subiu um pouco entrando um pouco debaixo da minha blusa, porém assim que percebeu ele a parou, mas ainda assim eu era capaz de sentir o os seus dedos gelados no meu quadril, o que me fez querer grudar ainda mais nossos corpos, sendo impedida pela sensação da boca de Sasuke deslizando pelo meu pescoço e plantando um beijo demorado alí, para olho em seguida me encarar intensamente. Não precisei que ele me falasse para saber que toda aquela intensidade era porque ele logo sairia em missão.

Os dois toques na porta chamaram nossa atenção, nos fazendo virar a cabeça para a porta.

– Sakura-sama, o paciente já está te esperando na sala de cirurgia.– ouvi a voz de uma das enfermeiras do hospital do outro lado da porta.

Voltamos a nos encarar, e eu me perguntei quando o veria novamente, lentamente e com muita dificuldade nos afastamos, sem nunca quebrar nossa troca de olhares, e ficamos assim por alguns segundos em silêncio.

– Sakura-sama, você está ai? - a voz voltou a soar.

Sasuke levantou o braço, e levemente tocou com os dedos em minha testa, repetindo o mesmo gesto da última vez, e como da última uma onda de um sentimento muito forte vindo de Sasuke me atingiu, fazendo-me corar com sua intensidade e veracidade. Ela deslizou o dedo pela lateral do meu rosto até plantar a palma da mão em minha bochecha, passando seu polegar de leve por debaixo do meu olho.

– Koishiteru Sasuke-kun. - sussurrei baixinho, não pensando na pessoa atrás da porta, mas porque algo no jeito que ele segurava o meu rosto, e na expressão raramente tão relaxada, no sorriso leve de sua boca, ou na contemplação que havia em seu olhar, tornava o momento tão forte que eu temia que uma palavra pudesse quebrá-lo.

– Até a próxima vez, Sakura.

Não reclamei quando senti os lábios de Sasuke colarem com calma nos meus, em um toque rápido, muito menos estranhei quando abrir os olhos e percebi que ele não estava mais alí.

[...]

Era de noite quando quando cheguei em casa, tirei os sapatos os colocando na entrada como uma ação automática, já que minha mente estava rodeada de pensamentos em torno do meu último encontro com o Sasuke, tanto que não prestei atenção em uma única palavra de minha okaa-san, que falava alguma coisa completamente animada, até que suas palavras me chamaram a atenção.

– … ah, o Sasuke deixo uma caixa aqui pedindo para você cuidar até ele voltar.

– Caixa? - perguntei surpresa em saber que ele tinha ido até minha casa. - Aonde está essa caixa?

– Deixei em seu quarto, mas venha comer temos que começar a pensar…

Não esperei minha okaa-san terminar o que dizia, disparei pelas escadas apressada em descobrir de que caixa se tratava, assim que abrir a porta a vi encima da mesinha, quando a abrir reconheci imediatamente, era aquela que eu tinha usado para guarda alguns pertences de Sasuke que me pareciam importantes assim que sai da vila, inclusive com o Narciso que eu guardava e jurava que tinha perdido. Sorri em saber que ele confiava aquelas coisas a mim, foi então que percebi duas coisa novas em deu conteúdo, um pergaminho lacrado com o símbolo Uchiha e um saquinho de tecido vermelho com um Narciso recém desabrochado. Meu impulso era abrir o pacote, mas o conteúdo do pergaminho me intrigava mais, ao abri-lo fiquei surpresa ao ver a caligrafia simples de Sasuke, e mais ainda em ver que se tratava de uma carta.

“Sakura, já partir em missão, porém Kakashi não tinha entrado em contado com os outros Kages para discutir minha aprovação até a hora de minha saída, então caso você saiba de algum problema para Kakashi em relação a isso me avise imediatamente, pois sei que ele não irá faze-lo. Como você não poderá saber da minha localização e eu estarei em constante movimento, enviarei gaviões periodicamente para você, junto com algum relato de como estou, assim como você me pediu.

Também deixei um documento assinado por mim com Kakashi que lhe dando autorização de ter acesso a herança que recebi do meu clã. Compre uma casa confortável, um bairro novo está sendo construído perto do hospital, dê preferências as casa que sejam grandes e reservadas. Além disso conversei com seu pai esta tarde, e ele nos concedeu a permissão, prepare tudo ao seu gosto e use o dinheiro necessário, nos casaremos assim que eu retornar.

Uchiha Sasuke”

Larguei o pergaminho com as mão trêmulas, e o coração palpitante. Ele queria se casar comigo. De uma maneira estranha e autoritária, já que nem ao menos tinha me consultado e inclusive falara com meu pai, mas era claro que ele sabia que se me pedisse a resposta seria sim, e por mais que eu quisesse ficar brava pelo modo que ele conduziu a situação, não pude deixar de sorrir boba enquanto lágrimas felizes desciam pelo meu rosto. Comecei a rir ainda em pé no meio do quarto, enquanto chorava e me balançava quase como se dançasse sozinha, meu coração estava tão preenchido de vida que chegava a me sufocar por dentro, com o aperto esmagador de minha felicidade.

Fiquei tanto tempo comemorando que quase esqueci do pacotinho vermelho, desamarrei o laço e fiquei olhando o Narciso em minhas mãos, não acreditava que ele ainda se lembrava que era eu a levar essa flor quando ele estava no hospital, ou melhor, nunca esperei que ele reparasse verdadeiramente nelas. Quase pude imaginar a cena dele entrando na loja dos Yamanakas para comprá-la e comecei a rir, se Ino estivesse na loja no momento deveria está festejando por mim, porque ela, mais do que ninguém, saberia o que aquilo significava para nós. Depositei a flor em cima da mesa, logo procuraria um vaso para ela, terminei de desfazer o laço que prendia o saquinho e o virei na palma de minha mão. Ao olhar o que eu segurava sentir meu coração parar, e logo em seguida, bater em um ritmo descontrolado, não acreditei em que Sasuke fosse capaz de pensar em algo tão bonito e significativo como aquilo, a situação como um todo era impensável que pudesse vir de Sasuke. Tratava-se de um colar com uma simples corrente de prata, mas o que me deixou encantada foi o pingente, um pequeno simbolo dos Uchihas dentro do círculo branco dos Harunos. Corri para frente do espelho e coloquei o colar, era lindo e discreto, uma bela companhia ao outro com o pigente em forma de uma flor de sakura, que meu pai trazido para mim em uma de suas viagens. Cai na cama sorrindo e chorando de felicidade ao mesmo tempo, agarrando o pingente fortemente, como se pudesse sentir ele alí.

Ri boba e feliz, ouvindo minha okaa-san me chamando para jantarmos e começarmos a planejar o casamento, o que me fez sorri mais abertamente ainda. Em breve eu seria esposa de Sasuke, aquele que o meu amor estava prometido desde o princípio pelos deuses, eu seria a nova Uchiha.

FIM.