Pray For Love escrita por Lizzie-chan


Capítulo 27
Extra: Shiny Happy People


Notas iniciais do capítulo

Yey.... Yey!
Olá, pessoas ;D
Quaase consegui postar em abril! Hm, quase! kkkkkk. Maaas, não cheguei lá, no entanto, o capítulo já estava pronto faz um bom tempo, espero que isso conte pra algo kkkkkk. Estava só esperando responder todos os reviews pra postar, e agora que consegui, cá estamos (isso absolutamente não quer dizer que devia ter menos reviews, hein? kkkkkk).
Esse extra surgiu de uma sugestão da linda da Vicky Scarlet, na qual eu fiz umas mudancinhas pontuais pra escrever essa novela infinita aí embaixo. Provavelmente (provavelmente) ficou decente, mas isso vocês que vão me dizer ;D
Dedicado para a Vicky, porque man, isso não existiria sem ela kkkkkk

Boa leitura!
(Título: Radiantes Pessoas Felizes)
➢ Dia 2: Shiny Happy People - R. E. M.



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Lucy sorriu para o espelho, rosqueando o tubo de seu rímel para fechá-lo após se dar por satisfeita com seu trabalho. Seus cílios pareciam ainda mais longos e volumosos que o normal, combinando com a leve maquiagem natural que usara para realçar o rosto.

Colocou seus cosméticos dentro da bolsa roxa sobre a mesa na frente da qual estava o espelho. Havia um grande vaso de flores tampando metade do objeto, mas ainda era capaz de se ver perfeitamente. Deu alguns passos para trás, analisando seu vestido, girando um pouco e observando o efeito da saia rodada ao redor de suas pernas. Não conseguia enxergar seus saltos agulha, mas pelo tanto de vezes que os calçara em sua casa para ter certeza de que ficariam bons, não duvidava nem um pouco de sua beleza.

Alisou o tecido azul do vestido, sentindo o cetim macio com satisfação e sorrindo para si mesma no espelho, confiante de sua beleza.

Sua análise minuciosa foi interrompida por uma batida desajeitada na porta branca, que logo se abriu para revelar um rapaz de cabelos rosados. Usava sapatos sociais negros que brilhavam após Lucy ter feito questão de engraxá-los em casa, calças pretas com um paletó combinando, cortesia da insistência da loira. Ao invés de uma gravata, um cachecol branco estava ao redor de seu pescoço, caindo sobre o peito da camisa social pálida. Um flor azul combinando com o vestido da Heartfillia enfeitava o bolso do paletó, o que a fez sorrir.

— Natsu — cumprimentou, virando-se para olhá-lo. — Ficou mesmo muito bom em você — elogiou, aproximando-se para tocar o ombro do paletó.

Natsu levantou as sobrancelhas, parecendo achar seu comentário divertido.

— Ficou muito bonito em você também, Luce — comentou, referindo-se obviamente ao vestido. Levantou uma mão, tocando a ponta agora encaracolada do rabo de cavalo da loira. Enrolou os cabelos nos dedos, parecendo distraído enquanto continua: — Vim te buscar, já vai começar, sabe.

— Ah, claro, claro — cantarolou, deixando os dedos correrem pelo cachecol e puxando as pontas para aproximar seus rostos. Não precisou de muito mais que isso para que o rosado cortasse o restante da distância que os separava e tomasse seus lábios.

Soltou uma risada contra sua boca quando ele aprofundou o beijo, passando as mãos para sua cintura e dobrando o vestido onde seus dedos apertavam com força. Deixou seus próprios dedos puxarem o cachecol cada vez mais perto, para que ele continuasse a beijá-la infinitamente.

Parecendo cansado de inclinar a cabeça, mesmo que pouco devido ao salto da loira, Natsu soltou seus dedos do vestido e passou os braços, usando-os para levantá-la. A loira soltou outra risada, perdendo um pouco o equilíbrio enquanto o deixava erguê-la do chão. Seu rabo de cavalo caiu ao lado de seus rostos quando ele a levantou acima de sua cabeça e se inclinou para trás. Os fios faziam cócegas, mas ambos os estavam ignorando.

Quase riu pela terceira vez quando sentiu os dedos masculinos pairando perto do zíper do vestido não fosse porque foi prontamente interrompida:

— Lu-chan, prec... Ah.

Natsu não pareceu se incomodar nem um pouco com a voz, mas Lucy foi muito incisiva sobre sua surpresa, afastando-se de seus lábios e virando o rosto quase imediatamente para que seu olhar se encontrasse com a expressão levemente atônita de Levy do outro lado do cômodo.

Levy-chan! — exclamou. Então virou o rosto para o rosado, que a observava parecendo incomodado que tivesse finalizado seu beijo. Deu um pequeno tapa em seu ombro. — Me coloca no chão.

O Dragneel resmungou de modo ininteligível para si mesmo, afrouxando o aperto e baixando a maga estelar. Assim que sentiu seus saltos firmes sobre o piso do quarto, Lucy deixou os braços escorregarem do pescoço do garoto, separando efetivamente seus corpos.

— Vou esperar com o pessoal — informou o dragão de fogo, pondo as mãos nos bolsos e indo para fora. Parecia irritado, mas Lucy sabia que era temporário: ele simplesmente odiava quando o interrompia em seus beijos. Natsu era bastante impaciente e infantil quando queria.

Soltou uma risadinha ao ouvir a porta se fechar, então virou para olhar a amiga e engasgou ao encarar a expressão maliciosa da azulada.

— É assim — começou a McGarden, fazendo sinal da direção da loira — que você termina assim. — E apontou para sua barriga redonda.

Lucy deu um passo para trás, sentindo o rosto corar quase instantaneamente. Tinha que se lembrar frequentemente do fato de que Levy era uma das pessoas que mais apoiava seu relacionamento com Natsu, sendo uma das primeiras a começar a fazer piadas pervertidas sobre o casal — antes mesmo de serem de fato um casal!

L-levy-chan! — exclamou, incrédula, ao que maga baixinha riu, abanando uma mão.

— Não se preocupe. De qualquer jeito, Lu-chan, pode me ajudar com isso aqui?

Fez sinal com a cabeça para baixo. Lucy avaliou a situação, mas não precisou de mais do que alguns segundos para entender o motivo do braço colado ao peito da baixinha.

— Você quer que eu feche o vestido? — perguntou, só por precaução, se aproximando.

Levy estava se vestindo no quarto ao lado do seu. Devido ao fato de ser um vestiário comum, havia uma porta interligando os dois cômodos, que haviam sido decorados de modo bem semelhante — flores aqui e acolá, um espelho e um vaso gigante, uma mesa de vidro, um armário para guardar o vestido, e o quarto da azulada dispunha de um banheiro ao fundo para suas necessidades especiais.

— Sim... — concordou a garota.

— Achei que você tivesse dito que conseguia fechar sozinha.

— É, mas... Tem um pequeno problema.

Lucy arqueou as sobrancelhas, mas não perguntou nada e seguiu a McGarden para seu quarto, fechando a porta atrás de si.

— Obrigada, Lu-chan — agradeceu previamente a baixinha, virando-se de costas para permitir à amiga visualizar o zíper.

A Heartfillia desceu as mãos pelo tecido lindo do vestido da azulada. Diferente de seu gosto por vestidos com várias camadas, Levy parecia preferir roupas leves e fofas, que a faziam parecer uma fada, e seu traje a rigor não era exceção: era um bonito vestido azul com uma flutuante saia coberta de um tecido leve e brilhante do mesmo tom. A parte de cima possuía um padrão de bordado de flores bastante delicado e intrincado sobre o qual a loira escorregou os dedos enquanto procurava pelo zíper.

Assim que o encontrou, puxou as pontas do vestido para poder deslizá-lo para cima. Conseguiu, até chegar à região do ventre da maga.

Então o zíper parou.

E. Não. Quis. Subir.

— L-levy-chan... Quando foi a última vez que fez a prova desse vestido? — perguntou, dando uma risadinha nervosa.

— Semana passada... — murmurou. — Eu sabia! Não tá fechando, né? — inquiriu, a voz desesperada.

— Não quer fechar — aquiesceu a maga estelar.

Levy começou a andar de um lado para o outro, segurando o vestido contra o peito para que não escorregasse até o chão.

— Oh, isso é tão injusto! Eu tava fazendo tudo certo, verificando a cada semana, ajustando — reclamou, balançando a mão livre de um lado para o outro com nervosismo. — Não acredito nisso! Os médicos disseram que a minha barriga está crescendo demais, vai ver a Cana tem razão e são gêmeos...

— Levy-chan, Levy-chan, calma! — pediu a loira, estendendo uma mão para parar a marcha da garota, que a olhou com os olhos irritadiços. — Não vai fazer bem pro bebê se estressar desse jeito. Além do mais, você já está no último mês, é normal que seja meio inesperado.

— A surpresa do último mês é quando o bebê nasce, Lu-chan — resmungou, parecendo querer cruzar os braços, mas desistindo em vista da consequente queda de seu vestido.

— Ok, ok, eu sei, mas não é culpa do bebê. Vamos resolver isso... — começou, estreitando os olhos para o vestido da amiga.

— E como vamos resolver isso? — perguntou, inclinando a cabeça para o lado.

Uma luz se acendeu na mente da maga estelar, que sorriu de orelha a orelha antes de pedir licença e voltar a seu quarto. Reapareceu na porta segundos depois com o molho de chaves nas mãos e Levy observou intrigada enquanto invocava o espírito de virgem.

— Virgo... Pode consertar isso pra mim? — pediu, apontando para o vestido da azulada.

— Qual é o problema com a roupa, Hime-sama? — questionou a empregada, educadamente se inclinando para a amiga de sua mestra antes de se aproximar e tocar o vestido com seus dedos experientes.

— Ficou apertado. Será que pode alargá-lo um pouco na região do ventre ou estender, sei lá? — pediu, gesticulando com as mãos enquanto falava.

— Certo, Hime — concordou o espírito. Levy levantou as sobrancelhas, mas escorregou para fora do vestido, estendendo-o para a empregada, que o pegou e deu uma boa analisada antes de desaparecer.

— E-ela acabou de evaporar com meu vestido? — reclamou a baixinha, estendendo os braços e balançando-os onde antes estivera a rosada. Lucy deu risada, colocando uma mão sobre o ombro nu da amiga.

— Calma, ela foi pro mundo dos espíritos. As ferramentas dela estão todas lá. Já já volta com o vestido arrumado.

— Você tem certeza? — questionou, deixando o olhar preocupado vagar para a amiga, as sobrancelhas franzidas sobre os olhos. — Pouco tempo lá significa muito tempo aqui, então se ela demorar um pouquinho, podem ser horas pra gente!

— Sei, sei, não temos horas — concordou a maga estelar. — Mas sério, a Virgo é muito eficiente. Ela já vai voltar.

— Se você diz... — Desistiu, suspirando para si mesma. Seus olhos correram pelo vestido da amiga: um elegante modelito com babados até os pés e busto decorado com lantejoulas. — Você tá muito bonita, aliás — cumprimentou, acenando com a cabeça para dar ênfase.

— Obrigada — agradeceu a mais alta. Teve vontade de elogiar o vestido da baixinha também, mas seria indelicado considerando que estava nua naquele momento. — Escolha da Erza. Você tem que ver o dela depois, tá parecendo uma rainha.

— Imagino — riu, pondo uma mão sobre os lábios, parecendo mais relaxada. — Erza não costuma exagerar nas roupas sociais, mas hoje é uma ocasião especial. Queria ter ido escolher o vestido com vocês...

— Sei que teve que ir procurar um costureiro especial — comentou a loira, sorrindo. — Mas teria sido legal se você tivesse ido. Queria que tivesse visto a Juvia surtando pra escolher o dela. Foi hilário.

— Pelo menos deu certo. Ela tá linda de morrer — disse, acenando com a cabeça para dar ênfase, ao que a loira meneou a própria cabeça em concordância.

— Gray vai morrer hoje. Se é que já não morreu antes — brincou.

Enquanto estavam rindo da piada, uma nuvem de fumaça anunciou a chegada de Virgo, carregando o vestido azul da baixinha. Levy sorriu, entusiasmada.

— Nossa, que rápida! Obrigada, Virgo! — agradeceu, pegando o vestido do espírito estelar.

— Ao seu dispor, senhorita — informou a rosada, fazendo questão de permanecer para puxar o zíper do vestido para a McGarden. Desapareceu somente quando tinha certeza de que a medida estava correta.

— Ela é realmente maravilhosa, Lucy! — elogiou, virando-se para a Heartfillia, o vestido brilhante rodando entre suas pernas.

— Ela é, a Virgo é incrível — concordou, estendendo uma mão para a amiga. — Agora vamos? Natsu e Gajeel já devem estar rasgando as roupas a essa altura.

— Claro que não, Gajeel adora usar roupa social. Ele sempre veste quando vai fazer aqueles shows dele. Agora Natsu... — comentou a azulada, rindo e aceitando a mão da amiga e seguindo com ela para fora do quarto.

Do lado de fora, havia um comprido corredor. As paredes estavam decoradas com buquês de flores azuis separadas em intervalos regulares por fitas brancas e azuis claras translúcidas e delicadas. No piso, um tapete vermelho com um padrão de dourado guiava o caminho até um par de portas de madeira ladeadas por dois grandes vasos brancos cobertos de minúsculas flores azuis e brancas.

Seus saltos, assim como os de Levy, fizeram eco contra o piso pálido que refletia as luzes pequenas no teto do corredor. Seguiram, deixando o som cessar ao começarem a pisar sobre o tapete, a loira guiando o caminho até as portas, na frente das quais uma garota as esperava.

Juvia virou para observá-las, inflando as bochechas rosadas no processo. Seus cabelos em cachos soltos e azuis balançaram ao redor de seu pescoço com o movimento, enroscando no véu pálido preso a uma tiara de brilhantes no todo de sua cabeça.

— Vocês estão atrasadas — acusou, estreitando os olhos azuis para as duas.

— Desculpa. — Levy deu uma risada envergonhada, fechando os olhos e coçando a nuca. — Meu vestido não queria fechar, a Lu-chan deu um jeito pra mim.

A azulada levantou uma sobrancelha ceticamente antes de se virar de volta para as portas de madeira grandes e imponentes, talhadas com um padrão de flores e retas.

— Por sua culpa, Juvia ainda não pôde entrar — pontuou, a voz baixa.

— Certo, então vamos entrar logo pra você poder ir — concordou a McGarden, tomando a dianteira e passando pela loira. Abriu uma das portas com a mão, desviando da barra do vestido da Loxar enquanto rodopiava para dentro do salão. Deixou a porta entreaberta para que a Heartfillia a seguisse, que foi o que fez menção de fazer, não fosse porque uma mão enluvada de branco alcançou a maçaneta e a fechou novamente.

— Lucy... — ciciou a azulada com a cabeça baixa. A maga estelar se virou para olhá-la preocupada, esperando silenciosamente pelo que iria dizer. — Lucy... Eu achei que pudesse fazer isso, mas eu não posso! — exclamou, levantando o rosto corado com os olhos em lágrimas.

— O-o quê? Você não tá desistindo agora, né? — perguntou atônita, levando uma mão até o ombro da maga de água e tentando segurá-la para botar alguma razão em sua cabeça avoada. — Juvia, você esper...

— Não! — protestou, os olhos arregalados. — Juvia não está desistindo — corrigiu-se, a expressão nervosa. — Juvia só não consegue entrar sozinha. Juvia está muito nervosa... — explicou, baixando o olhar novamente, as bochechas coradas. — Juvia vai desmaiar assim que vir Gray-sama.

Lucy a encarou boquiaberta por alguns instantes antes de colocar uma mão na testa e soltar um riso baixo. A azulada não pareceu tomar sua atitude positivamente, acusando-a de rir de seus problemas de modo flagrante.

— Não, não... — começou, dando um sorriso. — É que só posso imaginar a sensação — contou, observando a expressão da maga se suavizar. — Mas então, o que quer que eu faça? Quer que eu chame o mestre?

— Não — negou, cruzando os braços sobre o peito bordado de seu vestido branco. — Quero que você entre comigo, oras.

— Entrar com você? Mas... Eu não sou homem — apontou, chocada, dando um passo para trás. Juvia rodou os olhos, estendendo uma mão e agarrando o pulso da maga estelar.

— Bem feito pra você, vai ter que me entregar pro Gray-sama depois de ser minha rival no amor por dois anos.

Sentiu vontade de destacar que nunca havia tido qualquer tipo de interesse além do fraternal por Gray, mas seria inútil tentar convencer Juvia disso àquela altura: se ainda não havia entendido nos últimos dois anos, não seria naquela hora que entenderia.

Mas é claro que a azulada sabia. Isso ficava bem evidente no modo como sorriu ao puxar Lucy para seu lado direito e prendeu a mão em seu braço de modo autoritário. Não parecia uma risada desdenhosa ou zombeteira, muito pelo contrário: era o sorriso que você dava a um amigo. Era um sorriso de confiança.

E porque era sua amiga, Lucy seria aquela a guiá-la para o dia mais feliz de sua vida.

Sorriu para si mesma, empurrando uma porta aberta enquanto a noiva empurrava a outra.

A marcha nupcial foi acompanhada de alguns murmúrios surpresos, mas não muitos. A maioria foram exclamações felizes, afinal, todos da Fairy Tail já sabiam que podiam esperar qualquer coisa uns dos outros.

Ao ver Gray de pé do outro lado da igreja, o paletó de algum modo ainda em seu corpo, Juvia pareceu infinitamente radiante. Seu rosto estava corado, seus olhos estavam úmidos e seu sorriso alcançava uma ponta à outra de seu rosto, o sorriso que apenas o Fullbuster era capaz de fazê-la dar.

Lucy a observou satisfeita até soltar seu braço para oferecer a mão dela para o homem de sua vida. Subiu no altar, parando ao lado de Levy, Wendy e Erza, as outras três madrinhas vestidas de azul, antes de deixar seus olhos vagarem para o outro lado.

Na ponta, atrás de um Gajeel de rabo de cavalo e expressão imponente, estava Natsu, observando-a com um sorriso orgulhoso. Repentinamente se sentiu bem consciente de que acabara de se tornar o centro das atenções depois dos noivos, dando um sorriso envergonhado e olhando para baixo.

Mas aquele era um dia feliz e maravilhoso, e claro que tinha que continuar a ser.

*

Uma hora depois, estavam no jardim atrás da igreja, decorado com fitas e flores brancas e azuis. As mesas de oito lugares estavam dispostas de modo a deixar um espaço no meio, no qual um piso branco indicava que seria a pista de dança. Uma banda se ajeitava sobre um palco de madeira perto da mesa de refeições, preparados para começar o show a qualquer momento.

Tudo parecia no lugar, até o clima de outono nem um pouco chuvoso que abençoava o novo casal.

Juvia andou saltitante até a pista de dança, arrastando o marido atrás de si para sua primeira dança. Enquanto isso, os outros convidados se acomodaram, tentando dar privacidade ao casal alegre.

Lucy sentou numa mesa perto da comida, suspirando aliviada ao estralar o pescoço. Quando abriu os olhos novamente, ouvindo o barulho de cadeira arrastando, deparou-se com Natsu se acomodando sorridente a seu lado.

— Ei, Luce — cumprimentou, acenando alegremente.

— Oi — respondeu, acenando de volta, embora estivessem a um metro de distância. Natsu era realmente, realmente adorável.

— Está gostando? — perguntou, indicando os arredores. Lucy piscou, surpresa, então deixou a atenção vagar para os convidados barulhentos, os cabelos de Juvia a alguns metros esvoaçando enquanto Gray a rodopiava ao som de uma música romântica que obviamente não pedia a velocidade com que estavam se mexendo.

— Estou — confirmou, inclinando a cabeça e apoiando-a numa mão. — Estou gostando bastante. Todo mundo parece contente e o salão e o jardim estão tão bonitos, Juvia e Gray vão ter um infarto de felicidade a qualquer momento e não sei... Estamos todos juntos... — suspirou, os olhos caindo para o padrão florido da toalha de mesa. — Parece tudo em seu lugar.

— O que você acha de casamentos? — questionou, a expressão parecendo descontraída enquanto se inclinava contra o encosto da cadeira, e a garota estava surpresa que ainda não tinha pegado nada para comer. Havia algo muito errado lá...

— Eu gosto — anuiu, acenando com a cabeça para dar ênfase. — No fundo todas as garotinhas já sonharam com o próprio casamento, e com o casamento das amigas, essas coisas. Agora é só um pouco diferente, porque estamos mais maduros. O que importa mais não é só a festa em si. É o significado — explicou, balançando uma mão enquanto falava.

— Oh — soltou o dragão de fogo, observando-a intrigado. — Então você gostaria de se casar um dia?

— Claro. — Deu de ombros.

— Então vamos nos casar — concluiu, fechando os olhos e acenando para si mesmo.

Lucy se afastou da mesa, as costas pressionadas contra a cadeira e o olhar incrédulo sobre o rosado.

— Você acabou de me fazer um questionário pra decidir que vamos nos casar? — inquiriu, a voz acusadora.

— É — concordou o Dragneel, parecendo levemente confuso. — Qual o problema?

— Natsu... — começou, pondo uma mão na testa. — É como morar juntos e abraçar... Não é assim que funciona...

— Tá, eu sei, eu tenho que te dar um anel e fazer o pedido — falou, rodando os olhos, como se isso fosse óbvio. — Mas eu não estou te pedindo agora.

— Claro que não, você está me contando que vai pedir! — reclamou, franzindo o nariz.

— É, que tem isso?

— A surpresa também faz parte do processo — pontuou, cruzando os braços sobre o peito do vestido azul.

Natsu a observou inexpressivo por alguns instantes, então suspirou, pondo uma mão na testa exatamente como ela fizera antes.

— Luce, você é muito estranha. Eu vou te surpreender. Você nem sabe quando eu vou pedir, então relaxa — pediu, a voz condescendente. — Além do mais, quanto mais rápido você souber, mais rápido vai amaciando o meu “sim”.

— C-como você pode assumir que eu vou aceitar? — indagou indignada, sentindo-se flagrantemente óbvia enquanto o rosto corava de nervoso.

— Por que você está louca pra casar desde que viu o anel no dedo da Juvia mês passado — explicou ele, dando um sorriso sacana para a expressão horrorizada da maga celestial.

— E como você sabe isso?

— Mira me contou. — Deu de ombros, empurrando sua cadeira para trás e se levantando. — Escuta, vou pegar algo pra comer e já volto — informou, balançando a mão por cima do ombro para a expressão descrente com a qual Lucy observava suas costas.

O que havia acabado de acontecer?

Oh. Meu. Deus.

Podia ser por motivos estúpidos, mas... Ela ia se casar. Oh, meu Deus, oh, meu Deus!

Lucy estava noiva.

Ou, hm, ia estar. Logo. Provavelmente. Mas que seja!

Seu peito se encontrava num misto de choque e êxtase em conflito e sentia muita vontade de sair correndo e contar tudo o que havia acontecido para Levy, mas foi obrigada a mudar seus planos quando o homem no palco convidou os padrinhos e madrinhas para dançar com os noivos na próxima música, assim como todos os outros casais presentes.

Levantou, seguindo para a pista de dança, ao lado da qual parou de pé, observando os pares de juntarem.

Wendy e seu delicado vestido azul passaram ao lado da loira, indo na direção do pequeno Romeo de smoking. Deu um sorriso ao observar a expressão feliz do mago de fogo ao ver a amiga se aproximar: não era segredo para ninguém que lá tinha coisa. Era até bonito de se ver, depois de seu acidente de sequestro quase fatal, os dois começaram a se aproximar discretamente.

Levy, do outro lado da pista, já estava em posição de dança com Gajeel. Pelo que havia contado a Lucy, o moreno parecia gostar muito de cantar e tocar, mas dançar não era exatamente seu forte, então apenas a observava com um rosto sereno enquanto ela falava e ria, sua barriga proeminente tocando o ventre masculino.

Juvia ouvia Gray falar algo corada até o último fio de cabelo no meio da pista de dança. Seu vestido de camadas branco balançava vez ou outra quando batia vento e o paletó do noivo já havia desaparecido misteriosamente, a gravata desatada preparada para seguir pelo mesmo destino desconhecido. O moreno sorria e continuava a falar, uma mão na bochecha da garota, como se achasse tudo aquilo extremamente divertido.

Perto dos dois, Mira posicionava as mãos de um Laxus desconfortável ao redor de sua cintura com um sorriso calmo no rosto. O mesmo fazia Evergreen com Elfman, parecendo bastante autoritária, diferentemente da Strauss. Tanto o loiro quanto o albino sorriram ao final do processo, os rostos corados.

Lucy se perguntou onde estavam Lisanna e Bixlow, mas não iria procurar por eles: quando casais sumiam em casamentos, geralmente era melhor não ir atrás, a não ser que tivesse vontade de macular a própria memória. E vindo daqueles dois, a loira não esperava nada menos.

A alguns passos de distância de si, podia ver Erza, balançando-se sobre seus saltos azuis, o vestido cheio azul acompanhando seu movimento. Olhava para o chão, os lábios unidos e trêmulos.

— Erza? — chamou. — Tudo bem?

A ruiva levantou o olhar para a loira, piscando de modo surpreso antes de se aproximar.

— Tudo, Lucy. Só pensando com qual padrinho eu devia dançar. Você quer ficar com Jellal e eu fico com Natsu? — perguntou, inclinando a cabeça, parecendo meio desconfortável.

Antes que a Heartfillia tivesse tempo de responder, uma mão cobriu o ombro nu da Scarlet, fazendo-a virar o rosto para o homem de cabelos azuis com tatuagem ao redor de um dos olhos, cuja expressão envergonhada denunciava seu nervosismo, semelhante ao da maga.

— Deixe ela dançar com o Dragneel, eles são um casal. Dance comigo — pediu, inclinando um pouco a cabeça.

Erza corou, gaguejando por um momento antes de concordar com um aceno de cabeça e segui-lo, deixando que a guiasse pela mão e esquecendo até de acenar em despedida para a loira.

Lucy cruzou os braços, novamente sem nada para fazer, observando enquanto Charle e Happy, Cana e Gildarts, Alzack e Bisca se ajustavam onde queriam. Suspirou, preparada para voltar para a mesa, quando uma mão quente tocou seu antebraço, parando-a no lugar.

— Ei, Luce — cumprimentou novamente o rosado, com a boca cheia, parando a seu lado.

— Natsu... — murmurou. — Engula antes de falar — repreendeu, antes de dar um sorriso pequeno e por uma mão em seu ombro.

Queria muito reclamar sobre o que havia acontecido na mesa, mas ficar levantando o assunto seria apenas como cutucar a ferida — e provar que ele e Mira estavam certos e que estava sim com muita vontade de casar depois de ver um lindo casamento como aquele.

O rosado a trouxe para perto, colocando uma mão em sua cintura enquanto sorria após engolir.

— Sim, senhora — brincou, puxando-a para que pudessem rodopiar, mesmo que a música ainda nem tivesse começado.

Lucy riu, tropeçando um pouco nos pés. Claro, o rosado não estava seguindo os passos de nenhuma dança — pelo amor de Deus, ele não conseguia nem andar duas vezes para frente e uma para trás, como a valsa básica pedia. Ao invés disso, os dois estavam fazendo algum semicírculo sem sentido em seu cantinho da pista.

— Ei, Lucy, cuidado aí pra não girar demais! — exclamou Cana a alguns metros de distância, atraindo a atenção da loira. — Você já sabe, mas as mulheres no seu estado vomitam bastante hein! — Apontou para a barriga, dando uma risada escandalosa.

Lucy a encarou boquiaberta por alguns instantes, parando de dançar enquanto Natsu observava a cena confuso. A morena continuou a rir alto conforme a música começava a tocar e os casais balançavam, tampando a visão que a loira tinha dela.

— Lucy? Você tá doente ou algo assim? — perguntou o rosado, atraindo a atenção da namorada. A Heartfillia o encarou por um momento com uma expressão indecifrável antes de balançar a cabeça e enterrar o rosto em seu ombro.

— Não é nada — murmurou contra o paletó preto. — Não se preocupe.

Oh, ho, Cana era tão perversa! Tinha de ensinar uma lição a ela depois dessa acusação ridícula!

Um mês e meio depois, após esquecer tudo sobre a cena, a loira descobriria que estava grávida. E Cana apostaria que era um casal de gêmeos, afinal, ela precisaria de alguma fonte de renda depois de perder tudo com a aposta de Levy. Mas isso não vem ao caso, de qualquer modo.

Natsu a puxou de lado para o outro em sua valsa desordenada, parecendo relativamente alegre enquanto cantarolava a música, qualquer que fosse, que Lucy não conhecia. Fechou os olhos, concentrando-se nas mãos dele sobre seu corpo, em seu cantarolar reverberando em seu interior, que podia ouvir ao apertar o ouvido contra o ombro masculino.

Estava começando a sorrir para si mesma novamente quando ele de repente a soltou, empurrando seu corpo para trás. Lucy tropeçou, os olhos abrindo arregalados enquanto a mão quente de Natsu envolvia a sua e outra apertava os dedos do braço direito. Virando a cabeça, confusa, deparou-se com uma Mirajane sorridente.

Seus cabelos esvoaçaram quando olhou para o centro do salão, em que Gray e Juvia riam de modo envergonhado, ainda presos um ao outro em sua valsa. O restante dos convidados havia se juntado, formando um grande círculo de mãos dadas, que balançava ao redor deles, tomando toda a borda da pista de dança.

Eram muitos sorriso felizes, muitas risadas e vozes diferentes, Lucy nem sequer sabia para que lado olhar. O ambiente explodia em felicidade. Por um momento, observou atônita, sem ter certeza do que fazer. Fairy Tail sempre seria capaz de surpreendê-la, pensou, seguindo o balançar dos convidados enquanto virava o rosto e prendia sua atenção no grande e brilhante sorriso de Natsu Dragneel.

O primeiro que havia lhe mostrado aquele mundo multicolorido e reluzente.

Sorriu como ele, sentindo o peito leve.

Ao lado de todos eles, esperava encontrar o reluzente amanhã pelo qual ansiava a cada noite, e que todos os dias sempre ultrapassava suas expectativas.


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Notas finais do capítulo

E... Nossa, vocês chegaram até aqui? Ficou meio (meio) grande isso aqui né? kkkkkkk
Não me culpem, eu juro que não foi de propósito! kkkkkk Mas até que gostei do resultado. Ficou com pouca participação dos outros casais, até (tirando Gruvia, por favor, isso foi super Gruvia kkkkkkk). Gente, amo Gruvia xD Amo casais demais, meu Deus kkkkkkk.
Eeeeenfim. O próximo vai demorar. Bastante. Bastante mesmo. Não sei quando vai sair, mas vai demorar kkkkkk. Preciso sentar e pensar porque a próxima música é sobre uma pessoa que sente saudade da outra, e gente, já temos nosso wefief final feliz xD Como será que eu devia fazer isso.......... Estou com umas ideias na cabeça, mas não vai ser nada que nem esse e o extra anterior.... Mas o último vai compensar! kkkkkkk Eu acho xD Eu acho só kkkkkkk xD Mas o próximo, hm.... Eu vejo o que faço! kkkkk
De qualquer jeito, espero que tenham gostado desse extra e que estejam gostando, no geral, da fic ;D Logo mais ela vai finalmente entrar para a lista de finalizados... Uma pena. Ainda tenho saudades dela e de vocês :( Vocês são tão lindos, obrigada a todos que estão lendo, comentando e etc, espero continuar produzindo coisas do seu interesse.

Beijitinhooooooooooooos