Pray For Love escrita por Lizzie-chan


Capítulo 26
Extra: Pro Dia Nascer Feliz


Notas iniciais do capítulo

Yey, olha eu aqui! Depois de um mês, consegui finalizar o primeiro extra :)
Só tenho uma justificativa pra isso: faculdade. E a partir de agora, terei ainda menos tempo, então não faço a menor ideia de quando sai o próximo extra kkkkk. Mas tenho esperança que saia ainda em abril. Só esperança kkkkkk
De qualquer jeito, espero que gostem, foi feito com carinho :)

Boa leitura!
➢ Dia 1: Pro Dia Nascer Feliz - Barão Vermelho (com Cazuza)



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Lucy observou inexpressivamente seu teto de estrelas, confortavelmente aconchegada no saco de dormir ao lado do de Levy, que já ressonava de modo leve sob a vigília agora sonolenta de Gajeel. Estavam acampando ao lado do prédio da guilda, em processo de reconstrução promovido pelos próprios membros. Todos ainda tinham de procurar onde morar novamente após debandarem por Fiore de modo desleal à pobre cidade.

Ah, Magnólia era tão diferente de Crocus! Era uma cidade grande, mas não como a capital, e havia uma miríade generosa de estrelas que podiam ser vistas de sua posição. Podia se lembrar de quando era pequena e sua mãe contava as constelações com ela, sempre como se estivesse falando de velhos amigos. Agora podia entender porque havia chamado capricórnio de leal, touro de leviano e aquário de rabugenta.

Aquário... Já havia desaparecido do céu de fim de fevereiro, substituída pela curvilínea constelação de peixes. Sentiu um impulso de levantar os dedos e desenhar o contorno do signo de janeiro no ar, mas se conteve.

Estava frio em Magnólia, diferente de Crocus e de todas as cidades que havia visitado ao norte de Fiore. As noites sempre eram mais fresquinhas na cidade de sua guilda, se lembrava de usar muito o cobertor em seu apartamento um ano antes. O ar cortava seu nariz, fazendo-a ponderar porque diabos não podiam arrumar algum lugar para dormir em grupo — qualquer aluguel seria barato se dividido entre todos, e certamente devia haver alguma coisa!

Estava quase bufando em frustração quando um dedo quente a cutucou no rosto. Desviou os olhos perdidos na direção do incômodo para encontrar o rosto afilado de Natsu acima, na direção do céu. Ele sorria largamente, os dentes cobrindo a extensão de seu rosto, sendo decorados pelas bochechas rosadas e os olhos que quase não brilhavam no escuro. Seus fios de cabelo cor de rosa balançaram quando o vento passou, mas como usualmente isso não pareceu incomodá-lo.

— Ei, boa noite — murmurou para ele, um pouco surpresa. Deixou a expressão suavizar, sentindo um pequeno sorriso se espalhar por sua própria face, uma consequência da risada dele. A felicidade de Natsu sempre a fazia sentir o peito quente e ele era tão fofo quando queria!

— Luce — chamou, os olhos fixos nos dela. Depois que haviam firmado um relacionamento após a reabertura da guilda, usava com frequência o apelido para chamá-la. Provavelmente nem pensava ao dizer, mas para a garota era extremamente especial, como se aquela palavra fosse de Natsu e tão somente dele.

Por qualquer motivo, o garoto havia optado por usar seu colete e as calças brancas naquela noite, e as pontas do tecido preto balançaram junto ao cachecol com o vento. Às vezes sua ignorância flagrante do frio a fazia sentir arrepios — como ele podia simplesmente não saber o que era?

Sem razão aparente, fazia com que se sentisse solitária pensar que havia uma sensação que o rosado podia não conhecer — embora, claro, em muitos dos casos o frio fosse bastante dispensável.

— O que está fazendo aqui? — perguntou num fio de voz, olhando de esguelha para Gajeel, que já começava a roncar ao lado da McGarden. Soltou um suspiro aliviado mentalmente, ser pega conversando com Natsu à noite lhe renderia algumas acusações pervertidas pela manhã, com certeza.

— Estava com insônia, então resolvi fazer uma coisa ao invés de dormir — respondeu, dando uma risada desdenhosa, como se tivesse algum segredo sacana. — Quero te mostrar o que eu fiz.

A loira arqueou uma sobrancelha para o olhar malicioso dele antes de dizer:

— Não sei se estou interessada nessas suas atividades noturnas suspeitas. — O garoto abriu a boca para protestar, mas continuou, rindo internamente do quão fácil era incomodá-lo: — Além do mais, se nos metermos em problemas de novo, o conselho mágico pode não aprovar a reabertura da guilda.

— Como se aqueles pomposos tivessem que decidir qualquer bobagem sobre o que a gente faz — resmungou o rosado, rodando os olhos, ainda agachado ao lado do saco de dormir da loira. — E ei, eu não fico nos metendo em nenhuma droga de problema!

— Ok. — Lucy o encarou ceticamente, desviando o olhar de modo desinteressado enquanto pontuava: — Quem pôs fogo no castelo do rei pra provar qualquer coisa sem sentido pra si mesmo? Quem quebrou a primeira parede que construímos três semanas atrás porque precisava jogar o Gray através de algo sólido? Quem nos fez ser expulsos do mercado semana passada porque ameaçou um civil com fogo e acabou ativando os sprinklers do prédio?

Natsu franziu o nariz, parecendo profundamente ofendido quando retaliou:

— Eu já disse que aquele cretino tava olhando pra sua bunda na cara dura. — Bufou para ilustrar sua impaciência. — Ele tava merecendo uma porrada.

— Você olha pra minha bunda o tempo todo quando acha que não estou vendo — retrucou a loira, permitindo-se olhá-lo novamente apenas para saborear as bochechas coradas e a gagueira que se seguiram a suas palavras.

— E-eu não faço isso, não! — defendeu-se por fim, olhando feio para a loira. Ela não podia nem sequer ter a decência de parecer envergonhada por falar sobre o traseiro?

Lucy era realmente muito bipolar, sério! Às vezes ficava muito brava ou envergonhada quando faziam coisas remotamente sexuais — sem, no entanto, chegarem a qualquer ponto de sexo de verdade —, outras vezes fazia insinuações sobre o assunto como se fosse especialmente experiente nessa área.

Aham, claro.

Mas só para garantir, se fosse mesmo, ele teria que quebrar a cara de alguém.

— E não reclame sobre o castelo — retomou, limpando a garganta para dispersar a vergonha ao percebê-la rir nitidamente de sua reação. — Se não fosse por causa daquilo, nós ainda íamos estar por aí procurando o pessoal.

— Ok, tenho que admitir que isso acelerou um pouco o processo. — Lucy sorriu, balançando a cabeça enquanto seu sorriso insistia em não diminuir. — Mas você também tem que admitir que continuar procurando teria nos poupado uma série de problemas, como — acrescentou assim que percebeu ele abrir a boca para discordar — a quase morte do Romeo, o meu sequestro, o quase parto da Levy-chan, e por aí vai.

Natsu ficou quieto fazendo bico por alguns instantes antes de murmurar uma concordância frustrada. Lucy abriu o zíper de seu saco de dormir, retirando uma mão para que pudesse usá-la para bagunçar as madeixas rosadas dele.

— Enfim, vem comigo — pediu depois de algum tempo, olhando-a um pouco intrigado por seu divertimento. Levantou, puxando a mão da loira para erguê-la também. — Você vai gostar, eu prometo.

Lucy fingiu um olhar desconfiado antes de deixar que ele a arrastasse pelo caminho em seu pijama de frio branco e chinelos felpudos. A noite continuava fria, mas resolveu ignorar isso porque o movimento a faria sentir calor.

Natsu virou por um caminho que a loira não demorou a reconhecer.

— Estamos indo pra sua casa? — perguntou, ao que ele apenas virou para olhá-la dando um sorriso misterioso.

— Você vai ver.

Dez minutos depois, conseguiu avistar a construção. Do que se lembrava de um ano antes, era pequena, tendo praticamente o banheiro e uma sala de estar/quarto/cozinha, tudo bagunçado e fora do lugar. Havia sido destruída durante a batalha contra Tartaros, assim como boa parte de Magnólia, mas agora havia um novo prédio no lugar, um pouco maior dessa vez.

Os joelhos de Lucy fraquejaram quando percebeu a placa ao lado do lar.

Natsu, Happy e Lucy... — leu baixinho. Um sentimento começou a correr por suas veias, se espalhando a cada batimento cardíaco errático que estava tendo. Agarrou o colete de Natsu com dedos trêmulos quando pararam de andar. — O-o que...

— Queria que estivéssemos todos juntos — explicou o dragão de fogo, dando um sorriso largo. — Então vamos começar com o pé direito.

A garota abaixou a cabeça, sentindo um sorriso sincero se espalhar em seu rosto. Não podia evitar se emocionar com as atitudes do rosado — mesmo enquanto ainda eram apenas amigos, o carinho dele era tão latente que a fazia sentir sua falta quando não estava por perto. E agora, dizia que queria ficar junto com ela até no lar...

Ainda assim, tinha que colocar limites naquelas loucuras.

Levantou a mão, dando um tapa forte na nuca do Dragneel. O garoto protestou, dando um pulo para longe dela e esfregando o local dolorido quase que imediatamente enquanto praguejava baixinho.

— Ei, o que foi isso? — inquiriu com a voz rancorosa.

— Você tem que pedir antes — murmurou, ainda com a cabeça baixa. — Você tem que pedir antes de poder viver com uma mulher.

— Hã... — Pode percebê-lo inclinar a cabeça para o lado, parecendo confuso. — Como com os abraços? Tem que ter motivos especiais? — intuiu.

— Sim — confirmou, deixando o sorriso sumir do rosto e levantando os olhos para fitá-lo ao esperar sua resposta.

Sabia que Natsu não era exatamente a pessoa mais perceptiva do mundo para assuntos desse tipo. Se mais nada, ele provavelmente nem tinha consciência que a relação que dividiam agora era um namoro e que morar juntos era o primeiro passo antes de um possível casamento.

Ah, hm, quer dizer, não que ela estivesse reclamando... Mas deu para entender!

Natsu não pareceu ter dificuldades para responder, um sorriso enorme em seus lábios enquanto seus olhos brilhavam em certeza, segurança e lar:

— Quero que você fique comigo para sempre. Esse é o meu motivo especial, Luce — enunciou, o olhar tão sincero que a fez sentir o coração perder uma batida.

Lucy deu um passo para trás, sentindo o rosto corar imediatamente. De tudo o que podia imaginar, não era essa a resposta que esperava realmente receber. Mais de uma vez nas últimas semanas teve de lembrar a si mesma de que Natsu era naturalmente carinhoso e ficava insensível a distância entre os diversos tipos de relacionamento.

Ela era a adulta que deveria mediar a situação, então por que, ao invés de negar e explicar sobre o casamento, se sentiu extremamente compelida a aceitar a oferta?

E não, não era só porque queria dormir sob um teto naquela noite.

— Lucy? — chamou o rosado, olhando-a confuso enquanto a loira deixava as mãos caírem ao lado do corpo e tentava conter o corado do rosto e o nervoso.

— Bem, vamos ver como é a sua nova casa — declarou, dando um sorriso um pouco envergonhado. Preferiu deixar a fala dúbia, já que aceitar a proposta em um impulso poderia ser uma decisão precipitada.

Estava se iludindo pensando que tão logo tivesse sua própria casa a tentação de morar com Natsu e Happy desapareceria. Claro, daria tão certo quanto deu se livrar de seus sentimentos egoístas durante o ano em que a Fairy Tail permaneceu dissolvida.

Os mesmos sentimentos que a fizeram sentir o coração batendo rápido e um nervoso sob a pele enquanto acompanhava o dragão de fogo pela porta de entrada da charmosa casa.

A sala de estar era bem parecida com a entrada antiga do lar do par: sofá, parede coberta por pedidos de missões completas, janela redonda ao canto. Dessa vez, no entanto, um adorável arco de madeira guiava a uma pequena cozinha com uma janelinha redonda como a da sala coberta por uma pequena cortina xadrez vermelha. Havia um balcão de madeira combinando com o arco e a porta de entrada e uma mesa redonda coberta com uma toalha de mesa cujo tecido parecia demais com o da cortina para ser coincidência — e o que havia sido reaproveitado para o que ficaria para a imaginação da moça.

O que chamou mais sua atenção, no entanto, foi o par de portas ao fundo. Em uma era possível ler em uma letra garrafal tremida claramente pertencente ao gato a palavra “Happy”. A plaquinha se encontrava pendurava torta no prego, o que a fez ter um impulso de dar um sorriso bobo e arrumar, no entanto estava muito ocupada fitando a outra porta.

Encarando intensamente a outra porta.

Fuzilando com o olhar aquela maldita plaquinha perfeita.

Natsu e Lucy.

Oh, claro, como esperado.

Sentiu o complexo do quarto de hotel reacender em suas veias como um incêndio no verão e foi obrigada a apertar os lábios fechados para não reclamar ou soltar alguma exclamação igualmente revoltada.

— Bonito, né? — vangloriou-se Natsu, dando um sorriso desdenhoso enquanto esperava pelo cumprimento da loira. Esta apenas se limitou a dar uma série de passos duros na direção da porta, abrindo-a num rompante nervoso. — Luce?

Quase soltou o ar em alívio ao ver a cama de solteiro e a rede pendurada perto da janela, onde era possível ver um pedaço do céu estrelado. Estava sendo meio paranoica... Talvez bastante. É, bastante, com certeza bastante.

— Sim — murmurou, dando um sorriso singelo enquanto entrava no quarto com pequenos passos quase inaudíveis. Não estava acostumada a ser silenciosa sem seus saltos, e já estava quase se acostumando a não usar o braço quebrado. Não estava acostumada a tudo o que havia acontecido nas últimas semanas, e já estava quase se acostumando à ideia de que não precisaria mais passar nenhum dia sozinha novamente.

A vida mudava muito rápido e essa era a beleza de sua efemeridade.

— Está muito bonito — elogiou, por fim, sentando-se na cama. O colchão afundou um pouco sob seu peso, moldando-se ao novo usuário com maestria. Quando se sentia confortável contra a colcha gelada, levantou o olhar para Natsu, na porta, que a observava curioso.

Uma rajada de vento mais gelada entrou pela janela redonda aberta ao fundo, fazendo a garota sentir arrepios na espinha e se encolher, colocando os dedos sobre os braços. O rosado levantou as sobrancelhas, parecendo curioso, enquanto se aproximava devagar.

— Está com frio, Luce? — perguntou, ao que ela assentiu com a cabeça.

— Hoje está meio gelado — explicou, esfregando as mãos nos braços sobre as mangas do pijama. Natsu parou a seu lado, avaliando-a silenciosamente por alguns instantes com seus olhos verdes musgo intensos antes de esticar os dedos e desenrolar o cachecol do pescoço, inclinando-se e prendendo-o no da loira, junto com o cabelo da mesma.

Lucy engasgou, embasbacada. Quando pareceu satisfeito com seu trabalho, ele se afastou um pouco para observar, deixando que a garota aproveitasse a deixa para levantar os dedos e tocar o tecido levemente áspero.

— N-natsu — murmurou, sentindo o rosto avermelhar. — Tem certeza?

Ele deu de ombros, um sorriso bobo em seus lábios.

— Por que não teria? Unir duas das minhas coisas preciosas parece até algo mágico — brincou, colocando as mãos na nuca de modo descontraído enquanto soltava um riso doce.

Passaram-se apenas alguns instantes.

Ah... — suspirou. Deixou um sorriso pequeno se espalhar por seu rosto, sentindo algo no peito acender, como sempre acontecia quando podia passar todo esse tempo ao lado do rosado. Fechou os olhos devagar, contente com o momento. — Está quentinho, obrigada.

Perdurou-se um minuto de silêncio no qual a loira sentia a textura da peça sob os dedos. Já havia tocado aquele cachecol antes, mais de uma vez, mas entendia bem seu significado e o peso que carregava. Dá-lo a ela, mesmo que de modo momentâneo, significava uma boa porção de confiança da parte de Natsu.

Não precisava nem dizer que estava encantada de poder ser digna daquela confiança.

Sentiu o colchão afundar a seu lado quando o Dragneel se sentou. Entreabriu os olhos para ver a expressão serena com que ele a observava, como se estivesse sentindo uma profunda paz — o que, convenhamos, era bem anormal, considerando que geralmente parecia ter sempre emoções em chamas.

— Como é? — perguntou, retirando os chinelos e subindo um dos pés para a cama para abraçar o joelho e apoiar o rosto nele. — Como é não sentir frio?

— Sei lá — resmungou, dando um sorriso confuso. — Por que está me perguntando isso, sua estranha?

— Deve ser estranho — comentou, torcendo os lábios. — Embora o frio seja desagradável quando está em excesso, eu me sentiria meio chateada de não entender uma sensação. Parece que faz parte de todos os humanos, ou sei lá.

Natsu deu de ombros.

— Também não sinto calor — acrescentou de modo pensativo. — Nenhum dos dois. O tempo parece sempre igual. Ou pelo menos parecia.

Parecia? — Inclinou a cabeça, surpresa, ao que ele suspirou em resposta.

— Eu sinto o frio agora. Quando eu achei que você ia morrer e que eu não ia poder fazer nada, quando te encontrei coberta de sangue no covil da Cobweb em janeiro... Acho que aquilo é frio. Fez sentir que tudo estava congelado, incluindo a minha respiração — explicou, parecendo se lembrar de algo desagradável com pesar. — Você sabe o que é isso, né?

Olhou-o por um momento antes de responder:

— Chama-se medo.

— Já tinha sentido antes — confessou, passando uma mão pelos cabelos. — Mas foi totalmente diferente, foi bem mais forte. Só passou quando você disse pra mim que não estava morrendo, mesmo com aquela cara de cachorro judiado.

— Nossa, obrigada — ironizou, fazendo bico. Natsu a fitou por um instante antes de rir. Estendeu o braço e o passou pelos ombros da maga estelar, aproximando-a de seu calor. — Nem vem — protestou, pondo as mãos em seu peito para afastá-lo, mesmo sabendo que era inútil.

— E eu sei o que é calor, também — continuou, parecendo não se incomodar com as reclamações da loira.

— É o que você vai sentir quando eu fizer churrasquinho com você! — ameaçou a maga estelar, os dedos tateando sobre os músculos do mago de fogo, talvez não apenas pela irritação, mas não admitiria isso tão cedo.

— Quando nós nos aproximamos assim... — iniciou, levantando a mão livre e a pondo na parte de trás daquela da maga estelar, fixando a palma morna da garota contra seu abdômen. Quando os olhos de chocolate da loira encontraram os dele, ela sentiu um arrepio na espinha, não mais causado pelo frio. — Posso sentir algo quente dentro de mim, Luce. E só pode acontecer quando estou com você.

Quis responder algo, mas não sentia que devia. Qualquer coisa que dissesse seria desnecessária. Sinceramente, aquele não era o tipo de confissão que esperava ouvir naquela noite, mas ainda assim era algo muito bom de escutar. Sentia seus dedos queimando onde tocavam a pele quentinha do dragão de fogo: coçavam para continuar a explorá-la, mas não era o pretendia fazer, não naquela noite.

Recuou a mão, que ele permitiu que se afastasse. Então, sentindo o rosto corado, usou a mesma para empurrá-lo para a cama. Natsu soltou uma exclamação surpresa, caindo contra o colchão e observando a garota se levantar e colocar as mãos nos quadris, o cachecol balançando ao redor de seu pescoço.

— Hora de dormir! — exclamou, a expressão autoritária, antes de se virar e andar até a rede. O rosado sentou quase imediatamente.

— Mas a cama é sua, Luce — protestou, ao que ela balançou a mão indiferente antes de subir na rede vermelha.

— Tanto faz, vamos trocar hoje — pediu, balançando os pés que agora flutuavam fora do chão. Tentou virar o corpo com um pouco de dificuldade, deitando-se completamente no tecido macio antes de deixar seus olhos vagarem pela janela a seu lado.

Podia perceber um clarinho ao fim do horizonte — o sol que se aproximava junto à nova manhã. Aquela havia sido uma noite passada totalmente em claro. Sentiu um pequeno sorriso se formar em seus lábios novamente: nunca mais poderia culpar a insônia, porque ela não estivera sozinha daquela vez.

Era assim que tinha de ser, no fim das contas. Passar a noite, em que geralmente estaria sozinha, com Natsu, e então ir dormir quando o resto do mundo estava apenas acordando, ignorante ao que havia acontecido quando o sol se pôs. Esta era toda a felicidade que podia querer.

Virou um pouco o rosto, observando o garoto deitado na cama. Não parecia estar tão cansado antes, mas já estava ressonando levemente na escuridão, como se tivesse acabado de ingressar no primeiro estágio do sono.

Estava tudo absolutamente diferente de um ano antes, quando suas noites eram insones e repletas de inseguranças. Natsu tinha razão, era incrível poder dormir a acordar ao lado dele todos os dias e gostaria que pudesse continuar assim para sempre.

Concordou com seus pensamentos, fechando os olhos e enrolando os dedos no cachecol branco quentinho que lhe havia sido emprestado.

Aquele era o começo de mais um dia feliz.


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Notas finais do capítulo

Gooostaram? ;D
Pessoalmente, achei super fofinho kkkkk. Esse me deu um pouco de trabalho, mas adorei o resultado. Gostei de trabalhar nele durante todo esse tempo, acho que deu um bom resultado (embora a Lucy tenha ficado beem bipolar, imagino ela assim mesmo, então dane-se kkk).
Gostaram?
Espero que não tenham me abandonado embora tenha passado tanto tempo ;D Ainda lerei e responderei todos os novos reviews, hein! Não vou deixar ninguém no vácuo! (e olha que respondi toodos os reviews dos últimos capítulos antes de postar isso aqui, falta só os que estão nos capítulos iniciais kkkkkk). Pra quem ainda está me esperando, vou chegar lá, prometo :) Ainda essa semana, creio eu kkkkkk.
De qualquer jeito, até o próximo extra! Darei uma prévia pra vocês e direi que vai envolver vários casais secundários além de NaLu, então quem estava esperando uma participação maior dos outros casais, preparem a pipoca pro mês que vem kkkkkkk.
Obrigada a todos que estão sempre lendo e comentando, espero vocês nos reviews!

Beijitinhooooooooooooos.