Pray For Love escrita por Lizzie-chan


Capítulo 15
Capítulo 14 - Tuesday's Gone


Notas iniciais do capítulo

Yey, e aqui estamos, capítulo 14, com muito orgulho. Já leiam avisados, peguem suas bolsas de insulina e os canudinhos, porque teremos açúcar suficiente para causar diabetes (exageeeero). Adooorei escrever esse capítulo. Logo vou dar uma remexida na história, então vamos aproveitar esse momento adorável ;D

Boa leitura!!
(Título: Terça-feira se foi)
➢ Dia 19: Tuesday's Gone - Metallica



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— Natsu, você está vivo! — exclamou, afastando um pouco o rosto do peito masculino para poder ver bem seu rosto. Não ligava que ele percebesse suas lágrimas, não havia qualquer motivo para sentir vergonha de se preocupar.

— Uh... Sim — respondeu, colocando uma mão na nuca e coçando a raiz dos cabelos distraidamente. — Por que eu não estaria?

— Eu sei lá — disse a loira, soltando-se dele e tentando cruzar os braços, lembrando durante o processo que um deles estava engessado e desistindo, as lágrimas esquecidas. Como assim ele estava se fazendo de desentendido? — Talvez porque um mago de fogo foi assassinado aqui nessa cidade e podia ter sido você, seu idiota? Eu quase morri de preocupação e você aqui, sei lá... — Olhou-o de cima a baixo, notando a cueca samba canção preta e a toalha pendurada em um dos ombros, além da pele molhada que brilhava a luz. — Tomando banho?

— Eu preciso tomar banho todo dia, Luce — informou, levantando uma sobrancelha para a atitude acusadora da Heartfillia, o que a irritou um pouco.

Não podia deixar de notar ela mesma que ultimamente estava ficando brava por qualquer atitude do rapaz. Se ele se aproximava demais, se exaltava, se afastava-se, resmungava, se não fazia como queria, brigava com ele, mesmo que tenha sido sem querer.

Estava começando a concordar com a teoria masculina de que era bastante bipolar, mas claro que não diria isso em voz alta!

— Ah, tanto faz, desde que você esteja bem — confessou por fim, soltando um suspiro baixo. — Preciso ir avisar a Lisanna, volto mais tar...

Foi interrompida quando Natsu agarrou seu pulso bom, puxando-a para dentro com tudo. Lucy arregalou os olhos enquanto tropeçava sobre o batente da porta e, assim que seu corpo estava fora do alcance da mesma, o rosado a bateu fechada com o pé e a tranca automática fez seu trabalho com a perfeição habitual.

Ele a prensou contra parede ao lado da porta do banheiro, seus olhos grandes e esverdeados analisando seu rosto com doçura, e uma das mãos vagou pela bochecha da loira, o polegar subindo e descendo devagar, como que testando seu toque — o que a fazia sentir leves arrepios e um calor no estômago.

N-Natsu? — chamou baixinho, a voz um pouco rouca. Ele mal pareceu ligar para ela, começando a descer a mão, até passar suavemente por seu pescoço, fazendo-a sentir calafrios que chegaram a fazê-la tremer. Neste momento, seu movimento parou e ele observou distraidamente a região da clavícula na qual tocava, sobre a qual estava a gola da blusa rosa da maga estelar.

— Você ainda está toda machucada, idiota. Você veio até aqui assim? Se alguém morreu nessa cidade, supõe-se que é perigosa — acusou, mostrando em um fio de voz sua irritação. — Não podia ter esperado até ser dia pelo menos? Agora já deve ser quase meia-noite.

— Eu não podia — rebateu, a voz um pouco trêmula. Franziu os lábios, mantendo a calma. — Eu achei que você tinha morrido, você teria feito a mesma coisa por mim, com braço quebrado, perna deslocada e o que mais fosse, tenho certeza, então não me acuse.

Natsu fez uma careta irritada, estreitando os olhos que direcionou para os dela, afastando a mão de seu corpo devagar. Quando se viu livre, Lucy sentiu um impulso de cruzar os braços, mas não fez qualquer movimento, já que de um jeito ou de outro, não poderia — maldito, maldito, maldito gesso, malditos, malditos, malditos ladrões estúpidos!

O rosado se virou e andou pelo quarto, indo em direção à mochila que estava jogada sobre a cama e abrindo-a sem qualquer cerimônia para pegar o resto de suas roupas. Lucy o assistiu sentindo um nó na garganta. Ele estava sendo rude, mas era provindo de preocupação, e ela havia começado sendo rude quando chegou, então...

Ainda estava devendo a ele um pedido de...

— Desculpa — sussurrou, desviando o olhar para o chão. De repente, seu gesso parecia realmente interessante, e permitiu que sua mão boa desenhasse círculo sobre a textura levemente áspera de modo distraído. Não podia ver o que o mago fazia, mas o barulho de tecido sendo movimentado cessou, o que assumiu indicar que a estava escutando. — Eu fiquei brava com você antes, mas foi bobagem minha. Eu estava com ciúmes da Lisanna — contraiu os lábios a contra gosto. — De qualquer jeito, sinto muito pelo meu comportamento. Não era pra você ter ido embora...

— Desculpe por ir embora também... — murmurou ele, e nesse momento a loira teve coragem de levantar o olhar para seu rosto. O Dragneel a observava seriamente do outro lado do quarto, uma mão ainda na mochila e a outra pendendo ao lado do corpo molhado. — Fiquei pensando nisso o tempo todo depois que fui embora. Eu não queria ir embora também.

E era verdade. Havia sido uma longa, longa viagem de trem, e tudo em que conseguia pensar era em Lucy encolhida na cama sozinha e como isso o incomodava. O vento levou consigo a terça-feira e, com ela, os últimos dias alegres, e Natsu deixou a garota para trás, no sentido literal, mas não no figurado.

Só precisava ficar em paz por algum tempo, e quando descesse, em qualquer lugar que fosse no caminho para a cidade de Erza, tentaria de novo.

Havia sido um erro se precipitar e ir embora, e não apenas porque isso acarretara em um forte enjôo, mas também porque não era o que ele realmente queria fazer. Não ia deixar a garota ir embora com o vento, assim como a terça-feira, e tudo o que saiu pela janela foi a tristeza.

— Eu senti sua falta — respondeu Lucy, a expressão agora suave. Eles podiam de fato se entender, quando paravam e tinham paciência para falar um com o outro. — Não sabia o que eu ia fazer se você tivesse mesmo morrido. Eu nem sequer tinha planejado nada. Se fosse verdade acho que eu só sentaria e fingiria que não sabia de nada.

— Bom, então me diga o que você pretendia fazer se eu estivesse vivo — pediu, dando um sorriso largo e rapidamente dissipando o clima tenso no quarto. A loira o olhou levemente surpresa por um tempo, então arregalou os olhos e bateu a palma da mão esquerda na perna, soltando uma exclamação baixa.

— Eu pretendia avisar Lisanna! — Virou e, antes que ele pudesse protestar, abriu a porta e saiu, dizendo durante o processo: — Volto logo!

Seu logo levou cerca de quarenta minutos, e o dragão de fogo já estava totalmente vestido e deitado na cama de solteiro quando ouviu as batidas na porta novamente. Suspirando, levantou-se e caminhou até a mesma, abrindo-a devagar.

Um braço pálido passou pelo espaço entreaberto e ela empurrou a porta pelo resto do caminho, segurando a camisa do mago com os dedos bons antes de ficar na ponta dos pés e unir seus lábios aos dele, bem ali, no corredor.

Lucy não perdeu tempo em aprofundar o beijo, deixando a língua vagar por entre os lábios quentes de Natsu e sentindo aquele gosto de calor, pasta de dente, carvão — ou pelo menos ela chamaria de carvão aquele sabor tão único do rosado, que a lembrava de uma quentura inigualável, como a das chamas, e de lar ao mesmo tempo.

Soltou um suspiro contra seus lábios quando ele deixou as mãos alcançarem sua pele, tocando-a no ombro, na cintura, até que seus dedos deslizaram por seus cabelos e sobre sua blusa rosa, perto da ponta — e ela esperava que isso fosse de modo inocente!

Sua boca parecia em chamas quando se descolou da dele, tentando disfarçar um tremor de frio que a invadiu ao perder o contato com o calor direto do garoto, afastando seus corpos devagar.

Então levantou o rosto, dando um sorriso largo.

— Essa era a segunda coisa que eu pretendia fazer depois que te encontrasse vivo — confessou, rindo para si mesma. Então virou, acenando de leve. — Nos falamos amanhã, Lisanna pegou um quarto pra nós duas em algum lugar nesse hotel, vou ir lá na recepção pedir o número do quarto — explicou.

Mal deu um passo para longe e ele agarrou seu pulso do mesmo jeito que havia feito mais cedo e a arrastou para dentro do cômodo. Seus saltos fizeram um barulho desagradável contra o piso de madeira, mas ele não pareceu se importar com a possibilidade de acordar seus vizinhos de baixo com o barulho, mesmo sendo mais de meia-noite àquela altura.

— Natsu, o que você está fazendo? — perguntou a garota, observando enquanto ele, calmamente, dessa vez, fechava a porta. O clique baixo da trava automática por algum motivo a fez sentir arrepios e ela o olhou desconfiada enquanto ele se virava sério.

— Fique aqui essa noite. Esse lugar não é seguro — explicou rapidamente, fazendo um sinal em direção ao quarto que tinha apenas uma cama de solteiro. Lucy levantou a sobrancelha, cética.

— Exatamente porque não é seguro que eu não devia deixar a Lisanna sozinha. Além do mais, eu não quero dormir no chão, nem — acrescentou antes que ele tivesse sequer a chance de começar a sugestão que com certeza viria do dedinho que já havia levantado em expectativa — no sofá.

— Eu durmo no sofá então — resmungou ele, parecendo derrotado, mas não exatamente do jeito que a loira desejava. Ela arregalou os olhos enquanto o observava andar até a cama e puxar sua bolsa de cima dela, arrastando-se até o sofá verde ao fundo do quarto, perto da janela.

— E a Lisanna? — perguntou, tentando chamar sua atenção para o tópico inicial novamente. — Não posso ficar e deixar ela lá indefesa.

— Lisanna não é indefesa — respondeu, rodando os olhos enquanto afofava as almofadas na ponta do estofado para usar como travesseiro. — Ela vai ficar bem.

— Eu também não sou indefesa — resmungou a maga estelar, franzindo o nariz como uma criança. O rosado levantou o olhar, focalizando sua expressão, e então deu um sorriso suave.

— Eu sei, Luce. Só estou preocupado com você. Me deixe me preocupar. Além do mais — continuou — se você não ficar aqui nem vou conseguir dormir de noite.

— Como se você não tivesse roncado como um porco ontem à noite — brincou ela, sendo o mais sarcástica possível antes de rumar timidamente até a cama no meio do quarto, de frente para a televisão. Passou os dedos devagar sobre a colcha dourada, sentindo a textura do bordado de flores sob os dedos.

— Eu não — apressou-se ele em negar, dessa vez seriamente, o que atraiu a atenção da Heartfillia. — Eu não dormi nada. Não parava de pensar que devia falar com você logo, se você tava bem, e então você aparece com um gesso no braço. — Gesticulou vagamente em direção ao membro ferido da moça.

Lucy deu um pequeno sorriso. Ah, então ele de fato havia notado. Se bem que era difícil ignorar aquele negócio grande e branco e extremamente inconveniente.

— Eu também não dormi nada — comentou, omitindo propositalmente sua preocupação constante sobre o que eles poderiam ser, o que havia feito de errado e todos os outros sentimentos embaraçosos.

— Ótimo, então vamos dormir rápido — afirmou ele sorrindo.

Meia-hora depois nenhum dos dois havia adormecido, embora a quarta-feira já tivesse partido a toda, deixando-os com aquela longa quinta feira. Lucy virava de um lado para o outro sob as cobertas, bagunçando seu pijama amarelo, que já se enrolava na altura de seu estômago. Natsu mantinha os olhos abertos, observando as estrelas no céu, procurando silenciosamente pela constelação de Aquário, que supostamente deveria proteger a loira.

Soltou um suspiro ao ouvi-la se mover novamente, acomodando-se de bruços dessa vez e resmungando baixinho para si mesma devido aos protestos veementes de seu braço engessado, que não saía do caminho. Por algum motivo, qualquer cansaço havia ido embora a partir do momento em que se deitou, algo inexplicável, na opinião de Natsu.

— Luce — chamou, por fim, num fio de voz.

— Hm? — murmurou ela em retorno, a voz meio abafada pelo travesseiro no qual apoiava a lateral do rosto.

— Obrigado por se preocupar comigo — disse, ainda baixinho, quase como um suspiro destinado apenas à loira. — Obrigado por se arriscar pra vir aqui por mim.

— Você teria feito o mesmo por mim — reiterou a loira, a voz um pouco envergonhada dessa vez.

— Isso não significa que você é obrigada a fazer por mim — ele rebateu, firme. — Então, obrigado por se importar.

Fechou os olhos devagar, sentindo o sono lentamente se apoderar, por qualquer motivo que fosse. Talvez simplesmente tivesse que dizer aquilo antes de dar o dia por encerrado, talvez sua consciência não fosse permitir o contrário. Talvez ele só quisesse reforçar o fato de que estava feliz por terem se reconciliado.

O que quer que fosse, o acalmou, e permitiu que o mundo do inconsciente tomasse conta, mas não antes de ouvir as palavras sussurradas, tanto destinadas para ele quanto não destinadas a seus ouvidos, e o cansaço o faria confundi-las com um simples sonho no dia seguinte:

— Eu te amo, Natsu, seu idiota.


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Notas finais do capítulo

Yey, aqui estamos. Confissãããããão silenciosa. Oh, o que vai acontecer agora? kkkkkkk Boa sorte Lucy ;D
Espero que vocês gostem de um pouco mais de ação/suspense, porque tive uma epifania olhando o conteúdo das próximas músicas e vamos ter um mini-arquinho para o final, se eu não mudar de ideia de hoje pra amanhã ou sei lá kkkkkkkk
Estou adorando escrever isso aqui, acho que nunca tive um feedback tão expressivo nessa categoria, e vocês estão me deixando cada vez mais feliz. Não acredito que eu vá aparecer por aqui tão cedo novamente quando isso aqui acabar semana que vem, mas qualquer coisa, tamo junto ;D Obrigada a todos que estão lendo, comentando, favoritando, acompanhando ou recomendando, vocês todos estão contribuindo para o sucesso que essa fic está sendo no meu coração e estão me motivando cada vez mais a continuar :) É nesses momentos que ser ficwritter vale a pena, sabiam?

Beijitinhoooooooooooooooooooos
PS: capítulo ainda não revisado, se virem erros, apontem eles aí pra mim que ajuda muito hein :D Obrigada!!
PS: Como sempre, em cima da hora, e como nos últimos dias, devendo as respostas dos reviews do capítulo de ontem xD kkkkkkk Ooops
PS: Hohoooo, 2000 palavras, consegui, hohhho )o)